Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Relativi$mo

25 outubro 2007

ou "Você tem no$$ão?"

A MS torrou US$ 240 milhas por 1,6% do Facebook. Então, nas contas do IDG, aquela rede social (realmente legal) vale a bagatela de US$ 15 bilhões! Muito? Pouco? O IDG pergunta se é uma nova bolha. Exagero...

O Facebook pode valer muito mais. Se indicar, nos próximos 2 trimestres, que sua "missão" é séria, seu valor dobra. Então a MS fez um belo investimento. E a Google deve tá morrendo de raiva do Orkut (o cara): "Ah, se o cara tivesse desenhado uma arquitetura legal - aberta! Ah, se o cara tivesse entendido nossa cultura de evolução contínua e frequente! Ah, se o cara não tivesse desenvolvido aquele negócio com ASP! Ah, se o cara entendesse o que é uma PLATAFORMA de rede social!". Agora a Google tem que correr por fora. E correr muito para liberar aquele "agregador" de redes sociais.

E aí, US$ 15 bi é muito? Só dá pra ter no$$ão na base da comparação. Relativize: a Apple agora vale US$ 160 bi! Então, o Facebook (ainda) não é nem 10% da Apple.

Aliás, a marca inédita da Apple merece destaque. Maior que ela só MS, Google e Cisco (aquela). Repare no segundo da lista: Google! Relativize: a Apple agora vale mais que IBM, Intel e Nokia.

Relativize! Não vi em lugar nenhum, mas se a lista fosse ordenada por tamanho de patrimônio físico ela ficaria mais ou menos assim: IBM, Intel, MS, Nokia, Cisco, Apple, Google.

Traduzindo: utilizando a moeda da nova economia (idéias!), a lista tem a seguinte ordem: Google, Apple, MS, Nokia, Cisco, Intel e IBM. $acou? Não? Esquece. No fechamento dos próximos "quarters" a gente se fala de novo.

Boo Box: Caixa Aberta

24 outubro 2007

Sou fã do boo-box desde o dia em que conheci o projeto. Grafitteiros de longa data sabem que a entrevista com os dois criadores, Marco e Rafael, foi a única que pintou por aqui. E o Marco, vira e mexe (e pula), deixa umas pichações por aqui. Mas tenho que confessar: quando pintou a notícia de que eles haviam recebido um "aporte de capital", fiquei meio cabreiro.

Claro, a notícia é boa. Um projeto com os objetivos e ambições do boo-box carece de grana. Muita grana. Mas, por outro lado, eu sei o quanto um "sócio capitalista" pode ser nocivo para um projeto criativo. Conhecendo um pouquinho o perfil da dupla dinâmica, particularmente o Marco, temi por um choque cultural daqueles.

Mas eis que pinta a seguinte notícia: boo-box abre API para desenvolvedores. Caros, que alívio!

Há poucos dias, falando do Facebook e similares, eu disse que o primeiro tem uma grande vantagem por ser uma PLATAFORMA. Quero dizer, não é uma caixinha fechada (como o Orkut, por exemplo). Uma plataforma (um serviço Web que expõe serviços - ou API's, interfaces programáveis) é como um Lego. Você "ganha" várias peças. E pode combiná-las com uma liberdade incrível. Pra quê? Oras, para criar novos serviços, novos brinquedos. Hoje a gente chama isso de "mashups". Eu preferia que o termo fosse "remix". Mas não importa.

E agora aparece o boo-box oferecendo suas peças de Lego. Que coisa mais moderna para nossa travadinha Pindorama! Saca só: até Submarino e Americanas, meio antiguinhas, serão beneficiadas pela iniciativa da boo-box.

Aí pergutaram para o Marco que tipo de coisa (aplicação) ele espera que surja agora. Nasceu um graffiare:

Não pensei no que usuários podem fazer com a API. A massa de desenvolvedores é muito mais criativa que eu.


Acredito muito na criatividade dos programadores brasileiros. Em pouco tempo a gente deve testemunhar o nascimento de muita coisa jóia. Graças à caixa aberta do boo-box. Parabéns meus caros. Pela visão e pela realização.

Eu não perco as notícias curtinhas do IDGNow. Tornam minhas manhãs mais alegres. Sei, eles não têm intenção de fazer graça. Mas... fazer o quê? Duas curtinhas:

Apple estima que 250 mil usuários compraram o iPhone para destravá-lo

Pois é, e depois jogaram fora! Hehehe... Foi só pelo inenarrável prazer de quebrar cabeças e desatar nós de marinheiros caolhos. Putz grillo.. será que não dá pra reconhecer um padrão tão óbvio? Tenho certeza de que o caso ainda será estudado em aulas de marketing: o dia em que a clientela comprou milhões de unidades de um aparelhinho desenhado para ser anti-freguês.

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Microsoft: software aplicado ao desktop não está morto
Londres - Empresa defende o modelo baseado em PC e avalia que, portanto, ainda não há a dominância absoluta de aplicações baseadas em internet.

Ainda não há dominãncia! Não acredito que os caras utilizaram este termo. Se usaram, o autor deve estar no olho da rua. Ou com uma cadeira na testa. Não se fala assim em Redmond. "Ainda" - traduz-se assim: "olha, tamo com a corda no pescoço. Mas AINDA tem gente comprando o Office - nossa adorada e dourada vaca leiteira. Mas não temos dúvidas de que as aplicações baseadas em Internet terão dominância". E o que a MS tá fazendo para não derrapar na próxima curva?

Nos dias de hoje é assim: você pensa no problema e a solução aparece: A Google, com a Carnegie Mellon (!), tá trabalhando em um mashup de redes sociais. Cool. Mas Yahoo! (leia-se Flickr e Delicious), Facebook, MySpaces e outras vão detestar a idéia.

Claro, será o mesmo efeito dos portais e leitores de feeds: roubarão audiência direta. Ao surrupiar leitores a Google reduz o potencial de publicidade de todos os outros. Ainda é cedo - o projeto está em desenvolvimento - mas podemos esperar algum barulho por aí. O potencial de geração de negócios dessas redes não é nada desprezível.

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Aliás, por falar em mashups, pouco antes de ler a matéria da Info eu estava viajando numa idéia maluca (e recorrente): mashup de blogs. Ok, eu sei que alguns leitores de feeds já possibilitam algo parecido. Mas eu imaginei algo maior e desenhado por editores, não por leitores.

Por exemplo, ando embasbacado com o Zumo. Blog profissional de cabo a rabo. A revisão que eles fizeram do Ubuntu 7.10 é nota 10. Isso sem falar na entrevista com Gerry Carr, o cara que cuida do marketing da Canonical. Foi aí que comecei a viajar. Falta ao Zumo um toque feminino. E o toque ideal poderia vir do Favoritos, da Luiza Voll. Joga ali também uma pitada de humor criativo como o da Jessica Hagy, do Indexed. Pronto: temos o núcleo de um blog-revista que deixaria muita publicação tupiniquim morrendo de inveja.

Mudando de público, dá pra montar também um excelente mashup sobre desenvolvimento de software, gerenciamento de projetos e afins. Eu colocaria o Fragmental, do Philip "Shoes", o José Papo WebLog e, claro, o meu finito. Faltaria aqui um cartunista canhoto* e, de novo, um toque feminino. Taí: nesta seara não conheço nenhum blog tupiniquim escrito por uma mulher. Cadê vocês?

Cada blog permaneceria independente, claro. O blog-revista pode ser montado de forma automática, utilizando vários recursos que já estão por aí (Y!Pipes não me sai da cabeça, apesar d'eu viver adiando seu uso). Por enquanto não pensei muito em grana. Mas sei que o modelo pode garantir as Originais dos finais de semana.

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* E por falar em cartunista canhoto! Caramba, há 4 anos tenho uns personagens aqui só aguardando um desenhista. Personagens e roteiros. A área é rica: desenvolvimento de sistemas. Saca só:

  • Alfredo "Fredo" PittyCock: coordenador de projetos (bem) acima do peso e um tanto estressado. Adora uma cascata e montanhas de documentos. Detesta programadores que usam rabo-de-cavalo e ouvem Radiohead o dia todo. Detalhista e medroso. Tem piriri toda vez que um milestone "foge".
  • Ifidênio Elsébio: programador-júnior-estagiário que acabou de chegar do interior. Frase preferida: "E se...". Não acredita em especificações, duvida do cliente e dos analistas. Só acredita no Fredo. Por ser o único, virou seu braço direito.
  • Anna Listta: simpática, atraente (gostosona mesmo), loira e QI 185. Sente-se discriminada pelo resto da equipe. Na verdade ela não sabe que todos morrem de medo dela. Se não levasse tantas cantadas, o levantamento de requisitos seria mais eficiente.
  • Xistu Prudêncio: o menino do dedo vermelho - ninguém digita mais rápido que ele. Adivinha: tem rabo-de-cavalo e quando não tá com Radiohead no iPod, tá ouvindo Metallica. No último!
  • Marcus III: o dono da "TopDown Systems" e chefe da patota acima. Tem apelido de "Porta", mas não sabe disso. É o único autorizado a precificar propostas. Só não conta seu segredinho: tem uma balança de alta precisão para pesar RFP's: 100 gramas = projeto de 3 meses (R$ 40 mil).
  • Roger Rocket: no LinkedIn aparece que ele é o dono da "TopDown". Não é, mas ninguém sabe o que ele faz (fora puxar o saco do Marcus). É vendedor, coordenador, gerente de infra e organizador de happy hour. Lema preferido: "todo mundo tem seu preço". Ou seja: ele compra mais do que vende.
Céus... quanta bullshitagem para um post só. Explicação: tô adiando algo que não pode ser adiado...

Pois é, finalmente o Steve "macho" Ballmer deu o braço a torcer: a MS fechou acordo com a Comissão Européia. Só vi a nova na noite de ontem, no Jornal da Globo. Foi a primeira manchete. Apesar do barulho, era fava contada. Pelo menos, desde o dia 17/set.

A novidade é que a MS aceitou o acordo ainda em primeira instância. Quem vê casos judiciais, em Pindorama ou mundo afora, sabe que a coisa mais rara do mundo é um acordo em etapa tão "preliminar". A explicação para a decisão da MS deveria nos ensinar alguma coisa: US$ 4,5 milhões de multa por dia - por não acatar as decisões que a Comissão Européia tomou em 2004. Ou seja, só em multas a MS vai morrer em mais de US$ 1 bi. Ou seja: a teimosia do Ballmer tava ficando cara demais.

Quase todo mundo, com mínimas diferenças de tom, "comemorou" o acordo: A MS vai desatar o Media Player do Windows; a MS vai fornecer mais e melhores informações de interoperabilidade para seus concorrentes; a MS vai reduzir o custo de royalties; o Ballmer só vai poder bailar na Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão... ops, a última não tá no acordo. Pena.



Eu já disse por aqui, quando o assunto é Direito, vou direto na fonte: Groklaw. Foi lá que levei um balde d'água fria e vi que Ballmer tá levando uma bela pizza para Redmond. Saca só este trechinho do FAQ publicado pela Comissão Européia:


Open source software developers use various “open source” licences to distribute their software. Some of these licences are incompatible with the patent licence offered by Microsoft. It is up to the commercial open source distributors to ensure that their software products do not infringe upon Microsoft’s patents. If they consider that one or more of Microsoft’s patents would apply to their software product, they can either design around these patents, challenge their validity or take a patent licence from Microsoft.


Perdemos mais uma chance de acabar com essa aberração chamada "patente de software". Pior: a MS pode seguir com sua brilhante estratégia FUD. Que pena. Mas tem o lado bom: Ballmer começa outro ano fiscal com um "pindura" de US$ 1 bi. O engraçado na MS é que suas derrapadas financeiras têm sempre o mesmo valor: US$ 1 bi. hehe..

Para encerrar: minha primeira reação quando vi a notícia foi: e Pindorama? O que vale na Europa deveria valer aqui também, afinal estamos falando dos mesmos produtos e mesmas estratégias ("abuso de posição privilegiada" no linguajar dos entendidos - "monopólio" para os leigos). Cadê o CADE? Será que não conseguimos arranjar outro US$ 1 bi da MS? Se sim, dava pra cortar 0,01% da tal CPMF...

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"Abuso de posição privilegiada"? Dá pra lançar um kama-sutra só com termos jurídicos, não dá não? Sacanagem!

Neste exato momento estou atualizando meu desktop: Kubuntu 7.10, "Gutsy Gibbon" para os chegados. Ele saiu na última quinta, 18/out. Não deveria mexer com isso hoje, mas na mesma quinta um acidente não identificado em nossa pelada semanal deixou minha coluna em forma de "C". Perco o final de semana mas não perco a piada: adianto o trampo do upgrade e aproveito para falar um pouco sobre sistemas operacionais (SO's) aqui no Graffiti. Pode não parecer, mas muita coisa importante está acontecendo. O tipo de coisa que estourará (para o bem ou para o mal) dentro de 2 ou 3 anos.

Ainda não posso falar muito sobre o "Gutsy" (está em 15% do processo de atualização). Mas o Adrian Kingsley-Hughes, da ZDNet, já adiantou um comprometedor veredicto: "Um SO doce". Doce?!? Nunca vi ninguém chamar um SO de "sweet".. hehe. Oportunamente comento os avanços (performance, novas aplicações (novo gerenciador de arquivos), busca (!) e um monte de etc, particularmente na versão Server).

Dica: se você precisa atualizar mais de uma máquina, economize banda e energia. Baixe o CD da versão Alternate. Se fizesse a atualização recomendada (100% pela Internet) teria que baixar 930mb para cada máquina. Usando o CD, a gente só precisa baixar 300 e poucos mb para cada máquina.

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Mas eu quero mesmo é aproveitar a oportunidade (e o tempo livre) para falar dos outros SO's, dos dois players principais (MS e Apple, meus dois amores) e a turminha que corre atrás deles.

Tudo indica que a MS resolveu começar a aprender. Caiu a ficha: o Vista beira o limite do impossível. Imenso, truculento e mal educado, em pouco tempo será lembrado como o megalomaníaco-depressivo construído sobre uma arquitetura macarrônica. Então a MS já começa a falar em simplificação, no MinWin e no Singularity. Este último ainda está mais para sci-fi do que para produto. Mas o MinWin é coisa séria: envolve uns 200 desenvolvedores e é a primeira versão miniaturizada do Kernel do Windows.

Para se ter uma idéia: enquanto o Vista ocupa 4gb em disco, com seus 5 mil e tantos arquivos, o MinWin tem só uns 100 arquivos que gastam cerca de 25mb de espaço. Calma, não estou pretendendo que o MinWin seja um SO completo. Mas os números são bastante ilustrativos. Qual a idéia? O próximo Windows, o "Sete Pecados", deve se basear no kernel pós-spa. A MS sinaliza uma mudança radical na forma como vê SO's. Se a MS não fosse uma empresa tão religiosa, teria como plano "B" o uso do Kernel do Linux. E criaria uma "casca" (interface gráfica e todos os outros serviços) que rodasse sem dor em ambas as plataformas. Mas seria pedir demais de Redmond. Enquanto isso...

A Apple Desaprende

Ou aprende com o professor errado: cronograma atrasado, vaporware (promessas não realizadas), obsessão pela propriedade intelectual... Coisinhas que caracterizam a MS agora estão virando norma na Apple. Junte-se a isso a mudança para a plataforma Intel e o tal Boot Camp (que permite a execução do Windows em Macs). Qual é a de Cupertino?

A Apple sempre se caracterizou por inovação e por oferecer soluções completas (Máquina + SO proprietário, iPod + iTunes...). Quando deixa de atender expectativas, abre flancos. Ok, a Apple quer aumentar o número de clientes. Mas o preço é se transformar numa cópia da MS? Se sim, ela falhará. O mundo não tem espaço para duas microsofts. Enquanto isso...

A Peãozada se Move (com passos de cágado)

Com a família Ubuntu com algumas posições de vantagem. Mas as outras distribuições Linux, principalmente Red Hat e OpenSuse, também seguem abrindo seu espaço e aumentando o faturamento. No entanto, ao contrário de MS e Apple, ninguém no universo do Software Livre sinaliza com uma nova estratégia. Ok, Dell, Lenovo e HP abriram seus olhos para o Ubuntu. Mas estão só pegando carona na onda - não estão desenvolvendo novos modelos de negócio. Aliás, pecam até na hora de colocar preço nos brinquedinhos. Uma pena.

Pior ainda é a sensação de que nenhum outro mercado surgiu em torno do mundo Linux, particularmente do Ubuntu. Cadê as ofertas de cursos, cadê as empresas de serviços?

Cada visitante que recebo aqui em casa se transforma num novo usuário do Kubuntu. Ninguém resiste. O último, que pintou por aqui no feriadão, foi o Zacha. Na terça ele já estava com o Kubuntu instalado. E olha que o cara morre de amores pela MS. Se o produto tem todo esse potencial, ele se vende, por que não tem mais gente tirando proveito? Realmente não dá para entender.

Assim como não dá pra adivinhar como estará o mercado em 2 ou 3 anos. Só tenho uma certeza: se eu continuar entortando assim, viro um "e".

Quem Paga a Dolorosa?

18 outubro 2007

De novo o papo sobre Alinhamento Estratégico.

Vou poupar energia. Artigo e comerciais estão no finito.

Blog Action Day

15 outubro 2007

Bloggers Unite - Blog Action Day


De acordo com as orientações dos organizadores do Blog Action Day, eu deveria falar de TI e meio-ambiente. Pintou até uma dica interessante, que confirmei em minha última conta de luz: monitores LCD geram uma economia danada de energia. Relevante? Claro que sim. Como usuário do Kubuntu, talvez eu devesse registrar o quanto ele é econômico quando comparado aos Windows. Todo mínimo ganho é relevante. Mas acho que muita gente vai falar sobre isso. E eu detesto chover no molhado. E por falar em chuva...

Há tempos não cai água "pra valer" por aqui. É triste ver nossos rios (Verde e Sapucaí) tão vazios. É triste ver nosso mar (Furnas) tão vazio. Mas eu não queria falar do aquecimento e seus dramáticos efeitos. Muita gente falará sobre ele. E eu?..

Talvez eu só devesse recuperar aquele post de um bueiro da Paulista que reclama do lixo que engole diariamente. Mas estaria só confirmando minha falta de inspiração para esse dia que, sabe-se lá porque, foi escolhido como o Blog Action Day. Action!! Ação requer mais do que texto, né? Mas vou fazer o quê?

Hoje também é o Dia dos Professores. E Dia do Educador Ambiental! Uai, não são a mesma coisa? Todo professor, seja de matemática, português, química ou física não deveria ser também um Educador Ambiental? Deveria...

Sou de um tempo em que os professores (de alunos de 10 anos!) fumavam nas salas de aula. Chegavam lá com seus cinzeirinhos e fumavam uns 3 cigarros por aula (de 50 minutos). Absurdo? Na época não parecia.

Hoje muitos acham normais as sacolinhas de plástico; o lixo pequeno jogado nas ruas; os carros desregulados cuspindo fumaça preta; as baterias de celulares e laptops - o não aproveitamento de todo o lixo "tecnológico" que geramos; as diversas impressões supérfluas que fazemos diariamente - em papel comum; monitores, fontes e sistemas operacionais que consomem muita energia... Tudo parece normal.

Quem sabe, daqui uns 10 ou 20 anos, a gente ache tudo isso um absurdo.

Mas absurdo mesmo é não ter inspiração para falar ou agir neste 15/out.


ps: Um diabinho saltita no ombro direito: Paulo Autran... professores fumantes... pq vc não pára de queimar Marlboros, cara-pálida?

O Ballmer falou, o Ballmer avisou:

On the other hand, I'd also tell you the following is true. All... I would love to see all Open Source innovation happen on top of Windows. So we've done a lot to encourage, for example, the team building, PHP, the team building, many of the other Open Source components, I'd love to see those sorts of innovations proceed very successfully on top of Windows.


Ballmer está numa encruzilhada. Parece até aquela cena empoeirada de "Crossroads" (bom e didático filme sobre blues, apesar do Vai). A diferença é que o indeciso é o próprio Demo. Ele detesta todos esses bobinhos que, aparentemente, fazem tudo "de graça". Até graça. Mas...

"eu gostaria de ver toda aquela inovação acontecendo sobre o Windows."

Duas falhas grotescas: acontece muita coisa 'open source' no universo Windows. Se ele tivesse tempo de fazer algumas buscas no Sourceforge, por exemplo, perceberia isso. Se ele conhecesse o Castle Project e outros tantos...

Mas não. Parece que ele fica um tempão brincando com o Adept, instalando aquelas milhares de aplicações que nascem no mundo Linux. Não deveria ficar muito preocupado. Até o Amarok está ganhando uma versão Windows... Apesar do Ballmer:

"A gente se esforça muito para encorajar isso..."

Ballmershit! Não se encoraja ninguém com ameaças. Ele jogou três distribuições Linux no seu jogo, Novell, Xandros e outra qq. Pronto. Não conseguiu mais nenhuma. Então faz ameaças diretas contra o Chapeuzinho Vermelho. Velha tática, velho erro: nunca mostra quais são as patentes "surrupiadas". Não importa. Importa é o medo que ele gera. O terrível Demo.

Toda vez que ele fala, gera uma corrida danada no depto de Relações Públicas da MS. Não adianta. O estrago foi feito.

Estrago que se reflete em Redmond e em todo o ecossistema de parceiros da MS: as inovações do universo do Software Livre são melhores? Nós sabemos que são, mas o Ballmer não pode falar isso. Desanima até seu exército! É como o Leão, no Palmeiras, falando que seu time era "nota 5". Gol contra.

A MS é tão massancrante que aquela empresinha que faz o grande "Halo" caiu fora. Algo como "a gente inova melhor aqui de fora. Muito obrigado. Obrigado pela graninha."

Último erro: Ballmer usou um palco europeu para destilar suas últimas shitagens. Esqueceu que a MS não anda muito bem por lá.

Mas a culpa não é mais do Ballmer "Calheiros". Faz tempo que não é mais. É de quem o mantém lá.

Blog Action Day

10 outubro 2007

Bloggers Unite - Blog Action Day

Faltam só 5 dias.
9.236 blogs de todo o mundo já estão cadastrados.
E o seu?



Apesar do ceticismo e do capitalismo selvagem, o XO, o laptop da OLPC, está pronto. A linha de produção deve estar funcionando a todo vapor. As encomendas começam. Nos EUA, a partir de 11/nov, eles serão vendidos numa campanha bem legal: compre 1 e doe 1 para o "mundo em desenvolvimento". A mídia estadunidense, antes titubeante, agora "baba ovo". Seth Godin falou em comprar uns 5, para poder doar 5. Tudo bem?

Não! O XO não foi feito para os EUA. Ele mira, principalmente, a criançada das esquinas do terceiro mundo. Não posso falar pelos outros países, mas parece que Pindorama, só pra variar, tá marcando passo.

No site oficial do projeto tem uma área para cadastro de voluntários. Quando você aceita os termos (hiper-coerentes, diga-se de passagem), você ganha um 'pop-up' todo em inglês... Será que eles esperam administrar isso de forma centralizada? Impossível. Nosso Guia (sorry Gaspari, surrupiado de novo!) disse que fez uma encomenda pequena porque não estamos preparados para o brinquedinho. E o que estamos fazendo? Perto de nada...

Será um erro danado deixar tudo nas costas do Governo Federal. Por mais que nosso ministro da Educação seja um cara bem intencionado. Fundações e ONG's, como a Amigos da Escola, por exemplo, deveriam se envolver. Posso estar enganado, mas a impressão é que falta tudo na localização do projeto. Tem um ou outro projeto piloto, e só.

Não podemos perder o momento. O que falta? Precisam de voluntários para treinar os professores? Pôxa, falem com a comunidade de TI. Eu garanto que encontrarão milhares de profissionais capacitados e com tesão para participar deste belo projeto. Quem venderá o brinquedinho num esquema idêntico àquele que será lançado nos EUA agora em novembro? Garanto que existem centenas de empresas interessadas. Quem tá criando conteúdo novo para o brinquedinho? Caramba, vocês estão vendo todo o movimento em torno da TV Digital (Ginga). Será que não sobre ninguém para o XO? Duvido...

Torço para estar enganado, mas a sensação é de uma inexplicável letargia. Educação é para ontem! E o projeto OLPC é a melhor coisa que aconteceu para a educação de crianças nos últimos 100 anos! Estamos esperando o quê?

graffiare #444

09 outubro 2007

Estou aqui para falar para vocês que não caio mais nessa armadilha. Se as gravadoras estão oferecendo seu conteúdo para que o Yahoo! coloque barreiras contra os usuários, eu não estou interessado. Faça o que você quiser com seu negócio, serei educado, agradecerei, mas não assino o acordo. Não deixarei o Yahoo! investir mais grana alguma em incoveniência para usuários.

...

Pessoalmente não tenho mais tempo e não aguento mais ver grana sendo torrada em tentativas de controlar, e não para construir valor para o usuário. A vida é curta. Eu quero é encantar os consumidores, não controlá-los.

- Ian Rogers (funcionário(!) do Yahoo!)

Semana passada, "eCommerce". Hoje, "Nova Economia". Não, não estou atravessando uma séria crise de "nostalgia mórbida". Nem tô aqui para ressuscitar "biz words". Mas alguns fatos e coincidências inspiraram este post. E o título.

Semana passada, em um grupo de discussão, uma pessoa reclamou a autoria de um treinamento que fora oferecido por outra pessoa. Mostrou as provas e, em seu pleno direito, solicitou a interrupção da divulgação daquele curso. "Pirataria" de conteúdo programático. Coisa feia, realmente. E bobinha, já que em tempos de Internet mentiras não têm mais pernas.

Já aconteceu comigo. Um "prestador de serviços" paulistano surrupiou integralmente uma apresentação minha e lançou como um curso próprio. Isso foi bem antes d'eu conhecer (e entender) as licenças Creative Commons. Fiquei chateado, claro, mas não reclamei como o colega do parágrafo acima.


Foi antecipado para este último final de semana (5/out) o lançamento oficial de "Tropa de Elite". Recorde absoluto de bilheterias, no Rio e em Sampa. A justificativa para a antecipação foi a "pirataria", que ganhou proporções impressionantes (3 milhões de DVD's piratas, além de transmissões via GatoNet e até cineminhas improvisados em feiras). Apesar da pirataria, um recorde de bilheteria. Outra leitura: por causa da pirataria, o recorde de bilheteria. Uma variação do tal efeito "because", explorado por JP Rangaswami em seu "Confused of Calcutta".

Ontem mesmo, no Jornal da Cultura, pintou uma entrevista com um recordista de audiência no YouTube. Tupiniquim, é um diretor de curtas. Não conhecia o YouTube quando um curta seu parou por lá e fez tremendo sucesso. Sua primeira reação? "É pirataria!". Hoje ele usa o YouTube (em suas palavras, "mais poderoso que qualquer canal de televisão"), para divulgar seu trabalho. Praticamente de graça! Mas a questão não é essa, e sim os 40 milhões de pessoas que puderam conhecer seu trabalho. Quando ele conseguiria isso nas mídias tradicionais? (Leia-se TV's e cinema).

Mesmo que exemplos pipoquem diariamente, ainda predomina o raciocínio da "proteção doentia de propriedade intelectual". Uma lógica que gera aberrações como DRM e afins. Nos exemplos acima todos estão ganhando dinheiro. Aliás, provavelmente estão fazendo mais dinheiro do que fariam sem a tal "pirataria".

Ou seja, não tem nada de "papo de comunista" aqui não. Estamos falando de um novo Capitalismo. Que, ao que tudo indica, é mais inteligente que sua versão anterior. Sendo prático:

Nosso colega do 2º parágrafo, por exemplo, perdeu a chance de vender seu curso. Direta ou indiretamente. Caramba, se ele montou um conteúdo tão legal, por que não vendê-lo ou licenciá-lo? Colocando de outra forma: o que ele ganhou com o "fechamento" do conteúdo? Nadica de nada...


"Os ativos intelectuais, ao contrário dos ativos físicos, aumentam de valor com o uso."
– James Brian Quinn

Graffiti (jan/2005): "A mesma lógica levará a MicroStrategy prá bocarra da IBM. DB2, Oracle e SQL Server falam que são boas plataformas para BI. Mas nenhuma oferece a riqueza de recursos presentes nos produtos da MicroStrategy (a melhor), BO e Cognos. BI tá na lista de prioridades de muita gente. Tem um mercadão aí, principalmente de serviços. Não estranharei se na sequência do movimento da IBM a BO parar na mão da Oracle e o Cognos virar uma oferta MS. Ou algo parecido."

ZDNet (out/2007): "SAP took a page out of Oracle’s grow-by-consolidation playbook in acquiring business intelligence leader Business Objects for $6.8 billion (42 Euros per share). SAP CEO Henning Kagermann positioned the acquisition as part of his company’s strategy to rapidly grow its customer base. SAP wants to have 100,000 customers by 2010, more than doubling from its current base of about 41,200."

Eu pareço o coitado Finazzi (do Timão). Raramente recebe um passe que presta. Quando recebe, chuta fora. Nas raras vezes que acerta o gol, o juiz anula... assim não dá.

Mas desta vez não passei muito longe não. Ainda mais se levar em consideração a "proximidade" da Oracle com a SAP. Minha sorte é o uso doentio da "saída estratégica pelo centro", também conhecida como "a arte de caetanear". Saca só a forma como encerrei o parágrafo lá em cima: "Ou algo parecido"... hehehe...

É que minha bola de cristal líquido tem baixa resolução.
E meu pé esquerdo é torto mesmo...

graffiare #443

06 outubro 2007





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O Vista atrasou uns 3 anos. O Leopard (Mac OS X) está com meses de atraso. Enquanto isso, a família Ubuntu segue cumprindo religiosamente seus cronogramas. A cada 6 meses uma nova edição. Simples assim. Transparente assim. Provocador assim: com contagem regressiva!

Vira e mexe, Gartner e afin$ fazem pesquisas com CIO's com perguntas tipo: "quais suas prioridades para o próximo ano?". Vira e mexe, pinta no Top 5 a paroletion de hoje: "Alinhamento Estratégico". O termo ainda não está "formalizado" na Wikipedia, mas tem um trechinho lá que diz mais ou menos o seguinte:

"a estrutura do negócio e TI se 'encaixam' na estratégia do negócio. Quando há alinhamento, a empresa 'ganha' vantagem competitiva e aumenta sua performance".


A presença teimosa do termo na lista de prioridades dos CIO's gerou um óbvio efeito colateral: ondas e produtos (que surfam nas ondas) passaram a prometer a realização do tal "Alinhamento Estratégico". SOA, BPM, BI, ITIL e tudo o que gira em torno (ou dentro) das maravilhosas siglas, como num truque de Houdini, fariam TI colar no negócio. A amarração seria tão perfeita que, a olho nu, não daria para distinguir um do outro. Ah, o que seria do mundo (de TI) se não fossem os inspirados press-releases...

Se você trabalha em TI ou se relaciona com ela de alguma forma, por favor, faça o seguinte teste:
  • Você conhece os objetivos de negócio do seu projeto atual?
  • Por favor, não me venha com bullshitagens genéricas do tipo "vender mais" ou "cortar custos". Requisitos ambíguos só funcionam no mundo da auto-ajuda e dos safados prestadores de serviços safados.
    Vender quanto a mais? Economizar quanto? Acelerar quanto?
  • Ah, você é só um programador e não tem que se preocupar com isso? Não? Você curte projetos falhos em seu currículo?
  • Atrasos e estouros no orçamento não são nada. A pior falha em um projeto acontece quando ele não realiza os objetivos do negócio. Então, quais objetivos de negócio seu projeto deve atender?
91,43% dos profissionais de TI não sabem dizer. Geralmente conhecem os requisitos genéricos, mas só como 'curiosidade'. Não raro, na solicitação de um projeto, CIO e time saem correndo para ver o que precisam comprar. Olham seus requisitos de infra, pessoal etc. Ocupam-se 80% do tempo com seus próprios requisitos, ignorando aqueles que justificam e pagam o projeto.

Portanto, não causa espanto o fato de 70% dos CEO's (os "donos" do negócio) reclamarem que TI é uma "caixa preta". Seguirá assim, independente das promessas das soa's, bpm's, bi's, itil's e afin$. O problema é cultural. E não se muda cultura com caixinhas novas.

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Dicas & Referências

Dois livros bem diferentes tratam da busca por Alinhamento Estratégico. Enterprise Architecture as Strategy é mais técnico. Dois de seus autores são do MIT Sloan Center for Information Systems Research. Trata arquitetura de TI de maneira mais específica, sugerindo inclusive 4 níveis de maturidade (a saber: Business Silos, Standardized Technology, Opimized Core e Business Modularity). Indicado para CIO's, arquitetos e analistas. Contra-indicado para escovadores de bits e afins. Como no trabalho de Kaplan e Norton, em "Mapas Estratégicos", este livro analisa investimentos de TI dependendo do nível de maturidade da arquitetura. Dele eu surrupiei o conceito de modelos operacionais, tentei combinar com as 'proposições de valor' de Kaplan e Norton e publiquei um breve artigo (um estudo mais detalhado pintará no meu livro - mas esta é outra história). Só um "porém": os diagramas sugeridos são fraquinhos. Reinventaram (mal) a roda. Mas o livro é coisa fina, bem estudada e publicada pela Harvard Business School Press em 2006. Merecerá uma edição em pt-br? Deveria. Assim como o próximo título, da Wiley.

Align IT, de Richard Wyatt-Haines, é um livro mais "leve" (se comparado ao anterior). Trata de questões culturais, sociológicas e psicológicas do alinhamento, complementando o livro anterior que, como eu disse, pega mais na Arquitetura Corporativa. Tem uma forma legal de tratar todos os temas. Sempre os divide em três seções: Touching, Looking e Doing. A primeira apresenta o mundo como é visto pela patota do negócio. A segunda conta histórias e estudos de caso. E Doing trata das ações que o CIO e o departamento de TI devem disparar em busca do tal Alinhamento. É um livro legal, fácil de ler e muito útil. Deveria estar na mesa (e na cabeceira) de todo CIO, gerente de TI e similares.

Mas alinhamento é algo que se conquista de cima para baixo, por decreto? Claro que não. Então seguem aqui duas dicas específicas para analistas (de Negócios ou Sistemas), coordenadores de projetos, desenvolvedores e afins. Acontecerá no dia 7/nov, em São Paulo, a 4ª edição do Workshop "Formação de Analistas de Negócios". No departamento e particularmente em equipes de projetos, o Analista de Negócios é o primeiro cara na busca do alinhamento. As duas grandes partes deste trabalho, Modelagem de Negócios e Engenharia de Requisitos, começam a merecer eventos específicos. O primeiro agendado é um workshop sobre Engenharia de Requisitos, agendado para 13/nov, também em Sampa. Mais detalhes, outras datas e praças estão no finito.

Minhas instalações do Kubuntu Feisty Fawn (7.04) são novíssimas - ambas para o amd64. Como já cansei de falar, voam baixo. Com 512mb ou 1gb de RAM, ainda não conheci seu limite. Chego a ter mais de 10 aplicações abertas simultaneamente - algo como: EPF Composer, Firefox, OpenOffice, Amarok, Gimp... ou seja, só coisa muito pesada mesmo. Ah, e eu não sei mais trabalhar sem o Beryl. Mas as máquinas parecem funcionar "com um pé nas costas". Show! Mas tem uma coisinha estranha acontecendo.



É a segunda vez em pouco mais de um mês que sai uma atualização do OpenOffice. Saca só: 73 mb de download! Ou seja, uns 150mb em pouquíssimo tempo. Não busquei o site oficial para entender os updates. Mas o que justificaria uma atualização total da suite? O pior é que, na atualização anterior, não consegui notar nada de diferente. Ou seja, os caras devem estar corrigindo bugs e afins. Estranho, muito estranho.

Vou dar um chute, considerando todas as atualizações do Kubuntu: se alguém instalar hoje a versão original (7.04), terá que baixar algo entre 200mb e 300mb para ter a máquina up-to-date. É muita coisa.

Bom, mas pelo menos o processo é transparente e totalmente administrável pelo usuário. Não tem coisinhas escondidas nem bugs em cascata como ocorre em outras plataformas.

Sites de relacionamento já deram no saco (sorry). É muita coisa para administrar. Deixei o Orkut em quarto plano. Só não cometo o tal 'orkutcídio' porque tenho informações valiosas lá. Os aniversários de meus contatos, por exemplo. Como o iGoogle traz os lembretes, só acesso o Orkut quando recebo algum scrap. Caso contrário, ele vive no limbo. O Orkut tem um defeito de nascença, uma falha arquitetônica gravíssima em tempos de Web 2.0: não é extensível. Aliás, ele não é uma PLATAFORMA.

O Flickr é só um brinquedinho ocasional. Raramente deposito lá algumas fotos. Aliás, raramente tiro fotos. Mas ele me serve muito como fornecedor de matéria-prima. Sua seção de fotos Creative Commons é imbatível. E como o pessoal "tagueia" legal por lá, é relativamente fácil achar belas fotos com uso liberado.

É engraçado, mas raramente vejo alguém utilizar o Del.icio.us como um site de relacionamentos. Eu mesmo vivo esquecendo desta possibilidade. Mas acho que a falha é do Yahoo. Eles não sabem tirar proveito legal da combinação Portal (personalizável), Flickr e Delicious (acho que agora o nome é este).

Tem outro que uso (muito! - 16.500 faixas desde mai/06) mas não tenho nenhum "contato": a Last.fm. É fantástico e nada intrusivo. Ele "loga" tudo que ouço. E abastece dois dos meus blogs, além do meu novo (quase) vício: o Facebook.



Estou lá há poucas semanas. Aos poucos ele me forçou a acessá-lo, pelo menos, uma vez por dia. Ainda tenho só 14 contatos (sou um cara muito carente... pouquíssimas amizades.. :) hehe.. Mas não entendi porque ainda não aconteceu uma corrida louca do Orkut para ele. Será que é pq não está em português? Hehe.. tem gente gostando da "restrição". Mas o Facebook não corre o risco de virar um desfile de bullshitagens e spams. Ele tem umas travas legais. Tanto que o Mini-Microsoft teve que sair de lá (não pode ser anônimo nem atacar uma pessoa, grupo ou empresa). Ops.. será que corro risco? Não.. uso só o Graffiti para destilar pinga-venenosa... O Facebook tem outros fins.

Mas quais serão? Acho difícil ele alcançar o nível "profissa" do LinkedIn. Aliás, por falar nele, não entendi como nenhum grandão ainda não o comeu. O LinkedIn é ótimo para relacionamentos com fin$.

Mas o Facebook também pode virar. Afinal, ao contrário do Orkut, ele é uma PLATAFORMA. Pra lá de extensível. Todo dia pinta uma nova aplicação, desenvolvida por terceiros. Ou seja, o Facebook pode virar tudo. Ok, 95% das aplicações são bullshitagenzinhas. Mas nada impede usos mais sérios que um jogo de poker ou um SuperHiperWall. Aliás, adorei os "walls". O Graffiti merecia um, hehe..

Minhas músicas da Last.fm já pintam direto no Facebook. Posso gerenciar fotos e vídeos. Posso criar grupos pessoais e profissionais. Posso divulgar eventos e afin$. Resumindo: o Facebook pode matar os serviços "fechados" (como Orkut e equivalentes, mesmo os tupiniquins) e iniciar uma nova época do darwinismo digital. Ia ser uma boa. Porque é muito trampo administrar tanto site de relacionamento. Para um "carente" de contatos então, é uma relação "custo x benefício" que não se justifica...

Ops.. 20h30.. hora de pintar n'outro site de relacionamentos: no boteco da esquina. Pra ver Mengo x Bambi's...

Never mind the buy 1 give 1 (a great idea). Don't wait until November when you can directly buy laptops for kids right here: One Laptop Per Child -- XO Giving. I just bought five. (Hit the Donate button).

This is a story about tools and bravery and marketing.

The tools: when you give a kid a net connection, access to wikipedia and to the rest of the world, things change fast. Things you wouldn't necessarily predict. Like a ten year old who can diagnose his dad's illness. Or a farmer that can ask his daughter to find out where to get a new part for the tractor. Or...

The bravery: When Nicholas Negroponte and his team started this project, they had nothing but obstacles. The status quo of software and hardware and skeptics stood firmly in his way. And he took a lot of grief for the effort. Even when you're doing nothing but good, fear of change is going to cause a lot of people to object.

The marketing: Everything, even laptops for kids, works its way through the innovation diffusion curve. That means that most countries, most organizations and most communities aren't going to adopt this tool for a few years. It doesn't matter if it's perfect... these things take time. Smart marketing embraces the curve and doesn't insist that it must change for this project, right now.

One kid (or five kids) at a time. It's enough. It'll happen.

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Surrupiado integralmente do Seth Godin. Tudo menos a foto.

Como eu disse no último post lá no finito, começo agora o último sprint do processo de redação do livro "É o Negócio, Beócio!". De acordo com o cronograma, no dia 31/dez entrego os originais para a gráfica. Como previsto, preciso aumentar o número de stakeholders-colaboradores. Por isso a agenda de eventos ganha outras datas, novas praças e novos formatos.

Para o dia 7 de novembro (quarta-feira) está programada a 4ª edição do FAN - Formação de Analistas de Negócios - em seu formato tradicional. Quarta edição em Sampa, novamente no Centro de Convenções Pompéia. Provavelmente será a última turma do ano em terras paulistas.

A turma da região Sul terá outra oportunidade. A Innovit promoverá uma turma do FAN em Floripa-SC, no dia 5 de dezembro (quarta-feira). Provavelmente o workshop será encaixado em um evento maior. Com desconto para a estudantada e tudo o mais. Em breve divulgo maiores detalhes.

Antes dele, brotará em Sampa o primeiro filhote do FAN: um workshop sobre Engenharia de Requisitos, também promovido pela Tempo Real Eventos. Está agendado para o dia 13 de novembro (terça-feira), no Centro de Convenções Pompéia.

Engenharia de Requisitos ocupa 50% do material de Formação de Analistas de Negócios. Mereceu um workshop exclusivo para que a disciplina seja explorada com maior profundidade (uma antiga solicitação). Será repleto de exercícios de desenvolvimento e gerenciamento de requisitos. Simulações de entrevistas, workshops e sessões de brainstorming estão previstas. A confecção de casos de uso e documentos auxiliares também. Os participantes terão a chance de usar vários "bonés" durante o evento: Analistas de Negócios (claro!), usuários, desenvolvedores, coordenadores... O workshop deve ser encerrado com a elaboração de um belo, memorável, objetivo e "vendedor" Documento de Visão.

Mas a parte prática da outra metade do FAN, a Análise e Modelagem de Negócios, não foi esquecida. Ainda em novembro, também em Sampa, acontecerá um treinamento de 35 horas (!). Imersão total nesta disciplina que é tão negligenciada em projetos. Maiores detalhes sobre o treinamento eu divulgarei em breve. Mas anote aí na agenda: será em novembro (apesar dos 3 feriados!).

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Apesar da agenda meio lotada, segue disponível a oferta de levar qualquer variação dos eventos acima para escolas, faculdades e universidades. Vascão* (ou seja: na faixa, grátis, zero800...). Quem se interessar, por favor, fale comigo.

* Depende da localidade e de não causar nenhum tipo de prejuízo para outros profissionais ou empresas.

eCommerce

03 outubro 2007

Em três anos e meio de Graffiti, acho que é a primeira vez que uso o termo eCommerce. Será que sua sensação é a mesma que tive? O termo envelheceu: decrepitude acelerada. Resultado de seu uso abusivo. Ficou gasto.

No meio daquele 'boom' eu mergulhava em referências. Ainda guardo aqui algumas relíquias como "Clientes.com", da Patricia Seybold, "Loyalty.com", de Frederick Newell e "Cyber Rules", do Tom Siebel. Fora uma série de artigos sobre "a nova era dos negócios". Tudo envelheceu. Tudo menos o "Cluetrain Manifesto".


Acabei de dar uma olhada em "Fast Forward", uma compilação de artigos que tem a intenção de ensinar como lidar com as "constantes mudanças". A publicação começa lembrando que já temos mais de uma década de "Internet comercial". É voltado para design, da forma mais ampla possível. Então discute hábitos de consumo, tecnologia, consumidores-produtores de conteúdo e um tanto de etc.

Cumprirá sua promessa (de nos ensinar a lidar com as mudanças)? O tempo dirá. É mais fácil ele figurar, daqui uns 5 anos, no meio daquela listinha de livros que citei ali em cima. De qualquer maneira, é leitura obrigatória para todos interessados na Web, marketing, consumo e lucros.

Surrupiei o gráfico acima por causa da provocação: quando pesquisando um produto, quem te influencia mais? Saca só o gráfico! Dá pra fazer uma tese só com ele: experts (21%), iguais (55%).

E o Estadão (expert pra c******) jogando ovos e tomates.. hehe.

Ele atende pelo nome de Alexandre Cruz e é presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade. Para nossa tristeza (de todos que gostariam de ver um combate inteligente contra a pirataria e ilegalidade), o Sr Alexandre se provou um tipo de DRM. Um tipo de carne e osso. Um Digital Rights Manager. Que, como na versão software, só sabe dar tiro no pé. E quantos tiros!

Não gosto muito do papo do Jô Soares, mas no tema pirataria ele deu show. Algo como: "Você não acha que software custa caro demais?". Sr Alexandre "DRM" Cruz sempre dizia: "Sim, mas..." Jô repetiu a pergunta (no programa de ontem, 01/out) umas três vezes. "Sim, mas..."

"Mas" o que, cara pálida?

Coitado, o "DRM" Cruz carregou uma cruz que não é dele. E foi bombardeado.

Jô: "Aqueles avisos que aparecem antes do filme, em DVD's, falam em cadeia. O pior é que a gente não consegue nem avançar.. pular aqueles avisos..."

Cruz: "Sim, mas...". Aí ele caiu na besteira de lembrar que existe uma coisa chamada "fair use". Lembrou que a gente pode, SIM, copiar um DVD nosso. Para fins de backup. Lógico que o Jô lembrou que nada disso vem escrito naqueles maravilhosos e irritantes dizeres que abrem todos os DVD's e aparecem assinados pelo FBI. "Sim, mas..."

Ainda no tópico DVD's, Jô aproveitou para dizer que as propagandas anti-pirataria são uma idiotice. Não usou a palavra, mas disse isso. Comparando copiadores com ladrões de carros.. A pior é daquele molequinho que colou na prova e disse que era "pirata". Campanha emburrecedora, nada esclarecedora e inútil.

Mas o Sr Cruz insistia em dizer que o problema da pirataria é uma questão de "desconhecimento". Concordo. Mas não do público. O público sabe o que é pirataria e conhece os "contras". Trata-se de desconhecimento (ou "teimosia burra" mesmo) da indústria. É o preço, cara pálida! É o preço!!

Cruz "DRM" confessou não saber nada sobre software e puxou o papo para outro lado. Falou dos riscos dos brinquedos chineses!??! Céus! Será que ele falou que Mattel, Estrela e afins são piratas?

Enrolado em sua falta de informação, restou ao "DRM" Cruz criticar a "carga tributária".

Ou seja, no final da história, pirataria é 100% culpa dos outros. De quem compra. Quem produz. Quem governa. As empresas de produtos "oficiais", como deusas intocáveis, não têm culpa nenhuma.

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A entrevista anterior foi com José Padilha, diretor do "popular" e "polêmico" "Tropa de Elite". Saca só esse link aí para a Wikipedia. Lá consta que o filme foi lançado no dia 24/ago. Padilha disse que o lançamento nacional acontecerá no próximo dia 12/out! Padilha também disse que estima que cerca de 3 milhões de cariocas já viram o filme. Inclusive em "cinemas piratas" e na GatoNet. Ou seja, o filme já passou até na televisão!!

É um caso diferente de pirataria. Alguém roubou uma cópia intermediária do filme. Como naquelas gravações "oficiais" da polícia carioca, há muita "curiosidade" em torno do tema. Daí o barulho todo. Padilha tem medo de perder público? Que bobeira... um filme nunca teve tanta divulgação gratuita. Só não vai no cinema quem não pode pagar R$ 15 pelo ingresso. O cara não vai deixar de ir só porque viu uma cópia mal feita de uma montagem intermediária.

Se o Padilha fosse um diretor moderno como o Steven Sorderbergh, por exemplo, ele lançaria simultaneamente um DVD duplo recheado de extras. Não no dia 12/out, mas logo após o "roubo". Coitado do Padilha. É o tipo de decisão que não depende dele. Depende daquelas grandes empresas que não entendem nada de público. De freguês.

Engraçado: ontem mesmo, um pouco antes do Jô, no Jornal da Globo, a Pelajo mostrou (com uma dose de espanto) o lançamento do novo disco do Radiohead: modelo parecido com o de um restaurante daqui de Minas: você paga o quanto acha que o produto/serviço merece. Se achar que não vale nada, pode baixar as músicas de graça.

"Cruz Credo", né Cruz? Quanta gente desinformada, não acha?

graffiare #442

01 outubro 2007

"How many billions has the industry spent on DRM schemes that the bad guys break in weeks? How many perfectly legitimate users has the industry annoyed and driven away? How many lost DVD sales has it caused? How many lost sales of Microsoft's Media Center software and Windows Vista has it caused because the DRM subsystem randomly decides that you must be a criminal?"

- Jesper Johansson (ex-funcionário da MS)

Uma cara tá bem documentada no Flashback do mês. Desatualizada? Então saca só um trecho de um anúncio de um evento tupiniquim sobre SOA:

Em um mercado feito de buzzwords, a palavra da vez é SOA. Nos últimos anos, a popularidade da arquitetura orientada a serviços cresceu dramaticamente e as taxas de adoção também vêm aumentando significativamente. Localização geográfica, porte ou segmento de atuação não interferem, todos querem SOA.


Os negritos não são meus!

A cara tupiniquim tá com uns 2 anos de atraso. Cágados míopes e mancos? Pode ser. Resta torcer para que não repitam o caminho que o Zapthink acaba de comentar em "Who's Killing SOA?". Saca só o trechinho sobre CIO's:

You'd think that every CIO would be all over SOA. After all SOA can reduce integration cost, increase business visibility and agility, increase asset reuse, and ease regulatory compliance. What's not to love? For any organization that faces any or all of these problems, SOA is a no-brainer. And yet, the CIO is rarely the SOA champion for the IT organization.

The reasons for this lack of insight are many and varied. Many CIOs are nontechnical, and as a result don't understand, and often fear, architecture of any kind. Others are so driven by quarterly results that a long-term, iterative initiative like enterprise SOA is out of the question. Still others insist on project-based IT funding to meet the needs of individual lines of business, a funding mechanism virtually guaranteed to slow down any initiative that seeks to reuse assets across the IT organization the way that SOA encourages.

Fortunately, you can recognize clueful CIOs because they understand the business value SOA can provide, they are willing to fund initial SOA iterations, and as the IT organization delivers value with those early projects, the CIO authorizes more of the same. Unfortunately, however, such executives are few and far between.



Enquanto a outra cara falou que "não há espaço para profissional (CIO) eminentemente técnico", saca só o trecho com negrito (meu).

Da série Flashback (ou "Graffiti - Ano III").

Esse negócio de previsões, particularmente no mundo de TI, é muito bom. Principalmente pq parece que ninguém cobra suas realizações. Então tem empresa aí que vive de "chutes". Renova-os diariamente, sem que ninguém se preocupe em validar a "pontaria".

Em outubro de 2004, no Gartner Symposium, disseram que SOA atingiria "massa crítica" em 2007. Meu comentário só teve uma palavrinha: "Exagero". Mas eu juro que não esperava ter que usar o binômio "cágado míope" para criticar a lenta adoção daquela proposta.

Na mesma época a InfoCorporate falou sobre BI e BPM. Em sua tradicional linha "jabá-quase-sem-querer" ou "engana-que-cio-gosta":

"O amadurecimento do BI e a chegada do BPM vão se tornar a mais nova aposta do mercado para conseguir justificar os investimentos em TI e fazer a tecnologia, finalmente, falar a língua dos negócios. Não é exagero dizer que o BI e o BPM devem se transformar quase em redentores dos CIO's, uma vez que prometem aumentar a performance operacional enquanto maximizam o valor dos sistemas já existentes nas empresas."

Saca só o trechinho em itálico. Ainda hoje, 3 anos depois, não consigo segurar a gargalhada. Redentores de CIO's?!? É o fim. Ou melhor, deveria ser.

Mas, como coerência e pontaria são raríssimas em nossa área, também em outubro de 2004 rolou o seguinte papo (na mesma InfoCorporate*):

  1. O depto de TI como o conhecemos deixará de existir;
  2. Infraestrutura de TI é commodity;
  3. TI deixa de ser área de suporte aos usuários;
  4. Não há mais espaço para profissional eminentemente técnico; e
  5. Ou o CIO torna-se um "executivo de processos de negócios" ou segue gerenciando ativos de TI, tornando-se, assim, um ser em extinção.
1.095 dias depois, o que mudou?

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* Uma coisa mudou: parei de ler a InfoCorporate...