Coluna do Gilberto Dimenstein publicada na Folha de ontem (dom, 15/mai), entitulada "Estamos Prejudicando nossos Melhores Alunos?". Um trechinho:
"O objetivo era comparar o desempenho de alunos de escolas públicas e de escolas particulares na universidade. Foram, então, analisados os registros acadêmicos de jovens da mesma idade que tiraram as mesmas notas no vestibular, começaram a estudar no mesmo ano e entraram no mesmo curso da Unicamp.
"A pesquisa surgiu quando a direção da Unicamp discutia mecanismos para democratizar o vestibular e queria conhecer melhor os estudantes que tinham vindo de escolas públicas. Os pesquisadores se surpreenderam com a comparação.
A conclusão contraria o senso comum: os estudantes de escolas públicas se saíram melhor. Isso apesar de serem comparados com colegas mais ricos, egressos de colégios particulares.
"Resultado semelhante foi divulgado, na terça-feira passada, pela Universidade Estadual do Rio do Janeiro, onde se criou um sistema de cotas para alunos mais pobres. Os chamados "cotistas", por muitos acusados de só passar no vestibular por favor e de ter qualificação insuficiente (o que acabaria fazendo baixar o nível acadêmico), apresentaram rendimento ligeiramente superior ao dos demais universitários matriculados nos mesmos cursos.
"As razões dessa vantagem apresentada por quem saiu de uma desvantagem já é motivo de interesse de pesquisadores da Unicamp das mais diferentes especialidades -o que certamente vai render teses de doutorado. Vão surgir as mais diversas interpretações para esse fato. Uma delas foi exposta durante debate, realizado na Folha, sobre ensino superior e inclusão, pelo reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, para quem existem sinais inequívocos de que os estudantes de escolas públicas, lutando contra todas as dificuldades, desenvolveram uma garra especial."
Que grande 'cala-a-boca', não? Aliás, quando finalmente descobrirem que o vestibular (e a nefasta indústria que o cerca) além de injusto é incrivelmente estúpido daremos um grande salto no quesito Educação. Será que demora?
O Graffiti mudou!
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