Descentralização
"Esse agente de interface do futuro é amiúde encarado como uma máquina central e onisciente de características orwellianas. Um resultado bem mais provável é que ele se componha de uma coletânea de programas de computador e aplicativos pessoais, todos eles muito bons em alguma coisa e ótimos em matéria de intercomunicação. Baseio-me aqui no livro de Minsky 'The Society of Mind' (1987), no qual ele postula que a inteligência não estará num processador central, mas no comportamento coletivo de um grande grupo de máquinas de usos mais específicos e altamente interconectadas."
"Esse ponto de vista choca-se com uma série de preconceitos que Mitchel Resnick, em seu livro 'Turtles, termites and traffic jams', de 1994, chama de o 'pensamento centralizador'. Nós estamos todos bastante condicionados a atribuir fenômenos complexos a algum tipo de agente controlador. É comum supormos, por exemplo, que o pássaro a frente de um bando voando em V é o que está no comando, e que os outros estão brincando de siga o mestre. Não é assim. A formação ordenada é o resultado de uma série de processadores de alta resposta que se comportam de forma individualizada e seguem regras harmoniosas, sem que haja um comandante. Resnick demonstra sua tese criando situações nas quais as pessoas surpreendem-se fazendo parte de tal processo."
"Há pouco tempo, participei de uma dessas demonstrações de Resnick no auditório Kresge do MIT. O público, cerca de 1200 pessoas, foi solicitado a bater palmas, e a tentar fazê-lo em uníssono. Sem o menor comando por parte de Resnick, e em menos de dois segundos, a sala inteira pôs-se a bater palmas a um só tempo. Faça você mesmo a experiência; o resultado poderá ser espantoso, mesmo com grupos bem menores. A surpresa demonstrada pelos participantes revela em que pouca medida nós entendemos ou mesmo reconhecemos o surgimento da coerência a partir da atividade de agentes independentes."
(Páginas 137 e 138 de "A Vida Digital", de Nicholas Negroponte).
Pois bem, taí! Talvez o PC tenha em casa (ou no escritório), um pouco mais de responsabilidade que ele tem hoje. Mas não será um grande cérebro central. Daí que sua convivência com um Playstation, por exemplo, deveria ser buscada.
Vou destacar 2 termos: Convergência e Convivência (Colaboração?). Convergência é um conjunto de especializações que faz sentido. (Gosto de chamar um conjunto 'sem sentido' de Combo). Ter uma câmera digital no meu celular faz sentido. É útil em alguns momentos. Por exemplo:
hehe...
Mas há um ponto de saturação. Qualé? Temo que vamos aprender no tradicional "tentativa e erro".
Infelizmente há muito foco em Convergência e pouquíssimo esforço em busca de Convivência (acho que colaboração é o próximo passo nessa escala de inteligência). Se nossos bits não estranharem o dispositivo vizinho já é uma grande vitória! Por exemplo: a imagem aí de cima eu tive q enviar por e-mail, pq meu note não consegue reconhecer meu celular... nem via USB! tsc, tsc
Post longo! Assunto muito bom... sigo nele oportunamente.
Ah! Alguém aí falou em SOA (Services-Oriented Architecture)? Pois é... Esse papo todo aí, levado pro mundo corporativo, tb faz todo o sentido do mundo. Tá bom, tá bom... o post tá longo...
O Graffiti mudou!
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