Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Eclipse Brilha?

28 fevereiro 2005

A 'ferramenta' [framework / IDE] sim. Começa hoje nos EUA a conferência EclipseCon, com lotação esgotada há semanas. E novidade do barulho: Bea, Sybase e, por incrível que pareça a Borland, serão apresentados como novos membros.



Mais que um ambiente integrado de desenvolvimento (IDE) que quase não deve nada ao MS Visual Studio, o Eclipse pode ser visto como uma plataforma de desenvolvimento. A IBM já usa sua base na linha de produtos Workplace. Extensível, portável e aberto. E grátis! Um membro da comunidade falou que a MS deveria entrar para o time também, portando suas linguagens C# e VB para a ferramenta. A MS falou que não tem interesse. Bom, nada impedirá que alguns programadores o façam. Basta querer. E a Sun... bom. A Sun seguirá insistindo com o NetBeans e sua distância 'vital' do Eclipse. Faz sentido?

"Mais progressos resultam da violenta execução de um plano imperfeito do que da perfeição de um plano para executar violentamente."
- Hubert Humphrey

Bang and Blame

25 fevereiro 2005

Robert X. Cringely ataca novamente! Ele é o oposto do John 'Paris Hilton' Dvorak. Enquanto a 'loira má' tenta ensinar o Bill a matar o Linux, Cringely mostra pq acredita que o declínio do império MS já começou (Killing Us With Kindness - At Microsoft, Even Good Deeds Are Predatory).

Obs.: Na verdade, o próprio artigo desesperado e ignorante (quanto ao 'modus operandi' do mundo do Software Livre) do John 'Carla Perez' Dvorak é um testemunho das nuvens negras que pairam sobre Redmond.

O artigo do Cringely é extenso, então vou destacar apenas alguns trechos:

.A liberação, pela MS, de um anti-vírus e um anti-spyware gratuitos que só funcionam no XisPé2 é uma sacanagem. A migração dos milhões de usuários de Win98, ME e W2K para o XisPé geraria para a conta bancária do Bill uma bagatela em torno de US$10bi. Em tempo: os SO's "antigos" da MS não merecerão o mimo de segurança. Pode? (Cringely questiona inclusive se tal atitude tem amparo legal).

.Trata-se d'uma sacanagem dupla se, por míseros minutos, calçarmos os sapatos de gente da Symantec, TrendMicro e outros. (Estratégia velha, não?).

.O futuro IE7 deverá, na visão da MS (?), tirar a pressão que existe sobre o 'Berrante' (Longhorn). Porém, de novo, a migração para o XisPé deve ser forçada.

.Se Cringely estiver correto (e tudo indica que sim), a IBM está trilhando um novo caminho com passos muito bem pensados e pesados. A venda da divisão de PCs para a Lenovo foi uma forma da Big Blue se desvencilhar de contratos OEM com Intel e MS. A IBM teria virado o jogo, licenciando o PowerPC para a MS (que vai utilizá-lo na próxima geração do XBox). Então, agora é a MS que está sendo sacaneada: a IBM desenvolveu, em consórcio, o nova tecnologia de chips conhecida simplesmente por Cell. Ela planeja não só utilizá-los em novas estações de trabalho e servidores, mas já o liberou para a Sony equipar o futuro PlayStation!! Detalhe: quem já viu protótipos das novas máquinas azuis garante que não há uma vírgula de código MS lá. Só SuSE (Linux) e AIX. E, ao contrário de equipamentos equivalentes da Dell que giram em torno de US$3k, as maquininhas azuis sairiam de fábrica por menos de US$1k. Wow!!

Obs 2: Se a coisa continuar assim, vou acabar aumentando o valor de minhas apostas.

Cringely encerra assim seu artigo:

If you are a CIO facing the forced upgrading of half or more of your PC-installed base immediately and probably the other half a year later, the opportunity to move away from Microsoft and toward IBM while saving money at the same time has to be compelling. If you are a home user in the same position, you'll feel the same way.

This won't put Microsoft out of business by any means, but it does take some of the profit out of the forced-march upgrade cycle. It certainly will hurt Intel. And it will be yet another sign of the fragility of Microsoft's monopoly that Bill Gates worries about so much.

But in this case, Bill has only himself to blame.

Falei ontem sobre o debate 'thin client' X 'fat client' (Entre o Gordo e o Magro). Vou jogar um pouco mais de pimenta no caldo. Saca só:



Já que é para ter cliente 'gordo', que nos empaturremos direito!! O rabisco aí mostra um esquema d'um framework dos sonhos:

O IBM Workplace utiliza como alicerce o Eclipse. Duas características bem legais dele são a portabilidade (Win, Linux, OS X) e o mecanismo de atualização automática (que quase o coloca em igualdade com 'thin clients' puros, no quesito administração). Mas, graficamente falando, o Workplace oferece Swing e SWT. Ou seja, interfaces Win32-like (ou OSX-like ou qq variação Linux) tradicionais. Daí que o Flash (que apostei que no médio prazo - 2 anos no máximo - deve ser incorporado ao portfolio da IBM) pode significar considerável avanço. Já falei também que a MS trilha rumo semelhante com o Avalon, uma das três principais inovações do 'Berrante'.

Mas 'shock' mesmo aconteceria se o Workplace incorporasse também o 'Looking Glass', da Sun. Não conhece? Saca só:



Aí, se não for pedir demais, que tal revitalizar o 'ViaVoice' e embutir no Workplace excelentes recursos de reconhecimento de voz (VR)? Se VoIP vai fazer com que todas as nossas futuras estações de trabalho sejam também nossos telefones (ramais), o mesmíssimo recurso 'viva-voz' pode ser usado pra falar com a máquina também. Pq não?

O framework sugerido aí é bem "super size me", eu admito. Mas é tão exigente (em termos de hardware) quanto qq XisPé2 ou Berrante. Se é pra ter briga em torno de 'clientes ricos', que ela seja rica em inovações e de alto nível.


ps pra ms: Há vida além do 'arrastar-soltar'.


Atualização (16:41) :: A IBM parece estar projetando máquinas que podem ser bem gordas, porém muito, mas MUITO baratas. Mais aqui.

"Software development is a political process."
- Chris Messina

Entre o Gordo e o Magro

24 fevereiro 2005

Gosto de lembrar que o debate "thin client X fat client" foi tema de meu primeiro post. De certa forma. Ali eu apresentei o Eclipse como uma nova alternativa, flexível o suficiente para funcionar 'magra' ou 'gorda', dependendo do gosto do freguês. A "fundação" Eclipse anunciará na próxima semana outra iniciativa neste sentido. Só pra lembrar: o Eclipse é portável. Roda em máquinas Win, Linux e OS X.



A MS embarca no debate com posição definida: Gorda! Afinal, como justificar o futuro Win, o tal 'Berrante'? Legal do post citado aí em cima é a lembrança de que o Javascript, tremendamente bem usado pelo Google (particularmente no GMail), pode oferecer eXPeriência de clientes 'gordos' em máquinas 'magras'.

O debate ainda vai render muitos posts. Há aplicações que (ainda) fazem mais sentido em clientes 'gordos'. Várias outras há tempos merecem bela dieta. Clientes magros são mais baratos, mais fáceis de serem gerenciados e tremendamente mais seguros.

Mas, sinceramente? Se eu fosse escrever uma aplicação nova hoje pensaria seriamente no framework oferecido pelo Eclipse. Além da portabilidade, o novo conceito de distribuição/atualização e a usabilidade (de cliente 'gordo') são fatores de peso! (outro trocadilho horrível!).

To be continued...

"São 500 anos de poucas glórias. Inventamos uma mistura de limão com cachaça, o chute com três dedos — e o que mais mesmo?"
- Joaquim Ferreira dos Santos

How to Kill Linux

23 fevereiro 2005

John "Severino Cavalcanti" Dvorak é mesmo um showman. No pior sentido da palavra. Em uma de suas últimas colunas para a PCMagazine ele tá ensinando Bill Gates a matar o Linux. Numa frase só: Lançando o MS-Linux!!! kuakuakua...

Saca só a conclusão do artigo:

"The key to competitive success here is gaining dominant market share with a proprietary product. With Linux, Microsoft only needs that one driver element to be proprietary for the plan to succeed. When MS-Linux is announced, it will be as if Microsoft were doing the world a favor by "joining" the Linux community. Praise will be heaped on the company. Congratulations will flow. The end of Linux will be at hand."

Bom... pelo menos o cara é engraçado.

IsNot Serious

22 fevereiro 2005

Do Slashdot:

An anonymous reader writes " According to the patent application--filed in mid-November by Paul Vick, lead architect for Visual Basic .Net at Microsoft; Amanda Silver, a program manager on the Visual Basic team; and an individual in Bellevue, Wash., named Costica Barsan--the IsNot operator is described as a single operator that allows a comparison of two variables to determine if the two point to the same location in memory." This article continues the tale started last november, and here is an eWeek story on the same subject.

(ou "A MS do Futuro").

Blog do Dan Farber (ZDNet) traz um excelente post com trechos de uma entrevista com Mark Anderson. Tema principal: o destino da MS. Melhor: palpites para a MS.

Resumindo:

1. Reinvente-se! Seu negócio (como o próprio Bill Gates já falou) depende de breakthroughs. Dica do Mark: crie uma nova interface. Uma interface que leve em conta a linguagem natural, gestos, inteligência. Nada a ver com o TabletPC.

2. Colabore e busque colaboração. Abra as portas de seus laboratórios de P&D. O mundo do Software Livre não é seu inimigo. Na verdade, pode ser seu maior aliado.

Tem mais. Vale a pena ler, independente do seu grau de relacionamento com a MS.

Há tempos exagero no azedume na hora de falar da inserção de Pindorama no mercado global de 'outsourcing offshore', especificamente em serviços de desenvolvimento de sistemas. O azedume não é gerado só por uma grande antipatia por alguns dos protagonistas das iniciativas (Jaguaribe, next, alguns membros do next, etc). Salivo ácido quando vejo tanta mentira, ilusão, auto-enganação... Safadeza?

Como mostrei outro dia, há 10 anos Nicholas Negroponte já dizia que muito trabalho 'colarinho branco' iria para as mãos de 2 bilhões de indianos e chineses. A movimentação foi (e é) inevitável por razões muito simples:

1. Escala
2. Ensino
3. Estrutura


Escala: parte considerável dos esforços de desenvolvimento transferidos para a Índia refere-se a trabalhos hercúleos de manutenção / atualização de sistemas. Não são raros os projetos que requerem a alocação de centenas ou até milhares de desenvolvedores, testadores, documentadores e afins. Na última vez que um projeto de porte semelhante foi lançado aqui no Brasil o corre-corre foi pra lá de hilário. 'X' contratou 'P' que convocou 'T' que procurou 'O' que chamou 'U' pra completar a rima. É sério! Supply-chain montado 'on-demand' pra conseguir alocar algumas dezenas de programadores.

Ensino: Na terra de Ghandi o relacionamento do meio acadêmico com as empresas é íntimo demais. De certa forma, até condenável. Mas aqui em Pindorama prevalesce o oposto. Raras e louváveis exceções, como o CESAR, não são suficientes. Temos universidades de "primeira linha" (ou seja, com nome e sediada em Sampa) ensinando COBOL! O governo de São Paulo acabou de divulgar que vai formar 63 mil desenvolvedores em um ano. Do zero! Numa iniciativa que antes formará 1190 instrutores!! Tudo em um ano!! Será que um dia veremos nossa área merecer o mesmo respeito que outras áreas como Engenharia, Direito, Medicina, Veterinária e Educação Física recebem?

Estrutura: Combinação de 3 pilares, PESSOAS, PROCESSOS e TECNOLOGIA. A Índia tem MUITOS PROFISSIONAIS excelentes. Tem mais certificações CMM que toda a Europa. E tem TECNOLOGIA (pq a atrai com uma facilidade incrível - dada sua competência na formação de PESSOAS e na adequação a PROCESSOS. Quando IBM e MS se instalam lá, estão levando tecnologia de ponta. E transferindo-a. Em Pindorama elas são vendedoras, ponto). Devemos equilibrar atenção e investimentos nos três pilares. Só assim teremos "Estrutura" para suportar projetos sérios. Disparar discursos vazios (denegrindo CMM, valorizando o fuso e otras cositas mas) não nos levará a lugar nenhum.

Nunca bateremos Índia e China no quesito Escala. Mas podemos ultrapassar com facilidade os outros dois "I's" do mundo do software global: Irlanda e Israel. Mas Escala é o menor dos nossos problemas. Antes da 'quantidade', deveríamos nos ocupar com 'qualidade' (como chovo no molhado!). Ensino e Estrutura são só isso: garantia de Qualidade.

Não é preciso nenhuma bola de cristal para afirmar que não atingiremos nem 25% da meta de exportar US$ 2 bi em software e serviços até 2007. Nos quesitos 'marketing' e 'RP' a gente até que está bem. E o novo logo é até bonitinho:



Mas se não fizermos o dever de casa de forma séria não iremos a lugar nenhum. O primeiro passo, na minha humilde opinião, é parar com a auto-enganação. "Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira", já dizia Renato Russo.

"Fazer diferente é fazer diferente antes dos outros."
- Michel Authier

Será que é verdade que uma mentira, quando repetida n vezes, vira verdade?

Em agosto do ano passado eu já reclamava da meta inalcançável do Ministério do Desenvolvimento: exportar US$ 2 bi em software até 2007. Depois de certo 'silêncio', o Furlan voltou com a mesma história.

Explico: hoje falam que já exportamos algo em torno de US$ 100 milhões (duvido inclusive deste número. Saca só um breve histórico (já postado anteriormente) extraído do site do Softex):

97 - US$ 4,1 mi
98 - US$ 7,3 mi
99 - US$ 2,4 mi
00 - US$ 3,9 mi
01 - US$ 3,5 mi


Como saltamos de US$3,5 milhões para US$100 milhões?? Como pularemos de US$100mi para US$2 bi??? Não sei, ninguém explica. Assim como não explicam onde foram parar os US$ 500mi que o Softex torrou entre 1996 e 2000. Já mandei e-mail para dois Senadores da República mas... tsc! Esperava eu merecer uma respostinha? Que bobinho...

O pior é que na contra-mão de uma "política nacional", o Estado de São Paulo vai formar 63 mil desenvolvedores MS. É verdade, tá aqui! Leia e veja que plano fantástico! (Tipo ovo de Colombo): a MS vai treinar 240 professores, que serão responsáveis pela formação de outros 1000. Aí nossos heróis formarão 63 mil desenvolvedores. Tudo em 2005!!! Céus! Nesse ritmo nós bateremos a Índia em 2 anos!!!

Engraçado que no próprio site do Softex podemos encontrar 'vozes dissonantes'. Quem se importa? O importante é aproveitar logo os R$ 100 milhões reservados pelo BNDES para financiar nossa entrada no mercado global de desenvolvimento de software.

Êita série enrolada... A Parte 1 é de novembro e a Parte 2 de dezembro. Vamos lá. Tem muito problema ainda pra comentar. Mas só lembrei que estava fazendo a 'série' agora, depois de dois artigos sobre o comentado tema SOA (Services-Oriented Architecture).

O 1o artigo, do excelente ZAPThink, cai na velha pergunta de 1 bilhão de dólares: como o sistema 'B' vai "entender" os dados transmitidos pelo sistema 'A'? O problema está aí há anos! Que bom que ele está voltando pra mesa de discussões.

Em 100% dos bancos de dados que conheci as únicas informações disponíveis sobre determinado 'dado' eram:

.Nome (que pode ser tanto 'CODIGO' quanto 'COD_PROD_PQP')
.Tipo do Dado (alfa, numérico, data, lógico)
.Tamanho do campo

Dependendo do carinha (o coitado do 'dado'), podemos também saber se ele tem alguma responsabilidade pelo 'relacionamento' com outra tabela. Só!

Pois bem, se eu pego o tal coitado (o 'dado'!) e mando para outro sistema, como este vai saber do que se trata? Bom, normalmente a ponte é 'hard coded'. Ou seja, explicamos para o sistema 'B' que aquele carinha é o COD_PROD_PQP. Cada nova integração vai requerer o mesmíssimo (chatíssimo) trampo.

Há tempos falamos sobre uma solução técnica 'maravilhosa' para o problema de 'entendimento' entre sistemas: os METADADOS. Dados que explicam dados. O COD_PROD_PQP teria metadados que explicariam seu sentido de negócio, forma de utilização, eventuais traduções, etc etc. Através de um conjunto de 'explicações' padronizado, um sistema seria capaz de compreender os dados que está recebendo ao identificar similaridades com seu próprio catálogo de METADADOS. Pô, mas tal padronização já não foi feita há tempos? EDI, projeto da ONU? Então... pq ainda é um problema?

Pq ninguém fez o dever de casa direito. Como eu disse, 100% das bases de dados que eu conheço (e olha que já vi muitas e terríveis bases) não se preocupam em explicar a razão de sua existência.

E o q q essa prosa (ruim e careca) tem a ver com SOA? Bom, quase todo mundo que "vende" SOA apresenta-a como a solução para todos os problemas de integração de sistemas. De novo a maioria tá começando de trás para frente. Outro bom conceito corre sério risco de vida...

Mas eu ainda aposto (quase) todas as minhas fichas no SOA. Outra série vai tratar apenas do lado bom da coisa. Em breve! (dívida velha... mas um dia eu pago).

...no outro campo de batalha (o VERDADEIRO, ou seja, entregar produtos minimamente decentes) a MS leva porrada. Saca só um trechinho d'um artigo do Gartner:

"Microsoft's overriding goal should be to eliminate the need for AV [anti-virus] and AS [anti-spyware] products, not simply to enter the market with lookalike products at lower prices"


Falou pouco mas falou (quase) tudo.

Segundo a IBM, a concretização das várias promessas passa, obrigatoriamente, pelo Lotus Workplace. Por enquanto a estratégia faz sentido. E os US$100 milhões que a IBM vai apostar no negócio torna-o ainda mais 'atraente'.

Mas tenho 2 perguntas:

1) Os clientes saberão o que estarão comprando? (o Workplace depende de uma infra de software IBM, Websphere Portal principalmente).

2) A MS continuará calada? Até quando?

Independente das respostas mantenho minha aposta: em 2 anos a MS perderá entre 15% e 20% de presença nos desktops. E ela está me ajudando muito! Vide todo o papo sobre liberar atualizações apenas para cópias oficiais...

O legal é que o Bill começou sua campanha 'moralizadora' por aqui, em Pindorama
. Pq será? Será birra pq ele não conseguiu conversar com o Lula em Davos? Será que é pq o Governo Federal valoriza Software Livre? Será pq o Amadeu falou que a tática da MS não difere em nada da tática d'alguns colombianos? Será?

A novela vai longe...

"All you need in this life is ignorance and confidence, and then success is sure."
- Mark Twain

Bill Gates flew to Denmark and told the Prime Minister that if he didn't support European software patents, Gates would shut down a Danish software company that Microsoft had acquired, costing Denmark 800 IT jobs.

The founder of the world's largest software company, Bill Gates, is now ready to shut down Navision in Denmark and move around 800 developers behind Denmarks biggest software success to the US.

The Microsoft leader made that clear, when he meet with Prime Minister Anders Fogh Rasmussen, Economic and Business Minister Bendt Bendtsen and Science Minister Helge Sander in November.

The threat risks being executet, if part of the IT business manages to block the disputed EU directive on patenting software, that Microsoft wants so dearly, but time and time again has been postponed thanks to efficient lobbying by anti-patent opposition.

"If I am to keep my development center in Denmark, I must have clearity on the rights issue. Otherwise I will move to the US, where I can protect my rights," said Gates according to to Microsoft chief attorney Marianne Wier, who also attended the meeting with Anders Fogh Rasmussen.


Será que era algo do tipo que ele queria tanto falar com o Lula em Davos?

Mr billshit mostra cada vez mais sua carinha...

[Surrupiei daqui.]

Andrew M. St. Laurent (mal de 'lorenço'?) lançou pela O'Reilly o livro "Understanding Open Source and Free Software Licensing". Versão 'na faixa' (coerentemente) disponível:

Mr Bill (*Shit*) Gates, em 1991:

"If people had understood how patents would be granted when most of today's ideas were invented and had taken out patents, the industry would be at a complete standstill today...A future start-up with no patents of its own will be forced to pay whatever price the giants choose to impose."

Quem lembrou o discurso aí foi o chato do Stallman, em longo artigo comunista. Segue o temor (FUD ou PRI (Perigo Real e Imediato)?) de que a MS queira controlar e-mails, a Internet e toda a 'Vida Digital'.

graffiare speciale #10

14 fevereiro 2005

Encerro aqui e com uma coletânea especial em formato PDF (que em breve estará na seção downloads) a homenagem aos 10 anos do lançamento do livro “A Vida Digital”, de Nicholas Negroponte. Se a razão da homenagem ficou perdida em algum canto, relembro aqui em poucas palavras: trata-se do livro mais visionário sobre tecnologia - particularmente a tecnologia da informação - que já li. Nicholas o escreveu, provavelmente, entre 93 e 94. A 1ª edição em língua portuguesa (que comprei numa das raras idas à BH depois de “adulto”) foi impressa em maio de 95.

O livro é dividido em apenas 3 partes: Bits são Bits; Interface; e A Vida Digital. Parte das idéias já havia aparecido na coluna que Nicholas mantinha da revista Wired (todos os artigos estão disponíveis na seção Graffiare & Pizzas, aí ao lado). XML, SOA, web services, RFID, interfaces ricas, rede, impacto da Internet e o impacto da tecnologia na vida de todos. Está tudo ali, previsto no texto conciso e preciso do Sr. Negroponte. Bate um certo constrangimento por não ter aproveitado melhor boa parte dos insights que tive o privilégio de conhecer (e, de certa forma, entender) com tanta antecedência. De qualquer forma, como já bloguei nesta série, há muito ainda por fazer.

Também já havia antecipado que este último post da série seria um “tapa na cara”. Trata-se de um trecho do epílogo chamado “Uma Era de Otimismo”. Saca só:

“Sou um otimista por natureza. Contudo, toda tecnologia ou dádiva da ciência possui seu lado obscuro, e a digitalização não constitui exceção.”

“Na próxima década, veremos casos de abuso de propriedade intelectual e de invasão de nossa privacidade.Enfrentaremos o vandalismo digital, a pirataria de software e o roubo de dados. E, pior do que isso: testemunharemos a perda de muitos empregos para sistemas totalmente automatizados, que em breve vão mudar o local de trabalho dos colarinhos-brancos na mesma medida em que transformaram a paisagem nas fábricas. A noção do emprego vitalício numa única empresa já começou a desaparecer.”

“A transformação radical da natureza de nossos mercados de trabalho – à medida que passarmos a trabalhar menos com átomos e mais com bits – vai coincidir com a entrada on-line (e, literalmente, em fila) de uma força de trabalho de 2 bilhões de trabalhadores indianos e chineses. Um projetista de software autônomo em Peoria estará competindo com seu colega em Pohang. O mesmo acontecerá com um tipógrafo digital de Madri e seu correspondente em Madras. As companhias americanas já estão transferindo o desenvolvimento de hardware e a produção de software para a Rússia e para a Índia, não em busca de mão-de-obra não qualificada mais barata, mas para garantir para si uma força de trabalho intelectual altamente especializada e aparentemente disposta a trabalhar mais duro, mais rápido e de forma mais disciplinada do que os trabalhadores americanos.”

...

“Hoje, quando 20% do mundo consome 80% de seus recursos, quando um quarto de nós possui um padrão de vida aceitável e os outros três quartos não, como superar essa divisão? Enquanto os políticos lutam munidos da bagagem da história, uma nova geração está surgindo na paisagem digital, desembaraçada de muitos dos antigos preconceitos. Essa criançada está liberta da limitação imposta pela proximidade geográfica como único terreno para o desenvolvimento da amizade, da colaboração, do divertimento e da vizinhança. A tecnologia digital pode vir a ser uma força natural a conduzir as pessoas para uma maior hamonia mundial.”

...

“Meu otimismo não é alimentado pela antevisão de alguma invenção ou descoberta. Encontrar a cura para o câncer e para a AIDS, descobrir uma forma aceitável de controle populacional ou inventar uma máquina capaz de respirar o nosso ar, beber nossos oceanos e devolvê-los depois, livres da poluição, são sonhos que podem ou não se realizar. A vida digital é outra coisa. Não estamos esperando por uma qualquer invenção. Ela está aí. Agora. E é quase genética em sua natureza, pois cada geração vai se tornar mais digital do que a anterior.”

“Os bits de controle desse futuro digital estão mais do que nunca nas mãos dos jovens. Nada seria capaz de me deixar mais feliz do que isso.”


(Surrupiado das págs 195, 197 e 198)

"Have no fear of perfection. You will never reach it."
- Salvador Dali

graffiare #037

11 fevereiro 2005

"Ser obsessivo requer uma louvável agilidade mental."
- Nick Hornby (Febre de Bola)

Fusão Tupiniquim

10 fevereiro 2005

Pois é... falei tanto que a coisa começou a acontecer. Lógico q não foi pq eu falei ;) ... mas tá acontecendo!! Em dezembro 4 posts pintaram aqui no Graffiti pra falar sobre fusões mundo afora e em Pindorama: Espírito Natalino, Espírito Natalino pt 2, The Good, The Bad and the Ugly e As Boas, as Más e as Feias.

Me surpreende que o movimento já tenha começado por aqui: A Microsiga papou a Logocenter. Mais surpreendente ainda é o trecho abaixo da matéria do Hélio Gurovitz (EXAME, 16/Fev):

"De todos os casos que Cosentino (Microsiga) e Watzko (Logocenter) estudaram para montar seu acordo -- entre eles, a recente fusão entre PeopleSoft e JD Edwards e a posterior aquisição das duas pela Oracle --, aquele que ambos gostam de citar como exemplo é o da Ambev, empresa formada pela união de várias cervejarias brasileiras, capitaneada pela Brahma. Se vale a comparação, caberia à Microsiga o papel de Brahma do mundo do software. A união com a Logocenter -- que seria, guardadas as proporções, comparável à Skol -- coloca a empresa em posição de liderança para o próximo passo, a negociação com a segunda maior empresa brasileira do setor, a Datasul, uma espécie de Antarctica do software de gestão, cujo faturamento em 2004 foi de pouco mais de 280 milhões. "Não há ambiente para discutir o assunto ainda, mas gostaríamos de ser o consolidador, não o consolidado", afirma Paulo Sérgio Caputo, diretor corporativo de operações da Datasul. Tanto Microsiga quanto Datasul declaram que esse é o caminho natural para enfrentar o mercado internacional, exatamente como faz outra empresa de tecnologia que todos também gostam de lembrar, a Embraer."


Então: uma má (Microsiga) comprou uma feinha (Logocenter). Infelizmente tem sim a mesma lógica ORACLE+PeopleSoft e Brahma+Antarctica: estão comprando só participação de mercado. A fusão com outra má (Datasul) pode garantir posição privilegiada no mercado global? Balela. Só torna mais fácil a digestão por uma SAP ou Oracle da vida. É triste, mas é só isso mesmo. Só não ocorrerá se a clientela Microsiga+Logix+Datasul nunca interessar às Uglys. Pouco provável.

Outra coisinha que precisam entender: a EMBRAER desenvolve tecnologia! Investe pesadíssimo em P&D. Ah, e em processo de desenvolvimento também. Blz?

"No application is an island, and the need to interoperate is common."

Chovi no molhado? Peraí. O que a frase aí tem de novo é o local d'onde eu a surrupiei: do site da MS! Há uma nova seção lá com o nome "Microsoft Interoperability". E, a primeira vista, é muito boa. Tem seções específicas para integração de aplicações MS com J2EE, Bea Weblogic, IBM Websphere etc. Pois é... o mundo gira.

W.McDonald Buck é ex-CTO do Banco Mundial. Está escrevendo uma série especial para o OSDir sobre desktop Linux. De certa forma o artigo é um puxão de orelhas na comunidade de software livre. Falando do 'Get the Facts' da MS e as respostas do mundo GNU/Linux, diz que ambos estão corretos e ambos escondem (ou não querem ver) algumas verdades. Fala de muita coisa que todo mundo sabe mas nunca teve coragem de questionar. Particularmente sobre o mistério do desktop Linux entre fornecedores de 1a linha. Saca só: um micro Dell sem Windows é mais caro que a mesmíssima versão com o SO da MS. Buck mostra algumas entranhas dos tais "contratos OEM". É só a 1a parte do artigo. É aterrador, mas vale a pena.

"Perfection is achieved not when you have nothing more to add, but when you have nothing left to take away."
- Antoine de Saint-Exupery

Crise Conjugal

09 fevereiro 2005

Até que demorou. Mas Sun e MS já começaram a trocar farpas. Por enquanto a pau tá quebrando no andar de baixo. Envolve os arquitetos James Goslin (Sun) e Don Box (MS). Goslin falou que as implementações .NET do C e C++ da MS são tão esburacadas que dá pra passar caminhões por ali. Don Box já retrucou, falando que JVM e Solaris são tão esburacados quanto. Triste, né? Mas enquanto não envolver Ballmer e McNealy, tudo bem. O casamento sobrevive.

Sacou o 'graffiare' de hoje? O chefão da IBM, Thomas Watson, e sua visão em 1943: "I think there is a world market for maybe five computers". Sabemos que a IBM virou a maior empresa de informática do mundo, apesar da 'visão' do Thomas. Mas, 50 anos depois, era uma empresa a beira da falência (nada a ver com Thomas). Em 1993 Lou Gestner assumiu a missão de salvá-la. Muitos diziam que seria impossível. Dois anos depois recebi um book da IBM chamado "IBM, in 10 words or less". Lou escreveu na introdução: "...for the first time in nearly 30 years, we have an opportunity to align virtually every part of IBM in a single direction. Network-centric computing has emerged as our integration strategy - the vision guiding our investments, products, services and our people". Sabemos que a estratégia funcionou. A IBM está numa situação confortável. E crescendo. A história da virada é fantástica e foi documentada pelo próprio Lou no livro "Quem Disse que os Elefantes não Dançam?".



Tudo isso pra comentar a demissão da Carly Fiorina. Ela não é mais CEO da HP. Foram 6 anos tentando ser o Lou de saias, mascarando o plágio sempre que possível. Achei que ela estava no caminho certo mesmo depois da aquisição da Compaq. Parecia a única empresa capaz de enfrentar a "liquidez" (nos 2 sentidos) da Dell. Parecia...

Carly matou muito produto bom da HP. Feriu outros tantos seriamente. Particularmente o HP-UX. E não colocou nada no lugar! Coloquei em minhas 'previsões' que a HP comprará a Novell ou a Red Hat ou ambas. Se Linux é sua aposta, é necessário um 'distro' Linux. Precisa sair de cima do muro e comprar briga. Apesar da queda da Carly mantenho a previsão. Afinal, não dá pra mudar muita coisa no curto prazo. É triste, mas a HP ainda é uma elefoa tentando aprender os primeiros passos da nova valsa.


ps: No documento da IBM, as 10 PALAVRAS eram: Vision, bits, mindshare, liquid, now, reach, open, invisible, edge, smart. Lou foi um visionário ou bom reconhecedor de padrões?

"I think there is a world market for maybe five computers."
- IBM Chairman Thomas Watson, 1943

graffiare speciale #09

07 fevereiro 2005

Penúltimo trecho surrupiado de 'A Vida Digital' de Nicholas Negroponte, livro que está completando 10 anos. Vamos lá:

"Seymour Papert conta uma estória sobre um cirurgião de meados do século XIX transportado por mágica para uma moderna sala de operação. Ele não reconheceria coisa alguma, não saberia o que fazer ou como ajudar. A tecnologia moderna teria transformado por completo a prática da medicina cirúrgica, tornando-o incapaz de reconhecê-la. Mas se um professor de escola primária de meados do século XIX fosse transportado pela mesma máquina do tempo para uma sala de aula atual, ele poderia dar prosseguimento às aulas do ponto em que seu colega de final de século XX as houvesse deixado, a não ser por um ou outro detalhe no conteúdo das matérias. Há poucas diferenças fundamentais entre a maneira como ensinamos hoje e aquela como o fazíamos há 150 anos. O emprego da tecnologia encontra-se quase no mesmo nível. Na verdade, de acordo com pesquisa recente do ministério da educação americano, o U.S. Department of Education, 84% dos nossos professores só consideram absolutamente 'essencial' um tipo de tecnologia da informação: uma fotocopiadora com um suprimento adequado de papel".

"Não obstante, estamos por fim nos afastando de um modelo linha dura de ensino - que tem atendido primordialmente a crianças compulsivamente serialistas -, rumo a um outro mais arejado, que não traça linhas tão claras entre a arte e a ciência ou entre os lados direito e esquerdo do cérebro. Quando uma criança utiliza uma linguagem de computador como Logo para fazer um desenho no seu monitor, essa imagem é uma expressão artística e matemática ao mesmo tempo, podendo ser vista por qualquer um desses prismas. Até mesmo algo abstrato como a matemática pode hoje valer-se de elementos concretos das artes visuais".

"Os computadores pessoais tornarão nossa futura população adulta a um só tempo matematicamente mais capacitada e visualmente mais versada. Daqui a dez anos, é provável que nossos adolescentes estejam desfrutando de um panorama mais rico de opções, pois a busca do sucesso intelectual não penderá tanto para o lado do rato de biblioteca, mas, em vez disso, oferecerá uma gama mais ampla de estilos cognitivos, padrões de aprendizado e formas de expressão".

...

"Os hackers são os precursores dos novos e-xpressionistas".

(Págs 189, 190 e 191 da 1a edição)



A Wired de fevereiro traz uma matéria muito legal sobre a "Vingança do Lado Direito do Cérebro".

É o que pergunta David Berlind, em blog da ZDNet. Tudo gira em torno da nova diretiva da MS, que vetará atualizações de cópias não oficiais do Windows. No quente 'talkback' há a seguinte consideração:

Think about this....you have 100 million legal copies of XP, and 10 million illegal copies of XP. Those 10 million are exploited to launch a zombie attack to flood the Internet with DOS attacks, spam attacks, and Lord knows what else. Yes, the 100 million legal copies may not be impacted directly, but what about the traffic that overloads the legal servers for e-commerce and business?

You're not thinking outside the box on this decision, and besides that Gates is a total hypocrite in his original statement:

"We haven't explicitly done anything to SP2 to exclude it from pirated copies....It was a tough choice, but we finally decided that even if someone has a pirated copy of Windows, it is more important to keep him safe than it is to be concerned about the revenue issue.....Having these unsecured users means bigger worm and virus outbreaks - which also impacts the Internet and consequently, our legitimate users as well."




Pq a MS mudou a postura? "Bigger worm and virus outbreaks" não são mais uma ameaça? Berlind tem um palpite:

But, between the free versions of desktop Linux that are getting better and better, companies like Sun and Novell who are offering complete desktop productivity solutions (operating system, applications, etc.) for $50 per year, Microsoft offering dirt cheap versions of Windows in other parts of the world, a significant delay to the future and very different generation of Windows, and what appears to be a lot of upgrade resistance (suggesting no signficant increase in utility from one version to the next), you can't help but wonder if the Windows dynasty has finally run out of gas (and, if--by scraping the bottom of the barrell--Microsoft knows it).

"Adding manpower to a late software project makes it later"
- Fred Brooks (The Mythical Man-Month)

Pelo menos por enquanto, a Europa está livre da ridícula 'catracalização' do software. Ontem a proposta de patentes de software foi recusada. Solicitaram o envio de uma nova proposta ao parlamento. Segundo o BoingBoing, se aprovada a legislação sobre patentes de software, "Europe will sink into the same quagmire as the US, where math and general purpose algorithms are the exclusive property of a few patent-squatters who produce nothing except lawsuits".

Essa autofagia em torno de IP bem que podia ser uma exclusividade estadunidense. Eles se quebrariam em 72 horas... hehe. O problema seria conviver com advogados trilionários querendo curtir vida de verdade em paraísos tupiniquins...


ATUALIZAÇÃO: A ZDNet tb trata o tema, em post com o criativo título "Rage Against the Patent Machine". Triste é o tom de conformismo que encerra o artigo:

But the bottom line is that the patent system is what it is. Today, software developers-- including IBM, Sun, and Microsoft-- answer to their shareholders before they answer to anybody else and, to put it bluntly, the patent system remains a legal avenue for maintaining or improving shareholder value. As long as there's no official discussion taking place, we should have no illusions of patent holders going beyond some of the nice gestures we have so far seen (gestures that came with no risk to shareholder value, by the way) and fully abandoning their software patent portfolios any time soon. It would be the equivalent of expecting drivers on the German autobahn to start obeying some fictitious speed limit. Yeah, right.

Reality Shock

02 fevereiro 2005

Jeff Schneider, CEO da Momentum Software, reclama d'umas coisas shocantes em seu blog. Quem achava que "desalinhamento estratégico" era privilégio tupiniquim, leia e pense duas vezes. Alguns trechos:

"In large corporations, the majority of the employees had never spoken with their CIO, never seen a strategic IT plan, and never had the chance to talk with anyone of any influence about the fundamental problems in their organization."

"Development methodology? Yeah, we have a development methodology - write the code real fast and put it in production."


Jeff destilou veneno pra falar sobre SOA. Além do ceticismo, deixou algumas dicas interessantes:

- There was a huge gap in knowledge between architects and developers. The architects knew the buzzwords, had read the white papers and most of the developers were completely clueless on next-gen stuff. Developers were soooo busy learning new J-stuff (maven, hybernate, canoe, etc.) that they just didn't have time to worry about the WS-stuff.
- Managers and directors knew the buzzwords but didn't know how to cost justify or create a roadmap.
- People want to implement a "web services catalog" (think UDDI registry - perhaps even slimmed down).
- Most architects had heard of ESB's and were actively shopping for one.
- Many of the customers were explicit about NOT wanting to work with startups on their infrastructure. Their short list was usually: IBM, BEA and Tibco.
- The fundamentals of designing systems for use, reuse, evolve-ability and agility were missing. Developers don't need WS training, they need loose coupling training.
- The role of 'business analyst' or 'requirements analyst' seemed to be missing in many organizations. Use cases were NOT rolled into business cases.
- In large corporations, the majority of the employees had never spoken with their CIO, never seen a strategic I.T. plan (annual or otherwise) and never had the chance to talk with anyone of any influence about the fundamental problems in their organization.
- I.T. budgets are returning.
- Morale is mixed. Some are happy to have jobs others are upset about their career potential.

"Let's do some magic shit so the compiler generates 'good' code."
- Windows 2000 source code (private/windows/media/avi/msrle/rle.c)

graffiare speciale #08

01 fevereiro 2005

Continuando a série especial que comemora os 10 anos do lançamento de "A Vida Digital", de Nicholas Negroponte. Como prometi no gs anterior, a série terminará na #10. Vamos lá:

"O futuro provável de todo e qualquer aparelho é transformar-se num PC reduzido ou incrementado. Uma das razões para que se caminhe nessa direção é tornar os aparelhos mais amigáveis, mais fáceis de usar e auto-explicativos. Pense um pouco em quantos aparelhos você tem (forno de microondas, máquina de fax, telefone celular) cujas funções (algumas inúteis) compõem um vocabulário gigantesco, o qual você não se deu ao trabalho de aprender apenas porque é demasiado difícil. É aí que o processamento embutido pode ajudar bastante, fazendo muito mais do que apenas garantir que o microondas não transforme seu queijo brie numa poça. Os aparelhos devem ser bons instrutores."

"A idéia do manual de instruções é algo obsoleto. O fato de os fabricantes de software e hardware os despacharem juntamente com o produto não passa de uma perversidade. Nada pode instruí-lo melhor sobre como usar a máquina do que a própria máquina. Ela sabe o que você está fazendo, o que acabou de fazer e pode até adivinhar o que você fará em seguida. Transformar essa consciência da máquina num conhecimento de suas próprias operações representa um passo pequeno para a ciência da computação, mas um enorme passo adiante e para longe do manual impresso que você nunca sabe onde está e raramente entende."

"Adicione-lhe alguma familiaridade com suas características pessoais (você é canhoto, tem problema de audição e pouca paciência com coisas mecânicas), e a máquina pode se tornar uma assistente muito melhor no tocante a suas próprias operações e manutenção do que qualquer documento. Os aparelhos de amanhã não virão com quaisquer instruções impressas (a não ser pelo 'este lado para cima'). O 'termo de garantia' deverá ser enviado eletronicamente para o fabricante pelo próprio aparelho, tão logo ele sinta que foi instalado de forma satisfatória."


(Trecho extraído das págs. 185 e 186 de "A Vida Digital", 1a edição brasileira)


Incrível como de 1995 pra cá parece que pouquíssimo mudou, não? Ainda mais relendo o "Vida Digital". Negroponte está certíssimo quando diz que, tecnicamente, sua proposta é muito fácil de ser implementada. Então pq nossos celulares ainda são acompanhados de manuais com dezenas de páginas? Preguiça ou falta de visão? Uma certeza: tem muita oportunidade boa aí! Nenhuma escondida. Ainda assim, muito boas!

A verdadeira MS (que emerge das billshitagens sobre comunistas e afins) mostra que está aprendendo com a 'caveira vermelha'. Saca só alguns trechos da entrevista que S. "Soma" Somasegar, VP da divisão Microsoft Developer, deu prá eWeek:

"One of the things I have personally learned from the open-source community or movement is transparency".

"The reason I'm excited about transparency is if I'm a developer what I really want to know is the internals of the system. I want to know when decisions are getting made, I want to know why the decisions are getting made and—assume I'm a developer outside of Microsoft—that Microsoft can provide a way for me to interact on a regular basis with the product teams that are building the technology."


(Uai! O Ballmer não vive dizendo: pra q q o cliente vai querer o código fonte?)

"Look at things like the Community Technology Preview. It looks like that's just an obvious thing to do, but I can tell you inside the team there was a lot of angst because historically we were in a mode where we'd write some code, we'd go through an extensive stabilization period, we'd call it a beta, and then we'd show it to customers".

"We were sort of not ready to air our dirty laundry so to speak, because every build that comes out we'd have some problems, we'd have some glitches, but that's how software gets developed—from a build to build perspective. And we were trying to say, 'Hey, if I can share it with you as an engineer in the team, I want to share it with my close community of customers.' Because I want them to see the progress we are making. And if they think we are making the wrong decisions, they can tell us right then and there. I don't want to wait another year before I can get feedback from the community."


Realmente dá um certo frio na barriga. Mas funciona! Vide GNU/Linux, Firefox, MySQL, Apache, JBoss, OpenCMS, Tomcat, Thunderbird, etc etc etc

"Amateurs built the ark. Professionals built the Titanic."
-Anônimo