- Eu também sou pressionado pelos meus chefes. Você não percebe, mas sou. Tudo que você puder fazer para tornar meu trampo menos pesado será bem vindo.
- Seus interesses são importantes, mas lembre-se que eu também tenho que me preocupar com os problemas e sentimentos de outras pessoas. Inclusive de algumas que estão além dessas paredes.
- Não recebi todo o treinamento necessário antes de ocupar esta cadeira. Portanto, muito do que aprendo, é na base da 'tentativa e erro'. Isso não é de todo ruim. Muitas das minhas responsabilidades a gente só aprende na prática.
- Se antes a gente era colega e agora sou seu chefe, entenda que isso é uma das coisas mais difíceis do meu trampo. Seu apoio é crucial!
- Eu vou errar. Por favor, seja tão compreensivo quanto você gostaria que eu fosse quando você fizer alguma cagada.
- Se eu fizer uma cagada, ou estiver em vias de cometê-la, por favor me avise. Sem meias palavras. Me avise.
- Não gosto de surpresas desagradáveis. Me traga as más notícias o quanto antes. (O que parece óbvio para ti, pode não ser para mim. Por outro lado, você pode se surpreender com a velocidade como algumas fofocas chegam até aqui).
- Eu espero que você tome iniciativas. Se você ficar só transferindo seus problemas para mim, vou começar a pensar se vale a pena te manter aqui.
- Se você não sabe o que fazer, pergunte. Só vai incomodar se você estiver sempre fazendo as mesmas perguntas.
- Vamos respeitar o tempo de cada um. Todo mundo tem algo a fazer, e quanto menos interrupções ocorrerem, melhor.
- Não deixe que toda a minha prosa sobre objetivos e metas o leve a um comportamento anti-ético. Você sempre terá minha permissão para agir eticamente.
- Se a gente tem algum problema, vamos conversar sobre isso.
- Um terço das pessoas deste departamento não gosta de mim. Seguirão não gostando, independente do que eu faça. Outro 1/3 gosta muito de mim, independente do meu jeito. Entenda que eu preciso dedicar um pouco mais de tempo com aquele 1/3 que sobra.
- Você quer a minha cadeira? Então valorize-a. Nunca a deprecie.
- Peter Drucker falou, Peter Drucker avisou: a pergunta mais importante que eu repetirei diariamente é: "O que precisa ser feito?". Funcionará melhor sempre que tivermos as respostas (certas).
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Os itens 1-12 eu surrupiei (e livremente traduzi) do Michael Wade (Execupundit). O item 13 eu surrupiei (livremente) de uma entrevista que o John Neschling (regente e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) deu para o Roda Viva (TV Cultura) há uns 4 ou 5 anos. O item 15 eu surrupiei de uma entrevista que o saudoso Peter Drucker deu para a Business 2.0.
* "Quem tem chefe é índio!" Cansamos de ouvir esta frase - inconscientemente pejorativa e preconceituosa. Acho que ninguém gosta de chefes. Os puxa-sacos são os que menos gostam. Mas apresentam seus sentimentos de uma forma muito peculiar. Traduzi de "boss". "Boss" é chefe. Ponto.
Mas hoje gostamos de falar de líderes. Milhões são torrados em treinamentos que tentam formar "líderes". Tirando TI, é a área onde mais rola bullshitagem por metro quadrado. Tirando TI, é a área que mais joga grana pelo ralo. Mas não adianta nadar contra a maré. Guru$ seguirão levando muita grana.
[Drucker disse que a palavra "guru" pegou porque a palavra "charlatão" gasta mais tinta, hehe..]
[Recordando: já fiz uma sincera homenagem aos gurus - vale a lembrança].
Caramba.. quanto pensamento desacoplado. É que o assunto é bom e amplo. Gerenciei pessoas em mais da metade da minha carreira. Posso garantir que é mais complicado do que qualquer problema técnico que eu já tenha enfrentado. Por outro lado, pode ser muito gratificante. Principalmente pelas amizades que você descobre e acaba levando para o resto da vida.
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