Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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graffiare #452

31 março 2008

A coisa mais comum para o desenvolvedor de sistemas no Brasil é viver entre consultorias, você fica um pouco em uma, recebe uma proposta melhor, vai para outra, tira um certificado, volta pra anterior, quer ganhar mais, muda de novo. Sair deste ciclo não é fácil, exige sorte e/ou muita vontade.

- Philip "Shoes" Calçado (Fragmental).

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Um dia, num boteco com alguns colegas, eu disse que meu sonho era uma equipe com "turn-over de garçom". No meio das gargalhadas expliquei que já vi garção com uns 40 anos de casa! Eu sei, é exagero. Trocar de ares, de quando em vez, faz bem - oxigena. Mas o que a gente vê em nossa área é absurdo.

Sorte que, como diz o Shoes, há sinais de mudança. Se aquelas empresas (que ele chama de "três letras") não reverem logo suas políticas de RH, logo enfrentarão uma inédita e contundente "crise de talentos".

O tema me incomoda há tempos. Acho que desde que uma patroa achou que a solução para todos os seus problemas era a contratação de um farsante motivacional. Desde lá comecei a prestar atenção na franca e constante evolução dessa indústria - a indústria da Motivação.

Claro, na incansável busca por oceanos azuis, nem todos gurus motivacionais se apresentam assim. Inovam. E se apresentam como revolucionários da arte da gestão de empresas, mestres em montagem de equipes invencíveis, mágicos-cantores-roedores dos queijos dos outros, ultra-especialistas no número 7 e consumidores ávidos de livros de auto-ajuda: bebem na fonte. Embebedam-se... Amam Tom Peters, mesmo que não entendam lhufas daquele papo de "(re)imagine all the people...". Quando perdidos, acham-se na sabedoria de Deepaks e afin$. E vendem seus achados, claro.

Houve um tempo em que o nicho era ocupado exclusivamente por psicólogos, filósofos desempregados e picaretas. Há quem diga que todos são picaretas. Acho que 1/2 dúzia se safa. Mas esses gatos pingados perderam seu espaço quando super-técnicos, apresentadores de tv, big brothers e políticos descobriram que esse negócio de "fazer palestras" dá uma grana boa pra c*****. Depois de uma matéria que mereceu capa na Folha de ontem, os gatos pingados resolverão reabrir seus consultórios. E tratar de loucos curáveis e depressivos incuráveis. É que a Folha disse que a última moda desse rico mercado é contratar policiais do BOPE. Isso mesmo, a "Tropa de Elite" invade empresas.

Banners com o "caveirão" servem para cuspir palavras de ordem como "missão dada é missão cumprida". É o fim do mundo... Na matéria descobrimos que 2 funcionários d'uma distinta empresa "pediram para sair" logo após uma palestra-treinamento. Eu os contrataria. Ainda mostram sinais de lucidez.

Se a onda toda ficasse limitada a um ou dois eventos anuais, servindo mais como entretenimento do que qq outra coisa, tudo bem. Mas não é o caso. A infantilização e idiotização se espalham como o mosquito da dengue no Rio. Numa multinacional, por exemplo, fizeram os candidatos a uma vaga se deitar no chão e formar a logomarca da empresa. Em outra empresa fizeram aquele exercício de soltar o corpo, de costas, para um colega pegar. Quem insiste neste exercício de "prova de confiança" não deve ter assistido "A Isca Perfeita". Mas, como explicar, assistiram "Tropa de Elite" e acharam que aquilo ali tem tudo a ver com suas empresas... É o fim do mundo. Deveriam ir direto para "Cães de Aluguel". Faria mais sentido.

Eu achava que a área de TI e de projetos era, de certa forma, imune. Claro, com exceção daquela ex-patroa que de TI não sacava nada. Achava... até pegar a última edição de uma das mais caras revistas de nossa área e ver, lá pelas tantas, um cara vendado, de quatro, criando ou descobrindo algo no chão. Era um treinamento de gerenciamento de projetos?!?! É o fim do mundo... pára ele que eu quero descer. Tô fora!

Mas seguirei torcendo para que a via não seja de mão-dupla. Traduzindo: torço para que os "nossos" palestrantes não sejam contratados pelo BOPE. A tropa de elite viraria um jardim da infância...

... No caso da indústria de software, a proteção [intelectual] é inimiga da diversidade e da inovação.

...

Os estudos sobre o assunto mostram que a proteção intelectual se provou desastrosa para a indústria de software por uma razão: esse não é propriamente um campo que vive de grandes descobertas, mas sim de uma série de pequenas inovações cujo mérito é justamente aprimorar o que já existe. Para dar vida a uma nova idéia, portanto, o inventor precisa necessariamente ter acesso livre ao que já existe. A imitação é um fator fundamental para a inovação, e as patentes se transformam em óbvios obstáculos. Depois da lei de proteção intelectual dos Estados Unidos, houve uma desaceleração no ritmo de evolução dos programas de computador. Liberar a pirataria, nesse caso específico, teria sido uma solução mais lucrativa para o país. Há ainda outras situações em que a lei de patentes no mundo tecnológico não chega a atrapalhar, mas em compensação não surte efeito algum - é apenas obsoleta e inútil.

...

Certas empresas na área de tecnologia já optam por não patentear seus inventos, porque eles estão se tornando ultrapassados da noite para o dia. Não compensa, portanto, enfrentar toda a burocracia por algo que logo se torna desprovido de valor. A discussão sobre patentes que faço aqui ajuda a reforçar a idéia de que a interferência do estado em algumas áreas parece vital, mas é, para o dizer o mínimo, desnecessária, quando não claramente prejudicial.

- Eric Maskin (Nobel de Economia em 2007, na Veja da Semana).



Em "A Sentinela" (The Sentinel), um conto, ele "inventou" os satélites. Em "2001: Uma Odisséia no Espaço", o livro que foi criado em paralelo com o grande filme de Kubrick, ele inventou HAL - o computador que ainda não conseguimos criar. Destaques de uma obra que tem mais de 70 livros, entre ficção e não ficção. Sir Arthur nos deixou hoje, aos 90 anos.

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Veremos em tudo quanto é canto: "o maior/melhor escritor de ficção-científica". Rótulo fácil e enganador. Esse negócio de "o maior", "o melhor" é coisa de simplificadores. Sir Arthur foi um dos grandes. Meu favorito continua sendo Philip K. Dick. O que não significa que era "o maior".
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Mas é impossível ignorar a obra de Sir Arthur. Para minha despedida, vou destacar só um pequeno detalhe.

Stanley Kubrick, que é para o cinema o que Beethoven é para a música, queria criar um divisor de águas quando resolveu fazer "2001". Até então, filmes de ficção-científica eram todos "B" (ou "C"..."Z"). Discos voadores e monstros intergaláticos eram a matéria prima de simpáticos engraçadinhos, como Ed Wood. Kubrick queria o conhecimento e a imaginação de Sir Arthur.

Sir Arthur sabia que "2001" poderia ser sua obra-prima. Não sei dizer - ninguém saberia - qual foi seu sentimento-motivação quando resolveu revisar e reescrever seu texto no set de filmagens. Gosto de pensar que foi a simples necessidade de ver (e tocar) tudo aquilo que, até então, estava só em sua imaginação.

Dois gênios, trabalhando em conjunto, criando o mesmo mundo e demonstrando-o em diferentes mídias. Torço para que, no mínimo, uma parte desta experiência esteja documentada no recém-lançado DVD especial de "2001". Para quem gosta de estudar *criatividade*, este evento é quase único em nossa história.

HAL, que ainda não nasceu, acaba de perder seu segundo pai. Em março de 2108 (ou 2099), quem sabe, ele estará organizando uma bela festa para Clarke e Kubrick. Não será só pós-IBM (como provoca seu nome), mas também pós-MS, pós-Apple... pós-todos que perderam a oportunidade de criar um computador mais humano. O computador que Sir Arthur imaginou.

[Merchan] Agenda finito

18 março 2008

Redundância e forçação (sic) de barra, eu sei. Mas o Google Analytics me contou que nem todos os visitantes deste Graffiti conhecem o finito. Então, claro, justifica-se o reclame.

A oficina "Engenharia de Requisitos" tem duas datas nas próximas semanas. Dia 28/mar (sex) ela acontece em Florianópolis. Organizada pela Innovit. Na semana seguinte, dia 3/abr (qui), tem a 3ª turma em São Paulo. Lá a organização é da Tempo Real Eventos.

Esta oficina (ou workshop, como queiram) é bastante dinâmica. Metade do evento (de 7hs) é composta de exercícios práticos, em grupo. Treinamos o desenvolvimento de requisitos, lançando mão de técnicas como entrevistas, sessões JAD (Joint Application Development) ou workshops, baterias de "torós de parpite" (também conhecidos como brainstorming), prototipação etc. Vemos também como a estruturação dos requisitos, sem burocracia, pode melhorar consideravelmente a execução e o gerenciamento de um projeto.

Para a execução dos exercícios os participantes recebem alguns notebooks especiais. Os notebooks finito:

Bloco para a Especificação de Casos de Uso.


Notebook especial para exercícios de prototipação.

Em maio, finalmente, o finito dará as caras no Rio de Janeiro. Mais precisamente no dia 28/mai (qua), no Guanabara Palace Hotel (Pres. Vargas). O evento de estréia será o FAN - Formação de Analistas de Negócios, que contempla as duas macro-disciplinas que formam o corpo de conhecimentos deste profissional: Análise e Modelagem de Negócios + Engenharia de Requisitos. A organização é da Tempo Real Eventos. Em breve falo mais sobre este evento.

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Lixo de Padrões de Lixo

17 março 2008

Joel Spolsky (JoelOnSoftware), acabou de publicar um excelente artigo sobre Padrões, IE(8), pragmáticos, idealistas e trotskyistas.

Google Maps no IE8. 80% dos sites não "funcionam" no novo browser.

Joel foi muito didático em seu texto, provando que a (tardia) promessa da MS (IE8 finalmente respeitará padrões!) só criará mais problemas. Para ela própria e claro, como sempre, para seus usuários. O texto é longo, mas vale cada frase. Aperitivo:

Almost every web site I visited with IE8 is broken in some way. Websites that use a lot of JavaScript are generally completely dead. A lot of pages simply have visual problems: things in the wrong place, popup menus that pop under, mysterious scrollbars in the middle. Some sites have more subtle problems: they look ok but as you go further you find that critical form won’t submit or leads to a blank page.

These are not web pages with errors. They are usually websites which were carefully constructed to conform to web standards. But IE 6 and IE 7 didn’t really conform to the specs, so these sites have little hacks in them that say, “on Internet Explorer… move this thing 17 pixels to the right to compensate for IE’s bug.”

And IE 8 is IE, but it no longer has the IE 7 bug where it moved that thing 17 pixels left of where it was supposed to be according to web standards. So now code that was written that was completely reasonable no longer works.

A MS pagará caro por não ter respeitado padrões desde sempre. O problema é que todos os seus usuários, como contribuintes, acabarão arcando com os custos. De novo!

It has become clear to me that SOA is not working in most organizations.
...
The techies just can’t sell SOA to the business. They have yet to demonstrate how all this infrastructure yields any business value.


- Anne Thomas Manes



Dona Anne confirma aquele que era meu maior temor quando publiquei meu primeiro estudo sobre SOA: TI colocando sua cara e morosa carroça na frente do mansobovino negócio. Como canta o Pearl Jam (em "Crazy Mary"), "That WHAT you fear the most, could meet you halfway".

Até quando TI seguirá, SISTEMATICAMENTE, matando boas novas?

No início do século a vítima foi CRM (Customer Relationship Management). Apesar de centenas de avisos, muitos saíram torrando tufa$ em ferramentinhas que meses antes eram só SFA (Sales Force Automation) ou só uma aplicação(zinha) de help-desk. Como li num lugar esquecido, "'animais' que foram marcados (a ferro) com a sigla da moda, CRM". Resultado: 80% de projetos fracassados.

Agora é SOA que pasta sem gerar a "energia" requerida pelo bovinomanso negócio. Começaram onde? Licenciando ESB's (Enterprise Service Bus), com certeza. E fingindo (ou pretendendo) que aquele amontoado de Web Services é sinônimo de arquitetura. Tsc, tsc...

Empresas sérias começarão a proibir que a área de TI tenha qualquer tipo de iniciativa. Mesmo que seja um happy-hour, amigo-oculto ou um churrasquinho no final de semana. É que começarão pelo orçamento e pelas ferramentas e tecnologias, esquecendo-se do essencial. Do negócio!

M&A Tupiniquim

11 março 2008

Logo que saiu aquela fusão de 'costureiros', há uns 2 meses, eu ameacei chorar aqui que nossa área merecia algo parecido. Na verdade, desde a pré-história do Graffiti eu reclamo que nossa área merece um pouco de consolidação. Breve seleção:

Mas eu comecei 2008 um pouco mais otimista:

... deve haver algum movimento de consolidação de "padocas". Trata-se de um modelo que depende de muita escala, muitos clientes. Como freguês que fala inglês anda difícil, a saída (imaginada por eles) é aumentar a carteira de fregueses tupiniquins. E eles sabem que o atalho é a aquisição de carteiras, não a conquista real. Um atalho que vem antes, a abertura de capital (que gera a grana necessária para bancar aquisições), será tomado. Por poucos. Exigências da CVM espantam muitas "padocas".

Para a minha felicidade, a pequena-mega-fusão noticiada na última EXAME é bem melhor que a que 'previ' acima. E não se trata de padocas! Automatus, Dedalus, Intelekto, Biosalc, Trellis, Visionnaire e Volans são as 7 empresas "fundidas". A união se chama Virtus.Uma combinação jóia de produtos e serviços, inclusive com braços 'especialistas' (no agro-negócio, por exemplo). Ou seja, quase uma fusão integral daquilo que chamo de 'boutiques'.

A primeira vista, a união parece tão eclética quanto aquela fusão de 'costureiros'. Quero crer que a diversidade foi planejada. As unidades permanecerão semi-autônomas por um tempo, o que faz sentido. Resta torcer para a operação funcionar. Assim, quem sabe, outras médias e pequenas empresas tupiniquins se animam a abandonar a solteirice e realizar casamentos que têm tudo para serem mais promissores que Softex e afins.

Pois é, vou começar uma pequena série (sem um número pré-definido de capítulos) para compartilhar minhas experiências como "home worker" (ou "do lar", como queiram... hehe). Há tempos ensaio este ensaio, mas a provocação definitiva veio d'um grupo 1/2 mala, falando da viabilidade da profissão de "consultor". Em uma ou outra mensagem, se bem entendi (li com uma má vontade daquelas), o pessoal estava desencorajando um cara com feições de "?". Tipo: "só se se tornar consultor for a sua última alternativa"! Então vou falar do trampo de "consultor independente", posicionamento, preços, como é o trabalho "do lar", facilidades e dificuldades, investimentos, montagem do escritório etc etc.



Independente?

Nada mais mentiroso, como já comentei aqui. Quando você abre mão de um patrão e de toda a estrutura que uma empresa oferece, você fica ainda mais dependente. Dependente de uma boa rede de contatos, de bons parceiros comerciais. Mas, antes de mais nada, você depende de uma cristalina posição:

  • o que você quer levar para o mercado?
  • por que sua proposição é melhor do que aquelas que são oferecidas por empresas?
  • para quem ela é melhor?
Insisto na criticidade desta definição porque sofri e ainda sofro muito com ela. Alguns serviços que ofereço no finito são um tanto nebulosos para muita gente: "Administração de Ativos (de software)"?!? Sou teimoso (e a teimosia é um defeito necessário), e manterei estranhas ofertas ainda por um bom tempo. Mas seria suicídio manter um portfólio integralmente "estranho". Ofertas "populares" - fáceis de explicar e vender - são fundamentais.

Acredito que um portfólio "perfeito" de produtos e/ou serviços exibe claramente três categorias:
  • Troco: produtos de baixo preço ou serviços de curta duração. O nome diz tudo: eles geram o "troco", aquela graninha pequena bem útil para pagar as contas básicas e fixas. 20% do tempo (e qq outro recurso) é dedicado para esta categoria.

  • Lucro: para ficar "chique", este é o seu "core business" - o conjunto de seus produtos e/ou serviços principais. É daqui que vem a grana boa, o "lucro" real. 70% dos recursos (inclusive o tempo) é consumido aqui.

  • Truco: saca aquele jogo de cartas? Então, esta categoria é sua aposta. Aquela idéia ou projeto que pode "mudar a sua vida". Como é de alto risco e quase sempre complexo, não merece a dedicação de mais do que 10% dos seus recursos.
Se eu fosse um verdadeiro cara-de-pau eu patentearia o modelo acima. Se... Na realidade é uma evolução do mítico-modelito da Google (20% do tempo de seus colaboradores é dedicado a "projetos paralelos e pessoais"). Proponho a divisão 70-20-10. Seu perfil é mais "agressivo" e seu caixa tá legal? Então jogue mais truco. És muito conservador? Brigue pelo troco. As variações vão do gosto ou situação de cada um. Só não aconselho o abandono de uma das categorias - nunca! A menos que você tenha se tornado milionário. Neste caso, não se esqueça dos amigos, ok?


Viável?

Voltemos ao ponto-estopim desta série: vale a pena ser consultor "independente"? Não vou cair naquele velho e monótono papo sobre a irregularidade das receitas, a insegurança e coisa e tal. A questão é: vale a pena?

Uma coleção de "dependes":
  • você bateu no "teto" da vida corporativa? ou
  • simplesmente não tem mais saco para enfrentar o dia-a-dia de uma empresa?
  • enxerga uma série de oportunidades (ou uma muito grande) que não é percebida pelo seu empregador?
  • acredita que pode ser mais produtivo em carreira solo?
  • acredita que pode ser mais lucrativo em carreira solo?
Se respondeu "sim" a qualquer questão acima é um bom começo. Mas, por favor, não faça como o louco aqui que entrou (caiu) de cabeça sem um mínimo de planejamento. Acabei de completar 2 anos em carreira solo, e só agora vejo algum resultado. Tenho certeza de que, com um pouquinho de planejamento, o caminho teria sido bem mais fácil. E onde começa o planejamento? Oras, na definição de um bom portfólio (seguindo ou não as dicas que dei no tópico anterior).

Para encerrar este primeiro capítulo um alerta: se você tem filhos (não os tenho) ou responsabilidades afin$; dívidas (ou responsabilidades afin$); ou qualquer outra coisa que dependa muito de uma remuneração fixa, pense 100 vezes antes de fazer o movimento. E o faça aos poucos, desenvolvendo um site e material de apoio; construindo uma rede de contatos diretamente ligada às suas ofertas; fazendo pesquisas e testes; enfim, conversando muito.

Vou repetir uma dica que dei tratando d'outro assunto: Relacionamentos -> Conversas -> Transações.

Crie Relacionamentos. A melhor forma que conheço é com geração de conteúdo. És especialista em alguma área? Gosta dela? Então crie conteúdo sobre ela (artigos, eventos etc). E gere relacionamentos a partir dela. Deles virão as Conversas. O mercado ficará melhor delineado. As oportunidades serão mais evidentes. Consequentemente, suas chances de gerar Transações serão consideravelmente maiores. Fácil? Se fosse, todos fariam. Não se iluda: é trampo pesadíssimo.

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No próximo capítulo vou falar exclusivamente sobre Preços e Estratégias de Precificação. Se tem uma coisa medonha em nossa área é esse papo de "homem/hora". Dá pra ser melhor, né?

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A imagem utilizada neste artigo fica na minha cara todo dia. É um quadrão com mais de 2 metros de comprimento. Um imenso "cut+paste" de átomos que fiz lá nos tempos de Pearl Jam, Nirvana e Luana Piovani. Bons tempos!

Já o coitado do Graffiti, tsc tsc... Em seus quase 4 anos de idade, ele nunca ficou 3 semanas tão abandonado. Então é hora de tirar aquelas inevitáveis teias de aranha, né?

Antes, uma coisa gozada: apesar do abandono, a grande-pequena média de visitas diárias não mudou. Explicação: o Google adora mandar gente pra cá! As buscas mais estranhas geram visitinhas. Conteúdo estranho e eclético é assim mesmo... Anteontem recebi um email d'um cara me pedindo dicas sobre graffiti's - aqueles que são pintados em muros alheios!! Céus...

Mas, diz aí, o que aconteceu nas últimas 3 semanas? No meio da minha correria, que além dos eventos finito agora envolve também algumas consultorias, fiquei meio desligado.

Pela falta de barulho, sei que o casório MS++Yahoo ainda não rolou. Coitada da MS, além de toda ansiedade natural de um noivo (desastrado e não desejado), ainda tem que ficar brigando com aqueles europeus teimosos que insistem em belicar 5% de seu faturamento bruto. Pior: teve que aguentar o DoJ (Depto de Justiça) estadunidense revelando uma parte bem feia de suas entranhas: aquela gambiarra (reduzindo specs e reqs do Vista) para agradar a coitada da Intel. Para coroar inferno astral tão duradouro, Tio Bill não é mais o 2º homem mais rico do mundo. Dá dó.

Quase tanta quanto a que senti ontem, analisando uma centena de currículos. Um dos meus fregueses precisa d'um gerente bem especial: operações + help-desk (com quedinha por desenvolvimento - alguém que não plane na mayonaise quando o assunto é manutenção, relacionamento com desenvolvedores etc etc). O anúncio foi publicado em dois grandes "sites". O resultado é lamentável. Tem gente que atira para tudo quanto é canto. Tem gente que não aprende que um CV deve ter, no máximo, 3 páginas. Tem gente que não entende que quando o anúncio pede a pretensão salarial é pq tal informação é crucial no processo de seleção. Tem gente que não aprende...

E quer emprego? Quer salário legal? Quer novos desafios? Pôxa... então presta atenção, né?

Mas não são esses que dão dó. São aqueles que mostram no currículo como sentem a falta d'uma bússula, de uma visão de carreira. Gente com 15 anos de carreira errática, tortuosa, indefinida. E aqueles que não duram 3 meses num emprego. E aqueles que fazem curso de tudo, de C++ até CorelDraw.

Há tempos eu não fazia isso. Me fez lembrar da época de gerente: é o 2º pior trampo que existe. Só uma coisa é mais desagradável do que analisar currículos: é despedir por ter analisado errado.

Voltemos aos casórios. Afinal, rolou um com noiva tupiniquim: a Tectoy. O noivo estranho é a Qualcomm. Pois é, aquela. O interesse em questão atende pelo singelo pseudônimo "Jeanie". E, pela enigmática matéria que pintou na Folha do último sábado, parece ser coisa de "gênio" mesmo. Saca só: "A Folha apurou que o objetivo é lançar, no final de 2008, um brinquedo digital que conversará com as diversas tecnologias existentes atualmente". Wow!!

Torço para que não seja um hub(zinho) a la Windows Media Center. Se for, nasce morto. Não há espaço para "centralizadores", ainda mais em residências. O que precisamos é que todos os nossos badulaques modernosos conversem com todos os outros badulaques, e não só com aqueles "existentes atualmente". A tecnologia tá toda aí. É só uma questão de "vontade política". Mas... pôxa... que a Tectoy nos brinde com um produto realmente inovador.

Que salada de assuntos, hem? Sorry... espero recuperar o ritmo normal em breve. Inté!