Wow.. Iron Maiden cedo assim. Mas minha outra opção era "Die Die My Darling", do Misfits (na versão Metallica!). Anyway... DIE!?!
Calma... estou falando de linguagens de programação. Mais precisamente sobre C e COBOL. Saca só o Ed Burnette, do DevConnection da ZDNet:
It amazes me that new code is being written in C, even today. C++ is only marginally better if you ask me. If you want to learn something old, try Forth, Lisp, or APL. At least those can teach you some different and elegant ways of thinking about programming.
Ed reconhece o passado glorioso da C: "Ela foi maravilhosa... em 1984."
O que dizer então de um dialeto que tá por aí desde 1964? Na semana passada o ComputerWorld falou do COBOL:
Dos 352 entrevistados em uma pesquisa realizada recentemente pelo COMPUTERWORLD-EUA com executivos de TI, 218, ou 62%, disseram que usam Cobol. Destes 218 entrevistados, 36% planejam migrar gradualmente e 25% migrariam, se não fosse o custo de reescrever todo o código.
Pra variar, perderam o oportunidade de falar sobre SOA e como ela pode dar uma sobrevida decente para sistemas legados escritos em COBOL (ou C ou qq outra linguagem pré-histórica). Mas tudo bem, isso é outra história. O interessante da história contada é uma constatação que a gente não vê com muita freqüência. Saca só:
Entretanto, as organizações talvez queiram pensar cuidadosamente antes de reescrever estas aplicações para outra linguagem. Cobol é mais fácil de ler e gerenciar do que C# ou Java, diz Crego [da Accenture], que chama Visual Basic, C e C# de “write-only code”. E reescrever alguns programas Cobol pode exigir quatro ou cinco vezes mais linhas de programa em Java ou C#, explica Vecchio, do Gartner. Ele descreve tais projetos como “um pesadelo de manutenção anunciado”.
Negritos meus. Um não-saudosista que só brigou com o COBOL uma vez em mais de 20 anos de carreira. Em um projeto de migração. De COBOL para ZIM* (snif..), há uns 13 anos. Sou obrigado a concordar com os caras da Accenture e do Gartner. COBOL é muito amigável com o ser humano. Fácil de ler e entender, mesmo quando o programador é um gambiarreiro. Mesmo com aqueles temerosos "go to's". E se eles destacam a ilegibilidade ou ininteligibilidade de Java e C#, é porque não viram ou não conhecem a pancada de aplicações ASP que vivem jogadas por aí, na Web. Num desenho (rascunho?) 2 camadas, aquilo sim é um pesadelo de manutenção. O custo de propriedade mais proibitivo do mundo de TI. Mas tem quem goste. Assim como tem quem goste de funkarioca. Fazer o q?
Outra coisa que me assusta é uma moda relativamente recente que diz que o "código é a melhor documentação". Alguns chegam a advogar que o "código deveria ser a única documentação de um sistema". Um código que, por natureza (das novas linguagens), é difícil de ler. Coisa de programador para programador. Só que, não raro, o programador 'herdeiro' prefere reescrever tudo do que tentar entender o que o primogênito rascunhou. Enquanto outra turma segue fingindo que administra seus ativos de TI.
"Sei de nada não, mas desconfio de muita coisa"**. Desconfio, por exemplo, que antes de querer matar algumas linguagens e tecnologias, deveríamos matar algumas práticas e culturas.
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* ZIM (Zanthe Information M..) era um SGBD que respeitava integralmente a teoria de Peter Chen. Um banco E-R (Entidade-Relacionamento) de verdade amparado por uma poderosíssima linguagem de quarta geração (4GL). Chegou a liderar o mercado brasileiro de gerenciadores de bancos de dados entre o final dos anos 1980 e o início dos 1990. Por razões que desconfio mas não vou comentar agora, ZIM morreu. Agora fui saudosista.
** João Guimarães Rosa, autor da frase, o desconfiado que sabia muito.
"The use of COBOL cripples the mind; its teaching should, therefore, be regarded as a criminal offence."
http://www.cs.virginia.edu/~evans/cs655/readings/ewd498.html
Acho que muitos destes executivos estudaram COBOL ;).
Braga
Anônimo
12/06/2006 10:51 AM