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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

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Fábrica de Estressados

30 novembro 2009

TI sempre foi uma fábrica de estressados. Seja em operações ou em projetos, a norma é sempre ver profissionais sobrecarregados, trabalhando no limite físico (e de prazos). E é muito estranho que um vergonhoso histórico de acidentes, bugs e fracassos não resulte em revisões na maneira como equipes são dimensionadas e estruturadas.




As organizações, sempre orientadas por um único fator: Custo, seguirão com a esperança de que é possível obter mais com menos (profissionais). Míopes, seguirão ignorando que acidentes, bugs e fracassos, no final das contas, custam muito mais que uma equipe um pouco maior (e melhor).

Portanto, o que estranho mais é o fato dos profissionais da área seguirem se sujeitando a práticas que vão do absurdo ao draconiano com escalas em soluções hilárias. Estranho porque, na média, estamos falando de profissionais com bom nível cultural e relativamente exigentes. São exigentes, por exemplo, em relação a flexibilização de horários de trabalho, ambiente etc. Por que, então, aceitam de cara boa responsabilidades cada vez maiores?

Há quem diga que esse espírito voluntarioso é fruto dos desafios - "nós adoramos desafios!". Outros dirão que é falta de opção: seria pegar o trampo ou ficar desempregado. Perdão, mas acho isso tudo uma imensa besteira. Existem desafios e Desafios. Mas nenhum justifica 100hs de trabalhos adicionais por mês. E quem tem medo de perder o emprego normalmente é o primeiro na fila do seguro-desemprego.

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Pra variar, desenvolvi o texto ignorando por completo o tema que o motivou. Seguinte: na Info do mês tem um artigo chamado "A Mutação do Webmaster". Citam Guilherme Ranoya, professor da FIAP:

As empresas exigem cada vez mais de uma única pessoa. Muitos estão exaustos ou assustados com o esforço que têm de realizar para acompanhar as mudanças.

Em outro trecho, um brinde da Info: "o webmaster não precisa ter diploma, mas deve conhecer pelo menos três linguagens de programação e estar familiarizado com métodos como Ajax ou ferramentas como o Flash, programar, modelar e realizar operações de banco de dados. Deve saber configurar servidores, com suas devidas extensões para programação em PHP, Ruby on Rails e Java, entre outras. Tem de configurar máquinas virtuais para montar servidores de teste, desenvolvimento e produção, configurar redes e servidores de email e gerenciar suas políticas e usuários".

Kkk... faltou pedir para ele lavar, passar e fazer um cafezinho! Pô, será que não percebem o tamanho do absurdo? Ok, eu já tinha falado sobre isso em julho. Mas acho que seguirei falando. No mínimo para ganhar mais dois ou três amigos que saibam dizer: "Não, obrigado".

Nós, bravos tupiniquins, temos a triste mania de ignorar debates quando ainda temos chance de participar; e de chorar depois, reclamando de tudo e todos.

É certo que a maioria nem sabe que alguns debates acontecem. Nossa grande mídia faz questão de não divulgá-los ou tratá-los como notas de rodapé. Sabe-se ou desconfia-se bem de suas razões.

Bão, exatamente neste momento rolam duas "consultas" que podem mexer muito com nossas vidas, a virtual e também a real. A primeira e mais impactante trata do Marco Civil da Internet (leia-se: Nossos Deveres e Nossos Direitos na Grande Rede). É sério, não acha? Se sim, saiba mais no link abaixo (o prazo para o chororô preventivo se encerra no próximo dia 17/dez):

http://culturadigital.br/marcocivil/

A outra não é bem uma consulta pública, mas merece igual atenção. Trata-se da proposta do MinC (Ministério da Cultura) para alteração da lei de Direitos Autorais. Um resumo também pode ser conferido no site Cultura Digital.

É nítida a intenção de flexibilização da lei. O fair use é ampliado e formalizado de diversas maneiras. Chama a atenção algumas sugestões que, em minha opinião, são de difícil implementação. Por exemplo: a taxação de cópias (citam o termo xerox no resumo). Coisas assim, impossíveis de serem fiscalizadas, costumam gerar mais barulho do que resultados. Mas, no geral, as propostas são boas e coerentes com o mundo atual.

Há um detalhezinho meio perdido ali que vai mexer com muitos apresentadores (falsos jornalistas) e emissoras de rádio e TV: a proibição do Jabá! Agora eu quero ver como que artistas de 5ª categoria ganharão visibilidade.