Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

[segurando gargalhadas]

Se a economia estadunidense, particularmente aquela parte resguardada por MPAA (filmes) e RIAA (música), depender de alguns cronistas de TI...

O John "Sasha" Carroll insiste que DRM é uma coisa boa. Na verdade, admite que não é tão boa assim, mas não é criativo o suficiente para colocar nada no lugar. E chora: "vai diminuir o número de bandas". Céus! John deveria pedir demissão da MS, reclamar parentesco com o Lewis e (re)escrever sua obra prima: "Alice nas Correntes do País das Maravilhas".

Mas a falta de criatividade do John "Maynard" Carroll não é tão nociva quanto a imensa criatividade de seu guruzão, John "Agripino Mala" Dvorak. Vou resumir a maravilhosa estratégia sugerida por ele. Saca só:

  1. Matar a pirataria organizada. Como? Liberando geral a pirataria desorganizada (leia-se P2P).
  2. Monitorar o tamanho do rombo causado pelo passo 1. Em Hollywood e na indústria da música.
  3. O rombo é feio? Entre formalmente no 'mercado' desorganizado. Como? Comprando sites (?).
  4. Controlando os 'centros de distribuição' abrem-se oportunidades mil: i) Derrubar os sites; ii) Pegar dados dos usuários e processá-los; ...

Não é genial? Não sei como ninguém pensou nisso antes, sinceramente. John "Walter Mercado" Dvorak deveria ser indicado para o Nobel de economia. Ou da Paz, sei lá. Mesmo que os observadores um pouco mais atentos alertem para o fato do John "Ice cube" Dvorak estar comentendo um auto-plágio. Explico: a fórmula acima é uma cópia da sugestão que ele deu para a MS acabar com o Linux. Tipo: "entre naquele mercado e o imploda!". Hehe.. conservadores extremistas são um perigo!
Principalmente os mais criativos.

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E eu nunca vejo ninguém questionar aquelas fortunas que vão parar nos bolsos dos executivos e de estrelas efêmeras, insípidas e nada criativas. Para encerrrar: querida Alice, você não entende nada de rock'n'roll ou da indústria da música. São as grandes gravadoras que diminuem o número de ofertas. São elas que impedem que muitos bons trabalhos sejam conhecidos. Impediam... o mundo tá mudando. Apesar da dupla "Bruno Carroll & Dvorak Marrone".

A GPL (General Public License) v3 está na boca do forno. Modernizou-se, sem dúvida. Mas ergue alguns muros polêmicos.

O primeiro me desagrada muito: DRM. "Digital RESTRICTIONS Management" é um muro que não combina com "Free" (de Liberdade). Fico ainda mais incomodado quando Linus Torvalds se diz "em cima do muro". Coisa de tucano.

O segundo me agrada muito: impede a realização de acordos como o MS ++ Novell. Impede assim que se criem divisões 'econômicas e ideológicas' em torno da licença. Atrapalha, principalmente, a seqüência da estratégia FUD que a MS tem na manga.

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Assim, Michael Dell vai poder escolher um distro Linux sem medo de ser feliz (ou de ser processado).

ps: Tks Eduardo Marques, por registrar um comentário num post antigo sobre a adoção do Linux pela Dell.

O RH e a Sua Vida Digital

29 março 2007

O assunto é meio antigo mas vive requentado: sua Persona Digital - todas as informações que existem sobre você na Web - pode afetar sua empregabilidade real. Segundo o G1 (que colou na ZDNet), 25% da turma do RH já vetou contratações baseando-se em informações obtidas na grande rede. Ainda daquela pesquisa, um número ainda mais interessante: 60% dos executivos também usam a Internet (Google?) para completar o currículo e as referências apresentadas por um candidato.

Os vetos são pura besteira. Não dos departamentos de recursos humanos, mas dos ingênuos candidatos. Tem gente que parece usar a Web como um psicólogo-free (as in beer). E escancara intimidades que só costumam aparecer depois do 13º chopp num happy-hour desastrado. Compromete. Alguns RH's exageram mas, no geral, estão só evitando saias justas (nos sentidos figurado, literal e coisa & tal)

O que mais me incomoda é o outro lado da moeda. Em "Reconhecimento de Padrões" (William Gibson), a protagonista pergunta logo no início do livro: "Se eu procurar pelo seu nome no Google, o que é que eu vou achar?". Todo *Trabalhador do Conhecimento* deveria se preocupar em deixar boas pegadas na Web. Mais do que isso, deveria vê-la como uma bela, imensa e (quase) gratuita Vitrine. Artigos, teses, TCC's, blogs, redes de contato... Há espaço para tudo. Há muito espaço para se criar uma bela e rica extensão do currículo. Mas, por incrível que pareça, depois de mais de 10 anos de Internet comercial, ainda tem muita vitrine vazia. Parece shopping mal planejado.

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Enquanto você pensa em sua empregabilidade uma piadinha: uma empresa anunciou vagas para pessoas que, entre outras coisas, deveriam ter muita experiência em Internet. Dos 50 candidatos, 30 se apresentaram usando contas do Hotmail. A empresa recusou os 30: "você não pode ser especialista em Internet e ter uma conta no Hotmail ao mesmo tempo!".

Surrupiei do Catorze (em espanhol).

Tentei achar uma analogia melhor mas tô com pressa. Imagina o seguinte: o país é um mercadão de pregos, martelos e serrotes. Terceiro maior de todo o mundo, no caso dos martelos. Mas o número de construções relevantes (casas ou barcos, sei lá) é muito pequeno. De 122 nações, o país é apenas o 53º (com viés de baixa).

Lixo de analogia: estou falando de celulares, PCs e soluções corporativas (hw+sw). Pindorama é realmente o 3º maior mercado de PCs do mundo. Já temos mais de 100 milhões de celulares. O número de assinantes de serviços de banda larga cresce 40%. Mas nosso NRI (Network Readness Index) é baixíssimo. Não bate com os números do mercado. Uai?

  • Sistema Educacional e de Treinamento
  • Baixo investimento em Pesquisa e Desenvolvimento
Sem preconceito, mas perdemos até para a Jamaica (45º lugar)!?! O mais triste de tudo é que nossas deficiências não são curadas da noite para o dia. Dependem de estratégias de longo prazo. O tipo de coisa que a imediatista-urgente-emergente Pindorama não sabe fazer desde os tempos do JK.

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Btw, o que é que a gente faz com tanto PC e celular? Planilhas & Fofocas?

1987. Brincava com código de máquina e estudava Basic. Quando encarei o primeiro projeto *sério* pela frente não teve jeito: escrevi em dBase II. Uma 'linguagem' que aprendi sozinho, num livro escrito pelo fundador e atual chefão da Microsiga.

1997. Evento da MS para desenvolvedores tupiniquins. Lançamento do primeiro Visual Studio, VB 5, InterDev (blergh!) e afins. Em dado momento a gerente de produtos foi 'atacada' por um desenvolvedor desconsolado: "Quero por escrito a garantia de que vocês não vão matar o FoxPro!".

2007. A MS anuncia a 'doação' do FoxPro para a comunidade Open Source e a descontinuação de sua comercialização.


O padrão xBase, particularmente aqui no Brasil, foi tão importante para o 'boom' da microinformática quanto o Lotus 123. Creio que a maior base instalada de aplicações Clipper (compilador xBase) do mundo estava aqui. Engraçado é que para cada 1000 aplicações devia existir uma cópia do Clipper devidamente licenciada. História. Desde a consolidação do Windows o Fox surgiu como único e legítimo herdeiro da família xBase.

Dada a paixão de seus defensores (que deve ser do tamanho da torcida do América-MG), creio que o FoxPro ainda vive por uns 20 anos.



1 dia. 24 horas. Foi tudo que uma turminha precisou para desnudar a Apple TV. Agora a Internet tá cheia de novidades, inclusive o próprio SO da Apple TV. Por incrível que pareça, já tem até tutorial para você converter sua Apple TV em um servidor Web!! Céus! Quem precisa disso? Não sei, mas o upgrade do disco (de 40gb para 120gb) é um 'hack' utilíssimo.

Tempos estranhos. Ao invés de atender diretamente os anseios de seus consumidores, provavelmente a Apple vai alertar que qualquer mínimo 'hack' (ou parafuso fuçado) significará a perda total e incondicional da garantia.

Voltando ao graffiare: 1 dia?!?

Há uns 10 anos uns oraclepongas foram pegos com a boca na botija. Melhor dizendo, com as mãos nas lixeiras da MS. Literalmente! A história gerou um monte de piadinhas, mais direcionadas para o público 'programador': "Garbage collection?"

Faz aqui, paga aqui. A Oracle agora acusa a SAP de concorrência desleal: "roubo em larga escala"! Espionagem pura. Como? Oras, uma turma da SAP-EUA estaria fazendo o download de toda a base de conhecimentos que a Oracle tem, particularmente de duas de suas jantas recentes: PeopleSoft e J.D.Edwards. Devidamente municiada, a SAP estaria fazendo propostas indecorosas para clientes da Oracle.

Mercado saturado é isso aí: todo mundo brigando pela mesmo pedaço de pizza. Passa da hora de alguém aprender alguma coisa com o Drucker, ou então com a "Estratégia do Oceano Azul" mesmo. Tipo: esqueçam essa pizza velha e fria! Que tal uma nova torta de SOA temperada com ricos e saborosos serviços com delivery tipo SaaS?

A 'lista de desejos' do Graffiti é pequena. Um cadinho utópica, mas pequena. Um dos itens que anda ausente aqui nos últimos tempos é uma onda de fusões e aquisições no mercado tupiniquim de prestadores de serviços de TI, particularmente das milhares de micro e pequenas empresas que desenvolvem sistemas.

Não miro, como o Meira, o mercado externo. Só o tamanho das oportunidades daqui já justificariam uma bela chacoalhada (depuração?) no mercado. Mesmo ciente de que cometerei algumas injustiças, preciso falar: 99% dos nossos pacotes de software estão defasados. 5 anos em média. Soluções genéricas (ERPs e afins) e verticais geralmente são bem fraquinhas. Estou falando do aspecto técnico delas. As idéias, no geral, são boas. Mas a implementação costuma ser muito ruim.

Mas, vendo as notícias, parece que fusão é coisa só pra gente grande. A Braxis papou 33% da CPM. Saca só um trechinho do artigo:

“Nesse momento há uma lista de interessados em vender seus negócios para Braxis. Eu, inclusive, sou um deles”, afirma o principal executivo de uma companhia de outsourcing.


Toda vez é a mesma história. Aparece alguém com grana e, no ato, surgem dezenas ou centenas de caras querendo passar a batata quente pra frente. Normalmente são caras que comandam médias e grandes empresas. As pequenininhas não têm a menor chance de se mostrar. Apesar de todo mundo saber que está nelas, particularmente nas especialistas, a parte mais criativa do nosso mercado, o filé. Mas quem vive em alta é só a batata.

Acabei de descobrir a Kiva. Um tipo de ONG que facilita o investimento em micro-negócios do tal 'mundo em desenvolvimento'. Idéia simples e fantástica: antenadíssima com o 'mind-set' que briga para virar um padrão do século XXI. Quanto vamos esperar pra ver iniciativa parecida em solo tupiniquim - específica para os micro-empresários nacionais?

Aliás, no domingo eu quase coloquei um post elogiando o artigo do Stephen Kanitz na Veja da Semana. Só não o fiz porque domingo não é dia disso. Kanitz tá elogiando "a tese da Dilma", ministra -chefe da Casa Civil. Não vou entrar em detalhes, não cabe aqui. Cabe um graffiare do próprio Kanitz:

Eu evito investir em "renda fixa" por uma questão ética. Não me sinto confortável em ganhar sem fazer nada, especialmente à custa do povo brasileiro.
Ufs! Pode chamar de demagogia ou o que for. O fato é que Pindorama é o paraíso da grana inútil (vide as conclusões de nosso PIB revisto). Kanitz defendia o investimento em empresas, em produção, na bolsa! Pois bem, adiei o post para a segunda-feira e então, booom! Alguns assholes acharam que podiam ganhar grana ainda mais fácil e inútil brincando na Bolsa de Valores, na compra da Ipiranga por um consórcio. Tudo indica que o crime não ficará impune. Mas, de qualquer maneira, foi uma coincidência muito triste para o Kanitz e para todo mundo.

Daí que o Kiva me forçou a recuperar o assunto: por que não? Nada de renda fixa. Nada de bolsa. Vamos investir em micro-negócios! Hehe... sonha bobão!

ps: Bobão sim. Bobo-alegre não!

Offline (ainda) Importa

21 março 2007

Parece que o tema subiu nas paradas nesta semana. Teve o lançamento do Apollo, que já comentei aqui. Ontem pintou uma suspeita (bem suspeita mesmo) de que a Google estaria preparando uma versão 'off-line' de seus pacotinhos de produtividade (Docs e Spreadsheet).



Agora aparece um debate sobre o MDE (Mozilla Desktop Environment). Diferente de seus pares, ele seria totalmente baseado no browser. Um BBDE (Browser-Based Desktop Environment). Grande questão técnica: seu funcionamento offline.

Quem vive no centro dos grandes centros não vê muita utilidade nisso. Quando não está em sua rede local, está a poucos metros d'um hotspot. Minha querida Varginha tem 120k habitantes. Uma das 10 maiores arrecadações de ICMS de Minas. Um respeitável pólo industrial (Walita, Samsung...). E, se não fosse pelas 3 lan-houses no centro da cidade, ficaríamos totalmente offline quando em trânsito. Imagina o que ocorre em outros cantos menos afortunados!

Não é só por isso, mas a modalidade offline é simplesmente obrigatória. Seguirá assim pelos próximos 5 anos, no mínimo.

[A foto é do D'Arcy.]

Estranho que o brinquedinho tenha aparecido depois do vídeo (leia-se YouTube). Mas taí o SlideShare, um serviço (?) de compartilhamento de apresentações. Com uma diferença fundamental do YouTube: ele tá promovendo um concurso mundial de apresentações! Cool...

...Mas de público mais restrito que YouTube, Last.FM e afins. Claro. Mas uma boa fonte de inspiração pra todo mundo que tem que brigar com apresentações. Particularmente aqueles que não sabem sair do 'feijão com arroz' do PowerPoint. Btw, o meu 'feijão com arroz' já tem uma saladinha diferente. Depois de anos a gente aprende alguma coisa, hehe..

... é bom não se esquecer dos clássicos trabalhos da Despair, Inc.



Além dos posters, agora tem bloquinhos, xícaras. Itens essenciais em ambientes pouco civilizados. Hmm.. não. Ainda não tem sacos de pancada com rosto personalizável. Taí, boa idéia!

O titulo aí aparece no serviço Web de maior popularidade nas últimas semanas: o ARSE: Asshole Rating Self-Exam.

A séria brincadeira é outra ferramenta de marketing que ajuda na divulgação do livro "The No Asshole Rule", de Robert Sutton. Saca só o sub-título do livro: "Construindo um ambiente de trabalho civilizado ou sobrevivendo num que não é". Não precisa dizer que virou best-seller, né? Tem muito 'workplace' pouquíssimo civilizado por aí. Em tempos de "cada um por si e deus-chefes contra todos", o que não falta é asshole.

Btw, êta palavrão chato de traduzir, né? Acaba virando só um "idiota". Ficaria mais legal se virasse "energúmeno" (que perde a razão e se torna possesso). Tem muito "enfestador" (trapaceiro) também. "Engabelador", cheio de promessas vazias. Hehe.. olha que fiquei só na letra "E" do "Dicionário Brasileiro de Insultos", do Altair J. Aranha. Faz parte do kit básico de sobrevivência em ambientes hostis. "The No Asshole Rule" é o mais novo item do kit. Não vá para o trabalho sem o seu. Nunca se sabe quando um novo asshole será contratado ou promovido.

Para encerrar, outro brinquedinho marketeiro legal do livro: o ArseMail. Diverta-se. Mas vê se não sacaneia!

Update: Dá pra fazer um 'test-drive' do livro. Tinha esquecido de indicar: Há um 'manifesto' do Bob Sutton no ChangeThis. Aliás, o ChangeThis é obrigatório em qualquer kit de sobrevivência. Tem seus 20% de bullshitagem mas, no geral, o conteúdo é muito bom.

No mundo dos foguetes reais isso não seria possível. Como no mundo do software (quase) tudo pode, a Adobe liberou na noite de sábado a primeira versão pública (alpha) do Apollo.



Infelizmente, por enquanto, ele rodará só em Windows e MacOS. A versão Linux tá esperando um versão melhorada do Flash Player.

Curiosidade: foi só desabilitar o plugin Flash que o meu Firefox ficou bem mais comportado. Desabilitar não é o termo correto. Na verdade, instalei um add-on que impede a execução de propagandinhas e afins baseados no Flash. Pode? Um addon que barra um plugin! hehe.. Ê mundo!

Seguindo com o Apollo, d'uma forma bem simplificada: ele é um executor de programinhas. Será invisível para usuários 'normais', assim como é o Flash Player ou o Java (run time). Como ficou subentendido 2 parágrafos acima, ele será multi-plataforma. Outra característica básica: ele rodará aplicações Web (escritas em HTML, JavaScript, Ajax ou Flex) em modo off-line!

Tá aí aquela que pode ser a principal característica do Apollo: rodar RIA's (Rich Internet Applications) mesmo quando não estivermos conectados. E sem precisar de um browser também.

Aí podem perguntar: quem precisa d'um troço desses?

Well, acho que um monte de gente. Enquanto a conectividade total e sem fio não estiver disponível em cada metro quadrado de nosso planeta (Antarctica incluída), aplicações off-line farão sentido. Serão necessárias.

Hoje vejo várias áreas onde o Apollo poderia ser experimentado: Vendedores que trampam na rua, corretores de seguros, prestadores de serviços gerais (ciganos), vistoriadores de qualquer coisa, etc. Vantagem: se esses usuários, quando conectados, recebem a mesma aplicação (via browser ou não), eles serão mais produtivos. Não têm que aprender uma coisa 'off' e também como lidar com um site na web. As aplicações serão, para o usuário, a mesma coisa. Uma aplicação bem feita saberá fazer o sincronismo dos dados. O Lotus Workplace, da IBM, tem algo parecido com isso.

Para o desenvolvedor há um ganho considerável também: a interface é uma só. A mesma. O mesmíssimo código! Quanta redundância...

E uma percepção que torço para ser falsa: a Adobe tem uma bela oportunidade na mão. Mas, assim como a IBM (e seu Workplace), parece que não tá ligando muito. Se é a MS, a Google ou a Apple lançando algo parecido, veríamos mais estardalhaço.

A Musicload, da Deutsche Telekom, é uma das maiores lojas virtuais de música da Europa. Acaba de reportar que 75% das reclamações de seus consumidores tem origem no DRM. O restante fala que Britnéia, Justin, Calypso e Bruno&Marrone são duros de aguentar... hehe... brincadeirinha.

Não poderíamos esperar outra coisa do maior mecanismo anti-consumidor da história do capitalismo. Hmm... peraí. Acabou de cair uma fichinha. Qual a segunda maior invenção anti-consumidor da história? Se você respondeu "telemarketing", acaba de ganhar meus parabéns.

DRM + Telemarketing? Ninguém merece. A Musicload acaba de descobrir.

- Mas o senhor não pode tá copiando a música!
- Uai... mas eu só queria escutá-la no meu iPod!
- O senhor não pode tá escutando no iPod!

graffiare #407

16 março 2007

Monopólios trabalham para manter uma coisa que eles não teriam se a gente tivesse a chance de começar tudo de novo. O resto trampa para fornecer bens e serviços que as pessoas realmente desejam.

- Seth Godin

Convite

15 março 2007


Acontecerá na Universidade São Marcos, em Sampa, no próximo dia 14 de abril (yes! um sabadão). Farei a palestra da abertura do Seminário, que ainda conta com 3 caras muito legais: Juan Bernabó, Adail Retamal e José Paulo Papo.

Vale a pena, até porque é uma pechincha subsidiada. E as inscrições feitas até o dia 30/mar ainda levam um descontão. Mais informações na página da Tempo Real Eventos.

A Google faz coisas maravilhosas; imagine o quão maravilhosos seus produtos ainda podem se tornar se alguém começar a competir seriamente com ela.

- Mark Frauenfelder (no BoingBoing)



Mark estava comentando uma sugestão do John Battelle (de "A Busca"): MS e Yahoo deveriam 'unir forças' (leia-se: 'fundir'). Há mais de ano sugiro isso aqui. Não como solução - como faz o Battelle - mas por achar que é um casamento natural. Tipo: "Nasceram um para o outro". Vai acontecer.

Por falar em coisas maravilhosas, a Google manda uma boa notícia para todos os seus usuários: vai dificultar a identificação de quem realiza buscas usando o seu mecanismo. Não é mais do que obrigação. Mas, dado o estado atual das coisas, é uma boa notícia.

Viacom, MS e mais uma torcida inteira da Portuguesinha podem não concordar. Mas a Google, no balanço geral, segue fazendo mais Bem do que Mal.

Emenda 3

14 março 2007

E já que baixou o espírito-de-porco-jurista-juramentado e suinamente mal pago, eu tenho de dizer: se o Lula não vetar a tal Emenda 3 do Projeto de Lei 6272/05 que acabou de passar pelo Senado, ele estará manchando em caráter definitivo e irrevogável todo o seu histórico de 'trabalhista'.

Taí outro assunto que me dá náuseas, mas tenho que comentar. Já usei o Graffiti para dizer algumas vezes: são os acoplamentos fraquíssimos nas relações trabalhistas da maioria das grandes e médias empresas de TI que fazem com que nossa produtividade e qualidade sejam tão baixas. É a falsa relação 'pessoa jurídica x pessoa jurídica' que faz com que o turn-over dos profissionais da área seja tão alto e tantos projetos sejam tão rasteiros, cômicos, ridículos [coloque aqui seu adjetivo favorito no lugar do meu et cetera].

Calçando os sapatos dos empresários: concordo, os impostos estão pela hora da morte. Mas a solução é diminuir a qualidade de seus produtos e projetos?

Veja bem o absurdo: o Mantega falou que, para atender o chororô de alguns sindicalistas (que também não merecem muitos ouvidos), vai propor um imposto mais caro quando se configurar uma relação trabalhista falseada. É brincadeira?

Por que ninguém aparece propondo uma redução dos impostos que incidem sobre as folhas de pagamento? O aumento do número de profissionais com carteira assinada não é um dos grandes objetivos do governo que aí está?

De um lado, empresários querendo a (falsa) mamata do "caso". Sim, porque "caso" é diferente de "casamento". Dá dor de cabeça, mas custa menos.

Do outro, um governo achando que o aumento de impostos é solução para tudo.

Embaixo dessa zona, uma turba que tá preocupada demais com seus cronogramas atrasados pra perder tempo com uma bobeira tão pequena.

Eh Pindorama, quem não chora não mama.
Diz aí, quem manda na tua cama?

O Zé Agripino Mala?

Era Ursinho Puff, não era? Acho que no meu tempo era. Agora parece que ele se chama Pooh. Por razões que não merecem espaço, ele pode custar US$2,5 bi para a Disney. O processo gira em torno da mesma coisa que, desde ontem, é publicamente reclamada pela Viacom: COPYRIGHT.



De leigo para leigo: acabo de cometer o mesmo crime do YouTube! Não obtive legalmente o direito de exibir a imagem acima. A Google, que é dona do Blogger, pode ser processada pelo meu crime? Ela sabe que este tipo de uso, indevido, é possível. Mas ela pode ser responsabilizada por isso?

A Viacom acha que sim. Por isso tá pedindo a bagatela de US$1 bi por 160 mil vídeos que foram exibidos indevidamente por 1,5 bilhão de vezes no YouTube. Detalhe muito legal revelado num imenso e inconclusivo artigo do David Berlind (ZDNet): a Viacom montou um departamento inteiro que tem uma única responsabilidade: ficar o dia inteiro assistindo vídeos no YouTube! Hahaha. Bela forma de combater o desemprego! Manda todo gigante de mídia ficar vigiando a Internet inteira! Acaba com todo o desemprego do mundo em um segundo!!

Voltando ao assunto, que detesto, mas que é importante demais na nossa vida (digital!) para ser ignorado. Vamos lá.

Aprendi com o Lorenço (que não cerca, ensina), que há 10 anos os imensos fiéis-depositários de propriedade intelectual brigaram no congresso para criar uma bobeirinha chamada DMCA (Digital Millennium Copyright Act). É, trata-se da mesma coisinha que aquela turma legal-radical da DefectiveByDesign.org tá pedindo para o Steve Jobs ajudar a combater.

Tem uma "saída estratégica pela esquerda" no DMCA que tem um nome técnico (jurídico) que não vem ao caso. A saída é parecida com uma que protegeu a Sony quando ela estava sendo processada pela Universal: quem fabrica gravadores e vídeo-cassetes pode ser penalizado se algum consumidor usa os equipamentos para fazer pirataria?

A Sony ganhou. Ficou mais rica do que era. A Universal quebrou. A Sony comprou a CBS. Hoje a Sony tá no outro time. E já não é tão rica...

Atualizando o caso para o nosso Milênio Digital, a alegação do YouTube (Google) é a mesma: não pode ser responsabilizada se algum pentelho resolveu fazer o upload daquele clipe medonho do Green Day. Amparando-se no que diz o DMCA, o YouTube pode sair ileso. Antes vai ter que provar que pirataria não é a maioria no YouTube. E que atende todas as reclamações de violação no ato. Mas o buraco é mais embaixo...

E os advogados da Viacom fizeram curso com o Ronaldinho Gaúcho: driblam bem. Parece que o caso não invoca o DMCA, só a lei anterior de Copyright. Aqui entra na parte chata que só advogado pode gostar (e entender). Deixa pra lá.

O que importa é que nesse jogo não tem bonzinho, inocente: parece o Santos X São Paulo do último domingo. A Google realmente tira proveito do capital (intelectual) dos outros para movimentar seu negócio (propaganda). A Viacom, muitos suspeitam, só está fazendo pressão para conseguir um acordo melhor com a Google. Pensa bem: US$ 1 bi por 1,5 bilhão de exibições faz com que cada vídeo custe menos que uma musiquinha no iTunes, US$ 0,66. É mais fácil elas chegarem num acordo do que o caso virar uma daquelas lenga-lenga de justiça.

Ou seja, ao contrário do que o Berlind acredita, não acho que estamos num momento 'divisor de águas'. Não creio que existirá um evento assim, volumoso e bilionário o suficiente para marcar o dia em que resolvemos definitivamente o que é o tal de 'direito de cópia' e como ele deve ser na vida digital.

Da mesma forma que os reis deixaram de autorizar publicações de livros há alguns séculos; do mesmo jeito que todo mundo pôde comprar gravadores, VCRs e DVRs; lenta e consistentemente os direitos dos consumidores prevalecerão. Sou um otimista.

E como eu também acredito que partes da história se repetem, vale a pena pensar nos vencedores e perdedores em batalhas similares: foram os fiéis-depositários ou os veículos? Foi a propriedade ou a tecnologia? Surrupiarei Nando Reis: "O mundo é bão, Sebastião!"


ps: Ué... que que a MS tá fazendo no título? Pergunta para o Berlind: de que lado ela está?

XIOS: Bom de Marketing

13 março 2007

“We’re going to do for software what Skype did for telephony”.

Assim, sem falsa modéstia, a Xcerion apresenta sua visão. Me preocupa mais o slogan: "Every computer is my computer"!! Como o Meira falou que parte da turma aí veio de Redmond, confesso que deu um frio na espinha: 'my' de quem, cara-pálida?

Só fiquei tranquilo quando vi o 'ovo de colombo' dos caras: "Free Software and OS as a service". Um sistema operacional que depende de um browser...

Ou seja, um sistema operacional de mentirinha. Quando fica alardeando que recebeu US$ 10 milhões em investimentos, comprova que não é nada tão grande assim. Nada que tire o sono de Google e MS. O Meira acha que o XIOS "detona, na boa, a tentativa do google fazer algo parecido". Céus, lembra-se quanto A Google pagou pelo YouTube? US$ 1 bilhão e quantos mesmo? tsc, tsc..

Vou ficar só no lado financeiro da coisa. Quando a poeira marketeira passar (e os caras liberarem betas), talvez eu comente a porção técnica do XIOS. Que não tem nada a ver com o SOOS proposto aqui. Nadica de nada.

...a plataforma .Net está ficando cada vez mais aberta, cada vez mais flexível, cada vez mais... parecida com sistemas em UNIX.

- Phillip "Shoes" Calçado (em "Acorda, Maria Bonita")


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Phillip é muito conhecido no mundo Java. Figura muito ativa nos JUGs e grupos de discussão. Saca muito do que fala. Por isso seu 'wake up call' para a comunidade Java é muito relevante. Na minha leitura, pra lá de preocupante: como uma coisa aberta (e de certa forma livre) pode ser ao mesmo tempo fechada? Leia o texto do 'Shoes' e você entenderá.

Manca e que tropeça toda hora, despencando com a cara no chão. Como Konqueror e Opera apresentam os mesmíssimos problemas, talvez eu esteja cometendo uma injustiça com o Firefox. Mas o fato é que estou começando a perder a paciência. Não tem nem 5 dias que reinstalei tudo na máquina. A propaganda negativa respingará em todos os suspeitos: (K)Ubuntu, Firefox, Mozilla, Opera...

Não é só propaganda minha não - quem me dera. Basta fazer uma busca por "firefox unstable" para entender o que estou falando. Hoje resolvi pesquisar alguns fóruns para descobrir o que estava acontecendo. Primeira descoberta: muitos estão enfrentando o mesmíssimo problema. Beleza: quanto maior o número de sofredores, menor o ciclo de vida de um bug. Bom, eu pensava que era assim. Mas algumas mensagens nos fóruns são de 2005, da época da versão 5.10 do Ubuntu! Ops...

Altera o 'color depth' no 'xorg.conf'. Mexe no 'firefoxrc'. Um monte de dicas. 10 minutos de estabilidade e kabum, lá foi a raposa para o chão de novo. Muitas vezes sem nem mesmo eu estar no browser. Hmmm...

Respira fundo 10x e volta para os fóruns: downgrade do Java (para 1.4) e remoção do Flash 9?!? Dèjá-vu... quantas vezes não vi esse tipo de "solução" no mundo Windows? Isso não é solução, é gambiarra mesmo. Detalhe: na hora que coloquei aquele ponto de interrogação ali a Raposa despencou de novo! Sorte que a recuperação de sessões funciona... Mas ela já é fruto de desconfiança, não? hehe..

Bom, descobri também que alguns usuários de Debian, SuSE e outras distribuições também estão enfrentando problemas similares. Ou seja, não deve ter nada a ver (exclusivamente) com a família (K)Ubuntu. De qualquer forma, é uma baita propaganda negativa.

Que acontece no pior momento: na hora em que Firefox (20% de share?) e Ubuntu começam a experimentar um pouco de popularidade. Vamos ver como eles se viram na primeira crise feia.

Posso reclamar de um milhão de coisas do 'tio' Bill e da empresa fundada por ele. Mas uma coisa eu tenho que admitir: em diversos assuntos, ele é um bom gerente de riscos. Em toda a sua história, foi apenas a terceira vez que Bill foi até o congresso estadunidense. Falou para uma platéia de senadores e só pediu o seguinte:

  1. Melhorar a educação, e jogar mais fichas no ensino de habilidades matemáticas e científicas;
  2. Aumentar os gastos com pesquisas; e
  3. Liberar "geral" (em caráter definitivo) os green cards para trabalhadores (visto H-1B).


Atenção nos itens 1 e 3: tá faltando (boa) mão-de-obra por lá. O futuro parece ainda mais feio. Daí as demandas do 'tio' Bill.

Daí que pintou uma curiosidade: o que o 'tio' Bill pediria para o Congresso de Pindorama se ele fosse tupiniquim? Seguiria a monótona ladainha de uma parcela representativa e relevante de nosso empresariado? "Baixa os juros! Corta imposto! O Custo-Brasil tá pela hora da morte! Pena de morte para sonegadores!!". Ops.. hehe.. o último item não consta de nossa pauta não...

Não que nossos empresários não estejam (parcialmente) corretos. O problema é a repetição e a incrível falta de criatividade e visão. Quantos foram reclamar da (baixa) qualidade do ensino público? Quantos pedem maiores investimentos em pesquisas? Raro, né?

Há quase um mês, dia 8/fev, comentei aqui a carta aberta publicada por Steve Jobs, detonando o DRM. Demorou, mas a turma da FSF (Free Software Foundation) - mais especificamente o pessoal que cuida da campanha "DefectivebyDesign.org" - deu sua resposta. Também na forma de uma carta aberta.

Demorou porque a turma estava aguardando as ações do Jobs. Mas até agora ele não deu uma mínima prova de seu comprometimento com a eliminação sumária do DRM. Como diria o Vicente Matheus, "quem entra na chuva é pra se queimar". Agora, para evitar ser chamado de BRINCALHÃO (como diria o Neto - camisa 10!), Jobs tem até o dia 1º de abril (para quem não sabe: dia da MENTIRA) para fazer 3 coisinhas básicas:

  1. Eliminar o DRM de todos os artistas independentes comercializados pelo iTunes;
  2. Eliminar o DRM de todos os arquivos com vídeos e filmes da Disney;
  3. Bancar ($$) uma campanha contra o DMCA (Digital Millenium Copyright Act's).
Só isso. Todo mundo tá convidado para assinar a carta aberta.

Um documento que poderia ter como título o nome de um sonzão do Marillion: "Script for a Jester's Tear". E aí, Jobs é papo firme ou só um descuidado Jester (prank, brincalhão etc)?

Quem é?

  • IBM? É forte e mantém várias ligações com o mundo aberto, do Linux ao Eclipse, passando por vários padrões. Mas qual a sua relevância na hora de fomentar ou apoiar uma mudança no mercado?
  • Google? Talvez seja um dos maiores usuários de soluções open source. Mas retribui muito pouco. Além de jogar todas as fichas num cenário quase 100% web.
  • Dell e outros fornecedores de ferro? Podem ajudar na popularização de vários sistemas abertos, mas ainda são muito tímidos. Medrosos?
Para Doc Searls, do Linux Journal, o melhor aliado do universo do Software Livre pode ser a Apple!

Doc só pegou carona neste post do Roughly Drafted. E, lógico, puxou a sardinha para o seu lado. Mas, por estranha que pareça, a tese tem lógica. Saca só:

"Combined with the dominance of the iPod over devices using Microsoft's PlaysForSure, the imminent goring of Windows Mobile by the iPhone, and the shift of support across the industry from Windows to Linux in servers, the days of Microsoft's monopolistic grip on the desktop are winding down.

"Apple doesn't have to take a majority share of the desktop market to win, it only needs to take the most valuable segments of the market.

"Once that happens, Microsoft will be forced to choose whether it wants to battle Mac OS X for control of the slick consumer desktop, or repurpose Windows as a cheaper, mass market alternative to Linux in corporate sales."

O que nos leva de volta para a Dell, Lenovo, Positivo, CCE e similares. A MS faz o que quer quando o assunto é OEM: "A [coloque uma marca aqui] recomenda Windows XP Professional". Quais serão os primeiros a cortar o cordão umbilical (leia-se "contrato sacal")?

A coisa só não aconteceu até agora porque Red Hat e Novell são bem 'travadas' e pouco visionárias. O mercado ainda carece de um forte fornecedor de soluções abertas.

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Update [10:35]: Sim Eduardo (via comentário), a Dell está cogitando (de novo!) a utilização do Linux.

Teoria PV: a Dell anda enrolada nos últimos tempos. Tanto que o Michael voltou para a cadeira de chefão. Seu forecast não deve ser nada animador: o Vista não decola tão cedo. Conseqüentemente, a venda de ferro cai. Mas quando a Dell ameaça a introdução do Linux, parece ser mais um desafio - uma forma de obter melhores acordos com a MS - do que um desejo real. Talvez agora a coisa seja diferente: de acordo com um porta-voz da empresa, eles receberam mais de 100 mil apelos de clientes. Tipo assim: "Por favor, adotem o Linux!".

Mas não basta jogar um Linux legal nas caixinhas pretas. É aí que entra um fornecedor que deveria ser forte. Novell tá descartada (suas ligações com a MS a tiram de cena). A Red Hat é muito cheia de 'coisinhas'. E aí, quem será? Ou quem seria?

graffiare #404

06 março 2007



A provocação é da MS. Deixo os comentários para o colega Fernando Porteiro, direto da Espanha - ops, do Blog.MacMagazine.

Só uma dúvida: o que acontece quando você cutuca um 'rinopardo' com vista/vara curta?

Pesquisinha do Adrian Kingsley-Hughes, da ZDNet, mostra a quantas anda o mundo das distribuições Linux - quesito popularidade:



A liderança com folga do Ubuntu já era esperada. E não é só uma questão de marketing não. Ou melhor, é! Mas não o marketing intencional, e sim o eficaz 'boca-a-boca' de uma comunidade de voluntários (que inclui este que vos escreve). Na realidade eu utilizo uma derivação do Ubuntu, o Kubuntu - que aparece só com 7% das preferências. Eu estaria 100% satisfeito não fosse a incrível instabilidade do Firefox. Mas não troco o Kubuntu por outro. Ainda não. Acabo de 'refazer' a máquina, depois de 4 meses de 'descoberta'. Mantive a versão Dapper (6.06), mas optei pelo KDE mais recente. Ficou bonitão.

E eu fiquei curioso para ver como andam as coisas por aqui quando o assunto é SO. Infelizmente os rastreadores de visitas não conseguem diferenciar distribuições Linux. Mas aproveitei um final de semana com uma visitação 10x maior que a média para observar:


A liderança do XP já era esperada. Mas eu achei 54% pouco. O tráfego gerado pelo Blog.MacMagazine (tks, tks!) explica os 12% do Mac OS X. Mas, e o resto? Quem será aquele desconhecido com 11%? E o PPC? E olha o berrante aí: 6% para o Vista, quase empatado com todos os Linux! Vou dizer o quê?



Só posso dizer que a turma realmente se rebelou contra o IE. Sei que o público do Graffiti é 'diferenciado' (shit - detesto essa palavra), mas o gráfico acima é surpreendente. Será que o IE realmente mantém 80% de market-share? Sei não...

Quando você 'patenteia' ela? Ou seria a 'patente das piadas' uma piada em si?

É de morrer de rir. Mas se a gente parar pra pensar um pouquinho, o riso ficará amarelo. Até que ponto chegará essa obsessão pela proteção de "propriedade intelectual"?

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Enquanto dá tempo* - e aproveitando que hoje é sexta:

Dois leões, cansados da mesmice do Zôo-Sampa, e de toda a violência que imperava naquelas redondezas, resolveram fugir. "Vamos voltar para a África, nosso verdadeiro lar." O outro concordou na hora: "Que idéia maravilhosa - imagina aquele tanto de zebra dando sopa!" Dois dias de planejamento ágil e zip! Zarparam.

O plano: descer a Anchieta ou a Imigrantes (a que estivesse menos engarrafada), e cair direto no porto de Santos; entrar sorrateiramente em qualquer navio com uma bandeira MUITO colorida e que tivesse um nome cheio de vogais. Pronto: "Mama África ou nada!" Lembrete do leão 1 para o leão 2: "abaixa a calda!"

Lá se foram. E, como em todo plano, um imprevisto: é sexta, véspera de carnaval. A saída de Sampa tá do jeito que o diabo e os promotores de arrastões gostam. O leão 1 perde o leão 2 de vista. Mas segue o plano, confiando na fome e no senso de direção do segundo.

[Seis meses depois... na velha jaula do Zôo-Sampa]

"Entra aí e fica quietinho!" Era um daqueles soldados barrigudos, despejando o leão 1 em sua velha casa. Ainda atordoado pela quantidade de suco de maracujá (in natura) que teve que engolir, voltando da África, o leão 1 vasculha triste sua triste cela. E qual não foi sua surpresa quando viu ali, gordo como ele, o velho amigo leão 2: "Caramba mano! Você sumiu!! Que que houve?".

Leão 2, com um sorriso de satisfação, respondeu: "Pôxa, você viu aquele engarrafamento todo? Então.. cansei de andar. Nada passa naquele pedágio desgraçado. Parei pra descansar um pouco dentro dum buzão que tava vazio. Achei até que iam tocar fogo nele ou algo do tipo. Na calmaria, dormi."

"Ahn, mas, e aí? Te trouxeram pra cá?"

"Nada... Quando acordei o buzão tava numa daquelas avenidas largas daqui, do lado dum rio fedorento. Chamam ela de 'marginal' não sei porque. A avenida não tem nada a ver com isso. O motorista aproveitava a solidão e descia o bambu. Na primeira reduzida eu pulei fora. Não dá pra confiar em motorista de buzão animado com a sexta de carnaval, né?"

"E tu ficou ali?"

"Então mano... não quis dar bandeira. Tinha umas torres bem bonitas bem do meu lado, meio abandonadaças. Com umas letrinhas brilhantes no topo. Uma maravilha. Entrei quietinho e fiquei lá..."

"Até a 4ª feira de cinzas?"

"Que nada. Até ontem!"

"Caramba! Até ontem?!? Não te acharam lá?"

"Pra começar, a garagem daquilo é um mundo. Bem depressivo, mas um mundo. Fácil se perder naquilo. Como era escurinho e coisa e tal, me escondi ali mesmo. E, pra variar, peguei no sono. Péssimo costume que adquirimos em jaulas. Perdi a noção dos dias e noites. Começou a bater uma baita fome quando o lugar começou a ficar cheio de gente. Cara, que cardápio!"

"Conta, conta..."

"Tinha uns tipos que, quando em duplas, falavam um monte de coisa num inglês esquisitinho. Cheios de pose e gesticulações. Cheios de siglas e, quase sempre, carregando uma latinha de Coca Light. Gostava deles porque já vinha com o refresco, hehe. Tinha os solitários também, que andavam com umas cordinhas saindo do ouvido. Quando não ensaiavam passinhos de dança, cantarolavam alguma musiquinha. Só evitei os mais gordinhos... cê sabe né? Não dá pra comer tanta gordura com essa idade..."

"Mas você comeu todos?"

"Pois é... só foram descobrir que tinha algo errado na garagem quando esgotei os tipos 'chiques' e comecei a comer as tiazinhas que servem café lá em cima..."

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* Se eu tiver que pagar royalties pela piadinha acima, é para o Marinelli. A única adaptação que fiz foi com a localização. Na versão dele, o leão 2 foi parar na 23 de Maio...

  1. Eu também sou pressionado pelos meus chefes. Você não percebe, mas sou. Tudo que você puder fazer para tornar meu trampo menos pesado será bem vindo.
  2. Seus interesses são importantes, mas lembre-se que eu também tenho que me preocupar com os problemas e sentimentos de outras pessoas. Inclusive de algumas que estão além dessas paredes.
  3. Não recebi todo o treinamento necessário antes de ocupar esta cadeira. Portanto, muito do que aprendo, é na base da 'tentativa e erro'. Isso não é de todo ruim. Muitas das minhas responsabilidades a gente só aprende na prática.
  4. Se antes a gente era colega e agora sou seu chefe, entenda que isso é uma das coisas mais difíceis do meu trampo. Seu apoio é crucial!
  5. Eu vou errar. Por favor, seja tão compreensivo quanto você gostaria que eu fosse quando você fizer alguma cagada.
  6. Se eu fizer uma cagada, ou estiver em vias de cometê-la, por favor me avise. Sem meias palavras. Me avise.
  7. Não gosto de surpresas desagradáveis. Me traga as más notícias o quanto antes. (O que parece óbvio para ti, pode não ser para mim. Por outro lado, você pode se surpreender com a velocidade como algumas fofocas chegam até aqui).
  8. Eu espero que você tome iniciativas. Se você ficar só transferindo seus problemas para mim, vou começar a pensar se vale a pena te manter aqui.
  9. Se você não sabe o que fazer, pergunte. Só vai incomodar se você estiver sempre fazendo as mesmas perguntas.
  10. Vamos respeitar o tempo de cada um. Todo mundo tem algo a fazer, e quanto menos interrupções ocorrerem, melhor.
  11. Não deixe que toda a minha prosa sobre objetivos e metas o leve a um comportamento anti-ético. Você sempre terá minha permissão para agir eticamente.
  12. Se a gente tem algum problema, vamos conversar sobre isso.
  13. Um terço das pessoas deste departamento não gosta de mim. Seguirão não gostando, independente do que eu faça. Outro 1/3 gosta muito de mim, independente do meu jeito. Entenda que eu preciso dedicar um pouco mais de tempo com aquele 1/3 que sobra.
  14. Você quer a minha cadeira? Então valorize-a. Nunca a deprecie.
  15. Peter Drucker falou, Peter Drucker avisou: a pergunta mais importante que eu repetirei diariamente é: "O que precisa ser feito?". Funcionará melhor sempre que tivermos as respostas (certas).
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Os itens 1-12 eu surrupiei (e livremente traduzi) do Michael Wade (Execupundit). O item 13 eu surrupiei (livremente) de uma entrevista que o John Neschling (regente e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) deu para o Roda Viva (TV Cultura) há uns 4 ou 5 anos. O item 15 eu surrupiei de uma entrevista que o saudoso Peter Drucker deu para a Business 2.0.

* "Quem tem chefe é índio!" Cansamos de ouvir esta frase - inconscientemente pejorativa e preconceituosa. Acho que ninguém gosta de chefes. Os puxa-sacos são os que menos gostam. Mas apresentam seus sentimentos de uma forma muito peculiar. Traduzi de "boss". "Boss" é chefe. Ponto.

Mas hoje gostamos de falar de líderes. Milhões são torrados em treinamentos que tentam formar "líderes". Tirando TI, é a área onde mais rola bullshitagem por metro quadrado. Tirando TI, é a área que mais joga grana pelo ralo. Mas não adianta nadar contra a maré. Guru$ seguirão levando muita grana.

[Drucker disse que a palavra "guru" pegou porque a palavra "charlatão" gasta mais tinta, hehe..]
[Recordando: já fiz uma sincera homenagem aos gurus - vale a lembrança].

Caramba.. quanto pensamento desacoplado. É que o assunto é bom e amplo. Gerenciei pessoas em mais da metade da minha carreira. Posso garantir que é mais complicado do que qualquer problema técnico que eu já tenha enfrentado. Por outro lado, pode ser muito gratificante. Principalmente pelas amizades que você descobre e acaba levando para o resto da vida.

Open Office

01 março 2007

Nada a ver com pacotes de produtividade. Estou falando de escritórios mesmo. Atenção investidores-reconhecedores-de-padrões: ótima oportunidade de investimento. Que tal lançar escritórios para free-lancers que vivem se deslocando por aí? Pegue o melhor d'uma Starbucks (ou Fran's Café ou qq coisa parecida), e junte com o melhor de um escritório de verdade (de preferência, a la Google).



Caras como eu, cyber-ciganos, adorariam o local. Não agüento mais a barulheira das lan-houses e as frescurites dos cafés. Um escritório *de verdade* seria o máximo. Surrupiei a idéia da Hat Factory, que lançou um escritório aberto ontem em San Francisco. Detalhe importante do modelo dos caras:

"The Hat Factory is community office space for geeks and media hackers. We're a group of open sourcers, video bloggers, Drupal developers, and more who are tired of working from coffee shops and home every day."

O nosso não precisa ser tão restritivo.. hehe. Modelos montando books também seriam aceitas.

My Intel Centrino Duo-driven notebook chugs along like a 386 trying to run an application originally written for a mainframe system.


Frase do coitado do Jason Busch, tentando rodar Vista e Office 2007 em um note Dell M1210 com 2Gb de RAM. É um modelo que nem é vendido por aqui. Se fosse, custaria entre R$ 8 mil e R$ 10 mil. Não por acaso, tem gente fazendo 'upgrade' para XP.

Parece que a MS pesou a mão. A alegria dos fabricantes de hardware se torna o total desespero de alguns consumidores e usuários. Pudera: 50 milhões de linhas de código 'fortemente acopladas e bagunçadamente distribuídas' devem realmente exigir um esforço hercúleo de qualquer CPU com dois ou quatro núcleos.