Meu 'sumiço' por dois dias, de novo, é culpa do finito. Estou correndo atrás do (incomensurável) prejuízo, tentando fechar até o final desta semana a versão 2007 do meu folder de serviços. No final das contas, o 'sumiço' acabou sendo positivo para outras coisas também.
A semana que passou trouxe uma tsunami de informações. E de mudanças! A carinha bonita do iPhone foi parar até na capa da Veja. Como sempre, boa parte da nossa prensa - inclusive ou principalmente a que se acha 'especializada' - ficou na nata. Explico: apegou-se no 1cm visível das novas e ignorou por completo os xKm de profundidade das propostas. O tal 'sumiço' acabou sendo muito útil para digerir tudo. Para uma melhor compreensão do que será escrito abaixo, receito o sonrisal que me ajudou: a última coluna do Roberto X e este artigo do Dana Gardner.
Aquele papo de 1% do mercado de celulares (cerca de 10 milhões de aparelhos) é balela. Melhor colocando: meia verdade. Só uma meta (modesta) para os 7 primeiros meses de vida do iPhone (jun-dez/2007). Aliás, o nome iPhone também é uma balela. Para que a Apple usaria uma marca registrada de outra empresa, no caso a Cisco? Publicidade grátis! O aparelho chegará ao mercado em junho com o nome Apple Phone. Do mesmo jeito que a antiga iTV virou Apple TV. Por causa de uma empresa que, segundo Roberto X, custaria para a Apple os lucros do iTunes em um final de semana. A tal empresa tem um produto chamado EyeTV. E a primeira balela?
Bem, a Apple tem um trauma histórico. Ela não aceita o fato de nunca ter possuído míseros 10% do market-share do mercado de micros. Esse trauma faz com que a Apple entre com ambição total (full-throttle) em cada novo mercado. A dupla iPod+iTunes é o melhor exemplo da blitzkrieg que a Apple implementa de uns tempos para cá. Já já nós veremos "grandes" livros de "célebres" gurus narrando a "Estratégia Apple no Século XXI". Bem, o Apple Phone desafia / condena todo o mercado de comunicação móvel que conhecemos. Não se trata (apenas) de desafiar Nokia, Motorola e Sony/Ericsson. Aliás, o aparelho em si mal deve representar 20% de toda a grana que o Apple Phone vai gerar. São as operadoras as maiores desafiadas. Particularmente aquelas que ainda não assimilaram o termo "convergência".
dotMAC, iTunes, Apple Phone. Serviços adicionais oferecidos por dois inimigos mortais (Google e Yahoo). Conteúdo fornecido por gente como Paramount, Disney e vários outros estúdios e gravadoras. Contratos de longo prazo e (aparente) exclusividade com operadoras. Aliás, contratos que são belos exemplos de relação "ganha-ganha". Convergência é costura bem feita. O resto é colcha de retalhos.
Quando citamos a Apple como exemplo de criatividade e inovação sempre pensamos no design perfeito e na rica usabilidade de seus produtos. Quase nunca nos lembramos de que são a inovação e criatividade de seus modelos de negócios que garantem o que os letrados chamam de "crescimento sustentável". O Apple Phone, assim como o iPod, mudará todo trimestre (ou mês). O modelo de negócios que o suporta, assim como as suas 'costuras', são coisas desenhadas para ter uma vida longa.
O Graffiti mudou!
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Paulo, esse tb está perfeito para o MacMagazine....
:-)
Amplexos,
Nelson Biagio Junior
1/15/2007 12:26 PM