Tem nada a ver com o Graffiti, mas tem tudo a ver com a gente. Mais um escândalo. Mais um monte de gente 'importante' pulando direto das colunas sociais para as páginas policiais. Mais um monte de grana nossa pulando direto das obras sociais para palácios e carros colossais. É incrível como 180 milhões de pessoas são sistematicamente tratadas como palhaços - bobinhos comentando o milésimo gol numa mansidão bovina acentuada pela tradicional preguiça da segunda-feira. 180 milhões de palhaços assistindo as mesmas vagas desculpas esfarrapadas.
Na fita: "Vou te dar 25% porque você tá no meu esquema - você é meu amigo"
Advogado do cara flagrado na fita: "Não tem nada de corrupção nisso"
Vou surrupiar a sugestão que Dalvo José Rossi, de BH, mandou para a seção de cartas da Folha de São Paulo (edição de ontem, 20/mai):
Urge que algumas das entidades da sociedade civil iniciem campanha por um projeto de lei do qual conste basicamente o seguinte:
- O roubo do dinheiro público é crime hediondo, inafiançável e imprescritível;
- O dinheiro roubado deverá ser integralmente devolvido aos cofres públicos;
- As penas serão definidas na Justiça criminal, pois roubo de dinheiro público significa morte em hospitais, morte a médio e longo prazos por falta de saneamento básico e de educação pública com qualidade;
- O condenando não terá direito à progressão ou a qualquer indulto.
Eu só colocaria mais uma coisinha na lista do Dalvo: ninguém envolvido em crime de corrupção pode ter direito a foro privilegiado. Muito pelo contrário: se o cara é juiz, advogado, deputado ou governador, as restrições devem ser ainda piores. Cela especial? Só se for em um presídio de segurança máxima.
Enquanto os 180 milhões de mansos não se rebelarem (civilizadamente) contra essa zona, não adiantará nada falar de melhor educação, saúde... Se queremos reduzir impostos, o melhor começo é a erradicação do mais injusto dos impostos: a Corrupção. Se você acabou de colocar um deputado e um senador lá em Brasília, peça para ele retribuir seu voto só com isso: uma lei que interprete a corrupção como ela realmente é: um Crime Hediondo.
Paulo, concordo com tudo. Principalmente com o fato que nós não fazemos nada com relação a isso. Eu já estou de saco cheio. Juro que estou com vontade de comprar uma passagem e ir para Brasília e ficar uma semana na "fazendo barulho", reclamando na porta do planalto. Só não faço isso pois não tenho como sair do trabalho.
O que você sugere? O que podemos fazer? Só cobrar dos deputados que nós elegemos é pouco. Temos que fazer mais. Temos qe mobilizar mais gente!
Se isso acontecesse na Argentina, o pessoal já estava nas ruas com panelas e tudo.
Olha o que aconteceu na França há alguns meses. Por que só a gente não se mexe? Vamos fazer alguma coisa!
Anônimo
5/21/2007 12:37 PM
A gente tem que aprender a pedir, né Eduardo? Acho que ir para as ruas e fazer um 'panelaço' é o penúltimo recurso. Algo que podemos guardar na manga mais um pouquinho. Agora, acho que devemos mostrar nossa indignação de forma estruturada. Mande emails. Publique a sugestão. Vamos lotar os emails dos deputados e senadores. E vamos cobrar uma punição exemplar para TODOS os envolvidos.
[]'s
Paulo Vasconcellos
5/21/2007 1:31 PM
Eduardo e Paulo,
Precisamos, sobretudo, aprender a votar!
Concordo com os termos do post e das considerações de ambos.
Amplexos,
Anônimo
5/21/2007 11:12 PM