Penúltimo trecho surrupiado de 'A Vida Digital' de Nicholas Negroponte, livro que está completando 10 anos. Vamos lá:
"Seymour Papert conta uma estória sobre um cirurgião de meados do século XIX transportado por mágica para uma moderna sala de operação. Ele não reconheceria coisa alguma, não saberia o que fazer ou como ajudar. A tecnologia moderna teria transformado por completo a prática da medicina cirúrgica, tornando-o incapaz de reconhecê-la. Mas se um professor de escola primária de meados do século XIX fosse transportado pela mesma máquina do tempo para uma sala de aula atual, ele poderia dar prosseguimento às aulas do ponto em que seu colega de final de século XX as houvesse deixado, a não ser por um ou outro detalhe no conteúdo das matérias. Há poucas diferenças fundamentais entre a maneira como ensinamos hoje e aquela como o fazíamos há 150 anos. O emprego da tecnologia encontra-se quase no mesmo nível. Na verdade, de acordo com pesquisa recente do ministério da educação americano, o U.S. Department of Education, 84% dos nossos professores só consideram absolutamente 'essencial' um tipo de tecnologia da informação: uma fotocopiadora com um suprimento adequado de papel".
"Não obstante, estamos por fim nos afastando de um modelo linha dura de ensino - que tem atendido primordialmente a crianças compulsivamente serialistas -, rumo a um outro mais arejado, que não traça linhas tão claras entre a arte e a ciência ou entre os lados direito e esquerdo do cérebro. Quando uma criança utiliza uma linguagem de computador como Logo para fazer um desenho no seu monitor, essa imagem é uma expressão artística e matemática ao mesmo tempo, podendo ser vista por qualquer um desses prismas. Até mesmo algo abstrato como a matemática pode hoje valer-se de elementos concretos das artes visuais".
"Os computadores pessoais tornarão nossa futura população adulta a um só tempo matematicamente mais capacitada e visualmente mais versada. Daqui a dez anos, é provável que nossos adolescentes estejam desfrutando de um panorama mais rico de opções, pois a busca do sucesso intelectual não penderá tanto para o lado do rato de biblioteca, mas, em vez disso, oferecerá uma gama mais ampla de estilos cognitivos, padrões de aprendizado e formas de expressão".
...
"Os hackers são os precursores dos novos e-xpressionistas".
(Págs 189, 190 e 191 da 1a edição)
A Wired de fevereiro traz uma matéria muito legal sobre a "Vingança do Lado Direito do Cérebro".
O Graffiti mudou!
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