Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

Faça buscas Assobiando

30 janeiro 2007

Ok. Música não é tudo. Mas deveria estar em tudo. Eu gosto de quase tudo quando o assunto é música, apesar de não conseguir tirar um acorde minimamente decente em meu violão. Não é por acaso que nasci com um orelhão, hehe.

Meu HDzinho registra milhares de sons. E o Amarok é uma beleza quando quero buscar uma música. Mas ele exige que eu saiba o título, o artista ou o nome do disco. O que fazer quando tudo que vc sabe é um trecho da melodia? MIDOMI!



Pois é, o Midomi é um mecanismo de buscas de músicas bem legal. Se tudo que vc conhece é um trecho da música, basta cantar ou assobiar para o Midomi. Amazing dó re mi dó mi...

[De uso não recomendado em escritórios, ok?]

Man, I wish I smoked weed like I used to in graduate school. I'd have a 24-hour party to watch the sunset across the globe on Google Earth. No, really. I mean....wow, man.

- John 'viajandão' Battelle (em seu Searchblog)

Marcas dizem Tudo

29 janeiro 2007

Pesquisas sobre as marcas mais 'impactantes' em nossas vidas dizem mais ainda. O BrandChannel ouviu mais de 3600 leitores e especialistas em marcas para elaborar a lista de 2006. No levantamento global deu o seguinte:

  1. Google
  2. Apple
  3. YouTube
  4. Wikipédia
  5. Starbucks
Três das 5 representam exclusivamente o mundo dos bits. Primeira e terceira colocadas são, desde outubro, de uma mesma empresa. E a 4ª colocada não tem fins lucrativos.

Podemos ver a listinha só como mais uma curiosidade, cultura inútil que vira duas horas de prosa boa numa mesa de boteco. Mas é uma provocação das boas para os analistas de mercado e tendências. Os bons eu chamo de reconhecedores de padrões. E a versão tupiniquim deles terá mais 2 horas de assunto se prestar atenção na listinha latina:
  1. Corona (cerveja)
  2. Bacardi (precisa explicar?)
  3. Movistar (operadora de celular)
  4. Havaianas (a própria)
  5. Bimbo (3º maior 'padaria' do mundo - é mexicana).
Panis et circenses! Com muita cerveja, rum e um chinelinho pra aguentar o verão. O celular deve servir pra juntar a patota para a festa. Das 5, só uma marca é de Pindorama.



Marca mais impactante! E a gente ficou só no chinelinho*?



.:.


* Nada contra a Havaianas, muito pelo contrário. Parece ser nossa única marca 'global' mesmo. Mérito deles.



A torre de Babel do século XXI foi surrupiada do excelente fulminate // Architecture of Control.

Business Drivers*

26 janeiro 2007

2006 foi um ano meio fraquinho em "Fusões & Aquisições". Particularmente no hemisfério norte. Nem se compara com a semi-orgia de 2005. Se a turma do norte tiver uma superstição esquisita como a minha - "anos ímpares são melhores!" - podemos esperar muito de 2007. Motivações (e drivers) não faltam.

Dois alvos eternos da MS, Yahoo e SAP, apresentaram resultados financeiros decepcionantes. Sem um PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) ou algo semelhante, seu valor de mercado cai. Traduzindo: elas ficam mais baratinhas - convidativas para uma fusão.

Na MS, 4 de suas 5 divisões de negócios apresentaram resultados inferiores aos de 1 ano atrás. Luz amarela, ficando alaranjada. Para eles, meio 2007 já foi embora (o ano fiscal inicia em julho). Ballmer, com o zu(ne) na mão, parece precisar d'algo estrondoso. E ele não tem criatividade para fazer nada que não seja uma fusãozinha. Básica.

O problema é decidir o que a MS quer ser. Colocando de outra forma: decidir com quem a MS quer brigar. Se for com os grandões (IBM, Oracle), ela tem que papar a SAP. Se o inimigo for o maior candidato a grandão (Google), seu alvo-comida deve ser o Yahoo. Ó dúvida cruel. Como alento só a percepção de que as três empresas possuem um mínimo denominador comum: lucros decadentes.

E por falar em similaridades, algo aproxima a HP da Oracle. Espionagem (muito mal feita) é com elas mesmo! Céus.. o mundo corporativo nunca esteve tão perto do circo. (Com todo respeito aos circos).



* Please.. não confunda com motoristas!

graffiare #392

25 janeiro 2007

What we need is:
  • an email client that is smart about what I'm doing and what my opted in colleagues are doing. Once that gains traction, plenty of vendors will work to integrate with it.
  • a cell phone and cell phone provider that is not just a phone.
  • a word processor that knows about everything I've written and what's on the web that's related to what I'm writing now.
  • moves by Google and Yahoo and others to make it easy for us to become non-anonymous, all the time, everywhere we go.
- Seth Godin (em seu blog)

Não sei se se trata de sincronicidade<>coincidência ou se ando prestando mais atenção no assunto. Será que o papo sobre "tornar nossas máquinas mais inteligentes" é um novo padrão<>tendência?

Seth Godin fala aqui sobre Web 2.0, 3.0 e a sua Web4. O exemplo prático que ele dá parece um exercício que fiz lá nos primórdios do Graffiti (sorry.. deu preguiça de procurar o post. Fico devendo). Outra provocação muito legal é este artigo do Misternet (?), mostrando como seria o Apple iPhone realmente inteligente. Só faltou algum deles falar sobre o SOOS!

FUD* :: Causa e Efeito

24 janeiro 2007

O Wal-Mart já utilizava Linux (Red Hat). É o SO de seus data centers e a base de tudo que eles fazem na web. Pelo jeito, queria utilizar mais.

Mas tinha MEDO (F = fear). INCERTEZAS (U = uncertainty) sobre questões jurídicas. DÚVIDAS (D = doubt) que duraram até o final do ano passado.

Mas agora seus problemas acabaram! O acordo Tabajara assinado por MS e Novell garante que o Wal-Mart pode usar Linux sem medo. Certo de que não será processado. Só existe uma pequena questão técnica: trocar Red Hat por SuSE. Só isso. O resto, a dupla MS+Novell agarantche!

Os lucros despecaram de US$ 680 milhões para US$ 270 milhões em um ano. Reestruturações, atrasos na tecnologia Panama e a Google. Seriam as três principais razões para o íncrivel encolhimento dos lucros do Yahoo, segundo o Washington Post.

As duas primeiras razões não existiriam se não fosse a Google. O fato é que o Yahoo, tão queridinho - sobrevivente do estouro da 1ª bolha, não estava preparado para uma concorrência com a Google. Hoje dá até pra falar que ele serviu de inspiração para a Google: um modelo de tudo que eles não queriam ser: Portal sobrecarregado, Interfaces poluídas, propagandas tradicionais (banners) invasivas e pouco inteligentes ("quer tirar um green card? - vc foi sorteado!!"). Triste, mas o Yahoo ainda tá preso no ano 2000. Assim como todos os 'portais' tupiniquins.

Tem duas lamparinas no final do túnel:

  • Fusão com a MS, transformando-se no principal fornecedor de conteúdo (+ público e anunciantes!) para as iniciativas "Live"; ou
  • Abandonar a pseudo-originalidade e começar a seguir da forma mais descarada possível os passos da Google.
Acredito mais na primeira possibilidade. Se vai funcionar é outra história.



Kkk.. do concurso "O próximo produto da Apple", promovido pelo sempre bom Worth1000.

PopSexyCool

23 janeiro 2007

A tag+título acima 'apareceu' num comentário que fiz no blog do Nelson Biagio Jr. Falávamos da turma que compra o tal PC Popular e troca o Linux por Windows (a maioria, uma versão pirata mesmo). Escrevi lá que enquanto não existir uma rede dando cursinhos básicos de Linux, o mal continuará. Em todo canto deste país 'continental' você encontra escolinhas de informática. TODAS ensinam Windows, MS Office e afins. Mas o assunto aqui é outro: é o apelo "PopSexyCool" do Linux. Ou a falta dele.

Uma turma tá anunciando uma reunião e a criação de uma "Fundação Linux" para, segundo o IDG Now, "acirrar a competição com a MS". Dois itens que deveriam estar no topo da lista de prioridades são: Educação e Marketing - o que estou chamando de apelo PopSexyCool. Para entender a tríade:

  • Pop: É simples e fácil de usar. Também é completo no sentido de oferecer tudo que é necessário em determinado contexto: num micro caseiro, por exemplo.
  • Sexy: É elegante e, de certa maneira, um luxo. Cria o que eu chamo de 'efeito iPod': "eu também quero!". Ou seja, é atraente!
  • Cool: Entende a 'customização em massa'. Traduzindo: todo mundo quer, mas todo mundo quer personalizá-lo de tal forma que ele seja único. É extensível e bastante aberto.
Até hoje o Linux fica devendo nas três características acima. Ele ainda é percebido como algo complexo, feito "por nerds - para nerds". A percepção não é totalmente verdadeira, mas a culpa também é da comunidade, que (ainda) não tem uma comunicação legal. O melhor exemplo de equilíbrio PopSexyCool é o MacOS X. Saca só esta história da Erica Jonietz, editora da MIT Tech Review: foi testar e comparar o Vista com o Mac OS X e acabou apaixonada. Pelo segundo: "Windows é complicado. Macs são simples."



Mas já surgem boas novas no front Linux. O Ubuntu, a melhor distribuição no quesito PopSexyCool, inova de novo, agora com o UbuntuStudio. Com lançamento programado para abril, promete ser um 'Media Center' bem vitaminado. Sua grande vantagem em relação ao equivalente de Redmond: você não é só um consumidor, mas um potencial CRIADOR!

Colocando na escala: ferramentas como amaroK*, Audacity*, Cinerrela e Wired são POP. Relativamente fáceis de usar e bastante completas. Aliás, o pacote UbuntuStudio é muito completo. POP!



Logo, visual... SEXY! "Eu também quero!" Se alguém achar que não é COOL o suficiente, tente remixar "Kind of Blue" do Miles com qualquer bolacha do Morcheeba, hehe..

Get a First Life

22 janeiro 2007



Jóia. Quem sabe nosso próximo passo não seja uma mudança para Abaetetuba, o lugar onde nossa Primeira Vida se encontra com a Segunda Vida.

Tá ficando bem óbvio o que acontecerá nos próximos 2 ou 3 anos. Cada vez mais nós iremos baixar filmes e programas de TV através da Internet, alterando assim nossos padrões de uso. Ao invés de usar algo entre 1 e 3 gigabytes por mês, como é a média dos últimos anos, passaremos a movimentar até 3Gb por dia -- um aumento de 30X que criará considerável carga aos provedores de acesso (ISP's). Eles terão a opção de aumentar sua capacidade, o que matará sua lucratividade, OU então fazer acordos com data centers locais da Google.

Vendo a Google como única alternativa contra a falência, os ISP's assinarão tais acordos, transferindo para ela grande parte do valor de seus assinantes. A Google atuará como um imenso servidor proxy para a Internet. Nós não saberemos quando estamos acessando a Internet ou a Google mas, por questões práticas, isso não fará diferença. A Google se tornará a nossa empresa de telefonia, nossa fornecedora de TV a cabo, nosso aparelho de som e nossa filmadora digital. Logo não conseguiremos mais viver sem a Google, que terá marginalizado os ISP's e assumido boa parte da grana que gira nesse mercado - algo em torno de US$ 1 trilhão - o que faz com que o valor atual as ações da Google (US$500) esteja 8 vezes abaixo do que ele pode ser.

É um grande plano, mas será a Google consegue realizá-lo? Sim, eles podem.

- Robert X Cringely (no artigo da última sexta, em inglês).



Há tempos não pintava uma nova Grande Teoria sobre a dominação do mundo pela Google. Surrupiei só os parágrafos finais do artigo do Roberto X. Muita especulação, mas todas motivadas por fatos que ele coletou e enumerou no início do artigo: parece que a Google é a empresa que mais tem fibra ótica no mundo - mais do que qq Telco. E a Google estaria montando data centers em locais 'pouco prováveis'. Num dos chutes, Roberto X diz que a Google estaria dimensionando cada servidor para atender apenas 40 usuários! E cada data center desses tem capacidade para 100 mil servidores!

Hehe.. adoro Planos de Dominação Total.

Três produtos diferentes (Vista, SQL Server e Sharepoint), duas cabeças (Jeremy Allison e Stephen Walli) e uma mesma setença: a Microsoft precisa rever sua posição em relação ao mundo open source.

Allison, funcionário da Google, explica porque o Vista já pode ser considerado um tremendo desastre. Um acidente de US$ 9 bilhões! Tira-gosto:

Why is Vista such a catastrophe and how does this affect the Open Source/Free Software community? Part of the problem, I think, is that Vista essentially does nothing new, and has no new features that are of interest to the general computer using public. The veteran IT journalist Nicholas Petreley (now editor of Linux Journal) created his first law of computer journalism, which is "No technology exists until Microsoft invents it". This held true while Microsoft systems were so primitive that every new release was a vast improvement on the previous one. The public "oohed" and "ahhed" over such exciting new features as multi-tasking, and overlapping windows; even as people in the industry tried to point out that every new feature was merely copied from other, more sophisticated systems. The problem for Microsoft is that most of this copying has already been done. Windows XP actually has most of the features of Linux and the Mac, though I'd complain they're implemented poorly in Windows. Even if Vista has improved on the implementation, what kind of a marketing message is "we now do things properly"?


Walli, ex-funcionário da MS, pega pesado por outro lado. Diz que a MS deveria LIBERTAR dois de seus mais importantes produtos: SQL Server e SharePoint. Liberando-os sob licença GPL! O modelo proposto é bem simples: copiar a MySQL (por exemplo), deixando de faturar com caixinhas para faturar com serviços.

.:.

Já tenho 142 posts com a tag "MS Mon Amour". Fora 1 ano com o Graffiti órfão de tags. 80% do material deve ser crítica pela crítica, servido com altas doses de veneno. 15% de palpites como o do Walli. E 5% tirando sarro do saudoso Ballmer (pô meu, vc anda sumido daqui! hehe).

Vou de Shakespeare: "Muito barulho por nada". O Ballmer acabará caindo. Buscarão no mercado uma mistura de Jobs com Gestner. Mas a companhia não mudará nada até que a água esteja batendo na covinha do queixo. A mesma história já aconteceu com a IBM. E, pelo menos na nossa área, a história se repete sim. Com mais freqüência do que percebemos. Há tempos o Braga me deu uma dica que foi desconsiderada até hoje: "fale menos da MS". Pra variar, o cara tava certo. É muito espaço e tempo jogado fora. E as notícias quentes estão distantes da mídia tradicional, da nossa 'prensa' vendida.

Estão aqui, por exemplo. E aqui pertinho. E, por que não, aqui também.

  • Aplicações open source são líderes em termos de market share em diversos mercados;
  • Nos últimos 8 anos, a cada 18-24 meses a base de código open source dobrou de tamanho;
  • Na Europa investe-se cerca de 22 bilhões de euros em aplicações open source - cerca de 20,5% do total de investimentos em software;
  • Serviços relacionadas a aplicações open source devem alcançar 32% do mercado em 2010, representando 4% do PIB de toda a Europa;
  • Por oferecer um ambiente de desenvolvimento de habilidades valorizado pelos colaboradores, e por reter localmente boa parte do valor gerado, aplicações open source favorecem a criação de pequenas e médias empresas e a geração de empregos.

Os 5 'achados' acima estão compilados no estudo "The impact of Free/Libre Open Source Software on innovation and competitiveness of the European Union", que foi desenvolvido pelo ICT (Information and Communications Technologies), da União Européia. Um arquivo PDF (287 págs - 1.8Mb) está disponível para download com o conteúdo integral da pesquisa.

Enquanto isso, numa certa esquina do 3º mundo, envia-se mais de US$ 1 bilhão para uma esquina do 1º mundo, para pagar royalties. O déficit na balança comercial desta área gira em torno de US$ 650 milhões. Ou R$ 1,3 bilhão. Nesta mesma esquina sub-desenvolvida, quem tem 4% do PIB é todo o sertor de seguros e previdência privada. Coloquei o número só para comparação. Pra se ter uma mínima idéia do máximo tamanho da coisa.

Continuação de "SOOS :: Conexão", que é parte da série "Fumaça, Fogo e Fogaréu".

Neste penúltimo capítulo, tremendamente ajudado/influenciado pelos lançamentos da última semana, falaremos um pouco mais sobre a arquitetura do SOOS, particularmente sobre sua 'alma': os Serviços. Trataremos antes de diferenciar o SOOS de algumas propostas que existem por aí.

Foto surrupiada da Tanakawho, uma das mais ativas e criativas figuras do Flickr.

O SOOS tem pouco ou quase nada a ver com o WebOS, muito menos com os pioneiros que já estão disponíveis na Internet (YouOS, Goowy, DesktopTwo e GravityZoo). Essas propostas são na verdade "web desktops", que implicitamente acreditam em clientes redondamente estúpidos. Clientes no caso não são usuários, ok? Estou falando de máquinas cliente (micros, celulares etc). Eles só exigem um browser. O SOOS, como já vimos em todos os capítulos anteriores, parte de um princípio totalmente diferente: os Clientes serão muito inteligentes. Mesmo quando pequenininhos, como o Apple iPhone, por exemplo. Um browser não bastará.

Como bem lembrou o Braga em um comentário deixado no capítulo anterior, o SOOS "lembra" o Jini. O Jini era uma simpática idéia da Sun que hoje deve trilhar novos caminhos. Mas ela se prende na parte "conexão" que falamos no capítulo anterior. No SOOS, tão importante quanto a "vida em sociedade", é a capacidade de aprendizado do SOOS. E qual não foi minha surpresa (e, confesso, grande satisfação) quando vi o iPhone e todos os seus 'sensores'? Ainda não é 1% do aprendizado de verdade que espero ver num SOOS, mas já é muito mais inteligência do que aquela que vemos e suportamos em nossos celulares/iPods atuais. Mas minha maior alegria foi ver como o iPhone reforça a tendência da total Orientação a Serviços, o foco deste nosso estudo. iTunes, Google e Yahoo serão os primeiros provedores de serviços. Esperem por uma enxurrada de novos serviços e provedores tão logo o iPhone chegue ao mercado. Mas, afinal, o que é a tal "Orientação a Serviços" do nosso SO do século XXI? O que a caracterizará?


Orientação a Serviços

Surrupiei parte dos conceitos que apresento aqui de uma proposta relativamente recente chamada SOA (Service-Oriented Architecture)*. Ela trata especificamente de aplicações de uso corporativo. Mas algumas de suas sugestões fazem muito sentido em um Sistema Operacional. São elas:
  • Acoplamento Fraco: praticamente não deve existir uma relação de dependência entre os serviços. Eles não devem ser "amarrados" entre si. E uma relação, quando existir, ocorrerá em "tempo de execução" (runtime). Isso facilitaria muito a adaptação do SOOS para qualquer tipo de dispositivo. É o que impede a MS, por exemplo, de colocar um mesmo SO em diferentes locais (XBox, micro, portáteis etc): tudo no Windows é "fortememente acoplado". Lembram-se que ela falava que seria impossível "desamarrar" o IE do Windows? Pois é...
  • Contratos: Todo serviço possui um Contrato. Um documento com finalidade idêntica aos contratos do mundo real, ou seja: um acordo entre duas ou mais partes. O contrato de um serviço determina como, quando, onde e por quem ele (o serviço) pode ser usado. Usuários poderão ter contratos 'guarda-chuva' com provedores de serviços ou contratos específicos para cada serviço.
  • Repositórios: Todos os serviços residirão em algum lugar na Web, em Repositórios. Todo provedor de serviços terá o seu. Um repositório será uma espécie de dotMac, devidamente anabolizado. Se parecerá um pouco com daqueles utilizados pela dupla apt / Synaptic (do Linux). Quando o usuário solicitar um serviço novo, o SOOS buscará na Web as alternativas e as apresentará (devidamente resumidas e na língua do usuário). Na verdade ele apresentará as vantagens e restrições (e preços) de cada opção - informações estas que foram obtidas nos contratos.
  • Independência de Tecnologia: Os serviços serão totalmente independentes de tecnologia. Restrições existirão para alguns dispositivos - questão de bom senso. Mas, como regra geral, eles não "escolherão" uma plataforma específica. Inicialmente alguns fornecedores até tentarão amarrar seus serviços em algumas plataformas. Mas a tendência é a total independência. Até porque a grana estará nos serviços. E limitar o mercado não parece ser uma decisão muito inteligente. Quanto a loja iTunes deixaria de faturar se o software iTunes rodasse só em Macs? Mais sobre $grana$ no próximo sub-capítulo.
Cabe aqui ressaltar outra característica do SOOS citada no capítulo anterior. Toda instância do SOOS (do micro, da TV, do media player...) terá uma versão 'virtual', uma cópia integral que viverá na Web. MS, Apple e Google já trabalham em algo do tipo. Mas ainda enxergam apenas uma extensão de nossos discos rígidos. No SOOS o conceito será mais amplo. Suas 'cópias' manterão uma relacionamento perene na Web. Trocarão experiências, serviços e conteúdo. Aliás, conteúdo e serviços nunca serão redundantes. Desde que o contrato permita, todo conteúdo e todos os serviços estarão disponíveis para todos os dispositivos que tenham condições de executá-los / acessá-los.


Serviço = $grana$

A resposta para a questão que deixei no capítulo anterior é óbvia demais: A Grana estará praticamente toda nos Serviços. As versões do SOOS que não forem gratuitas justificarão seu valor pelos serviços adicionais que oferecerão de forma nativa (serviços residentes). Mas, de uma maneira geral, o SOOS acentuará uma tendência que testemunhamos há tempos: os dispositivos serão gratuitos ou serão vendidos bem abaixo de seu preço real; E os usuários viverão bombardeados por várias ofertas de serviços - em vários casos eles deverão assinar contratos de serviços (com faturamente mínimo fixado) para obter aquele determinado bem com preço 'promocional'. Nós já vemos isso a todo instante no mercado de celulares. O próprio iPhone será lançado com um modelo de negócio parecido: o valor (US$600) será condicionado à assinatura de um contrato com a operadora de celular (Cingular) com duração de 2 anos e com valor mínimo de US$ 80 mensais (ou algo parecido - ainda é só especulação de minha parte).

Existirão 3 tipos básicos de serviços quando o assunto for 'grana':
  • Gratuitos (com segundas intenções): é o que a Google faz hoje. Entrega-nos (bons) serviços de graça, mas aproveitam o espaço e a oportunidade para fazer propaganda. Seus serviços que não fazem propaganda (particularmente aqueles que são instalados em nossas máquinas, como o Google Desktop) têm uma terceira intenção: nos conhecer melhor. Para personalizar ainda mais os futuros comerciais. Ou seja: raramente veremos algo 'de graça' que esteja só fazendo graça. Todos buscam grana.

  • Transientes (ou temporários): são serviços que não precisam residir permamentemente em nossos micros, celulares e outros dispositivos. Existirão duas modalidades de cobrança:
    • Aluguel: onde é determinado um tempo de uso - 30 dias, por exemplo. Serão aplicados em serviços sazionais e/ou esporádios (declaração do imposto de renda, guia de viagens, etc).
    • Pay-per-Use: serviços de uso ainda mais esporádico ou indeterminado serão vendidos a granel e pagos por uso.
    É claro que será fácil criar modelos híbridos. Um aluguel com uma taxa mínima e os opcionais sendo vendidos por uso, por exemplo.

  • Residentes (ou permanentes): equivalem às licenças de uso que compramos atualmente. Aquele serviço "viverá" (ou "morará") em nossas máquinas por tempo indeterminado. Editores de textos, planilhas eletrônicas e afins serão vendidos assim.
Ou pagos por uso. A flexibilidade dos serviços é bastante interessante. Creio que muita gente deixará de comprar coisas 'permanentes' e optará por pagar por uso. Faz mais sentido e para a maioria das pessoas (e empresas), será uma modalidade mais econômica. TCO (Custo Total de Propriedade, em inglês) deixará de ter a importância que tem hoje nos departamentos de TI.

Mas é importantíssimo lembrar de que não se trata de simplesmente fazer o download de um serviço. Já se compra software assim há um bom tempo. Nossos serviços serão a consolidação de uma tendência que hoje, em seus primórdios, estamos chamando de RIA (Rich Internet Applications, ou Aplicações Internet Ricas). O conceito vai evoluir um pouquinho. O browser deixará de ser um requisito para RIAs. Mas agora já entramos no tema "Interfaces". Isso já é assunto para nosso último capítulo. Semana que vem, finalmente, termina a saga do "SO do Século XXI".

Ou eu deveria dizer que começa a verdadeira saga?

Jo Jo Gunne ataca novamente

17 janeiro 2007

Mary Jo "Jo Gunne" Foley é blogueira da ZDNet: "A mulher que nunca pisca" - espiando a MS. Tadinha... ela cai em cada uma. Num post de ontem ela tentou entender/explicar a ida do Don Ferguson ('pai' do Websphere) para a MS. Confusão total: ela diz que o Websphere é igual ao .Net: mutante e indefinível (na opinião dela). Se ela desse um tempo - e algumas piscadinhas - entenderia melhor o movimento da MS.

O .Net nunca alcançou o 'break-even'. Quiçá 'massa crítica'. Grandes e médias corporações depositam suas aplicações mais críticas, particularmente aquelas que se relacionam com o mundo exterior (via web/web-services), em derivados do padrão JavaEE (Websphere, Bea WebLogic, JBoss e um monte de etc). Apesar do ímpeto com o qual surfou na onda 'web services', a MS anda um tanto perdida quando o assunto são as Arquiteturas Orientadas a Serviços (SOA). Daí a contratação do Don que, segundo a própria Jo Jo, ajudou na definição da estratégia SOA da IBM. Ele deve (tentar) fazer o mesmo na MS. Aguardem um .Net 4.0 bastante remodelado.

[Eu torceria por um produto MS-JavaEE, hehe. Seria mais fácil. E é um dos meus sonhos mais antigos...]

Para tentar entender o que o Don faria na MS, a Jo Jo correu em seu blog que ainda estava ativo no DeveloperWorks da IBM (não está mais). Surrupiou-lhe 10 tendências para os próximos 5 anos:


Não comentarei a lista. Não agora. Por enquanto só cabe o alerta de que a sigla EDA, ao lado de SOA, deve significar "Event-Driven Architecture", o termo-xodó do Gartner. Né, Jo Jo?

graffiare #388

16 janeiro 2007

The main goal of Jackson Fish Market is to build a home for passionately creative, super intelligent people who want to ship software, have impact, constantly improve, make good money, and not be screwed with. Being extremely profitable and creating an ever-growing audience of loyal and ecstatic customers is just part of the fun along the way.


A Jackson Fish Market é a nova software HOUSE de Hillel Cooperman, outro ex-manager da MS. O graffiare acima é só um trecho de sua página que anuncia vagas para desenvolvedores. Ah.. como eu gostaria de ver anúncios assim por aqui...

Há quase 3 anos uso este espaço para criticar a falta de criatividade da TI tupiniquim. "Jeitinho brasileiro" é gambiarra - criatividade de tiro curto, imediatista. Mas cometo uma grave injustiça porque miro nossas empresas e esqueço que Criatividade e Inovação não exigem um CNPJ. Eis que a revista Mundo Java* deste mês vem mostrar o lado jóia da nossa desvalorizada moeda:


  • Eduardo Guerra (SwingBean)
  • Sérgio Oliveira Jr, Rubem Azenha e Fernando Boaglio (MentaWai)
  • Guilherme Silveira (VRaptor2)
  • Kemmell da Silva Scopim e Sandro Luiz Bihaico (JSenna)
Os 4 produtos são para desenvolvedores. Ou seja, é o tipo de coisa que fica distante do público "normal". Mas é a turma que merece um pouco mais de apoio e divulgação. É a turma que não fica esperando "incentivos fiscais" para fazer Pesquisa & Desenvolvimento. E não é por acaso que todos os projetos são 'open source'. Passou da hora de nossas empresas reduzirem um pouco o gap que existe entre elas e a turma que tá inovando de verdade. Acho que os dois lados só ganhariam com isso.

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Acho que eles não terão problema com isso. Torço para que não. Mas a inspiração para o nome de uma ferramenta que propõe "alta produtividade" e que usa como slogan a frase "Fast Web Development" é óbvia: JSenna! Que barato!









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* Outra injustiça! Também vivo detonando nossa 'prensa' especializada. Sem dar o devido mérito para as honrosas exceções. A Mundo Java, com certeza, é uma delas.

Alberto Araújo, presidente da Bull para a América Latina, soltou o verbo numa entrevista para o IDGNow. Gosto quando alguém do andar de cima resolve falar sem medo de ser feliz. Saca só algumas pérolas e britas que ele atirou:

Sobre o perfil do profissional que anda em falta no mercado:

“Não é apenas tirar dados de um repositório e colocar em outro, é ser capaz de trazer sistemas de informação de uma realidade para outra”.

“Estamos falando de um profissional capaz de levar áreas de negócio ao uso intenso de tecnologia”.


Sobre CIOs:

“Os CIOs são dinossauros”.


Sobre crescer através de fusões com outros prestadores de serviços:

"Para ele, há uma série de empecilhos na escolha: empresas que estabelecem preços de venda muito acima do que de fato valem; oportunidades fabricadas por consultores, que não condizem com a realidade; e empresas com problemas na saúde financeira. 'A chance de uma fusão dar errado é muito grande; 95% dos casos são de fracasso. Por isso estamos avaliando com muita cautela. Não temos pressa'".


PV (rapidinho):

  1. Ou espera sentado (por aquele tipo de profissional) ou começa a formá-los.
  2. Na matéria completa ele fala que os CIOs são muito conservadores. Concordo.
    Sobre os dinossauros? haha.. ele exagerou. Mas foi engraçado.
  3. Por isso que há 8 anos ou mais fala-se em consolidação do mercado e nunca acontece nada. Empresas supervalorizadas ou super-encrencadas são a norma. Como a chance de fracasso é de 95%, porque fundir? É mais fácil crescer pelas próprias pernas, não? Receita minuto bem baratinha:
    • Ofereça salários 30% acima da média de mercado;
    • Não contrate PJ's! Todo mundo CLT e com bons benefícios;
    • Lance 2 ou 3 produtos (serviços empacotados) bem criativos por ano;
    • Seja agressivo no marketing e selvagem nas propostas;
    • Mas não passe por cima dos CIO's.
    Assim ele não precisa 'fundir' um concorrente. Ele destruirá todos os 'supervalorizados' e 'super-encrencados' numa tacada só. Não sem antes atrair os melhores talentos que andam perdidos nessas empresas perdidas.

Meu 'sumiço' por dois dias, de novo, é culpa do finito. Estou correndo atrás do (incomensurável) prejuízo, tentando fechar até o final desta semana a versão 2007 do meu folder de serviços. No final das contas, o 'sumiço' acabou sendo positivo para outras coisas também.

A semana que passou trouxe uma tsunami de informações. E de mudanças! A carinha bonita do iPhone foi parar até na capa da Veja. Como sempre, boa parte da nossa prensa - inclusive ou principalmente a que se acha 'especializada' - ficou na nata. Explico: apegou-se no 1cm visível das novas e ignorou por completo os xKm de profundidade das propostas. O tal 'sumiço' acabou sendo muito útil para digerir tudo. Para uma melhor compreensão do que será escrito abaixo, receito o sonrisal que me ajudou: a última coluna do Roberto X e este artigo do Dana Gardner.

Aquele papo de 1% do mercado de celulares (cerca de 10 milhões de aparelhos) é balela. Melhor colocando: meia verdade. Só uma meta (modesta) para os 7 primeiros meses de vida do iPhone (jun-dez/2007). Aliás, o nome iPhone também é uma balela. Para que a Apple usaria uma marca registrada de outra empresa, no caso a Cisco? Publicidade grátis! O aparelho chegará ao mercado em junho com o nome Apple Phone. Do mesmo jeito que a antiga iTV virou Apple TV. Por causa de uma empresa que, segundo Roberto X, custaria para a Apple os lucros do iTunes em um final de semana. A tal empresa tem um produto chamado EyeTV. E a primeira balela?

Bem, a Apple tem um trauma histórico. Ela não aceita o fato de nunca ter possuído míseros 10% do market-share do mercado de micros. Esse trauma faz com que a Apple entre com ambição total (full-throttle) em cada novo mercado. A dupla iPod+iTunes é o melhor exemplo da blitzkrieg que a Apple implementa de uns tempos para cá. Já já nós veremos "grandes" livros de "célebres" gurus narrando a "Estratégia Apple no Século XXI". Bem, o Apple Phone desafia / condena todo o mercado de comunicação móvel que conhecemos. Não se trata (apenas) de desafiar Nokia, Motorola e Sony/Ericsson. Aliás, o aparelho em si mal deve representar 20% de toda a grana que o Apple Phone vai gerar. São as operadoras as maiores desafiadas. Particularmente aquelas que ainda não assimilaram o termo "convergência".

dotMAC, iTunes, Apple Phone. Serviços adicionais oferecidos por dois inimigos mortais (Google e Yahoo). Conteúdo fornecido por gente como Paramount, Disney e vários outros estúdios e gravadoras. Contratos de longo prazo e (aparente) exclusividade com operadoras. Aliás, contratos que são belos exemplos de relação "ganha-ganha". Convergência é costura bem feita. O resto é colcha de retalhos.

Quando citamos a Apple como exemplo de criatividade e inovação sempre pensamos no design perfeito e na rica usabilidade de seus produtos. Quase nunca nos lembramos de que são a inovação e criatividade de seus modelos de negócios que garantem o que os letrados chamam de "crescimento sustentável". O Apple Phone, assim como o iPod, mudará todo trimestre (ou mês). O modelo de negócios que o suporta, assim como as suas 'costuras', são coisas desenhadas para ter uma vida longa.

Indevidamente surrupiado daqui.

graffiare #386

10 janeiro 2007



Eu não ia perder a coincidência, né? Mas tem outra. O Intel 386, lançado em 1985/86, só será descontinuado agora, em setembro de 2007. 22 Anos de vida útil para um processador é muita coisa, não? Explicação: ele ainda é muito utilizado em pequenos equipamentos 'especialistas'.

O lançamento do i386 é um marco que ficará por um bom tempo na história da informática. Dá pra falar em "antes do i386" e "depois do i386". Seu custo de produção fez com que a Intel hesitasse. Mas o empurrão do MS-Windows (exigindo mais CPU, RAM e disco) foi definitivo. O i386 foi o primeiro chip 32 bits de verdade. E, para o bem ou para o mal, seu espírito continuará conosco ainda por um bom tempo. Na forma do que chamamos de 'compatibilidade retroativa'.

MacWorld - Os Fatos

09 janeiro 2007

Esse negócio de escrever pro Blog.MacMagazine e conviver com a cambada muito jóia que tem lá tá me transformando num Macmaníaco. Era só o que faltava...

Quase acertei meu chute de canhota de bate-pronto: tem sim uma iTV, na verdade uma AppleTV. Mas não será um aparelho de TV. Jobs começou o keynote falando de transfusões. E acaba de sugerir uma transfusão de cérebro para a TV.

A AppleTV será um 'hub' - um conector universal - nos moldes do que o Bill Gates disse que faria com o XBox360. Receberá mídia de qualquer outro dispositivo (iPod, micro, iPhone...) e a "transferirá" para o aparelho de TV. Terá chip Intel (claro) e disco rígido de 40Gb (pequeno!). Pelo preço aí e rápida disponibilidade (fevereiro), deve ser outro sucesso de vendas.

Trata-se de uma tecnologia de transição. Ainda espero que nossos aparelhos de TV fiquem mais inteligentes. Sem transfusões. Estranho é ver esse tipo de 'gadget blockbuster' sendo lançado logo após o Natal. Resta ver as reações da Sony, Philips e - principalmente - da MS, que prometeu algo semelhante para junho. Tem gente dizendo que esse negócio de levar 'paradigmas e nomenclatura' de TI para a sala de estar não vai dar muito certo. Eu concordo. Mudando de assunto...

Mas o GRANDE lançamento da Apple foi outro:



Celular + iPod + Personal Organizer + Navegador Web. A convergência não é lá muito inédita. A interface sim! Touchscreen revolucionário. [Tô louco para ver o vídeo com a demonstração.] Dá pra adiantar que é muito inteligente. E amparada pelo Mac OS X. O browser, claro, será o Safari. Foi dito há pouco lá no MacWorld: "1% do mercado de celulares significa 10 milhões de aparelhos. Tentaremos obter esse 1%." Os preços vão girar entre US$299 e US$599. Será liberado só no segundo semestre. Ásia e resto do mundo só devem ver o bichinho em 2008.

Uma particularidade: seus recursos de comunicação exigirão uma REDE muito boa. Resultado: nos EUA o aparelho (GSM/EDGE) será uma exclusividade da Cingular. Talvez a Apple negocie contratos assim no resto do mundo. Outro resultado: veremos briga de foice entre operadoras de celular para obter tal contrato.

Assim a Apple dá outra chacoalhada no mercado. Quase tão intensa quanto a do último MacWorld (quando foi comunicada a mudança para chips Intel). Anunciando acordos de cooperação com Yahoo, Paramount e afins, e jogando todas as fichas em micros, gadgets e lojinhas de 'conteúdo', a Apple delimita bem seu território.

O site da Apple já está atualizado com todos os lançamentos de hoje.



Por falar em "home server" e tudo que deve compor a nossa "casa digital", hehe.
Taí como a RAND Corporation imaginou o "home server" de 2004! Com "teletipo" e linguagem Fortran, ele seria facílimo de usar!! kkk...

Eu só queria entender pra que serve aquele volante ou timão ali do lado do tiozinho... Será o joystick do Xbox?



Foi assim que a Apple celebrou a chegada de 2007. Talvez esteja aí a dica do grande lançamento que deve ser anunciado hoje, no keynote do "Tio Jobs", como disse a colega Luciana.

Sacou a dica não? Formato 16:9...

Enquanto o Gates "lançava" para julho um Home Server, o Jobs deve mostrar hoje uma das maiores (e mais caras e mais rentáveis) peças da nossa "futura" Casa Digital: a TV do século XXI.

Gates disse que a MS abriu "larga vantagem" sobre a Apple. "What a difference a day makes", diz uma velha canção. Afinal, você quer o XBox dando inteligência (e memória) para sua TV ou uma TV Inteligente?

Não faz muito tempo que uma renomada revista semanal tupiniquim rasgou elogios ao "espírito filantropo e humanitário" do Mr Bill Gates e sua Fundação. Faltou chamá-lo de santo. Sempre desconfiei do tal "espírito". Não só pq sou mineiro, mas pq conheço as práticas e a mentalidade daquele meliante. Pois bem, uma parte da máscara acaba de cair por terra (em matéria do LATimes):

The Gates Foundation has poured $218 million into polio and measles immunization and research worldwide, including in the Niger Delta. At the same time that the foundation is funding inoculations to protect health, The Times found, it has invested $423 million in Eni, Royal Dutch Shell, Exxon Mobil Corp., Chevron Corp. and Total of France — the companies responsible for most of the flares blanketing the delta with pollution, beyond anything permitted in the United States or Europe.


Gente. O cara bancou boa parte da campanha do Bush. Bush - Shell - Exxon...
MS... DRM... WGA... práticas monopolistas...
Não precisa ser muito esperto pra sacar que "sangue bom" o cara não é.

.:.

Aliás, como não tem 'sangue bom' quem:
  • Dá um golpe do baú atrás do outro;
  • Arma 'barracos' em castelos;
  • Arma 'barraca' em locais públicos;
  • E na confusão 'público x privado', acaba de nos privar do YouTube (pq parte da nossa "Justiça" é burrinha que dá dó).
Queridinha, vc não tem idéia do tamanho do problema que arrumou. Tolinha!

Saca só:

"Of course," he says, "we have no idea, now, of who or what the inhabitants of our future might be. In that sense, we have no future. Not in the sense that our grandparents had a future, or thought they did. Fully imagined cultural futures were the luxury of another day, one in which 'now' was of some greater duration. For us, of course, things can change so abruptly, so violently, so profoundly, that futures like our grandparents' have insufficient 'now' to stand on. We have no future because our present is too volatile. ... We have only risk management. The spinning of the given moment's scenarios. Pattern recognition."

- William Gibson (em "Pattern Recognition")


O melhor livro de 2003 deve virar o melhor filme de... 2008.
O resto eu conto no BlueNoir.



Contra-propaganda: afinal, onde aconteceu a palestra acima?

SOOS :: Conexão

05 janeiro 2007

Continuação de "Definindo o SOOS", que é parte da série "Fumaça, Fogo e Fogaréu".

Finalmente chegamos ao ponto que mais gerou debates até agora. Como a série também está sendo publicada no Blog.MacMagazine, o debate fica persistido lá mesmo. As 5x1/2 dúzias de leitores do Graffiti detestam deixar comentários por aqui, tsc tsc. Mas vamos lá. O artigo de hoje tratará do segundo "anel" de serviços do SOOS, que estamos chamando de "Conexão". O primeiro, apresentado no artigo anterior, foi chamado aqui de "Auto-gestão".


"connected" foi surrupiada da Nada Abdalla no Flickr. CC(by), é claro.


Era uma vez um terminal. Ele só tinha um teclado e um monitor monocromático. Todo mundo chamava ele de "burro". Coitado, sem uma conexão direta com o computador central, ele não conseguia fazer nada. Nem um 2+2. Não era "burro" - era acéfalo mesmo. Aí apareceram seus primos ricos que ficaram conhecidos como PCs - computadores pessoais. Dotados de CPU e memória, nasceram autônomos. Quando começaram a ligá-los em torno de computadores centrais, praticamente decretaram a extinção dos pobres terminais. A única satisfação que restou aos "bobinhos" foi ver a longevidade de seus irmãos que, apesar de igualmente "burros", estão em todo lugar até hoje: os aparelhos de televisão. Há mais de uma década fala-se de uma geração inteligente - a TV Digital - mas a "burrice" persiste. (Parafraseando / Plagiando Nicholas Negroponte: "e olha que não estou falando da programação das TVs, ok?").

Quando falamos de *conexão*, a visão que impera até hoje é identificada por duas palavras e um sinal: "Cliente / Servidor". Nossos terminais, PCs e TVs são "clientes". Grandes computadores e emissoras de TV são "servidores". A parte minúscula e ignorada na definição, a barrinha "/", é a rede: a Conexão entre clientes e servidores. Como eu já escrevi em outro ponto desta série, tudo mudou. Mas a visão "cliente / servidor" segue aí. Qual o problema com ela e o que isso tem a ver com o SOOS?

Os papéis de "cliente" e "servidor" estão deixando de ser uma posição, um "cargo vitalício". O que determinará quando um dispositivo está servindo ou sendo servido é a transação em si. Um iPod, por exemplo, pode ser o "servidor" de músicas em uma casa ou escritório. Em outro momento ele pode ser servido por um micro, para ser devidamente "reabastecido".

Colocando de outra forma: a inteligência não estará mais centralizada. Marvin Minsky (em "The Society of Mind", de 1987), diz que "a inteligência não estará num processador central, mas no comportamento coletivo de um grande grupo de máquinas de usos mais específicos e altamente interconectadas". É por isso que a visão de um SO que funcione como um "Media Center" é de sucesso bastante duvidoso. Home theather, micro, DVD, iPod, videogame, cafeteira e nossa aguardada TV inteligente (e digital) não precisarão de um controle central. Demandarão, isso sim, uma "alta interconexão".

Como eu escrevi no artigo anterior, não é necessário que exista um único SO (um mega-monopólio) para todos os aparelhos inteligentes. O que importa é que eles compartilhem uma série de características essenciais mínimas. Creio que isso só será possível com a adoção de padrões abertos. Mas isso é outro assunto (veja nota no final do artigo).

Os padrões e protocolos de comunicação que existem atualmente já são suficientes para atender essa nova visão. A questão está mesmo em nossos SOs, em sua passividade e uma certa "burrice" (os terminais riram agora, babando veneno).


Viver em Sociedade

Quando falamos em serviços de Conexão do SOOS, queremos tratar de sua capacidade de viver em sociedade. Ele saberá identificar potenciais clientes e servidores, pares e semelhantes, amigos e inimigos. Lembrem-se que um componente (serviço) deste anel é exatamente a Segurança. O SOOS saberá evitar maus elementos e indivíduos que, desprovidos do SOOS, vivem doentes (infectados por vírus e semelhantes). Soou meio fascista mas, no mundo das máquinas, a coisa será assim mesmo. Questão de sobrevivência. Lembram-se que no artigo anterior eu falei que o SOOS "defende a sua existência"?

Novos dispositivos e novos protocolos continuarão surgindo. Quando um cara novo aparecer, como por exemplo o barman D2C (equipamento especialista em caipirinhas - dose dupla!), falando uma nova língua, ele instruirá os outros equipamentos de seu meio (micro, geladeira e afins) onde buscar o serviço que "ensina" aquela nova língua. O SOOS buscará aquele novo serviço e começará a falar instantaneamente com o querido barman: "Capitão, manda mais zuma caipira caprichada!". Ok, é quase a mesma maneira como o Neo (Matrix) aprendeu Jiu-Jitsu. Só que o SOOS não precisará de disquetes ou cartuchos, né? Ele simplesmente pega o serviço na rede. Pronto.

Tudo no SOOS estará conectado com o mundo externo. Mesmo aqueles serviços de "auto-gestão", que descrevi no capítulo anterior, dependerão da Conexão. É como se todo dispositivo possuísse um irmão gêmeo virtual, um 'avatar'. O primeiro benefício óbvio é o backup - uma cópia de segurança. Se você trocar seu micro, por exemplo, não precisará ensinar tudo de novo para ele. E o aprendizado adquirido por um dispositivo estará disponível para todos os demais. Por "aprendizado" entenda não só aquela parte de "conhecimento do dono", um serviço do primeiro anel, mas também todos os Serviços que o SOOS "aprendeu" durante sua vida em um determinado dispositivo.

Este conceito valerá tanto para funcionalidades (serviços) quanto para dados e informações. Se você comprar um editor de textos, por exemplo, ele estará disponível em seu micro mas também na sua TV. Não sei porque você utilizaria um editor de textos em uma TV, talvez para compor um email ou uma mensagem SMS (argh!) que você quer mandar para aquele apresentador 'bacana'. Você também pode adquirir uma música ou um filme. Aqui o exemplo faz mais sentido. Aquela música estará disponível para todos os seus dispositivos que saibam tocar músicas. Engraçado é que quem desenhou algumas implementações do quase-finado DRM tentava evitar exatametne isso: que você pudesse escutar sua música onde fosse mais conveniente e confortável. Não importa (mais). O fato é que você não precisará se preocupar em fazer cópias e mais cópias. Sua música (ou filme, livro, serviço) estará disponível em qualquer dispositivo. Instantaneamente.


Online X Offline

Boa parte dos debates que rolaram desde o início desta série girou em torno do duelo "online X offline". Como eu escrevi acima, o SOOS estará conectado 24x7x365 (24horas por dia, 7 dias por semana, o ano todo). Ou seja, ele será naturalmente online. Chegará o dia em que não falaremos mais tanto da tal Internet, assim como hoje não falamos da energia elétrica. Nossos filhos ou netos não darão tanta importância para ela porque ela será uma coisa natural, que "sempre esteve aí". E a ubiqüidade da rede, sua presença em tudo (do boné ao Porshe, do serviço público ao menor servicinho privado), a torna invisível. O SO do século XXI verá a Internet da mesma forma: como uma coisa natural. Lembrará sorrindo do tempo em que seus vovôs faziam conexões "dial-up".

Mas isso não significa que todos os usos que faremos de nossos dispositivos ocorrerão obrigatoriamente online. Como eu disse em uma das discussões, é uma questão de conveniência e conforto. Dados e informações serão filtrados e depositados em nossos dispositivos. Alguns serão temporários, outros com prazo de validade indeterminado (como as músicas, por exemplo). Com os serviços deve ocorrer a mesma coisa. Aquele "agente" que ajudará a fazer a declaração do imposto de renda não precisa ocupar espaço durante todo o ano. Até porque ele muda todo ano. Já os serviços de edição de textos e planilhas eletrônicas podem residir indefinidamente em nossos discos.

Acho que chegou a hora de falar um pouco mais sobre Orientação a Serviços, o OS ou SO do SOOS (sigla chique fica inalterada em inglês ou português, hehe). Como esse artigo já ficou longo pra chuchu, e já são 19hs de uma SEXta-feira, fica para a próxima.

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Sobre Padrões (Sistemas) Abertos

Vou surrupiar o penúltimo parágrafo da página 47 de "A Vida Digital", único livro publicado pelo Nicholas Negroponte. Literatura obrigatória se você gosta da vida no século XXI. O livro é de 95. Vamos lá:
O conceito dos 'sistemas abertos' é vital, um conceito que exercita a porção empreendedora de nossa economia e desafia tanto os sistemas proprietários quanto os monopólios mais amplamente regulamentados. E ele está ganhando. Num sistema aberto, competimos com nossa própria imaginação, e não contra uma chave e uma fechadura. O resultado não é apenas um maior número de companhias bem-sucedidas, mas também uma gama maior de alternativas para o consumidor e um setor comercial cada vez mais ágil, capaz de rápidas mudanças e de um veloz crescimento. Um sistema aberto de verdade é de domínio público, está totalmente disponível na condição de uma fundação sobre a qual todos podem construir.

Haverá um MacSOOS, WinSOOS, SOOSix etc. Mas todos serão construídos sobre uma base totalmente aberta e livre. Dada a amplitude e relativa complexidade do SOOS, não vejo ele acontecendo de outra forma que não seja como um Sistema Aberto.

"Competimos com nossa própria imaginação". Onde ocorrerão as diferenciações? Em que campo se dará a concorrência no SOOS? Ou, colocando de outra maneira, onde estará a grana no SOOS? O próximo artigo responderá.

Tá chegando o CES (Consumer Electronic Show), e uma parte da nossa mídia fica toda ouriçada. Parece Carnaval. Na verdade o CES é o Carnaval dos amantes de gadgets e tecnologias voltadas para o consumidor final. Todos esperam novidades 'contumbantes' mas, como no último ano, vão ter que se contentar com muita coisa requentada.

A MS, por exemplo, vai jogar quase todas as suas fichas no Vista. E a Mary Jo "Jo Gunne*" Foller, da ZDNet, tá preocupadíssima com o slogan que escolheram para o 'novo' rebento: "Wow! When you see it, you'll say it!". Quanta inspiração. A Mary Jo até lançou uma enquete para escolher um slogan melhorzinho. Saca só uma das opções: "Vista: It’s no Leopard, but it’s still the cat’s meow". Wow.. hehe. Eu só consegui pensar em um: "O que você faria com US$ 6 bilhões? Nós fizemos o Vista!".

Outra descoberta pré-show: nada de Windows Live. A turma não ia gostar de ver uma versão nova do PPT (vapor). Como eu já disse em outro lugar, 2009 é o ano. Mas para o CES de 2008 podemos esperar 45% do Windows Live, como o LiveDrive, por exemplo. Aliás, tudo indica que ele chegará uns 9 meses depois do GDrive. "Run Ozzie, run!"


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* Ao contrário dos apelidos que escolho para o John "Seda Shampoo" Dvorak, o "Jo Jo Gunne" que escolhi para a Mary Jo não tem nada de depreciativo, ok? Jo Jo Gunne era uma bandinha muito simpática de LA, início dos anos 70. Derivada de uma das melhores bandas estadunidenses da época, o Spirit. A banda do Randy California, um dos melhores discípulos 'brancos' do Hendrix...

Uai! Baixou um espírito Junkyage*... hehehe

Eu já falei isto algumas vezes por aqui: o profissional de TI teve uma redução salarial de mais de 70% entre 1993 e 2006, enquanto no mundo ocorreu crescimento salarial. Existem diversos artigos publicados dizendo que existem mais de 17 mil vagas de TI não preenchidas por falta de qualificação profissional e há mais de três anos que escuto este número de 17 mil que não mudou até hoje...Mas mesmo com excesso de vagas o salário não vem aumentado... será que a lei da oferta e demanda não vale para TI no Brasil?

- Ricardo Mansur (no grupo de discussão CMM-Brasil)

Ética Blogueira

04 janeiro 2007

Deu o maior bafafá. A MS resolveu presentear quase uma centena de blogueiros com laptops municiados (infectados?) com o Windows Vista. Boa parte da comunidade blogueira caiu matando. Tanto a MS quanto os blogueiros que aceitaram o presentinho. Joel Spolsky, por exemplo, disse que a MS "corrompeu o meio".

Ano passado, parte da mídia nacional condenou atitude semelhante da Warner. Ela deu um monte de iPods para jornalistas, na divulgação do segundo CD da Maria Rita.

É incrível como ÉTICA se torna algo polêmico. O modelo de negócios de nossa mídia formal baseia suas receitas em publicidade. Já destaquei aqui como é difícil crer na isenção de alguns veículos. Mas é uma questão de sobrevivência, certo? E de um tanto de falta de criatividade.

Vem daí boa parte da força dos blogs. Como são manifestações voluntárias e não remuneradas, espera-se deles um grau de isenção que a mídia formal não oferece há tempos. Comprova-se a força dos blogs quando uma grande corporação lança mãos de estratégias de "relações públicas" que têm nítidas "segundas intenções".

Mas é bom separar BLOGS de blogs. Grandes representantes da mídia formal pegaram carona na onda. Mas seus "blogs" não tornam públicos os comentários, por exemplo. Isso não é blog! É só um canalzinho mais ágil para jornalistas "com opinião". Deram um pouquinho de autonomia para eles e se acham modernos pra chuchu.

Pela reação da comunidade blogueira, estratégias como a da MS não terão futuro. No máximo servirão para filtrar um pouco esse universo que gera 5 novos blogs por segundo ao redor do globo. E reforça a postura "mineira" que devemos ter em relação a qq informação que chega via internet: "Desconfie". Valide a informação em outras 2 ou 3 fontes. É rápido. E poupa constrangimentos e prejuízos.


Telhado de Vidro

Já recebi um presente por causa de um dos meus blogs. No início do ano passado escrevi um (longo) artigo sobre dois livros, "The Mythical Man-Month" e "The Art of Project Management". Scott Berkun, autor do segundo, descobriu meu artigo. E, apesar de não concordar muito com minha comparação, me presenteou com uma versão autografada de seu livro. Eu já tinha a minha cópia. Mas recebi feliz seu "presente". Reparem: eu havia elogiado seu livro antes de ganhar o presente. Por isso não acho que falhei no quesito ÉTICA.

Quem me conhece sabe que sou muito chato com isso. Evito até colocar as 'propagandinhas powered by Google' em meus blogs para evitar constrangimentos. Talvez até elas gerassem alguns centavos de dólar. Mas, particularmente, prefiro deixar os blogs limpos. Ou quase: divulgo com gosto coisas como OLPC, "Defective by Design" (Anti-DRM), o Ubuntu e o Firefox. Sem remunerações ou "presentes" que não sejam a longevidade dessas iniciativas.

graffiare #382

03 janeiro 2007

O primeiro graffiare de 2007 vai para a primeira falha do Vista. Tentei evitar mas não teve jeito. O New York Times disse que se trata de um bug sério o suficiente para gerar "uma crise de confiança na qualidade do SO Windows Vista".

Mas o graffiare mesmo vem da Betanews, que analisou o problema e concluiu que não é nada tão sério assim. Saca só:

Tests of the flaw conducted by BetaNews suggest that, while the (message box) bug can crash Windows XP, its roots in the Win32 API dating back to Windows 3.1, coupled with the fact that the source code for the proof-of-concept appears to be straight ANSI C, directly contradict the Times' implication that the bug somehow afflicts Internet Explorer 7.0.

Quando eu falo que a teimosia com a tal "compatibilidade retroativa" gera efeitos estocásticos (!) o povo acha que é chatice.

Rs... meus títulos e tags devem deixar qq um (inclusive os mecanismos de buscas) um tanto (p)irados. Estratégia boa: força você a ler o conteúdo do post pra saber do que estou falando, hehe.

Meu Rendiconti tratou só das "previsões" genéricas. Acontece que na cola da bola de cristal líquido fiz também algumas "profecias" diretas sobre o mercado de TI, uma loucura que chamei de "Lógica da Frigideira". Vish.. errei quase tudo. Pior: sigo acreditando na tal lógica!

Foto surrupiada de RobertPaulYoung (Flickr).

Escrevi lá em janeiro de 2005 que a Macromedia compraria a Bea e seria depois engolida pela IBM. Disse também que a Adobe iria parar na bocarra da MS. O único fato concreto até agora é a aquisição da Macromedia pela Adobe. Sigo acreditando que a Adobe (Macromedia) precisa colocar o pé mais fundo (no stack). O Apollo fica só na camada de apresentação. De qq forma, o Apollo confirma minha teoria. E quase chega no calcanhar da minha "GUI bem gorda". Sei lá, mas a aquisição da Adobe pela IBM faz cada vez mais sentido para mim. Acho que ele completa o Lotus Workplace. Na verdade pode dar uma nova vida para ele, que vive escondido no pré-nome (Lotus) e no pseudo-anônimo (Notes). Quer diferenciar seu servidor de aplicações JavaEE? Quer uma solução de portal corporativo realmente inovadora? Pega carona no Apollo. Sun e Bea não parecem ter caixa para tanto.

Quando falamos de Web Office, Office 2.0 e afins, só pensamos em MS e Google. No campo das RIAs (Rich Internet Applications), nada está definido. E a Adobe está com um arsenal e tanto. Sem falar em seu market-share: Quantas máquinas possuem Acrobat e/ou Flash instalados?

Outros chutes que dei foram específicos para o nicho 'popularmente' conhecido como ferramentas de BI (Business Intelligence). Errei todos - nada aconteceu. O mercado segue muito fragmentado. Não volto a falar de nomes, mas sigo apostando numa considerável onda de fusões. E os compradores serão sim os tradicionais fornecedores de bancos de dados (IBM, Oracle, MS). Falta o mercado começar a comprar um pouquinho mais. Como a onda agora é SOA, talvez BI fique esquecido por uns 2 anos. "Esquecido" é uma forma de dizer: "abaixo da sétima posição na lista de prioridades dos CIOs".

Por último falei em consolidação de distros Linux. Citei especificamente Novell e Red Hat. Ambas cresceram. O Chapeuzinho Vermelho papou até o 'lobo mau' Fleury (JBoss). Mas nada de redução no número de distribuições. O Ubuntu agora corre por fora, ganhando popularidade e fanáticos (como este que vos escreve). Mas só um grande choque (Vista?) pode causar alguma alteração no mercado de SOs. Não vejo nenhum acontecendo até 2008.

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Para encerrar o assunto, que é espinhoso e traiçoeiro, adiantarei aqui algumas 'previsões' sobre fusões, aquisições e passamentos (Prazo de Validade: 03/Janeiro/2009):
  • MS-Yahoo! (o casamento mais adiado dos últimos tempos. Agora vai!).
  • GoogleBay: a Google precisa de novas fontes de receitas.
  • Oracle+Sun: para brigar com a IBM. O mundo Java arrepiará, mas é uma fusão factível sim. Eu diria que elas estão cada vez mais "feitas uma para a outra".
  • Apple+Sony? Pq não? Aposto R$1,99... ou o salário do Jobs... hehe.

Rendiconti é "prestação de contas" em italiano. Era também como se chamava o periódico criado por Giovan Battista Guccia para divulgar estudos matemáticos elaborados pelo Círculo Matemático de Palermo. A revista Rendiconti foi o primeiro repositório 'open source' do mundo da informática/matemática. Mas isso é outro assunto*. Vou usar o nome aqui para fazer a primeira prestação de contas do Graffiti. Em janeiro de 2005 publiquei uma série de 'previsões' para o biênio 2005-2006. Tá na hora de validar meus chutes.


1. Conservadorismo dos Investimentos em TI
Ainda não tenho os números, mas com certeza os investimentos em TI cresceram mais que o PIB. Eu falava de 10% ao ano (apostando em um crescimento de 5% PIB). Se ficou em metade disso, 5%, tá de bom tamanho. A questão não era o volume mas o perfil, que eu chamei de "feijão com arroz". Vimos alguma coisa inovadora saindo dos departamentos de TI de Pindorama? Pois é. Mas essa é fácil demais. Nem vou contar pontos.

2. Maturidade do Mercado
Falei que o mercado de prestadores de serviços de TI permaneceria praticamente inalterado. Apesar das imensas oportunidades e dos incontáveis boatos, foi o que aconteceu. Não sei se alguém explica porque demora tanto uma onda de "fusões & aquisições" que dê uma sacudida no mercado. Também não se sabe porque as 'gringas' optam por começar do zero quando chegam por aqui. Nossa área adora mistérios.
Mas foi neste ponto das 'previsões' que cometi um grande engano, o que me deixou muito feliz. Falei que em 2005 apenas 10 empresas atingiriam o nível 2 do CMMI. Bom, só na ISD aparecem 40 empresas nesse nível. Falei também em 2 empresas no nível 3. São mais de 12! Resta torcer para que todas recuperem os investimentos.

3. Exportação de Software
Falei que não atingiríamos 20% da meta colocada pelo Governo Federal, que era de US$ 2 bi. Ficamos em US$ 350 milhões. Mas essa também era fácil. Todo mundo sabia, menos o Governo e nossa 'prensa' especializada. 'Prensa' que insiste que a culpa é só da carga tributária e da legislação trabalhista. Assim, seguiremos insignificantes no mercado mundial de software. Gente, o que falta é PRODUTO (criatividade e inovação). E não me venham com urnas, por favor!

4. SOA (Service-Oriented Architecture)
Outra fácil: só falei que SOA não pegaria, dentre otras cositas. Mas ainda vai pegar...

5. SaaS (Software as a Service)
Disse em jan/05 que não veríamos nenhuma oferta consistente de software vendido como serviço. Fica implícito no texto que eu me referia à uma oferta genuinamente tupiniquim. Agora, no finalzinho de 2006, pintou por aqui a Salesforce. De certa forma mostrando que meu temor era verdadeiro.

6. Especialização
O mercado tá um cadinho mais exigente quando falamos de contratações, mas segue com aberrações do tipo "Analista Programador que domine Java, SOA, MDA, UML, Delphi, VB, ASP, HTML, Photoshop...". Ok, exagerei. Mas o mercado segue contratando mal. Outra fácil de se prever. Afinal, o turn-over no RH é menor que aquele das áreas técnicas...

7. Open Source X Microsoft
Hmmm, falei na MS perdendo 15% do mercado de desktops. Apostava mais na Apple do que no Linux. Errei feio: o market-share não deve ter movido um único ponto percentual. Resta ver o tamanho do estrago do Vista nos próximos anos.

8. Colcha de Retalhos
Confunde com a "previsão" #4, acima. Na verdade, mais um chororô do que uma "previsão" de verdade.

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Aliás, a lista completa é mais uma "wishlist" temperada com ceticismo do que um conjunto de previsões. Por isso acertei mais do que errei. Querendo justamente o contrário: queria que a lista provocasse. Hehe, bobinho.

Bobo mas teimoso. Tanto que ainda nesta semana publico minhas "previsões" para o biênio 2007-2008.

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* Conheci o Círculo Matemático de Palermo em duas obras de Domenico de Masi: "A Emoção e a Regra" (que trás inclusive alguns fac-símiles das edições das Rendiconti) e "Criatividade e Grupos Criativos". Já recomendei tanto a leitura de ambos que nem preciso repetir. Falta a cambada que quer exportar software entender que "o criativo cria a si mesmo".