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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Vira e mexe, Gartner e afin$ fazem pesquisas com CIO's com perguntas tipo: "quais suas prioridades para o próximo ano?". Vira e mexe, pinta no Top 5 a paroletion de hoje: "Alinhamento Estratégico". O termo ainda não está "formalizado" na Wikipedia, mas tem um trechinho lá que diz mais ou menos o seguinte:

"a estrutura do negócio e TI se 'encaixam' na estratégia do negócio. Quando há alinhamento, a empresa 'ganha' vantagem competitiva e aumenta sua performance".


A presença teimosa do termo na lista de prioridades dos CIO's gerou um óbvio efeito colateral: ondas e produtos (que surfam nas ondas) passaram a prometer a realização do tal "Alinhamento Estratégico". SOA, BPM, BI, ITIL e tudo o que gira em torno (ou dentro) das maravilhosas siglas, como num truque de Houdini, fariam TI colar no negócio. A amarração seria tão perfeita que, a olho nu, não daria para distinguir um do outro. Ah, o que seria do mundo (de TI) se não fossem os inspirados press-releases...

Se você trabalha em TI ou se relaciona com ela de alguma forma, por favor, faça o seguinte teste:
  • Você conhece os objetivos de negócio do seu projeto atual?
  • Por favor, não me venha com bullshitagens genéricas do tipo "vender mais" ou "cortar custos". Requisitos ambíguos só funcionam no mundo da auto-ajuda e dos safados prestadores de serviços safados.
    Vender quanto a mais? Economizar quanto? Acelerar quanto?
  • Ah, você é só um programador e não tem que se preocupar com isso? Não? Você curte projetos falhos em seu currículo?
  • Atrasos e estouros no orçamento não são nada. A pior falha em um projeto acontece quando ele não realiza os objetivos do negócio. Então, quais objetivos de negócio seu projeto deve atender?
91,43% dos profissionais de TI não sabem dizer. Geralmente conhecem os requisitos genéricos, mas só como 'curiosidade'. Não raro, na solicitação de um projeto, CIO e time saem correndo para ver o que precisam comprar. Olham seus requisitos de infra, pessoal etc. Ocupam-se 80% do tempo com seus próprios requisitos, ignorando aqueles que justificam e pagam o projeto.

Portanto, não causa espanto o fato de 70% dos CEO's (os "donos" do negócio) reclamarem que TI é uma "caixa preta". Seguirá assim, independente das promessas das soa's, bpm's, bi's, itil's e afin$. O problema é cultural. E não se muda cultura com caixinhas novas.

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Dicas & Referências

Dois livros bem diferentes tratam da busca por Alinhamento Estratégico. Enterprise Architecture as Strategy é mais técnico. Dois de seus autores são do MIT Sloan Center for Information Systems Research. Trata arquitetura de TI de maneira mais específica, sugerindo inclusive 4 níveis de maturidade (a saber: Business Silos, Standardized Technology, Opimized Core e Business Modularity). Indicado para CIO's, arquitetos e analistas. Contra-indicado para escovadores de bits e afins. Como no trabalho de Kaplan e Norton, em "Mapas Estratégicos", este livro analisa investimentos de TI dependendo do nível de maturidade da arquitetura. Dele eu surrupiei o conceito de modelos operacionais, tentei combinar com as 'proposições de valor' de Kaplan e Norton e publiquei um breve artigo (um estudo mais detalhado pintará no meu livro - mas esta é outra história). Só um "porém": os diagramas sugeridos são fraquinhos. Reinventaram (mal) a roda. Mas o livro é coisa fina, bem estudada e publicada pela Harvard Business School Press em 2006. Merecerá uma edição em pt-br? Deveria. Assim como o próximo título, da Wiley.

Align IT, de Richard Wyatt-Haines, é um livro mais "leve" (se comparado ao anterior). Trata de questões culturais, sociológicas e psicológicas do alinhamento, complementando o livro anterior que, como eu disse, pega mais na Arquitetura Corporativa. Tem uma forma legal de tratar todos os temas. Sempre os divide em três seções: Touching, Looking e Doing. A primeira apresenta o mundo como é visto pela patota do negócio. A segunda conta histórias e estudos de caso. E Doing trata das ações que o CIO e o departamento de TI devem disparar em busca do tal Alinhamento. É um livro legal, fácil de ler e muito útil. Deveria estar na mesa (e na cabeceira) de todo CIO, gerente de TI e similares.

Mas alinhamento é algo que se conquista de cima para baixo, por decreto? Claro que não. Então seguem aqui duas dicas específicas para analistas (de Negócios ou Sistemas), coordenadores de projetos, desenvolvedores e afins. Acontecerá no dia 7/nov, em São Paulo, a 4ª edição do Workshop "Formação de Analistas de Negócios". No departamento e particularmente em equipes de projetos, o Analista de Negócios é o primeiro cara na busca do alinhamento. As duas grandes partes deste trabalho, Modelagem de Negócios e Engenharia de Requisitos, começam a merecer eventos específicos. O primeiro agendado é um workshop sobre Engenharia de Requisitos, agendado para 13/nov, também em Sampa. Mais detalhes, outras datas e praças estão no finito.

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