Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

QI$

31 agosto 2007

Muitos atestam, existem vários tipos de inteligência. Uma variação de QI ainda pouco explorada é o QI$ - nossa inteligência na hora de torrar grana. O excelente Eduardo Giannetti está com um quadro bem legal no Fantástico (!), falando sobre o "Valor do Amanhã". Trata bem do tema. Mas seu foco são as pessoas. Aqui vou falar das empresas.

Particularmente de duas, Apple e minha adorada MS. O Silvio Meira soltou vivas ao boato de que a MS tá querendo comprar a RIM (Research in Motion), produtora do Blackberry. Segundo o prof Meira, "uma coisa é certa: se a msft comprar mesmo a rim, o mundo móvel vai mudar. muito. e a competição, lá, nunca mais será a mesma…"

Curiosa previsão. Mas não vou questioná-la. Meu ponto é outro: a MS teria que desembolsar a bagatela de US$ 50 bilhões. Isso mesmo, cinquenta bilhões de dólares! Grana demais confunde nossa balança. Então vou facilitar as coisas: quanto a Apple gasta em P&D (pesquisa & desenvolvimento)? Algo em torno de US$ 600 milhões por ano. Vamos então imaginar que ela tenha torrado 100% deste orçamento no desenvolvimento do iPhone, que demorou 3 anos. Fechando a conta, investimento total de US$ 1,8 bilhão.

Foto surrupiada de azrainman.


Ok, ela começou do zero. Mas, lembrem-se, mais de 700 mil unidades do iPhone já foram vendidas. Com uma suposta margem de lucro de 50%!!

A MS compraria uma empresa já estabelecida no mercado. Share estável. Faturamento anual? Uns US$ 2 bilhões. Margem líquida d'uns 15%.

Sacou? Periga a Apple fazer mais grana com US$ 1,8 bi (super-estimados) do que a MS com US$ 50 bi (subestimados). Subestimados? Sim, pq o único efeito concreto desse tipo de boato é a valorização do alvo.

Voltando ao QI$, uma pergunta que não se cala: o que a MS faz com os US$7 bi que ela torra anualmente em P&D? Escreve tropeços DRM?

O Braguinha, lá de Brotas e meio incrédulo, me mandou a seguinte notícia: Sun Hits the BRICs. Resumindo: segundo Schwartz, a Sun tornou o Java Open Source por causa do Brasil!?!?!

Quem diria? Como eu disse para o Braga, não creio que tenha sido o único motivo. Claro que não. Mas a Sun fica bonitona na foto falando que abriu o Java para atender requerimentos de um país emergente.

E, como eu já disse ontem, a Sun aprende... com 15 ou 10 anos de atraso, mas aprende! É bem melhor que aquelas empresas que colecionam c@g@d@s e não aprendem nunca.

Short Cuts

30 agosto 2007

Da série "A Sony não Aprende":



Da série: "A Sun aprende... com 15 anos de atraso"


Da série: "Os tendões de aquiles de uma centopéia" ou "A centopéia, uma metralhadora, e seus tiros nos pés"
  • A performance da rede despenca quando ouves Bruno&Marrone? É uma 'feature', para não atrapalhar seu impagável prazer. Ops.. a rede fica 50% mais lenta? Hmmm... será um 'bug'? Pô véio, quem ouve Bruno&Marrone merece!!! Já tentou com Calipso? Hã... a máquina dá boot?!?!?

Join an international coalition of environmental and social justice groups in signing this statement condemning DRM and Vista.

Digg this story!

Add your signature in support now!

DRM and Vista are bad for you, the environment, and the public. Join the Green Party, New Internationalist, Friends of the Earth International, People and Planet, the Free Software Foundation, and the DRM Elimination Crew by signing a statement that rejects DRM, Vista, and encourages the adoption of free software.

Vista was engineered from the ground up as a Digital Restrictions Management (DRM) and Treacherous Computing (TC) platform. This makes unnecessarily steep hardware requirements for users. As a result, Microsoft has taken a disposable computer mentality, forcing users to buy new computers if they want to run Vista.

What's worse is that Vista is designed to monitor what people do, and to limit what they can do with digital media files. These limits obstruct common and legally protected uses like sharing news story clips and copying text from government documents.

Read more.

In solidarity,

Josh, John, Peter and the DRM Elimination Crew.

.:.

Viram aquela "feature" que faz a performance da rede cair cerca de 50% quando um media player está sendo executado no Vista? Sabiam que a única explicação técnica para tamanha bizarrice é o draconiano esquema DRM do Vista? Então... não se esqueça:
  • DRM é péssima para consumidores
  • DRM é um desastre para artistas e gravadoras
  • DRM é ruim para toda a sociedade
  • DRM está no núcleo do Vista
  • DRM é e continuará sendo um pesadelo para a Microsoft
Por que você embarcaria nessa barca furada?

Não, não é o Brasileirão. Há tempos esperava por algo parecido, mas não, também não é/será o Mundial de Fórmula 1. Também não serão os bilionários campeonatos europeus de futebol, ou a Eurocopa que rola ano que vem. O melhor torneio do biênio 2007/2008 tá rolando longe das massas, mas afetará a vida de todo mundo (que interage com micros, mais precisamente com a Web).

Desde que o Graffiti nasceu sou meio obcecado pelo tema: Tecnologias para a criação de interfaces Web. Já tem um tempinho que não falo nada. Estava só observando a maturação do AJAX, o ocaso do Workplace (IBM), o nascimento do Silverlight, os sustos da Sun e a consolidação do casório da Adobe com a Macromedia.

Ok, o Workplace é um estranho no ninho acima. Acontece que lá atrás, logo depois de seu lançamento, eu coloquei algumas fichas nele. Acontece que a IBM parece não gostar mais desse tipo de coisa (investimento em pesquisa, particularmente em software). A base do Workplace é o Eclipse. Atualmente ele é oferecido como um substituto do Lotus Notes. Só... ou quase só. Mas não importa. Vamos estreiar o "quadrante pichado" para dar uns chutes:

O Silverlight acabou de nascer. Como diz a lenda, as coisas na MS começam a funcionar só na versão 3. Acontece que não vai dar tempo. Mais grana mal gasta em Redmond. Eu disse, lá em jan/05*: briga pra comprar a Macromedia. Agora não adianta chorar.

O AJAX não é de ninguém. Então é de todo mundo. A Google o adora. Até lançou um kit de desenvolvimento para ele, o Google Web Toolkit. Aliás, todo mundo o fez. Talvez seja por isso mesmo que ninguém coloca a mão no fogo de vez. Google colocou? Que nada.. rola um boato quente que ela anda interessadíssima na Adobe.

Um movimento que jogaria a Sun (de novo!) no colo da MS. Coitada da Sun. Tem Java em tudo quanto é canto. Mas ainda não faz grana legal com ele. Deveria aprender um pouco do "efeito por causa de", mas essa é outra história. Pela enésima vez a Sun vai lançar algo especial para interfaces. E o Java 7 deve ser bem mais leve e inteligente e coisa e tal. Seguirá faltando alguma coisa...

Uma coisa que a Macromedia (sem querer?) desenvolveu e a Adobe papou: ubiquidade sem estardalhaço, portabilidade sem dor, presença sem briga (ainda) com a MS. O Flash tá em mais de 90% dos computadores ao redor do globo! O Flash é multimídia fácil (Youtube!). O Flash é elegante e relativamente leve. IMHO, o Flash só tem um probleminha sério: é proprietário. Mas não importa: ele tá na frente nessa bela corrida.

Quem corre por fora ou tem condições de influenciar (a la Edilson) o resultado? Apple e Google. A primeira falando sério sobre o padrão que adotará nas futuras versões do iPhone, iPods e Macs. A segunda decidindo se casa (com a Adobe) ou deixa a fila andar.

.:.

Hmm.. ok, fui bem nerd em minha escolha. É claro que o campeonato de F1 (tanto 2007 quanto 2008) será bem mais divertido. Mas a corridinha aí tem seu apelo sim. E, como eu disse, afeta mais gente que qualquer bicampeonato do Massa.

* Ok, muitas varadas n'água em minhas previsões. Não imaginei a aquisição da Macromedia pela Adobe. Mas acertei no enredo (na importância de ambas). E sigo acreditando que dificilmente elas seguirão... "virgens". Google? Quem sabe. Mas se eu morasse em Redmond não gostaria nem de imaginar tal possibilidade.

Dúvida filosófica, quase cruel. Ontem coloquei uma citação do Seth Godin, chamando-a de fantástica. Seth fala da "economia da escassez". E chama nossa atenção para a "redução" (shortage) da escassez (leia-se, dificuldade para se diferenciar). Lembra que eu mostrei na sexta passada o clone do iPhone? Então, é disso que o Seth tá falando. Se bem que o clone chinês tá longe de ser um bom exemplo. Mas o fato é que, no mundo moderno, tudo se copia. Numa rapidez insana.

Eis que hoje dei de cara, de novo, com a "economia da abundância". Uma definição do JP "Confused of Calcutta". Ele tá falando do "efeito porque" (ou "por causa de" - because effect), e surrupiou de Doc Searls a definição:


When something that was originally scarce starts becoming abundant, something strange happens. You find that you start making money because of that thing rather than with that thing. That’s the Because Effect.


Eu sei, os conceitos não são antagônicos. Mas exigem um 'mind set' diferente. Ou uma seqüência estratégica formada de passos bem diferentes. A Apple faz grana com o iPod ou por causa do iPod? As operadoras de telefonia móvel deixaram de fazer grana com os aparelhos, e agora fazem por causa deles. Qual caminho seria mais fácil? Buscar uma estratégia de diferenciação (explorando algo escasso) ou um tipo de aprisionamento (que é o modelo mais claro de abundância que veio na minha cura)?

Como o Seth falou que "honestidade e respeito" são algumas das coisas mais escassas dos tempos atuais, acho que sua alternativa ainda é mais promissora.

graffiare #436

27 agosto 2007

So what's scarce now? Respect. Honesty. Good judgment. Long-term relationships that lead to trust. None of these things guarantee loyalty in the face of cut-rate competition, though. So to that list I'll add this: an insanely low-cost structure based on outsourcing everything except your company's insight into what your customers really want to buy. If the work is boring, let someone else do it, faster and cheaper than you ever could. If your products are boring, kill them before your competition does.

Ultimately, what's scarce is that kind of courage--which is exactly what you can bring to the market.

- Seth Godin (Fantástico!, pra variar).

Tirando o Atraso

24 agosto 2007

Não que eu esteja viciado no ato de blogar. Mas me incomoda muito deixar meus blogs (os 3 principais, finito, BlueNoir e o Graffiti), um tanto de tempo sem atualização. Incomoda mesmo. Ainda mais quando você sabe que tem umas 6 1/2 dúzias de leitores fiéis. Com quase 25k pageviews, o murão aqui vai bem, obrigado. Dos 3, é o único que merece atualizações diárias. Afinal, não passamos um único dia sem que coisas muito legais aconteçam no universo de TI. E, caramba, deixei passar uns ocorridos pra lá de gozados. Então vou apelar para umas rapidinhas:

Minha amada MS se supera de novo! Segundo o Joel Spolski, até a caixa dos novos Office e Vista carece d'um manual de instruções!! Haha.. parece que dá um baita trampo para abri-las. Lembra aquelas embalagens de azeitona e palmito: sem ajudante, não abre de jeito nenhum. Taí: deve ser uma mensagem implícita, subliminar. Tipo: "tô dificultando o trampo pra te dar tempo de pensar direitinho: você tem certeza que vai instalar esse negócio?". Hehe.. cabeças (e cadeiras) rolarão no depto de marketing...




Aliás, o marketing da MS vai ter trabalho dobrado. Afinal, ela virou o maior bode dos últimos tempos. Deu pau? "A culpa é da MS". O Skype ficou fora da ar por um tempão. Desculpa: a tsunami de Windows Update!.. hehe. Sacanagem. Pode até ser uma 'meia verdade', mas não justifica. Fiz uma busca por "Skype crash" no Google Images e o primeiro resultado foi a imagem acima. Céus.. o pai do Kiefer "24 Horas" Sutherland na cena final d'um maravilho filme 'B' que, salvo engano, é do final dos anos 70: "Invasores de Corpos". Tão assustador que influenciou até uma parte do texto de "Roque Santeiro", do Dias Gomes. hehe.. que viagem.. que terror!

Mas que papo é esse de milhões de máquinas, ao redor do globo, fazendo um 'reboot' tudo ao mesmo tempo? Caramba... se tivesse acontecido na virada do Y2K... Mas a questão é outra e deveria deixar de cabelo em pé todo mundo que administra sistemas. Já pensou, numa aplicação de missão crítica, o SO decidindo por si só que precisa dar um "refresh"? Só acredito pq é a MS...

Mudando de assunto: quem não tem iPhone, liga (ou tenta ligar) com clone chinês! Então... nossos problemas (com a Apple) acabaram. O 3º mundo acaba de ganhar seu iPhone. Quer um? Tem no Mercado Livre. Aviso do Ministério da Saúde: é chinês mas não tem problemas com imãs, ok? Se der recall, o motivo será outro. Está Claro? Oi! Tá Vivo?!? hehe.. tim tim...

Prezados Membros da CE 21:034.00

Comunico que, como resultado das discussões ocorridas no âmbito da CE, o voto do Brasil que está sendo enviado pela ABNT à ISO é de desaprovação [do Open XML proposto pela MS] pelas razões técnicas apontadas pelo GT2 da CE.

- ABNT (surrupiado do PSL-Brasil)



Tks Braguinha.

Vou sumir...

20 agosto 2007

... mas não precisa comemorar. É só por alguns dias. Nada de férias. Pelo contrário, é trampo pesado. Aliás, como as 6 1/2 dúzia de leitores já devem ter reparado, o Graffiti anda menos atualizado. Não é falta de assunto - só falta de tempo mesmo. E de agora até dezembro, a coisa deve seguir assim.

É uma pena. Por exemplo: eu deveria gastar um tempinho para escancarar e denegrir os sites de hotéis. Que serviço mais 1/2 boca!! De todos, sem exceção. Em pleno século XXI, na maioria dos casos, tive que apelar para um invento do século XIX para saber se haviam vagas.

Tinha que explicar também um post "fantasma" que só assinantes do meu feed receberam. Quase passei muita vergonha. Mas não tanto quanto nossa mídia tradicional. A cobertura do terremoto no Peru foi sofrível. Tão ruim que quase levei um drible daqueles. Os que receberam (e leram) meu post fantasma sabem do que estou falando. E dá-lhe estadinho...

Outra, que merecerá uma análise mais detalhada quando eu tiver tempo: AMD Athlon 64x2 + Kubuntu 64 (joga aí 1gb de RAM, um bom disco SATA, uma plaquinha de vídeo e um monitor legal). Pois bem: é a melhor relação custo benefício que existe, tanto para desktops quanto para laptops. Com uma performance de deixar qq Me2 a milhas de distância (tropeçando na língua).

O que nosso mercado costuma fazer quando algum termo sai de moda? Inventa outro - e sai remarcando os velhos produtos com o novo rótulo. A maior vítima da dos últimos 8 anos foi o tal CRM. Com volúpia e um imediatismo absurdos, provedores de soluções para call-centers, help-desks e automação de força de vendas saíram rebatizando seus rebentos. Confusão comprada por alguns, o que gera um ciclo destrutivo. Até hoje ninguém tem uma solução CRM de verdade (com o cliente colocado como ponto de partida de todos os processos primários de uma organização). Mas isso é tema para outro paroletion.

O "meenrolaqueeugosto" de hoje é "Inteligência Corporativa". Nosso mercado nunca foi tão abusado-ousado.. e mentiroso.

Nome novo para vender datawarehouses, data-mining e coisinhas do tipo. E dá-lhe $$...

Uma empresa nacional de porte considerável "sentiu" que precisava d'uma mega-super-hyper solução de BI ("bi-ai" para os letrados). O principal produto da fase de "incepção-elaboração" (o projeto morreu ali) mereceu lugar de destaque na principal sala de reuniões daquela empresa. Coisa de deixar Picasso com inveja: o diagrama (impresso em A3), apresentava mais de uma centena de "entidades do negócio". Linhas ligavam praticamente todo mundo com todo mundo. Não sei porque cargas d'água aquele "retrato do inferno" era considerado tão especial. Se aquilo ali era o supra-resumo do "bi-ai"... ai ai..

Tempos depois visitei um fornecedor de soluções de BI (leia-se: tinha alguns modelinhos especializados em determinados ramos de atividades). Qual não foi minha surpresa quando vi em sua principal sala de reuniões um quadro igualzinho àquele do parágrafo acima? Hahã... sem querer descobri o autor da proeza. E, de repente, nossa reunião ali perdeu todo o sentido. E eu sofrendo pra segurar o riso...

Sei nada de "bi-ai". Aliás, sei de nada não. Mas desconfio de muita coisa*. E desconfio que não pode ter "intelligence" um diagrama ilegível.

Desconfio que enquanto uma empresa não tratar de explicar todos os seus dados com novos dados (ou meta-dados), ela não conseguirá extrair muita coisa de seus imensos repositórios. Coitados dos usuários que seguirão em filas, gerando backlogs, clamando por novos relatórios todos os dias.

Tem um tempinho que a Web nos ensinou a criar meta-dados. O Del.icio.us talvez seja o maior exemplo: nós nunca conseguiremos explicar tudo num esforço concentrado. Seria caro e esquisito demais. Mas Del.icio.us, Flickr, Gmail e várias outras ferramentas nos ensinaram como fazer: deixa o povo etiquetar e batizar à vontade. O tempo será uma peneira e controle de qualidade natural. Assim, de forma orgânica, talvez um dia uma empresa possa dizer com orgulho: tenho uma boa solução de Business Intelligence.

Por enquanto, tudo o que elas exibem é uma boa (e cara) memória. E nada de raciocínio...

.:.

Pô, foi só lançar a série paroletion e já encontrei outro concorrente de peso: The Encyclopedia of Business Cliches, organizada pelo Seth Godin. Beleza.. será uma boa fonte de bullshitagens também.

Para quem chegou agora: o primeiro verbete examinado nesta série foi "Business-Driven CIO". Será que ele é um early-adopter de soluções de BI de última geração?!?! Aposto que sim...

* Guimarães Rosa é o autor da frase original.

Hoje é Feriado?

15 agosto 2007

Não. Mas deveria ser. Pelo menos, para todos que trabalham com informática. 15/ago é dia da informática! A gente vê tantas outras profissões comemorando, orgulhosas, seu dia. E a gente nem se lembra que também temos um dia. Não há data pior e mais adequada: meio do mês... de AGOSTO! Quando calha de cair numa quarta então.. aí que não dá pra inventar uma desculpa e construir uma ponte até a próxima segunda.

Mas o problema que impede a gente de ter nosso feriado é outro: se a gente parar, todo mundo pára. Hehe.. o maior indicativo de que a gente merece um feriado é também a explicação para a gente não tê-lo (ou seria merecê-lo?).

De qq maneira: FELIZ DIA DA INFORMÁTICA PRA VOCÊ TAMBÉM!

Ótimo X Bom

14 agosto 2007

A provocação do Seth Godin, agora na prática:



O gráfico acima, da Kathy Sierra, é meio antigo. Mas atualíssimo se quisermos utilizá-lo para avaliar, por exemplo, o Me2 (aka Windows Vista, que usa o *Wow* em sua campanha publicitária).

Não é 'boring' porque não é 'stable'. 'No surprises' mas ao mesmo tempo 'confusing'. 'Sucks'?.. Ops.. acho que o Me2 demanda outro tipo de gráfico...

Sim. Mas, segundo Seth Godin, não da forma "pragmática-mediana" que a gente costuma ver por aí. Saca só:

In response to projects, many organizations figure out the resources they've got and then work hard to do something good enough. On time, within budget. Meeting spec, after all, is your job.

You end up, if you're talented, with something good enough.

Is that enough? Is good enough enough to win? To change the game? To reinvent your organization and your career? In a crowded market, when all the competition is good enough, not much happens.

Good enough is beyond reproach. It's safe at the same time it represents quality. Good enough demonstrates effort and insight and ability. People rarely get fired for good enough, which is a shame.

If you redefined the objective to be, "makes some people uncomfortable, changes the entire competitive landscape and is truly remarkable in that many of the key people we reach feel compelled to talk about it," what would happen?


Leia o artigo completo
. Ou você achou o trecho good enough?

Como alguém já deve ter falado, se faz grana com tudo. Até com lixo. E lixo de código (aka Bugs). O Vulnerability Discovery and Analysis (VDA) Labs, que tem só 4 meses de vida, pode fazer fortuna com os bugs alheios. Mas seu modelo de negócios é do tipo que aqui em Pindorama o povão chamaria de FDP (ou algo parecido). Saca só:

Eles descobrem um bug e notificam o autor. Se o cara não pagar, eles oferecem para os concorrentes. Se o bug não deu ibope, os caras o tornam público. Simples assim...

Dada a qualidade de muito software, sites e gadgets que a gente vê por aí, não vou estranhar se os caras ficarem ricos rapidinho.

Minha mais nova assinatura e blog de cabeceira é o "Favoritos", da Luiza Voll. Chique-simples e de muito bom gosto. Foi lá que fiquei sabendo d'uma absurda campanha do Estadão contra os blogs:



Não sei de nada parecido no mundo inteiro. Existem campanhas veladas. Existem os falsos blogs (que moderam e censuram comentários sem a menor consideração com seus leitores - vocês sabem de quem estou falando). Mas uma campanha assim tão explícita contra os blogs, creio eu, é inédita. Coisa de gente que não gosta de participação, comunicação, relacionamentos...

Pior: é coisa de gente que ainda não entendeu a Internet. Aí batem no YouTube, na Wikipédia, no Facebook, nos blogs e em tudo que ameaça sua visão de mídia e comunicação. Coitados... tentam enxugar gelo. Seguirão tentando até que a água, misturada em suas lágrimas, suma no ralo de sua falta de visão.

Como comunicação é (ou deveria ser) o negócio dos caras, na 1ª aula eles deveriam aprender a equação dos novos tempos:

Relacionamentos -> Conversas -> Transações

Sinceridade é isso aí

10 agosto 2007

Internal Error

Apologies, it seems something is horribly wrong with our code.

If you keep receiving this message, please send us a message with the offending URL.



Gosto do Del.icio.us por 'n' fatores. Um é a estabilidade. Tanto que, em uns 2 anos, é a primeira vez que vejo uma mensagem de erro deles. "Algo horrivelmente errado com nosso código!?!". Ah, se todos fossem assim tão abertos e sinceros. Lembra o "Mentiroso" do Jim Carrey? Então, se sinceridade máxima fosse norma, numa certa plataforma veríamos mensagens assim:

"Fatal Internal Error
Caraca véio! É a 17ª vez hoje, né? Pedimos desculpas. Acontece que nosso código é tão bugado que fica difícil segurar essa demanda teimosa. Tamo dando conta não de tanto crash. Faz o seguinte: dá um tempinho d'uns 30 dias pra gente. Te mandaremos um email informando a data do próximo Service Pack. Tks!

Btw, hoje é SEXta. Cai fora e diz pro chefão que a culpa é nossa!

Obs: se nosso site de metereologia estivesse funcionando eu até te diria se dava pra pegar uma prainha hj..."

E por falar no Hamilton, saca só o último post dele:

Hiring is nearly impossible

whatahellsgoinon?

Tô falando com o Braguinha neste momento. Voltou para Brotas, depois de uns 8 ou 9 anos em Sampa. Acho que é algo mais específico, sei lá, mas saca só: de 10 pessoas que formaram o núcleo de equipes em 2 empresas, 4 saíram de Sampa nos últimos 18 meses. Claro, me incluo na conta. Senão estaria chorando o fato de ter perdido um AN (Towerson), um desenvolvedor (Jonas) e agora um arquiteto (Braguinha).

Mais um detalhe: dois, Towerson e Braga, praticamente abandonam o mercado de TI. Ambos têm uma média de 30 anos de idade, cerca de 10 de carreira. Do Braga acabei de ouvir o seguinte: "Tinha me esquecido que a vida pode ser mais fácil."

Quem conhece qualquer um dos três sabe do que vou falar: são profissionais excelentes! O Towerson foi praticamente meu primeiro contato em Sampa, num projeto da Pirelli. Logo que tive a oportunidade, o transformei no 1º AN de uma ex-grande empresa de informática. Fizemos um barulho considerável na época...

O Luis Felipe Braga era o engenheiro que entregava meus "projetos malucos". Sem desmerecer os outros colegas, mas o Braga era o otimista brigador. De MCSE virou um dos melhores desenvolvedores naquela plataforma 1/2 boca. Mudei de lado e ele veio também, se convertendo num dos melhores arquitetos Java que já vi atuando. Já tive a chance de montar uma trinca (Braga, Nelson Ponce e Hamilton Veríssimo) que, não fossem algumas bobeirinhas, seria um dos melhores pequenos grandes times de projetos de software do Brasil. Quem os conhece sabe do que estou falando. E, olha só, n'outra trinca tive Hamilton, Nelson e o grande Vitão Zamora. Qualquer dia falo mais do projeto "Hendrix e o cheque sem fundo".

E o Jonas, já disse antes, é um programador de mão cheia e cabeça aberta e ávida. Pouco mais novo que os outros dois, não o vejo trabalhando com outra coisa que não sejam bits & bytes.

TI é um moedor de carne. TI no Brasil - que converte gente em PJ's e empresas de TI em empresas de RH - é um triturador 24/7. TI em Sampa é quase um pesadelo sem fim. Minha leitura particular dos 30% de debandada de uma turma muito legal (agora não me incluo - sigo atuando). Claro, cada um tem a sua motivação. Towerson tá tirando fotos de belas beldades em Floripa. Jonas vai pular das montanhas geladas direto para as praias paradisíacas daquele arquipélago da Oceania. E o Braga vai fazer rafting em pneu de trator... hehe...

Mas, fica a pergunta: Tinha que ser tão difícil?

graffiare #433

08 agosto 2007

*Life's not read-only.

JP, do Confused of Calcutta, direto no ponto:


For common problems use Opensource.
For rare problems use Buy.
For unique problems use Build.


Será que pega, particularmente por aqui? Deveria. Não são poucos os negócios que têm pouquíssimas ou nenhuma opção de produto (caixinha - buy). A construção (build), em diversos casos, é inviável (leia-se cara demais). But... cadê nossas opções de Software Livre? Quando digo nossas, quero dizer tupiniquins. Com bandeirinha do Brasil no selo e samba no pé.

Nossa, a oferta é alta?

07 agosto 2007

Assim o sumido Jonas concluiu seu comentário ao post "PJ, CLT ou CLT-flex?". Tive a oportunidade de (des)coordenar o Jonas por breves momentos. Jonas é um programador de mão cheia e cabeça insaciável. Cético, há poucos meses foi buscar trampos n'outros cantos. Para ser mais exato, no outro canto do mundo: Nova Zelândia! Jonas não crê em ofertas altas em solo tupiniquim.

Mas, caro Jonas, elas estão realmente altas. A primeira parte do "Bom Dia Brasil" de hoje praticamente só falou disso: chororô de empresários que não conseguem encontrar programadores que dominem um pouquinho de inglês. Para todos, dominar programação não é um problema. Quase me senti um neozelandês, neoburguês, neoinglês... Que mundo diferente!

Mas é um tanto distante, caro Jonas, o mundo das Fábricas! Lá todo bebê bebe OO desde os tempos da mamadeira. MVC vê que patterns são impressos em torradas.. porque tempo é dinheiro. E na corrida contra o clock, não é que esqueceram de estudar inglês? JavaEE .Net Ruby Castle são barbadas. Fáceis como surrupiar doce de mão de criança. Agora, o tal inglês...

Na conta dos fabricantes pós-modernos, a brecha é de 20 mil programadores!! No país das contas que nunca precisam ser fechadas, outro falou que precisaremos de 100 mil até 2010. Senão não fecharemos a conta de US$ 5 bilhões em exportações... Será que não fechamos os US$ 2 bi prometidos por falta de programadores? Parece... falta de programadores que dominem o tal inglês!

Levi Strauss ficou rico na corrida do ouro. Vendendo calças. Na corrida do outsourcing offshore, quem vai faturar mesmo serão as ccaa's, new yorks e new englands da vida.

Jonas, como amigo te dou um conselho: não volte!

Não são os projetos fracassados. Nem aquelas noites em claro. Também não são os pentelhos, boçais, evangelheiros e gurus. A maior tristeza da nossa área é tentar ser usuário d'alguma coisa que você conhece "por dentro".

Você vai naquela empresa e o processo de registro é mais burocrático que no castelo de Buckingham. Você conversa com a equipe técnica e parece que a estrutura dos caras dá de 1000 a zero no Google. Você conversa com o gerente de projetos e parece que eles descobriram a fórmula mágica dos empreendimentos perfeitos. Você conversa com o CIO e sai com a certeza de que ele será candidato na próxima eleição... para Papa!

Aí você sai sem oportunidades mas com a certeza de virar freguês daquela maravilha. Imagina como deve ser bom ser cliente d'uma empresa tão perfeita!

Aí você entra no site dos caras e não consegue comprar nada...

Didático e direto artigo do Yuri sobre a trinca acima e nossa (mercado de TI) complexa relação Capital X Trabalho.

Tão complexa que chega a ser um "versus" mesmo, em grande parte das vezes.

According to the Internet Storm Center, an unpatched Windows PC connected to the Internet will last for only about 20 minutes on average before it's compromised by malware. In 2003, a PC could last around 40 minutes before an invasion. The average "survival time" is no longer long enough to download patches that would protect a computer. Microsoft security consultant Fred Baumhardt stresses adaptability, using the human immune system as an example: "Imagine if your body said, 'Hmm, I have the flu. I've never had this before, so I'll die.' But that doesn't happen: Your body raises its temperature and so on, to buy time while other mechanisms kick in. If the human body did patch management the way [companies do], we'd all be dead."

.:.


Publicado em ago/2004. Então um PC Windows "durava" 20 minutos na Internet - sem proteção - antes de ser "contaminado". Em 2003 eram 40 minutos. Quanto será hoje? Será que dura o mesmo que uma volta do Hamilton em Hungaroring?

Enquanto esse tipo de coisa aparecia só em blogs e publicações de hackers, tudo bem. Mas quando o WSJ (Wall Street Journal) publica "10 Coisas que seu Depto de TI não te ensina"... O que dizer?

Tá tudo ali: como acessar sites "proibidos"; instalar programinhas não-homologados; enviar arquivos imensos; eliminar o histórico "pornográfico" de navegação; garantir privacidade; e por aí vai.

Alguém já parou pra contar quanto custa a instalação e manutenção de tantas travas? Alguém já contabilizou o prejú que significa tantos funcionários correndo atrás de 'workarounds'? Será que é mais barato que a liberdade? Não creio...

E acabei de ganhar outra dúvida: será que o nível de "Abertura" de uma empresa é levado em consideração quando escolhem "As Melhores empresas para trabalhar"? Creio que não. Mas os melhores profissionais costumam escolher as mais "abertas".

Acidentes Via 6

04 agosto 2007

Há alguns dias alguém me 'adicionou' no Via6. Recebi a solicitação de contato. Me cadastrei. E vi um recursinho legal que existe em toda ferramenta de relacionamentos: importação de contatos de outras contas. Apontei para minha conta no GMail (que tem uns 600 contatos cadastrados), na esperança de que a ferramenta (como no LinkedIn), apenas me indicasse quem já estava na Via6. Um ou dois tropeços (coisa de usuário) e pronto: virei um Spammer!

Na correria, não tive como mandar uma mensagem de desculpas para os 600 e poucos amigos e contatos. Deixei quieto. As ferramentas anti-spam devem ter feito um bom trabalho.

Mas, para minha surpresa, nesta semana a Via6 disparou novamente os emails. Céus... Agora que eu não saio das listas negras mesmo. Se for o caso, terei que arrumar outra conta no GMail. Será um belo trampo...

Fica aqui meu pedido de desculpas pelo meu tropeço e pela insistência da Via6. Btw, depois dessa, não sei se me interessa mais criar outra rede de relacionamentos. Para falar a verdade, penso seriamente em ficar exclusivamente no LinkedIn.

Deu ontem no JN: "nunca na história deste país se investiu tanto em pesquisa & desenvolvimento!". Apesar do texto, foi o Lula quem falou não. Narração do Bonner. Destaque especial para empresas de informática: 6,5% do seu faturamento foi direcionado para inovação!

Kkk... faz-me rir. A maioria não consegue registrar 5% de margem líquida. Como investiriam 6,5% (DO FATURAMENTO!) em P&D?

Ok, fazendo força pra crer que é verdade: cadê os resultados dos investimentos? Cadê os produtos? Onde estão nossas inovações? Não me venham com motor flex, ok? Estou falando só de TI.

Sei não, mas anotem aí: em 2008 vai pintar uma lei autorizando empresas a descontar de seu IR parte do valor investido em P&D. Para não parecer muito estranho o surgimento de generosas verbas no momento da publicação da lei, antecipamos um pouquinho a gambiarra.

Parece que o breve contato com o Marco "Boo" Gomes coincidiu com uma importante mudança de fase do produto Boo-Box. Taí, pela 1ª vez no Graffiti a transcrição de um press-release:

SÃO PAULO, SP - BRASIL (Julho, 2007) – A empresa de marketing contextual boo-box anunciou hoje uma rodada de investimento de US$ 300 mil liderada pelaeu Monashees Capital, empresa de capital de risco focada em novos negócios. O investimento será utilizado para financiar o estabelecimento do negócio e a expansão da sua linha de produtos. A boo-box é a primeira empresa brasileira de web 2.0 com ambições globais a anunciar um investimento por parte de uma empresa de capital de risco. Desde o lançamento de sua versão beta em janeiro, a boo-box tem sido citada em diversos meios especializados por sua solução de marketing contextual inovadora, tendo sido analisada positivamente pelo renomado blog norte americano de tecnologia TechCrunch.

Me faz lembrar d'uma pequena história, há mais de 2 anos, quando eu perguntava por aqui: D'onde poderia surgir um Google Tupiniquim?

Ok, vamos guardar as devidas proporções. Mas um produto inovador surgiu lá no DF, da cabeça de 2 caras totalmente independentes. Que belo tapa-na-cara d'um tanto de empresona por aí, não?