Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Liberdade na Mídia

31 janeiro 2005

Os fóruns de Porto Alegre e Davos também geraram notícias interessantes. Na Folha de ontem há um destaque do debate que envolveu Lawrence 'Lorenço' Lessig, o sociólogo catalão Manuel Castells e nosso ministro da cultura Gilberto Gil. É do Gil (mais baiano impossível) as pérolas:

"Sou ministro, sou músico, sou um hacker em espírito e vontade".

"Aquilo que me parece mais contemporâneo e inovador está aqui. Entre o analógico e o digital, entre a foice e o martelo, nos fluxos virtuais". (inspirado pelo Brown ou é impressão minha? hehe)

Mais legal foi a entrevista do Sérgio Amadeu para o caderno 'Aliás' do Estadão de ontem. Sérgio é presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação). Pra quem não se lembra, ano passado chegou a ser processado pela ms por dizer que ela usa tática de traficantes de drogas... deu em nada (o processo). Apesar do exagero (muito comum no governo petista) de achar que podemos ter uma indústria de software e serviços melhor que a indiana em curto ou médio prazos, Sérgio é muito ciente do chão que pisa. Particularmente quando trata do ensino e da adoção de Software Livre em todas as esferas do governo e também nas empresas. Um trechinho:

"Grandes empresas de software perceberam que a tendência do mundo não é diminuir o compartilhamento do saber e precisam aprender a ganhar dinheiro com isso. Alguns dizem que o modelo de negócios caminha para o serviço, e não para a defesa da propriedade. O modelo passa por ganhar por aquilo que se faz, não por ser dono de algo. É uma grande diferença".


ps1: Lula não recebeu Gates (que teve que se contentar com uma foto). Mas Lula abraçou Bono. E Bono disse que Lula mudou Davos. Pode até ser... mas... Menos Bono... Mais Lula!

ps2: Me desculpem a ausência de links para as matérias citadas. As fontes ainda estão no século passado...

Apesar da ausência de factóides, Mr. Linus Torvalds ganhou considerável espaço na mídia na semana que passou (Business Week de 31/Jan e Wired de Fevereiro). Saca só a simpática capa da BizWeek:



Matéria de 8 páginas (a vs impressa)!! Bem didática: como funciona o desenvolvimento do GNU/Linux. Como se faz dinheiro com Software Livre. Onde se usa Software Livre (robôs, celulares, veículos, servidores e desktops - obviamente).


Mas.... Linus foi contratado por Bill Gates. E já está batendo de frente com o Ballmer. A estratégia é a adoção do Linux pela MS. Um novo produto, o WinX, será a carinha MS para o Linux. Um framework completo. hehe... Assustou? Eu também, quando li a brincadeirinha da Wired: um memo do Linus para o Bill. Em 31/10/2008.

Aliás, a matéria de capa da Wired é sobre o Firefox!


"Experience is what you get while looking for something else."
-Federico Fellini

Open Trouble Pt 2

28 janeiro 2005

A confusão (99% jurídica e 1% técnica) no mundo do Software Livre pode custar muito caro (para todo mundo). Analistas esperam que o mercado norte-americano de TI cresça cerca de 5,8% em 2005. Software deve crescer um pouco mais, 6,6%, realizando um total de US$106bi!!

Kevin Bedell, evangelista do mundo do Software Livre, escreveu:

In 2005, the dramatic and continued growth for Linux will be joined hand-in-hand with boosts in other Open Source use, (like Firefox and Open Office, to just name a couple). So, stated simply, Open Source is bound to finally hit the radar of even the most pointy-haired of bosses. Non-technical executives will realize that their companies aren't using nearly as much Open Source as they should.

Once executives realize that incorporating Open Source libraries into their development processes can make development go faster and cost less, the smarter ones will begin asking why they aren't using more of it. And this is a question they should be asking. After all, Open Source applications and programming libraries are usually available at little or no cost and they work really, really well.


Pois é. Pode até ser. Mas acho que os (nós?) evangelistas do mundo OS deveriam(os) começar a debater a babel de licenças. Logo!

Incrível como alguns times conseguem complicar um jogo "teoricamente" fácil. Saca aquela do beque fazer 2 gols contra e 3 pênaltis? Então... é mais ou menos isto que está acontecendo agora no mundo do Software Livre. E, como no post anterior, parece briga de criança mimada. E envolve os mesmos pentelhos!

A IBM doou, há pouco tempo, 500 patentes para o pessoal do Software Livre. Agora a Sun anunciou a doação de 1600 patentes, especificamente do tal OpenSolaris. Só que a Sun tratou de inventar outro tipo de licença, uma tal CDDL. Acho que já temos mais de 100 tipos de licenças "software livre" (GPL, MIT, CDDL, Mozilla etc). Pra que? Cada nova licença é criada para garantir algum tipo de proteção ... Onde fica o "Free" (de "Freedom")? Pr'onde vai o "Open"?

Saca só o comentário da PJ "Groklaw":

...they are freeing up 1,600 patents, but not for Linux, not for the GPL world. I'm a GPL girl myself. So it's hard for me to write about this story on its own terms. I am also hindered by the fact that I've yet to meet a Sun employee I didn't like personally. But, despite being pulled confusingly in both those directions at once, in the end, I have to be truthful. And the truth is Sun is now competing with Linux. That's not the same as trying to kill it, but it's not altogether friendly either. Yet, at the teleconference, Sun said they want to be a better friend to the community. I feel a bit like a mom whose toddler has written "I LUV MOMMY" on the wall with crayons. Now what do I say?"

Quer tentar entender um pouco da baita confusão que estão criando? Aventure-se aqui.

... a discussão da Sun (Schwartz) com a IBM (Palmisano). Resumindo:

A Sun ACABOU de lançar o Solaris 10 (pelo pouco que eu vi, trata-se de um SO que merece MUITA atenção). Segundo Schwartz, a IBM está relutando em portar suas aplicações (leia-se DB2, Tivoli, Websphere, Rational e Notes) para a versão x86 do SO. Parece desesperado. Já publicou carta aberta (que segundo ele, foi solicitada por clientes). E um 'reality check' onde mostra o percentual de aplicações IBM baseadas no Solaris. Segundo Schwartz, a IBM pretende forçar o 'lock-in' na plataforma Power5. Pelas movimentações comentadas anteriormente (particularmente aqui), a IBM realmente pretende fortelecer os processadores da linha Power, particularmente o PowerPC. Ou seja: seus reais 'novos' inimigos seriam a Intel (em primeiríssimo plano) e a AMD. Mas expediente tão antipático e infantil seria realmente utilizado pela IBM? Se sim, ela vai ter que voltar atrás rapidinho. A birra do Schwartz é pública (e um tanto deprimente). Pega mal tamanha covardia com uma empresa que anda tentando sobreviver.

Quem diria que um dia a Intel faria parte do plano de salvação da empresa que só vendia SPARC? Só falta o Schwartz sugerir aos seus clientes uma migração para a plataforma MS... hehe! Ah MS, se vc tivesse um servidor de aplicações J2EE...

"Por que profissionais competentes concordam com cronogramas quando não têm a menor idéia sobre como irão cumpri-los?"

"Por que executivos racionais aceitam tais cronogramas quando os engenheiros não oferecem a menor evidência de que poderão respeitá-los?"

-Watts Humphrey

Se é longe da China...

27 janeiro 2005

...para Pindorama fica lá onde "judas perdeu as botas".

A McKinsey acabou de divulgar um artigo comparando China e Índia (vc deve ser membro para acessar o artigo. É gratuito). Conclui que os provedores de serviços de TI chineses ainda estão muito distantes do nível indiano. Saca só:

To compete effectively in global outsourcing, China's software industry must consolidate. The top ten IT-services companies have only about a 20 percent share of the market, compared with the 45 percent commanded by India's top ten. Furthermore, China has about 8,000 software-services providers, and almost three-quarters of them have fewer than 50 employees. No company has emerged from this crowded pack; indeed, only 5 have more than 2,000 employees. India, on the other hand, has fewer than 3,000 software-services companies. Of these, at least 15 have more than 2,000 workers, and some—including Infosys Technologies, Tata Consultancy Services, and Wipro Technologies—have garnered international recognition and a global clientele.

Without adequate scale, Chinese players are unlikely to attract top international clients. In general, smaller companies are riskier and less reliable partners. They are more vulnerable to the loss of key personnel, may not have the financial muscle to survive for the duration of a project, and often don't have the capacity or breadth to absorb large projects easily. Yet our study shows that only about 12 percent of Chinese software-services providers see mergers, acquisitions, and alliances as a priority (exhibit). Managers in China have little M&A experience, and although the culture tends to favor organic growth, relying on it to counter new competitors isn't realistic. Meanwhile, several Indian companies are considering acquisitions of Chinese firms to expand their operations.

Fragmentation exacerbates the Chinese industry's other problems, including weak process controls and product management. Only 6 of China's 30 largest software companies are certified at levels five or four of the capability-maturity model (CMM);3 by contrast, all of the top 30 Indian software companies have achieved these rankings. About a quarter of the Chinese companies we surveyed are trying to implement the CMM quality standards, but more than half of the companies in the survey said that such efforts weren't necessary, feasible, or worthwhile.

Chinese software-services providers will also have to manage their talent much better. Most do little to develop their employees, and very few use stock options, training programs, or other incentives to build talent. Among the companies in our sample, annual employee turnover was about 20 percent, compared with an average of 14 percent in the United States, which itself has a very fluid IT labor market. Scale would help—larger companies tend to attract more interesting projects, provide better training opportunities, and offer more generous incentives. All make it easier to attract and retain workers with valuable technical and linguistic skills.

With greater size and an improved talent base, Chinese software-services companies will be in a better position to address other issues, such as building credible brands in international markets and developing knowledge of specific industries, including finance and pharmaceuticals. Organizational and operational changes are also needed to protect the intellectual property of clients. Last, most companies will have to abandon their project-based mentality and adopt a new focus on giving clients long-term value.


Qq semelhança com a realidade tupiniquim é coincidência (guardadas as devidas proporções, obviamente). E olha que pegamos o bonde muito antes dos chineses!

A versão 1.0 do Firefox já apresenta (de forma nativa) um mecanismo de busca de "ativos" "protegidos" com licenças Creative Commons. Uma das coisas mais fantásticas do Browser é sua extensibilidade. Além da 'carne de vaca' de toolbars Google e Yahoo!, minha versão personalizada já tem bloqueador de propagandas, BlogThis, weather forecast, tradutor e leitor de notícias RSS. Agora acabei de ganhar um plug-in que me informa sobre licenças CC presentes em sites e blogs.



O papo "Commies Unite!" não é só tiração de sarro não...

Em "A Lógica da Frigideira" eu disse que a Macromedia compraria a Bea. E, na sequência, seria engolida pela IBM. Pois bem, alguns papéis utilizados na avaliação da aquisição da Peoplesoft pela Oracle indicam que Larry (SuperSizeMe) Ellison há tempos olha prá Bea com segundas intenções. Ele acaba de se tornar o maior fornecedor de aplicações comerciais dos Estados Unidos. Sinaliza que quer ser o N.1 no mercado de servidores de aplicações. Oracle e Bea dividem o 2o. lugar. A soma das duas bate o share do Websphere.

Apesar da gula, da falta de educação e da agilidade de Mr Larry, continuo achando que a Bea vai parar em outras bocas. Sendo a última, a Big Blue.

"They don't make bugs like Bunny anymore."
- Olav Mjelde

graffiare #028

26 janeiro 2005

"O homem está sempre disposto a negar tudo aquilo que não compreende."
- Pascal

A MS vai passar a liberar atualizações do Windows apenas para cópias legais. Das duas, uma:

1. Uma multidão vai migrar pra Linux, forçadas pela nova política e pela eterna necessidade de atualização do Windows (dada sua fragilidade); ou

2. Os piratas vão dar um jeito de burlar mais essa (Já pensou? Um site 'Windows Update' "comunista"?).

De qq maneira, a MS continuará perdendo. Ciente de que 95% das cópias piratas do Windows e do Office estão no chamado '3o mundo', não era hora da MS rever sua política de preços e licenciamento para esses países? Não faria mais sentido? Pequenas e médias empresas do Brasil não vão pagar R$20k anuais por 10 licenças ou algo do tipo. Fato! Reuniões com o Lula e doações de R$2bi não vão mudá-lo.

Brooooowser

25 janeiro 2005

Os boatos seguem: o Google deve lançar um browser. Os sinais começam a ficar mais claros... muito claros. Se quero fazer o melhor browser quem devo contratar? O Google levou Ben Goodber, programador chefe do Firefox...

Ou será q foi por causa do GOO no nome do cara?

My thesis is that to get a true picture of innovation in IT, you have to consider three separate sources: academic research, entrepreneurial activity, and open-source software development. Academic research, which includes traditional corporate R&D as well, is primarily funded by government R&D money or corporate sponsors. Entrepreneurial activity is primarily funded by venture dollars. Open source is fueled by compensation other than money. I have a tough time looking at the output of those three groups and concluding that we're losing our innovative edge. Combined, the innovative energy in these three groups is astounding.

Por Phil Windley, aqui.

So... Pindorama. Where do you want to go today?

Pretendo chegar até o gs#10. O décimo será um tapa na cara. Por enquanto...

"No ano 2000, haverá mais gente se divertindo na Internet do que assistindo àquilo que hoje chamamos de redes de televisão. A Internet vai desenvolver-se para além dos MUDs (Multi-user Domains) e MOOs (MUD object-oriented) (que soam demasiado como um Woodstock da década de 1990, em formato digital) e começar a oferecer uma gama mais ampla de entretenimento."

"A rádio Internet é decerto uma dica para o futuro. Mas mesmo ela é apenas a ponta do iceberg, pois, até agora, não se revelou muito mais do que um narrowcasting para um tipo específico de hacker, como o demonstra um de seus maiores programas de entrevistas, o Geek of the Week."

"A comunidade de usuário da Internet vai ocupar o centro da vida cotidiana. Sua demografia vai ficar cada vez mais parecida com a do próprio mundo. Como a Minitel francesa e a Prodigy americana aprenderam, a maior aplicação isolada das redes é o e-mail. O valor real de uma rede tem menos a ver com informação do que com vida comunitária. A superestrada da informação é mais do que um atalho para o acervo da Biblioteca do Congresso. Ela está criando um tecido social inteiramente novo e global."

(Págs. 158 e 159 de "A Vida Digital", de Nicholas Negroponte).


Orkut, Mercora, Shareaza e afins estão aí para não deixar Negroponte mentir sozinho.

Reconhecimento de Padrões

24 janeiro 2005

ou 'pattern recognition', é o novo livro de William (Neuromancer) Gibson. Fica aqui só o convite (link). Vou falar um pouco mais sobre ele no BlueNoir.

"Se eu colocar o seu nome no Google, o que é que eu vou encontrar?"
- William Gibson (Reconhecimento de Padrões)

Começa depois de amanhã (23/jan), em Orlando, o Lotusphere 2005. Segundo analistas, é a edição mais importante do evento desde o lançamento do R4 do Notes, há 10 anos. Trata-se da mais radical alteração tecnológica efetuada no dueto Domino/Notes. No discurso da IBM/Lotus ficou assim:

“So Notes isn’t being replaced by IBM Workplace; it’s becoming part of IBM Workplace, and it’s here to stay.”

O que está ocorrendo, de facto:

Lining up Domino
# New in Version 7 Support for DB2 as data store
# Surfacing of Notes applications within Workplace as Eclipse plug-in
# Domino services available as J2EE components
# Domino as Web services host for J2EE applications


DB2, Eclipse e, principalmente, J2EE. Tecnologicamente falando, taí o novo Notes.

"A Vida Digital", de Nicholas Negroponte, tá fazendo 10 anos. Mais um trechinho especial:

O Fax da Vida

"Se, 25 anos atrás, a comunidade dos cientistas da computação houvesse tentado predizer a percentagem dos novos textos que o computador é hoje capaz de ler, eles a teriam estimado em 80% ou 90%. Até por volta de 1980, eles podiam estar certos. Entra em cena, então, a máquina de fax."

"O fax é uma mácula grave na paisagem da informação, um passo atrás cujas consequências serão sentidas por muito tempo. Tal acusação parece um tapa na cara de um veículo de telecomunicação que aparentemente revolucionou a maneira pela qual conduzimos nossos negócios e, cada vez mais, nossa vida pessoal. Mas as pessoas não entendem o custo disso a longo prazo, as falhas no curto prazo e as alternativas."

"O fax é uma herança japonesa. Não pelo fato de eles terem sido inteligentes o bastante para padronizá-lo e fabricá-lo melhor do que ninguém, como ocorreu com os videocassetes, mas porque sua cultura, sua língua e seus hábitos empresariais são fortemente marcados pela imagem."

"Há apenas 10 anos, os negócios japoneses não eram conduzidos à base de documentos, mas a viva voz e, em geral, face a face. Poucos eram os empresários que possuíam secretárias, e toda a correspondência era com frequência escrita à mão. O equivalente japonês de uma máquina de escrever parecia-se mais com uma fotocompositora, ostentando um braço eletromecânico posicionado sobre um denso gabarito de escolhas para produzir um único ideograma kanji, de um total de mais de 60 mil."

"A natureza pictográfica do kanji tornou o fax natural. Uma vez que, à época, muito pouca coisa em língua japonesa possuía já forma legível pelo computador, poucas eram as desvantagens. Por outro lado, para as línguas simbólicas como o inglês, o fax constituiu nada menos que um desastre, em se tratando da legibilidade pelo computador."

"Com as 26 letras do alfabeto latino, os dez dígitos e um punhado de caracteres especiais, é muito mais natural para nós pensar em termos dos caracteres ASCII de 8 bits. O fax, porém, nos fez ignorar isso. Hoje, a maioria das cartas comerciais, para citar um exemplo, são preparadas num editor de textos, impressas e enviadas por fax. Pense nisso. Preparamos os nossos documentos num formato inteiramente legível pelo computador, tão legível que não nos custa nada mandar um corretor ortográfico examiná-los."

"Bom, e o que fazemos então? Imprimimos os documentos em papel timbrado, e eles perdem todas as propriedades do seu ser digital".

"Depois, pegamos esse pedaço de papel e colocamos no fax, onde ele é (re)digitalizado para uma imagem, perdendo as poucas características que ainda houvesse no papel - o tato, a cor, o timbre. O fax é despachado para seu destino, talvez um cesto de arame perto das máquinas de xerox. Se você está entre os receptores menos afortunados, vai lê-lo num papel pegajoso e de aparência cancerosa, por vezes não cortado, uma reminiscência de rolos antigos. Ora, faça-me o favor! Isso faz tanto sentido quanto enviarmos folhas de chás uns aos outros."

(Págs. 162 e 163 da 1a edição)

Estamos em 2005 e TODO MUNDO ainda usa fax. O imediatismo cria 'desastres' assim. O e-mail sofre de mal semelhante. É (mal) utilizado em muita coisa. Serve de 'band-aid' pra sistemas mal concebidos. Pior que e-mail só as planilhas eletrônicas.

Santa agilidade, Batman! Nem 2 semanas depois do Steve Jobs anunciar o Mac Mini (por US$499), a Dell tá falando de um PC (com monitor, teclado e mouse - itens faltantes no Mini), por US$ 349. A Office Depot tá anunciando um Compaq (?) por US$ 300. Mais aqui no USAToday.

Se o Robert X. estiver certo, a guerra será sangrenta!

"Nada como uma sexta-feira após a outra."
- PV

A Lógica da Frigideira

20 janeiro 2005

Encerrei minha aposta de R$ 1 sugerindo que Bea, Novell, Red Hat, MicroStrategy, Adobe e Macromedia serão 'engolidas' por peixes maiores. Assim como num bom jogo de sinuca, ficará mais legal se eu 'cantar a bola'. Pois é, há um 'algoritmo'. Os nomes não foram escolhidos por acaso. Segue aí a receitinha de lambaris fritos:

A Microsoft vai alterar um pouco o campo do jogo com o novo Windows (Longhorn/Berrante). Uma das mais notáveis alterações acontecerá na camada de apresentação. Há um novo framework (nova linguagem?) cujo apelido é 'Avalon'. Como Nicholas Negroponte falou há 10 anos: deve haver vida inteligente nas pontas (clientes). Sejam elas micros, TVs, celulares etc. Sabemos que os padrões atuais já ultrapassaram seus limites. Mas segue a demanda por interfaces mais ricas (leia-se INTELIGENTES). Há um ano a IBM vem trabalhando no Workplace que, utilizando a base do Eclipse, oferece uma experiência bem mais rica que o browser tradicional. Mas quem está melhor posicionado hoje? Qual é um dos dois plug-ins mais utilizados em browsers (IE ou Firefox)? FLASH. Da Macromedia.
E com que o Avalon se parece? Com o FLASH. Da Macromedia.

Pois bem. A Macromedia sabe que está bem posicionada ali na frente, mas é quase irrelevante na retaguarda. Pimba! A Macromedia vai lá e compra a Bea (o WebLogic ainda ocupa o 2o lugar no mercado J2EE. Só perde para o Websphere, da IBM). Há uns 4 anos eu falo que a MS vai abocanhar a Bea. Mr Alejandro Gonzales é testemunha. No começo do ano passado outros malucos bateram na mesma tecla. Demorou.

A estratégia da IBM depende de um portfolio de aplicações bastante diversificado e amplo. IBM e MS devem brigar pela Macromedia (assim como brigaram pela Rational). Chute: a IBM engole a Macromedia.



A mesma lógica levará a MicroStrategy prá bocarra da IBM. DB2, Oracle e SQL Server falam que são boas plataformas para BI. Mas nenhuma oferece a riqueza de recursos presentes nos produtos da MicroStrategy (a melhor), BO e Cognos. BI tá na lista de prioridades de muita gente. Tem um mercadão aí, principalmente de serviços. Não estranharei se na sequência do movimento da IBM a BO parar na mão da Oracle e o Cognos virar uma oferta MS. Ou algo parecido.

Seguindo: além do Flash, qual o outro plug-in mais utilizado em nossos browsers? ACROBAT, da Adobe. Cresceu tanto que arrisca ser plataforma de workflow!?!? Bom. O portfolio da Adobe será disputado por MS e Apple. Prá firma do Bill será um pesadelo ver a Adobe indo parar na boca do Jobs (ainda mais se a estratégia pra tomar o mundo dos desktops virar realidade). Acho que a MS leva. Bem caro!

Sobraram Red Hat e Novell. Aqui é fácil. Uma come a outra. Depois IBM, Sun (?) ou HP leva o combo. O fato é que há um excesso de distros Linux. Não tem espaço prá tanta gente. Outro fator: a Novell é dona de algumas patentes que interessam prá muita gente (MS e IBM, particularmente). Mas acho que a HP fica com o lambarizinho aqui. Até pq precisa de uma certa autonomia pra 'alavancar' (sic) sua estratégia de serviços.

Taí! Faz sentido? Acho que nada faz sentido no doido mundo de TI. Daí que eu posso até acertar!! Aí vou aumentar o valor das apostas... pra R$1,99

"Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes."
- J. Riis

Surrupiei a frase do Leminski pra batizar este post que se propõe a falar de "Amanhã". Vou apresentar algumas previsões/provocações para o biênio 2005/2006. Não tenho a pretensão de virar um Robert X. e, ao contrário deste, darei especial atenção pra TI corporativa e pra TI tupiniquim. Hehe... aposto R$ 1 em cada "previsão" (provocação) apresentada abaixo:


01. Consolidação da Tática "Feijão com Arroz"
Os investimentos em TI em Pindorama seguirão altos. Crescerão cerca de 10% em 2005 e também em 2006 (ou seja, mais ou menos o dobro do crescimento do PIB). O moto/mantra ainda será o batido e pouco realizado "alinhamento estratégico", mas os INVESTIMENTOS (das grandes e médias empresas) serão conservadores. Projetos SOX (nas multinacionais) e Basiléia II (no mercado financeiro) devem abocanhar boa parte deles. Projetos ITIL, COBIT e CMMi pegarão carona (pq são derivados). "Segurança" e "Gestão de Riscos" vão estar na boca de muita gente. E no portfolio de poucos.
Projetos INOVADORES serão exceções. E a culpa nem é tanto do Nicholas Carr(asco). Depois de 6 anos de porrada ($$ no ralo e ROIs da carochinha), os CIOs vão adotar uma postura bastante conservadora. Pior para os negócios.



02. Mais do Mesmo
O mercado de prestadores de serviços de TI permanecerá praticamente inalterado, para infelicidade de todos. Apesar das tsunamis de projetos mal sucedidos, não há o menor sinal de mudanças. Apesar da mídia 'especializada' ter aprendido a falar sobre CMMi, por exemplo, em 2005 não veremos nem 10 novas certificações. Talvez 2 empresas atinjam o nível 3 até 2006. E será só! Não é o alto custo a principal barreira. É a falta de cultura mesmo. O 'dono' fala que nunca precisou. E os 'desenvolvedores' detestam esse tipo de gaiola. Ou seja, ninguém quer! Ops... ninguém aqui em Pindorama! Porque lá fora o papo é outro (veja item 03 abaixo).
Há tempos paira no mercado uma sombra de 100 milhões (US$ ou R$?) que a IBM investiria. Um ou dois prestadores de serviços seriam adquiridos. Sinceramente? Se sou a IBM, ou compro umas 10 empresas pequenas ou uso o $$ prá montar uma estrutura do zero. Será um processo nada agradável tentar colocar 'terno azul marinho' em quem só sabe usar bermuda. Tem vício que não se cura. Nem com muita grana.

03. Sai Belíndia, entra Suiti
Faz tempo que brinquei com a teoria do Bacha. Pois é, não somos mais uma mistura de Bélgica com Índia que, independente dos problemas que ainda enfrenta, tem dado aula de estratégia e agilidade. Ficamos mais parecidos com a Suiti (Suíça + Haiti). Desnecessário explicar.
Depois que a cambada daqui percebeu todo o $$ que flui (em ritmo contínuo e crescente) para a terra de Gandhi é que deu vontade de falar de desenvolvimento de sistemas. Ignoram que a Índia tá colhendo frutos d'um plantio feito há uns 20 anos. E querem pegar um atalho que não existe. Aí vc escuta umas bullshitagens sem tamanho: "CMM não importa. O que importa mesmo é o PMI"; "Nossa vantagem é o fuso!"; "Inglês não é obrigatório!"; E por aí vai...
Desenvolvimento de software é uma das 5 áreas prioritárias de nossa nova política industrial. Infelizmente pensam que podem implementá-la com métodos muito semelhantes daqueles que funcionam (e bem) no agro-negócio. Não basta o BNDES apostar uma montanha de $$ em alguns aventureiros. O sucesso da Índia não começou na Tata. Começou nas escolas. Ou seja: não vejo a menor possibilidade de nossas metas serem alcançadas. Ficaremos abaixo de 20% da meta de exportação... E olha q fui otimista! Movimentos como o documentado aqui mostram que a janela da oportunidade vai se fechar antes que tenhamos uma posição minimamente decente no badalado mercado 'outsourcing offshore'.
Começa assim: exatamente agora tentei acessar uma página com o "Panorama do Setor de Informática" no site do Ministério da Ciência e Tecnologia. Recebi um "The page cannot be found"... Há tempos questiono nossos números, metas e, principalmente, visão de negócio. Aqui, aqui e aqui.



04. WYDSIWWKY
Quando falamos de ativos de TI por aqui, o que você vê parece ser TUDO que vc tem - WYSIWYG (what you see is what you get). É triste, mas há tempos parece que 75% dos CIO's só pensam, valorizam e compram "ferros" e "caixinhas". Alguns já começaram a aprender que WYDSIWWKY (what you don't see is what will kill you). A parte hiper-valorizada é a Arquitetura Tecnológica. As partes deixadas ao relento são: Arquitetura da Informação, Arquitetura de Negócios e Arquitetura de Aplicações. Quem equilibra corretamente a atenção (e $$) entre as 4 'Arquiteturas', é quem menos tem problemas hoje em dia. São poucos...

04a. Ah!... as Previsões (provocações)
Pois é, o prefácio ali foi pra falar que SOA continuará soando (ai!) como uma STL distante pra 99% de nossas organizações. MDA continuará mais frequente na lista de 'Coisas Detestáveis' dos apóstolos de XP (eXtreme Programming) que na tumultuada agenda de nossos CIOs... Infelizmente.

05. Software = Serviço?
Se tal visão apenas engatinha lá fora, imagina aqui em Pindorama. Seguiremos mais 2 anos sem ver uma única oferta consistente de aplicação sendo vendida puramente como serviço (via web, de verdade!). O tamanho da oportunidade é inversamente proporcional a nossa capacidade (vontade?) de aproveitá-la. Os prováveis provedores de conteúdo tupiniquins não estão prestando atenção. Correm o risco de ver o mercado deslizar para as mãos de IBM's, Oracle's, SAP's, Siebel's e afins. Não temos um único ERP nacional PRONTO prá ser usado via web (de verdade). E parece que ninguém liga...

06. Síndrome de Fábio Baiano
Quando o cara defendia as cores do Mengo ganhou o apelido 'Ninguém'. Depois de rápidas passagens pelo Grêmio e pelo Timão, acabou de chegar no Santos. E já tá criando confusão porque falou que não aceita a lateral-direita. Explico: o cara já atuou em todos os lugares do campo (acho q até de goleiro numa oportunidade). É um generalista. Em TI, os 'Ninguéns' vão perceber o cerco se fechar: ou aceitam aquelas posições que ninguém quer, ou viram 'Alguém'! Projetos e processos de TI ficaram muito complexos. As plataformas tecnológicas cresceram para os lados e para baixo. O campo aumentou. Já não é mais possível bater o escanteio e correr prá cabecear. Os recrutadores exigirão cada vez mais especialização. Sinal de amadurecimento? Tomara.

07. Cadê as outras, Maria?
"Ninguém é demitido por comprar IBM". "Ninguém é demitido por comprar SAP". Pois é... E agora? Alguém será demitido ao optar por soluções de software livre? A renovação daquela montanha de licenças MS vai dar 'justa causa'? A falta de massa crítica de "outras" tá deixando nossas Marias um tanto perdidas. Seguirão assim nos próximos anos, mais perdidas que FDP em dia dos pais.
No mundo dos desktops a MS verá seu mercado encolher um pouquinho. Mas seguirá dominante. O tal 'desktop Linux' não pegará tão cedo em pindorama (talvez só na China e em Rio das Ostras). Já coloquei em outro post que, mundialmente, a MS deve perder cerca de 15% do mercado desktop. Até 2006. A agressividade da Apple (que não se fará sentir por aqui) pode fazer tal número aumentar para uns 20%.
A presença de software livre em servidores já é maior do que muitos esperavam há 2 anos. A tendência é de crescimento. Principalmente com a consolidação de suites que brotam de todos os lugares (HP, JBoss, Apache, PowerLogic, ...)
Infelizmente o debate aqui é mais político (religioso?)... e assim seguirá. Quem é MS seguirá MS. Quem tem simpatia por Software Livre seguirá... hã... livre (sorry). O universo de Marias perdidas penderá para um lado ou outro, mas não veremos nenhum deslocamento muito significativo. Pelo menos não até 2006.



08. Bota BPM no teu BI que eu 'azeito' meu SCM

Caramba! Não consigo fazer meus sistemas se entenderem e agora tenho que fazê-los conversar com gente de fora... Cada comercial de mágica 'on demand' me dá calafrios. Cada edição da Info Corporate é estopim para uma crise existencial que dura umas 2 semanas...
É... as colchas de retalhos seguirão aí... algumas costuradas com barbante! E não serão exclusividades tupiniquins... O que não é desculpa! Repito o Gartner: aposente no mínimo uma aplicação legada por ano. E vou além: tente aposentar 6 (3 pequenas, 2 médias e 1 grande). 99% das nossas organizações só vão tricotar novos e coloridos retalhos até 2006. Algumas (seguradoras? planos de saúde? financeiras?) chegarão bem perto do ponto da 'crise absurda'. Aquele momento em que TI vira freio-de-mão, trava o negócio e cria problemas prá muita gente. Até prá quem nem sabe o que é um computador...

Taí a razão do título do post. Tem coisa aí que podia tá resolvida há uns 5 anos. Não bato nos CIO's. Compartilho sua angústia. Há uns 6 anos eles correm atrás d'uns rabos esquisitos ('heranças malditas' e afins). Mas algumas trilhas podem (e devem) ser percebidas como 'atalhos legais'. Por mais que pareçam longas demais. Eu prestaria especial atenção nas seguintes STL's: SOA, MDA e RAS. Acompanharia de perto as movimentações da IBM, MS e das diversas organizações de software livre (particularmente Apache, Mozilla, Eclipse e JBoss). Olharia com desconfiança para HP e Sun. Untaria com azeite extra-virgem a frigideira que deve receber os peixes Bea, Novell, Red Hat, MicroStrategy, Adobe e Macromedia. (Será q o peixão MS finalmente entrará no mundo J2EE?).

Prá encerrar: SLA's não são escritos em pedra; 'preço fechado' só agrada advogados; 'body shop' é desperdício de capital intelectual (para todos os envolvidos); e, canja de galinha não faz mal a ninguém.

Operação 'Open Gates'

19 janeiro 2005

Reports are circulating on the Web about a project called "Operation Open Gates," which is a consortium to be announced on January 25th by the Open Source Development labs (OSDL). As first reported on LinuxBusinessWeek
last Friday, OSDL, IBM and Intel are to purportedly "rewrite the
components in the Linux kernel that, it has been alleged, tread on
other people's IP - or at least the 27 Microsoft patents that Linux
supposedly infringes." There are also reports saying that the whole
thing is nonsense...

SuperSite for Windows publisher Paul Thurrott is saying that, beginnining in May 2006, Microsoft will start to trickle out what will amount to seven editions of Longhorn, each be designed to cater for a different Windows user market. The seven editions are as follows:

* Longhorn Home Edition
* Longhorn Premium/Media Center Edition
* Longhorn Professional Edition
* Longhorn Small Business Edition
* Longhorn Mobility/Tablet PC Edition
* Longhorn Uberedition: will offer all the functionality of the Home, Premium, Professional, Small Business and Tablet versions in an all-in-one package)
* Starter Edition: a stripped-down, lower-cost version of the operating system that may be relegated to availability in other countries such as India

Microsoft has so far declined to comment. A Microsoft spokeswoman said: "We have not announced details regarding the specific versions of Longhorn we will make available."


Where's the f******* 'caipira' edition?!?!?!

graffiare #024

18 janeiro 2005

"Haja hoje para tanto ontem"
- Paulo Leminski

graffiare speciale #05

17 janeiro 2005

"Os computadores do futuro decerto serão capazes de compreender a narrativa em vídeo da mesma forma que você ou eu, mas, ao longo dos próximos 30 anos, esse entendimento ficará restrito a áreas bastante específicas, ais como o reconhecimento de rostos pelos caixas eletrônicos. Isso está muito distante da possibilidade de um computador depreender pelo vídeo que Seinfeld acaba de perder outra namorada. Assim, nós precisamos daqueles bits que descrevem a narrativa por intermédio de palavras-chave, precisamos de dados sobre o conteúdo e de referências cruzadas."

"Nas próximas décadas, os bits que descrevem outros bits, os índices e os sumários vão proliferar na transmissão digital. Eles serão inseridos pelo homem com o auxílio das máquinas, e o serão ou quando do lançamento do produto (como as legendas de hoje) ou mais tarde (pelos espectadores e pelos críticos). O resultado será uma série de bits contendo tantos cabeçalhos que seu computador será de fato capaz de ajudá-lo a lidar com a vastidão do conteúdo".

...

"Os bits que informam sobre bits vão produzir uma mudança completa nas transmissões televisivas. Eles proporcionarão um gancho por onde agarrar o que for do seu interesse, e dotarão a rede de um meio de despachar bits para quem quer que os queira, esteja onde estiver. As redes vão afinal aprender o que é de fato uma rede."

(Surrupiado das págs 155 e 156 da 1a edição (1995) de "A Vida Digital", de Nicholas Negroponte).


Pois bem, aos tais "bits que informam sobre bits" demos o nome "meta-dados". XML (eXtensible Markup Language) e seus derivados devem formar o padrão 'de facto' para notação dos metadados. Devem? Debito minha dúvida na conta da massa crítica (percepção!) que não chega. Aliás, já usamos XML demais! Já estamos até preocupados com o 'engarrafamento' que tal padrão pode causar na net!! Mas, pr'eu, XML continua longe demais do lugar onde mais faria sentido: nas bases de dados corporativas. Outro dia eu explico.

"Incentive a inovação. A mudança é o nosso sangue vital; a estagnação é o nosso canto fúnebre."
- David Ogilvy

Tente Entender...

14 janeiro 2005

Mr Bill 'Shit' Gates tentou explicar que não chamou de 'comunistas' as pessoas que defendem 'direitos autorais' mais inteligentes. Deu uma entrevista pro Gizmodo.

Na parte do "veja bem", ficou assim:

Gizmodo: When you talked to CNet (I believe that was yesterday), you sort of ticked off some of the blog world with some of the comments... a specific comment that was made, about some of the IP advocates—people that are advocating more... not necessarily open source, but Creative Commons and things like that. A less restrictive IP environment. You made an analogy and called them "communist."

Do you feel that's necessarily a fair judgment to make, to call those people 'communists,' as opposed to someone who adopts DRM as maybe... a 'capitalist?' (I don't know what you're thinking the opposite would be).

Gates: No, no, no. I didn't say those people were 'communists.' I did say that they're...



Aí tem todo um blá blá blá sobre o DRM (Digital Rights Management), que termina assim:

Gizmodo: I think that's a little close to, 'Think of the children.' I understand what you're saying, but just because, 'medical records, it's good to have a password on them' doesn't necessarily mean that when it comes to music or the things that I purchase that that's also a good thing. I think it all comes down to what it is you're actually paying for.

Gates: All we're doing is putting it in the platform. So I'm just saying, can you criticize us for having a platform that allows bits—bits, just bits; not music, not movies, not medical records, not tech things—to have any usage restriction for bits. Are we doing a disfavor to the world at large by saying some of our users, when they choose to—maybe for medical records—they can limit the accessibility of those bits?

Gizmodo: I think setting up the platform? No, it's not inherently bad. But I think it does depend on what it is that you're protecting. But I think we just disagree.

Gates: No, I actually don't think we disagree.


Vou voltar 10 anos no tempo. Vou apelar prá Nicholas Negroponte de novo!!

Mr Gates, um bit de música é diferente de 1 bit de um registro médico que é diferente de qualquer bit deste post!!! A ignorância em se tratar bits como sendo uma coisa só é perdoável na tolinha indústria de telco. Mas um produtor de bits (de alto valor agregado) não pode ser míope assim!!

Por enquanto vemos que de 3 a 6mb de "música" tá valendo algo em torno de US$0,99 (preço do iTunes). Até quando? Pq o CD do U2 custa R$40 e uma coletânea do 'Kaká & Rubão' vale R$5? E quanto vc pagaria por tão mal traçadas linhas? E quanto vc pagaria pelo sigilo de sua ficha médica?

ps: Tecnicamente falando, um bit só pode ser 0 ou 1. Ainda não enlouqueci, se é q vcs me entendem...

"'Mudança corporativa' é um oxímoro em via de se tornar um pleonasmo."
- Michael Hammer

O Robert X. Cringely, que conheci e apresentei ontem, afirma neste post que acertou 73% das previsões que fez para 2004. E apresenta no mesmo post 15 previsões para 2005. Uma coisa eu garanto: dá de US$1 bi a zero no John 'Calça-Curta' Dvorak. Vou destacar uma só (de 1 bi):

Apple will take a big risk in 2005. This could be in the form of a major acquisition. With almost $6 billion in cash, Steve Jobs hinted to a group of employees not long ago that he might want to buy something big, though I am at a loss right now for what that might be. Or Apple might decide to throw some of that cash into the box along with new computers by deliberately losing some money on each unit in order to buy market share.

We might see that as early as next week with the rumored introduction of an el-cheapo Mac without a display. The price for that box is supposed to be $499, which would give customers a box with processor, disk, memory, and OS into which you plug your current display, keyboard, and mouse. Given that this sounds a lot like AMD's new Personal Internet Communicator, which will sell for $185, there is probably plenty of profit left for Apple in a $499 price. But what if they priced it at $399 or even $349? Now make it $249, where I calculate they'd be losing $100 per unit. At $100 per unit, how many little Macs could they sell if Jobs is willing to spend $1 billion? TEN MILLION and Apple suddenly becomes the world's number one PC company. Think of it as a non-mobile iPod with computing capability. Think of the music sales it could spawn. Think of the iPod sales it would hurt (zero, because of the lack of mobility). Think of the more expensive Mac sales it would hurt (zero, because a Mac loyalist would only be interested in using this box as an EXTRA computer they would otherwise not have bought). Think of the extra application sales it would generate and especially the OS upgrade sales, which alone could pay back that $100. Think of the impact it would have on Windows sales (minus 10 million units). And if it doesn't work, Steve will still have $5 billion in cash with no measurable negative impact on the company. I think he'll do it.




Já pensou? O chato de galocha das Casas Bahia anunciando um Mac por R$ 1200? (Em 18 meses sem juros????). Dá prá imaginar o tamanho do estrago? É um baita tsunami no mercado. Afinal... quem aqui desenvolve software prá Mac???

Btw... o Mac usa PowerPC. O mesmo chip que deve equipar as novas gerações do XBox. Vc sabe onde os novos joguinhos serão escritos? Pois é... em Macs!!

Vivo a malhar o processo de P&D da MS. Agora os caras estão anunciando a mudança de parte de seu laboratório para a Índia. É o terceiro laboratório mandado 'offshore'. Resolve? Creio que não.

O foco do novo laboratório situado em Bangalore será o desenvolvimento de tecnologias para mercados emergentes. Por mais que a Índia seja um companheiro terceiro-mundista, será que eles conseguiriam desenvolver algo adequado para, digamos, o sertão brasileiro? Ou alguma tecnologia que faça sentido na África sub-saariana? Ou tudo que veremos serão versões do Windows e do Office "para pobres"?

Há tempos não lia um texto tão divertido. Mesmo sendo sério e tratando de algo sério! Toca no tema 'Convergência' que tratei no graffiare speciale #03 e #04. Mas vai além. Muito além. Trata-se da tática do 'Império do Mal' e sobre como a IBM pode salvar o universo... Saca só (é meio extenso, mas vale a leitura):

That works in two ways that again can be separated into hardware and software. Selling its PC division gives IBM some distance from Microsoft and takes away from Redmond a few of its favorite weapons. First, there is the denial of a Windows OEM license, which Microsoft loves to threaten. "Do what we want the way we want it or we MAY decide not to renew your Windows OEM license" is the way that one goes. No desktop vendor can afford to risk its Windows license, so they all comply with whatever Microsoft wants, which is the essence of monopoly control and remains essentially unchanged since the company's settlement with the U.S. Department of Justice. But by selling to Lenovo, IBM no longer needs a Windows OEM license, so that power over IBM is gone. Lenovo needs a license, but China is a market that Microsoft covets, so they can't afford to push Lenovo around as much as they could a traditional U.S. supplier. And even if Microsoft did deny Lenovo the license, IBM could always just buy its boxes from some other company that does have a license.

Microsoft is also on a tear lately to sign patent cross-licensing deals with all its major OEMs. This is part of a new concentration on intellectual property in which Microsoft is patenting everything it can think of, and a lot of things already thought of long before by other people at other companies. By cross-licensing, Microsoft gains access for free to all the neat stuff at its OEMs while simultaneously positioning itself to concentrate its own IP enforcement actions on smaller competitors, in the belief that if anyone is going to eventually take down Microsoft, it will be a startup. In this Christmas season think of this as Gates and Ballmer emulating King Herod, who ordered that all male children under the age of three be killed.

By selling its PC division, IBM opts out of the class of companies over which Microsoft has power to coerce such an agreement. Given that IBM holds more patents than any other company, this has to hurt Microsoft
.

The hardware implications of this deal for Microsoft are also interesting. Many readers pointed out to me this week that the next version of Microsoft's xBox game system will use a PowerPC processor, and that the development system for game companies targeting xBox 2 is actually an Apple G5 Mac. Microsoft made this design decision not to throw the fear of Bill (FoB) into Intel, which produces the current xBox processor, but for simple performance: xBox couldn't stick to an Intel processor and be competitive with future Sony and Nintendo game consoles. So at a time when IBM is pulling away from Microsoft influence, Microsoft is, itself, coming more under the influence of IBM.

This double shifting has a lot of importance to both companies, and it is to their credit, I suppose, that they are even thinking this far in advance, because where it reaches critical mass will be in the xBox3, Bill's ultimate creation.

Take a long look at xBox development, the evolving PC and consumer electronics markets, and Microsoft's own need for revenue growth, and figure what that means for the xBox 3, which should appear around the end of this decade. My analysis suggests that xBox 3 will be a game system that's also a media receiver and recorder and a desktop workstation. Not that you'd use one box for all three things, but that you'd buy three essentially identical boxes and use them for all three functions. And of course you'd buy extra units for kids and spare TVs, etc. In short, xBox 3 will be Microsoft's effort to extend its dominance of the PC software industry into dominance of the PC hardware, game, and electronic entertainment industries. At that point, even mighty Dell goes down.

I know some people think Microsoft actually plans a PC version of xBox 2 (not 3), but as I explain in this week's links, I think that is unlikely to see daylight.

With its continual need for more revenue, Microsoft will by then have already finished its destruction of the world software market, will have sucked all the profit out of the world hardware market, and will discard its hardware OEMs like HP and Dell and compete with them head-to-head. And they'll be doing the same for DVDs, TVs -- even mobile phones. Of course, part of the plan is for all the content coming to those devices to throw off little revenue streams to Microsoft, too. And the software that holds it all together will be rented, rather than owned or even traditionally licensed. This would give Microsoft both the deterministic revenue stream it covets and the leverage of being able to threaten to turn off the tap and thereby maintain control over, well, all of us. It will be an effective five to 10 percent tax on global income that suddenly appears one day, and academics will call it a natural monopoly.

Fortunately -- and I can assure you I never thought I would ever in my life be writing this -- IBM may save the day.


By maintaining independence from Microsoft and actually making Microsoft dependent on it, IBM can have some influence on this diabolical scheme. They could foster alternate standards and, by doing so, make a good living. Let's just hope the two companies don't decide to simply share the booty and jointly enslave us, couches, potatoes, and all.


Q beleza! O texto integral, de Robert X. Cringely (não sei quem é o cara), tá aqui. Divirta-se! Leia depois suas previsões para 2005.

graffiare speciale #04

12 janeiro 2005

Descentralização

"Esse agente de interface do futuro é amiúde encarado como uma máquina central e onisciente de características orwellianas. Um resultado bem mais provável é que ele se componha de uma coletânea de programas de computador e aplicativos pessoais, todos eles muito bons em alguma coisa e ótimos em matéria de intercomunicação. Baseio-me aqui no livro de Minsky 'The Society of Mind' (1987), no qual ele postula que a inteligência não estará num processador central, mas no comportamento coletivo de um grande grupo de máquinas de usos mais específicos e altamente interconectadas."

"Esse ponto de vista choca-se com uma série de preconceitos que Mitchel Resnick, em seu livro 'Turtles, termites and traffic jams', de 1994, chama de o 'pensamento centralizador'. Nós estamos todos bastante condicionados a atribuir fenômenos complexos a algum tipo de agente controlador. É comum supormos, por exemplo, que o pássaro a frente de um bando voando em V é o que está no comando, e que os outros estão brincando de siga o mestre. Não é assim. A formação ordenada é o resultado de uma série de processadores de alta resposta que se comportam de forma individualizada e seguem regras harmoniosas, sem que haja um comandante. Resnick demonstra sua tese criando situações nas quais as pessoas surpreendem-se fazendo parte de tal processo."

"Há pouco tempo, participei de uma dessas demonstrações de Resnick no auditório Kresge do MIT. O público, cerca de 1200 pessoas, foi solicitado a bater palmas, e a tentar fazê-lo em uníssono. Sem o menor comando por parte de Resnick, e em menos de dois segundos, a sala inteira pôs-se a bater palmas a um só tempo. Faça você mesmo a experiência; o resultado poderá ser espantoso, mesmo com grupos bem menores. A surpresa demonstrada pelos participantes revela em que pouca medida nós entendemos ou mesmo reconhecemos o surgimento da coerência a partir da atividade de agentes independentes."

(Páginas 137 e 138 de "A Vida Digital", de Nicholas Negroponte).


Pois bem, taí! Talvez o PC tenha em casa (ou no escritório), um pouco mais de responsabilidade que ele tem hoje. Mas não será um grande cérebro central. Daí que sua convivência com um Playstation, por exemplo, deveria ser buscada.
Vou destacar 2 termos: Convergência e Convivência (Colaboração?). Convergência é um conjunto de especializações que faz sentido. (Gosto de chamar um conjunto 'sem sentido' de Combo). Ter uma câmera digital no meu celular faz sentido. É útil em alguns momentos. Por exemplo:


hehe...

Mas há um ponto de saturação. Qualé? Temo que vamos aprender no tradicional "tentativa e erro".

Infelizmente há muito foco em Convergência e pouquíssimo esforço em busca de Convivência (acho que colaboração é o próximo passo nessa escala de inteligência). Se nossos bits não estranharem o dispositivo vizinho já é uma grande vitória! Por exemplo: a imagem aí de cima eu tive q enviar por e-mail, pq meu note não consegue reconhecer meu celular... nem via USB! tsc, tsc

Post longo! Assunto muito bom... sigo nele oportunamente.

Ah! Alguém aí falou em SOA (Services-Oriented Architecture)? Pois é... Esse papo todo aí, levado pro mundo corporativo, tb faz todo o sentido do mundo. Tá bom, tá bom... o post tá longo...

Ou, "Gurus também erram".

Antes de prosseguir com a comemoração dos 10 anos de "A Vida Digital" de Nicholas Negroponte, um breve comentário:

Coincidência ou não, Mr Billshit Gates passou a falar em "Digital Being" (ou vice-versa). Na CES disse que a próxima década será a confirmação/consolidação da Vida Digital. Provavelmente ele planeja lançar um livro sobre o tema. Engraçado q quando ele iniciou sua carreira de "escritor" deu o azar de seu 1o lançamento coincidir com "Being Digital" do Nicholas. Aconteceu em 1995. Será que ele se lembra? Estará ele fazendo uma homenagem "tácita"? Deve tomar cuidado com as contradições. Afinal, Nicholas pode ser visto como um papa dos "modern-day sort of communists".

Chatice política de lado, o fato é q se Mr Billshit quer mesmo disparar a década da digitalização da vida (ou seria o contrário?), deveria começar lendo "A Vida Digital". Há tanto ainda por fazer... Sua demonstração na CES é só uma pequena prova disso.

Mas o graffiare speciale de hoje tem um molho diferente. Vou destacar uma projeção equivocada (? - em parte) de Nicholas. Saca só:

"Contudo, tal e qual as empresas de informática já extintas que só pensavam em sistemas proprietários, os fabricantes de jogos têm até agora perdido a oportunidade de abrir seus sistemas fechados e competir com a imaginação. A Sega e a Nintendo também vão acabar desaparecendo se não acordarem para o fato de que os PCs estão comendo sua comida."

"Os projetistas independentes de jogos têm, hoje, de perceber que seus produtos vão provavelmente se tornar best-sellers, se projetados para uma plataforma de uso geral, uma plataforma da qual somente a Intel planeja vender 100 milhões de unidades por ano. Por esse motivo, a computação gráfica dos PCs vai se desenvolver com rapidez rumo àquilo que vemos nos mais avançados videogames. Os jogos para PC vão suplantar os sistemas dedicados de jogos que conhecemos hoje."

(Trecho extraído da página 103 da 1a edição)


Pois bem. Os PCs realmente avançaram muito. O portfolio de games oferecidos para a plataforma Wintel é imensa. Mas, e daí? Como explicar o inquestionável sucesso da plataforma Playstation (Sony)? A Sony acaba de lançar o PSP (o Playstation portátil), apresentando-o como o 'walkman' do século XXI...

A convergência para o PC realmente parece lógica (até hj! Não é por acaso que foi o principal tema de Mr Billshit na CES). Mas eis que um console de videogame passa a ser também um DVD-player, dispositivo para acesso a Internet,...

A convergência parece inevitável. Mas prá onde? O próximo graffiare speciale tentará responder.

"Quando um intelecto superior se une a um temperamento psicopático, criam-se as melhores condições para o surgimento daquele tipo de genialidade efetiva que entra para os livros de história."
- William James

Enquanto o Billshit tenta enfrentar o q ele chamou de "modern-day sort of communists" a IBM tenta ser o Grande amiguinho. Faz bem. Acaba de anunciar a doação de 500 patentes para organizações de Software Livre.

Para uma empresa que registra mais de 3k patentes por ano (mais q o dobro da 2a colocada, a Matsushita/Panasonic), é fichinha. Mas o número é representativo. Ainda careço de informações sobre o q está sendo doado.

Outra coisa: a MS tb torra uma bela montanha de $$ em P&D. Era de se esperar uma melhor colocação no ranking do escritório de patentes estadunidense. Ainda mais com o Billshit defendendo tal modelo como ele defende. Provável explicação: método! Ou melhor, a falta de. Já reclamei antes e continuarei insistindo: a MS gasta muito mal em P&D. Não vou nem tocar nas milhares de idéias surrupiadas pela MS desde sua pré-história...

Mais sobre a doação da IBM aqui.

Matéria de Don Ross, subtraída (sem danos ou prejuízos) do ABC News:

Young Prospective Artist Finds Herself in a 'No Sketch' Zone

It is standard operating procedure for students of art to learn by example by sketching masterpieces in an art museum.

A budding artist in Durham found that the time honored tradition was challenged while seeking inspiration at the Matisse, Picasso and the School of Paris: Masterpieces from the Baltimore Museum of Art exhibit in Raleigh.

Over the weekend at the North Carolina Museum of Art there were works by Matisse, Picasso, Monet, Degas and some Illanas.

Julia Illana is a second grader who was visiting the popular exhibit there with her parents and was sketching the paintings in her notebook.

"I love to draw in my notebook," Illana said.



Her sketch of Picasso's Woman with Bangs, which came out pretty good, and Matisse's Large Reclining Nude got the promising artist into trouble with museum security.

A museum guard told Julia's parents that sketching was prohibited because the great masterpieces are copyright protected, a concept that young Julia did not understand until her mother explained the term.

"If you wrote a book and someone saw that book and copied it," Julia's mother said. "Then people would think that that person was the one who wrote the book when you were the actual one."

Actually, the museum guard was mistaken. There was no copyright issue, and the museum apologizes and is telling artists to sketch away as long as they do not interrupt the flow of traffic in the always crowded gallery.

Julia admits that she's not ready to show her artwork anyway.

"I wouldn't publish my notebook with the sloppy writing," she giggled.

Although her renditions of Hole in Hand and Pink Ghost are pretty impressive for a six-year-old.

Assured now that it is OK to sketch, Julia's going back on Sunday to try her hand at a CeZanne, and maybe a Matisse or two.

More than 88,000 people have visited the exhibit scheduled to end January 16.

Mr Bill "Shit" Gates precisa corrigir o alvo. Ao invés de ficar inventando inimigos, como os Creative Commies, deveria olhar prá própria cozinha e, definitivamente, ordenar a reconstrução (from scratch) do IE.

A Secunia acabou de comunicar falha "altamente crítica" no IE. Mesmo os usuários do XP SPé2 estão vulneráveis... prá variar. A MS prometeu prá amanhã um patch. (A tal 3a do Dudu: "Te pago na terça").

Seguinte: faça como alguns milhões já fizeram. Use um browser decente até a MS resolver fazer o serviço direito.

"É a criatividade que tira o profissional do sopão dos medíocres."
- Francisco Britto

Mal o Bill soltou sua billshitagem sobre "comunistas modernos" e a turma já começou a com a gozação. Pelo jeito, gostando do novo apelido. Saca só:





Mr Lorenço só fez um breve comentário:

what a total (intellectual) disappointment this man is

"If I had the time, and the money, I'd do the deep analysis that it would take to explain to myself why it is I constantly hope to be surprised by Mr. Gates. Yet I never am. Here's BoingBoing reporting the red-baiting of Mr. Gates.

It's one thing to read this sort of thing from a studio exec, or head of a record label -- surrounded as they are by the sort that surround them. But the people I've met at Microsoft are miles beyond this sort of silliness. Does Mr. Gates not even talk to them?"

ou "Mr Bill (Shit) anda muito ocupado"

LAS VEGAS — In a historic moment for the Consumer Electronics Show (CES), Microsoft Chairman Bill Gates delivered his annual opening speech last night without the customary PowerPoint slides.

Instead, Gates opted for a talk-show-style presentation featuring actual host Conan O'Brien presenting a mock version of his own show, with Gates as the guest. For about 90 minutes, they gave the latest version of Microsoft's pitch for the "digital lifestyle."

O'Brien teased Gates — and other tech luminaries such as Jeff Bezos and Paul Allen — but the humor wasn't enough to disguise several embarrassing technical glitches that interrupted demonstrations of Windows Media Center software and a new Xbox game.

"OK, and right now nine people are being fired," O'Brien said as he and Gates waited for a slide show to appear.

The slides were of a fictional night of carousing the two had in Las Vegas. "I got too drunk, I woke up with a hooker," O'Brien said. "Bill got too drunk, he woke up with an Apple computer."




De Brier Dudley, do Seattle Times.

Mr Bill (Shit) Gates deveria se preocupar menos com política e mais com a qualidade dos produtos da empresa que comanda. Saca só a vergonha:

Bill Gates showed us today that you can be the richest man in the world and still have things go wrong.

During his seventh annual keynote speech at CES, the Microsoft chairman was happily promoting what he calls the “digital lifestyle” with a soon-to-be-released Nikon camera and a Media Centre PC. As he was doing so, the Windows Media Center PC he was using froze and wouldn't respond to Gates' pushing of the remote control.

Later in the 90-minute presentation, a product manager demonstrated the user-friendliness of a video game expected to hit retail due out later in the year; Forza Motor Sport. But instead of configuring a custom-designed race car, the computer monitor displayed the dreaded "blue screen of death" and warned, "out of system memory."

The errors prompted the celebrity host, America’s NBC comedian Conan O'Brien, to comment, "Who's in charge of Microsoft, anyway?"

Gates, who was sitting next to O'Brien on a set staged to look like NBC's Late Night set, smiled and continued with his discussion.

É uma pena que um cara como Bill Gates esteja se transformando nisso: num político (estadunidense) dos anos 50. Vou destacar só a parte final d'uma entrevista dele pra ZDNet:

Q: In recent years, there's been a lot of people clamoring to reform and restrict intellectual-property rights. It started out with just a few people, but now there are a bunch of advocates saying, "We've got to look at patents, we've got to look at copyrights." What's driving this, and do you think intellectual-property laws need to be reformed?

A: No, I'd say that of the world's economies, there's more that believe in intellectual property today than ever. There are fewer communists in the world today than there were. There are some new modern-day sort of communists who want to get rid of the incentive for musicians and moviemakers and software makers under various guises. They don't think that those incentives should exist.

And this debate will always be there. I'd be the first to say that the patent system can always be tuned--including the U.S. patent system. There are some goals to cap some reform elements. But the idea that the United States has led in creating companies, creating jobs, because we've had the best intellectual-property system--there's no doubt about that in my mind, and when people say they want to be the most competitive economy, they've got to have the incentive system. Intellectual property is the incentive system for the products of the future.

Q: I'm wondering, too, as you look forward 10, 20 years from now--what are the big problems that technology industry really needs to focus on?

A: Well, the technology business provides tools of empowerment, tools to let people be creative, to communicate, and there's no end in sight and certainly a decade's worth of work to make the ease of use and the power of these tools better. If you just think about meetings and the ability to record the video and the audio of the meeting--create a transcript, notify people, have them see the parts they care about--it's crummy today, and that's solvable.

When people want to manage a project with many companies involved--keeping data confidential, tracking and knowing what's going on--that's very crummy today compared to what it can be.

We, with our Office franchise, are committed to making workers far, far more productive than they are today. And believe me, we're not running out of ideas. The phone is inefficient today with phone tag and busy signals. E-mail is inefficient today with seeing stuff that's less relevant and how you organize it--bringing in the blog-type capabilities is very important there.

There's plenty of room to do dramatic horizontal innovation that will drive productivity in every sector of the economy. Whether it's scientific discovery, health care, engineering, marketing, sales--you name it--the tools around Windows and Office are not even half of what they will be.

If you take that and map that into the home, that's where you get the idea of movies, music, games. There, again, we're not even halfway to what we can deliver in that digital lifestyle.



Comunistas?? Larry "Lorenço" Lessig é um "comunista"? Será que Bill Gates espera ganhar o debate assim? Vai ressucitar o mccarthismo?

A entrevista é repleta de promessas. "Tem muita melhoria vindo aí". Ele fala de tudo. Da Apple (com um cinismo absurdo), do Google, Firefox e muito mais. Estômago e bom-humor são suficientes prá enfrentar a billshitagem.

A frase aí é do blog (?!?!) do John "É mentira Terta?" Dvorak. Pode?



Será que tô a meio caminho andado da aposentadoria? Bem q eu queria...
Será que o John "Feiticeira" Dvorak vai se aposentar? Bem q podia...

Dando sequência ao surrupio de trechos de 'Vida Digital', livraço de Nicholas Negroponte cuja 1a edição tá completando 1 década. Um pouco sobre a interação 'homem X máquina' (na visão de Negroponte, trata-se d'um duelo mesmo):

"Eu tive em casa um videocassete muito inteligente, com reconhecimento de voz e um conhecimento de mim quase perfeitos. Eu podia pedir a ele que gravasse programas dizendo-lhes seus nomes e, em alguns casos, até supor que ele o faria automaticamente, sem que eu precisasse pedir. Então, de repente, meu filho foi para a faculdade."

...

"Um cachorro é capaz de reconhecê-lo pelo seu jeito de andar a uma distância de mais de cem metros, ao passo que um computador nem sequer sabe que você está diante dele. Quase todo bicho de estimação sabe quando você está bravo, mas um computador não faz a menor idéia. Até um filhotinho de cachorro sabe quando fez algo errado: os computadores não."

"O desafio para a próxima década não é apenas oferecer às pessoas telas maiores, melhor qualidade de som e um painel gráfico de comando fácil de usar. É fazer computadores que conheçam o usuário, aprendam quais são suas necessidades e entendam linguagens verbais e não verbais. Um computador deveria saber distinguir "Kissinger" de "kissing her", não por ser capaz de identificar a pequena diferença acústica, mas por compreender o sentido. Isso seria uma interface bem projetada."

"O fardo da interação hoje em dia recai todo nos ombros do homem. Algo banal como imprimir um arquivo pode tornar-se um exercício estafante, mais parecido com vodu do que com um comportamento humano respeitável."


(Págs. 83 e 84)

10 anos se passaram e praticamente nada mudou. O reconhecimento de voz teve alguns ensaios promissores (lembram-se do ViaVoice, da IBM?), mas estacionaram. Alguns celulares são acionados por voz, mas isso é nada perto da proposta de Negroponte. A MS é estranhamente 'muda' quando o assunto é 'voz'. Recentemente divulgava uma maravilhosa descoberta do seu centro de P&D: ícones que 'corriam' em direção ao mouse numa operação 'arrastar/soltar'. Seria útil em telas grandes! Pode?

"Você não é seu emprego ou quanto dinheiro possui."
- Tyler Durden (Clube da luta)

Whatafu$%#nightm(sh)areAZA

05 janeiro 2005

Onde poderia nascer o melhor cliente para redes P2P? Um cliente que saiba lidar com BitTorrent, Gnutella, Overnet, eDonkey2000 numa única interface? Onde?

No mundo do Software Livre, obviamente. Para desespero de todos que tentam manter viva uma lei que não faz sentido no século XXI.

Tô falando do Shareaza.



Kick-ass interface. Multi-rede. Personalizável (skins e línguas). Trabalho de 11 caras hospedado no Sourceforge. Documentação completa (disponível em 8 línguas) no formato Wiki. Convergência é isso aí... o resto é combo.

"Para quem só sabe usar martelo, todo problema é um prego."
- Abraham Maslow

Enquanto isso...

03 janeiro 2005

...o John "sMarta Suplicy" Dvorack fica falando que blogagem é bullshitagem. O número de leitores adultos de blogs salta de 17 para 27% e a Info continua pagando as bullshitagens desse cara... tsc, tsc

Trata-se do mesmo Dvocracka que fala que MP3, Firefox e Linux só são o sucesso q são pq os 'proprietários' de sistemas 'proprietários' reagiram de forma ruidosa... tsc, tsc

E a Info ainda paga o cara! Assim como a Info corporate deve morrer uma bela bufunfa na conta do Nick 'Iiiisssaaaa' Carr...

Vai ver é pq a gente segue comprando as revistas, né? tsc, tsc...

O graffiare speciale vai comemorar os 10 anos da 1a edição de "A Vida Digital" (Being Digital) de Nicholas Negroponte. Depois do comentário sobre gurus aproveitei a oportunidade para relê-lo. Comprei a 1a edição em BH, em 95 mesmo. A visão de Negroponte é impressionante. Suas "profecias" constrangem. Deveria ter carregado o livro na minha pasta desde então. hehe

A tal 'homenagem' será uma apropriação indébita d'alguns trechos do livro. Recomendo sua leitura. São só 200 páginas. A leitura é fácil. E muito do q ele fala (particularmente sobre interfaces) AINDA está por vir. Custa só 38 contos. (Não é jabá, eu juro).

Vamos lá:

"Costumo perguntar às pessoas se elas se lembram daquele livro de Tracy Kidder, 'The Soul of a new Machine'. Pergunto, então, a alguém que o tenha lido se é capaz de lembrar-se do nome do fabricante do computador em questão. Ainda não encontrei quem se lembrasse. A Data General (essa era a tal empresa), a Wang e a Prime - no passado, empresas ambiciosas e de alto crescimento - demonstraram total desinteresse pelos sistemas abertos. Lembro-me de ter estado à mesa de reuniões de diretoria nas quais as pessoas argumentavam que sistemas proprietários trariam uma grande vantagem em termos de concorrência. Aquele que conseguisse desenvolver um sistema que fosse ao mesmo tempo popular e único bloquearia a concorrência. Parece lógico, mas trata-se de um completo equívoco, e é por isso que as três companhias mencionadas acima, além de muitas outras, praticamente não existem mais. Essa é também a razão pela qual a Apple está atualmente mudando sua estratégia.

O conceito dos 'sistemas abertos' é vital, um conceito que exercita a porção empreendedora de nossa economia e desafia tanto os sistemas proprietários quanto os monopólios mais amplamente regulamentados. E ele está ganhando. Num sistema aberto, competimos com nossa própria imaginação, e não contra uma chave e uma fechadura. O resultado é não apenas um maior número de companhias bem-sucedidas, mas também uma gama maior de alternativas para o consumidor e um setor comercial cada vez mais ágil, capaz de rápidas mudanças e de um veloz crescimento. Um sistema aberto de verdade é de domínio público, está totalmente disponível na condição de uma fundação sobre a qual todos podem construir."


Negrito meu. Trecho surrupiado da Pág 47. Quanta elegância! 'Completo equívoco'!! hehe. Ainda não percebido por muitos... Daqui uns dias tem mais...

Parte da agenda de Larry (Lorenço) Lessig tá definida. Saca só:


So here's something cool that I'm happy to be able to announce. Five years ago, I published Code. It's time for an update. But rather than update in the old fashioned way, Basic Books has agreed to the following:

Beginning in February, we'll be posting Version 1 of Code to a Wiki. "Chapter Captains" will then supervise updates and corrections. Depending upon the progress, sometime near June, I will take the product and edit and rewrite it to produce Code, v2. The Wiki will stay live forever (under a Creative Commons license). The edited book will be published in the fall. I have donated my advance for Code, v2 to Creative Commons. All royalties beyond the advance will be donated as well.

At this point, we're collecting "Chapter Captain" (CCs, of course) volunteers. CCs should be expert in the subject of the chapter, and willing to work through the Wiki to produce an updated chapter. (Here's the table of contents.)




My aim is not to write a new book; my aim is to correct and update the existing book. But I'm eager for advice and expert direction. If you're interested in volunteering, email me at this address.

I am grateful to Basic Books to allow me to try this experiment. I worked very hard five years ago to learn enough to write Code. I'm extremely eager for the book to gain from the collective wisdom of at least part of the Net. No one can know whether this will work. But if if does, it could be very interesting.

"A desobediência é uma virtude necessária à criatividade."
- Raul Seixas