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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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The Wired 40

29 abril 2005

A Wired acabou de publicar a lista das 40 'Top' em Tecnologia e Inovação. A Apple voltou para o 1o lugar:

1. APPLE COMPUTER
iPowerhouse
Last year: 3
As the world moves toward open standards, the last true believer in closed systems refuses to capitulate. Funny thing: No one is asking Apple to change. That's because the computermaker turned consumer electronics powerhouse has made a virtue of proprietary control, consistently delivering quality and flair. The company sold 8.2 million iPods in 2004, and iTunes accounted for 70 percent of legal music downloads, leading to exceptional revenue and profit in Q4. With such a foothold in music, can an assault on TV be far behind?
Challenge: Woo enterprise users who still dismiss the Valley darling. As a Dell spokesperson scoffs, "Is it innovation if no one buys it?"
Opportunity: Build on the iPod/iTunes strategy. How about an Apple video camera that adds value to Final Cut Pro?




As outras são: Google, Samsung Electronics, Amazon.com, Yahoo!, Electronic Arts, Genentech, Toyota, Infosys Technologies, eBay, SAP, Pixar, Cisco, IBM, Netflix, Dell, General Electric, Medtronic, Intel, Salesforce.com, Vodafone, Flextronics, EMC, Nvidia, Jetblue, FedEx, Monsanto, Microsoft, Nokia, Costco, Comcast, Pfizer, Li &Fung, Taiwan Semiconductor, Gen-probe, Citigroup, L-3 Communications, Ameritrade, Exelon, BP.

Nada a ver com os tupiniquins 'acomodados' (né Mr Lula da Silva?). A conclusão aí é do Thomas Friedman, que acabou de lançar o livro "The World is Flat - A brief history of the twenty-first century".



Ele tá falando de offshore e outros temas "quentes". Saca só um pequeno trecho de sua entrevista para o The Daily Show:

Talk a little bit about your organizing principle for this book The World Is Flat. Where does that come from?

My last interview was with Nandan Nilekani, the head of Infosys, which is the IBM of India. He said, “Tom, the economic playing field is being leveled, and you guys are not ready.” … Thirty-five years ago, if you had a choice of being a B student in Brooklyn or a genius born in Beijing … you would much rather have been the B student in Brooklyn … because you really couldn’t plug and play with the world. You couldn’t innovate and create and participate. That’s no longer true. As the world has been flattened out by fiber optic cables and the Internet … it is a lot better today to be that genius in Beijing.

Aren’t they also going to want it more? To a certain extent, because we’re in our third, fourth, fifth generation of relative success, doesn’t that breed a certain contentment, a certain “neutered cat”mentality?

… I have a whole section in the book called “This Is Not a Test.” It’s taken from the Cold War…. Ladies and gentlemen, this is not a test. We’ve gotten a little fat, a little dumb and a little lazy.

Mmm. That sounds like the America I know.

…We’ve got a president focused on taking apart the New Deal when what we really need is a new New Deal to deal with this flattening



Veja mais na SDMagazine.


ps: na onda de 'América' (blergh! dona Glória), juros altos (henriquinho, henriquinho!) e do frio que chegou, responde aí: é melhor ser um estudante 'B' no Brooklin, um gênio em Beijing ou um desenvolvedor 'A' (de autônomo) na Vila Olímpia?

Há uma semana este post tá na fila, esperando que eu tenha uma "opinião formada". Trata da inserção, pela MS, do CLR (Common Language Runtime - base do .NET) na próxima versão do SQL Server, a 2005. Ia passar batido (afinal há um bom tempo a Oracle fez algo semelhante, colocando uma JVM - Java Virtual Machine - em seu banco) não fosse a provocação do John Carrol: "the trend towards moving business logic into the database is enough to make the 3-tier purists wake up screaming in the dead of night."



Não vou fazer escândalo, mas acho que sou sim um 'purista'. E tenho muito trauma com código mastodôntico residindo num lugar que deveria ser apenas um Sistema Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD).

Cúmulo do Purista '3 Camadas':

1. Quanto maior a Portabilidade de uma solução, maior sua Qualidade. Vão aparecer os 'práticos' dizendo que se uma aplicação faz tudo que se espera dela, não há o que mexer. Não... até chegar o dia em que a empresa decide mudar de fornecedor e descobre que a migração sairá 150% mais cara que a implementação original. Portanto, cada linha de código no SGBD significa uns $$ a mais no custo de migração de uma aplicação.

2. Performance vale mais que Portabilidade? Pode ser... até o dia que vc buscar Escalabilidade. Esta balança de 'n' pratos é realmente complexa. Mas quando vc arquiteta uma solução olhando 5 anos adiante, algumas respostas ficam mais claras. O equilíbrio é mais lógico.

3. Uma Regra (ou Tarefa ou Processo) de Negócio, enquanto no domínio do Negócio, é uma Unidade muito bem delimitada. Pq sua versão no tal 'domínio da Solução' deveria ser quebrada em partes? O q justifica que parte de uma regra (ou tarefa ou processo) seja um Componente (.NET ou J2EE, não importa) e outra parte uma stored procedure?

Se vc tiver curiosidade em dar uma olhadinha no 'talkback' do post original, lerá umas pérolas do tipo: "já que podemos escrever em C# no banco, podemos dispensar os DBA's"; "a grande razão da inserção do CLR no SQL Server é o enriquecimento do Visual Studio" (?!?!?!); ..."developers could develop their code in such a way, so as to meld their applications to SQL Server 2005, so that it is hard to use another database with their applications. I believe however if developers write their code properly, no greater vendor lock than what exists in products currently on the market, need occur." ...

"If developers write their code properly"...

Fato: o SQL Server tem hoje um valor estratégico para a MS que nunca teve desde sua incorporação. Está no núcleo do adiado WinFS, estará no Exchange e em outros produtos. A MS utilizará para o SQL Server as mesmas táticas de 'lock-in' que marcaram outros itens de seu portfólio. Mas fará o inverso também: o SQL Server está "agregando valor" a outros produtos. O tsunami da comoditização avança rápido em direção dos SGBD's. Não há outra saída senão a busca pela Diferenciação. Se bem sucedida, pode significar uma sobrevida de 2 ou 3 ondas.

Brazil may be the most interesting case study in open source today.

It’s not just their recent moves to mandate open source use by local governments. It’s not just things like their Project Javali, which aims to break Sun’s "vendor lock-in" on Java. It’s not just the political commitment President Luiz Inácio Lula da Silva has made to open source. (It’s not just my Brazilian sister-in-law, either.)

It’s also Brazil’s history. In the 1980s the country instituted a market reserve policy aimed at limiting PC imports. This proved disastrous. The country missed 15 years of progress. It sees Linux as the key to its comeback.



Brazil thus offers an intoxicating mixture of politics, economics, history, and Linux. The new OSI board includes Bruno Peres Ferreira de Souza (above), whose nickname is Javaman. After returning from a trip to the country Simon Phipps of Java.Net headlined a blog post Brazil — the Global Java Leader?

Do you think a government commitment to open source can succeed in jump-starting profitable businesses? Do you think Brazil will succeed in moving its entire economy to open source, or is this just political rhetoric? And what’s with that doll? (Its name, by the way, is Duke.)



O post é do Dana Blankenhorn, da ZDNet.

Apesar dos exageros (o Brasil não está "mudando toda a economia para o mundo 'Open Source") é curioso perceber que Pindorama, SIM, está bem posicionada neste admirável mundo novo. Como se trata de um jogo onde as regras ainda são definidas em 'run-time', não dá pra dizer que seremos um 'Global Java Leader', por exemplo. Ainda não somos, é fato.

"I am so busy doing nothing that the idea of doing anything —which as you know, always leads to something— cuts into the nothing and then forces me to have to drop everything."
- Jerry Seinfeld

Softex, MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) e Unicamp acabaram de publicar uma extensa pesquisa sobre a utilização de Software Livre / Código Aberto (SL/CA) no Brasil. Com 80 páginas, a pesquisa traça perfis tanto dos desenvolvedores (profissionais e empresas) quanto dos usuários. Bem elaborado e muito bem apresentado, o estudo deve servir como referência até mesmo para quem 'joga no outro time'.

Dada a extensão da pesquisa e nível de detalhamento de algumas informações, não consegui digerí-la por completo - ainda. Mas já dá pra destacar alguns dados bem legais. Por exemplo, a motivação dos desenvolvedores para desenvolver SL/CA:

. 49,2% - Desenvolver novas habilidades
. 46,4% - Compartilhar conhecimentos
. 34,1% - Resolver problema sem solução com proprietário
. 31,1% - Software não deveria ser proprietário
. 30,8% - Participar da Comunidade SL/CA

Em três das cinco razões mais citadas aparecem o desejo de APRENDER e a vontade de COLABORAR. Para uma área que se caracteriza pela constante evolução, estamos demonstrando características de altíssimo valor. É interessante notar também que para 17% dos desenvolvedores a participação em projetos SL/CA melhora a Empregabilidade. Para 16,2% melhora a Reputação! Curioso, não?

Já os usuários justificam o uso de SL/CA apontando as seguintes motivações:

. 66,1% - Diminuir custos
. 63,3% - Desenvolver novas habilidades
. 49,4% - Facilidade/Flexibilidade das ferramentas
. 41,4% - Software não deveria ser proprietário
. 32,0% - Limitar o poder das grandes corporações

A obviedade da redução de custos continuará por um bom tempo no topo da lista de todos os usuários, independente do porte da empresa. Estranho os desenvolvedores não destacarem tal motivação. Afinal, ferramentas proprietárias utilizadas no desenvolvimento de sistemas custam 'o olho da cara'. Estranhei também o número de usuários (63,3%) motivados com o desenvolvimento de novas habilidades. Sinceramente não esperava tal razão. Ainda mais em segundo lugar na 'wishlist'! Os usuários praticamente empatam com os desenvolvedores (30,4% x 30,8%) em sua vontade de Participar da Comunidade. A pesquisa com desenvolvedores e usuários foi eletrônica.

Já as empresas (nomeadas no documento) participaram de uma pesquisa de campo. Abaixo os motivos para o desenvolvimento / uso de SL/CA (escala de Likert de 1 a 5):

. 4,36 - Redução de Custos (hw/sw)
. 3,71 - Maior Flexibilidade / Liberdade para adaptação
. 3,64 - Maior Qualidade (estabilidade, confiabilidade)
. 3,64 - Maior Autonomia de fornecedor
. 3,57 - Maior Segurança

Apesar de tantos depoimentos e artigos dizendo o contrário, as empresas valorizam sim a FLEXIBILIDADE / LIBERDADE para adaptação dos sistemas. Lógico que uma pesquisa mais ampla pode alterar tal número, que chamou a atenção. Finalmente a conclusão do documento, bastante sóbria:

"O SL/CA não é, a priori, bom ou mau. Assim, seria uma ingenuidade imaginar que os princípios originais que nortearam o software livre são alguma garantia de benefício social. Mais uma vez, isso deve ser analisado com o devido cuidado. Software livre, queiram ou não seus idealizadores, é hoje um negócio de alguns bilhões de dólares, com perspectivas de crescimento acelerado nos próximos anos. Mesmo organizações que surgiram na onda libertária provocada pelo Linux hoje transformaram-se em grandes empresas, com atuação global. Outras estão querendo percorrer a mesma trajetória."

O QI (Quociente de Inteligência) de pessoas preocupadas com suas caixas de e-mails sofre perdas maiores do que o QI daqueles que fumam maconha, diz um estudo britânico.



A perda do quociente entre funcionários que tentam conciliar seu trabalho com a organização do webmail é de dez pontos, o que equivale a uma noite de insônia. Depois de fumar maconha, a perda é de quatro pontos, afirma a pesquisa do King's College, da London University.

"Descobrimos que essa obsessão em checar mensagens, um fenômeno cada vez mais comum, pode prejudicar muito o desempenho do funcionário", afirmou Glenn Wilson, psiquiatra responsável pela pesquisa, segundo a "CNN".

O estudo acompanhou 1.100 britânicos e mostra que o principal problema dos e-mails são as constantes interrupções causadas pela ferramenta de comunicação. Elas reduzem a produtividade e fazem com que as pessoas sintam-se mais cansadas do que o normal.

Cerca de 66% dos entrevistados confessam checar seus e-mails fora do horário de trabalho e quando estão de férias. Além disso, 50% deles respondem as mensagens em menos de 60 minutos depois do recebimento. Um em cada cinco funcionários interrompem encontros de negócios ou sociais para responder e-mails.

Surrupiado da Folha OnLine.

"Thinking is hard work, which is why so few people do it."
- Henry Ford

O ARAXÁ, plano de negócio que publiquei quarta passada, propõe a criação de uma visão 360o dos clientes. Tal 'visão' seria útil em qualquer interação com o cliente, via canais eletrônicos ou 'tijolo-e-cimento' mesmo.

Ed Gottsman (ZDNet) comenta tecnologia alternativa (ou complementar).



As you walk around Paris, you see a wonderful variety of buildings, dating from many centuries. Whether built in the Middle Ages or last year, these buildings are tied together by an infrastructure—roads, bridges, public transport, sewers, and so forth—that defines the cityscape and controls its evolution. Tearing down the old city and replacing it with a new one wouldn't be feasible even if it were desirable; city planners try to preserve some old assets while replacing others and adding new ones. Likewise, as technology moves along, a company cannot replace all of its IT systems at once. The trick is to stay on top of each component's life cycle, so that the information architecture doesn't become obsolete.

The take-away
By establishing an IT infrastructure as flexible and stable as the infrastructure of Paris, a company can enable old applications to coexist with new ones, such as e-commerce and CRM. The IT architecture becomes an evolving asset, and applications can be added, enhanced, renovated, and replaced along different time lines.



Ótimo artigo da McKinsey.



In Longhorn, file icons are a representation of the first page of the document itself. Files can be grouped in a variety of "virtual folders" according to criteria such as "created by Mary" or "modified in the past week."


Já falei há pouco o que acho da 'coisa', as-is.

Saca só a capa da BusinessWeek:



Trechinho surrupiado:

Look past the yakkers, hobbyists, and political mobs. Your customers and rivals are figuring blogs out. Our advice: Catch up...or catch you later

It's time for a frank talk. And no, it can't wait. We know, we know: Most of you are sick to death of blogs. Don't even want to hear about these millions of online journals that link together into a vast network. And yes, there's plenty out there not to like. Self-obsession, politics of hate, and the same hunger for fame that has people lining up to trade punches on The Jerry Springer Show. Name just about anything that's sick in our society today, and it's on parade in the blogs. On lots of them, even the writing stinks.

Go ahead and bellyache about blogs. But you cannot afford to close your eyes to them, because they're simply the most explosive outbreak in the information world since the Internet itself. And they're going to shake up just about every business -- including yours. It doesn't matter whether you're shipping paper clips, pork bellies, or videos of Britney in a bikini, blogs are a phenomenon that you cannot ignore, postpone, or delegate. Given the changes barreling down upon us, blogs are not a business elective. They're a prerequisite. (And yes, that goes for us, too.)

Mais aqui.

"Quando você é um líder, sua tarefa é fazer todas as perguntas. Você deve se sentir inacreditavelmente confortável em parecer a pessoa mais burra da sala."
- Jack Welch (no novo livro, "Paixão por Vencer")

Trecho do artigo de Charles Cooper para a ZDNet, "Why Longhorn matters":

It's going to be that way because every segment of the PC food chain is desperate for a megahit out of Microsoft. With memories of the go-go days a fading memory, they would like nothing better than a killer operating system that ignites a furious upgrade cycle--if not a mad spree of impulse buying.

Não estou torcendo contra. Muito pelo contrário. Um novo Windows, "killer", só faria um bem imenso para todo o mercado (de SO para desktops, principalmente). O novo SO da Apple deve sair bem antes do Berrante. E revisões das várias (e redundantes) distribuições Linux devem borbulhar até o final de 2006 (deadline da própria MS para o 1o toque do Berrante).

Mas tenho que insistir que no quesito INOVAÇÃO a MS continua devendo muito. No caso do Berrante especificamente, ou ela tá econômica demais ou tá escondendo o ouro. Saiu hoje no The Wall Street Journal Americas, encartado no Estadão, um artigo de Robert Guth chamado "Novo Windows tenta organizar melhor o PC".

O cara fala do Avalon, a 'nova interface gráfica'. Fala que a febre por 'desktop search' é sintoma de bagunça generalizada (?!?!). Que um mecanismo de busca pode não ser necessário com as inovações propostas no Berrante. Será? O artigo destaca as principais inovações:

.Janelas translúcidas para ficar mais fácil ver que programas estão abertos;

.Ícones de programas são 3-D; os de arquivos são como pequenas fotos dos documentos;

.Arquivos podem ter etiquetas com palavras-chave (como "trabalho" ou "férias") para ficarem mais fáceis de achar; e

.Arquivos podem aparecer em mais de uma pasta ao mesmo tempo.

Wow! Isso tudo? Tá de brincadeira, né? Quem bagunça seus diretórios hoje só vai conseguir tornar a administração de seus PCs ainda mais complexa... Ah, e mais bonitinha também. Pastas virtuais, ubiquidade de arquivos? Janelas translúcidas?? Ícones 3-D??? Palavras-chave???? (Uai, elas já existem em arquivos do Office e afins há tempos, não? E daí?) Tô vendo nada de "killer OS" não.

O artigo termina com a informação de que tudo que está sendo publicado agora pode mudar até 2006. Sinceramente? Tomara! Por enquanto o Berrante tá por demais curtinho...

Dan Farber, no blog da ZDNet, trata hoje dos 'open sorcerers': companhias que estão lidando com o mundo (marketplace!) do Software Livre das mais diversas formas. Cita a ActiveGrid, que propõe a montagem de grids só com produtos 'open source' e a GreenPlum, que adequa o PostgreSQL para montagem de datawarehouses.



Aí ele cita 3 empresas que operam em um modelo de negócios muito semelhante ao que sugeri no BizPlan LAURÉ: SpikeSource, SourceLabs e OpenLogic. O 'core business' das três consiste em montar, certificar e manter 'stacks' de produtos 'open source'. A grande diferença é que a LAURÉ busca receitas através da prestação de serviços de instalação e customização de 'stacks' pré-definidos, além dos projetos de desenvolvimento que os utilizem como infra.

No mesmo post Dan comenta recente artigo de Doc Searls publicado no Linux Journal, chamado "Getting Flat". Saca só um trechinho:

The fact is, or will be, far more money will be made because of open source than will be made with open source–or with any of the infrastructural (in Tom’s words, vanilla) software it replaces. Think of open-source infrastructure as a huge, flat cake on which you can build a vast new market for any kind of topping you like. A cake which, by the way, only gets bigger.

We have another word for that cake: a marketplace. The open-source marketplace isn’t for open-source goods. It’s for what you can build on them and with them. There’s no telling how big that market will be. We do know, though, that it’s flat and seems to go on forever in all directions.



Outras notícias publicadas hoje comprovam que o Software Livre, de alguma forma, já afeta modelos de negócios e produtos de várias empresas. Assim como IBM e Sun já "aderiram", agora é a vez da Sybase indicar caminho semelhante. E, por incrível que pareça, Mr Ballmer acabou de anunciar que o seu Virtual Server suportará Linux.

Pensando bem, não é tão Incrível assim...


BTW: Há tempos não dou umas caneladas no John 'Hebe' Dvorak. Ele anda meio quieto ou é impressão minha? Depois que ele sugeriu o MS-Linux (e uma estratégia maluca com drivers proprietários - cujo grande objetivo era a morte do Linux e todos os seus distros) nunca mais o vi...
...bom, fiquei curioso e fui dar uma olhada no blog do cara. Tá melhorando...

"There are no good project managers - only lucky ones."
- Mike Harding Roberts (Compilação)

graffiare #081

23 abril 2005

"Let's talk 'bout IT"
- PV (22/abr/2005)


Well-wow! Ovo de Bruneschelli? Será q ninguém pensou nisso antes? Se pensou eu danço. Caso contrário, com o 'slogan' publicado aqui (com licença CC), ninguém poderá utilizá-lo com fin$...$acanagem!

graffiare #080

22 abril 2005

-"Just one suit, Mr. Matarazzo?! Your son ordered half a dozen in the morning."
-"His father is rich, mine isn't."

- Francesco Matarazzo

graffiare #079

21 abril 2005

"Eighty percent of success is showing up."
- Woody Allen

Semana passada ingressei no grupo CMM-Brasil e tive uma grata surpresa. É que participo de outros 3 grupos de discussão que são meio "quadrados". Tentam forçar debates de forma linear, não orgânica - coisa que não tem nada a ver com o 'espírito' de um grupo na web. Mas tudo bem, de qq forma vc aprende algo. E dá pra colaborar ocasionalmente.

Mas o CMM-Brasil, que tem quase 900 membros, parece ser mais dinâmico, orgânico e rico. Além de CMM, mps Br, CMMI, ITIL, RUP, Metodologias Ágeis, SWEBOK, PRINCE2 e Guia PMBOK do PMI, o grupo troca bastante informação sobre Exportação de Software. O moderador, Sr. Ivo Michaliki, é um apaixonado pelas matérias. Tipo de gente que costumo rotular (sorry) como Provocador. Faz muito bem ao grupo. Troquei algumas mensagens com ele, mostrando algumas de minhas preocupações quando o tema é Exportação de Software. Ivo concordou e agregou:

"Para mim esta é uma questão de sobrevivência. Trabalhei por 3 anos nos EUA e vi o "estrago" que nossos amigos indianos podem fazer aos nossos empregos. Se não nos mexermos não vamos apenas perder a corrida do mercado global, vamos também precisar sair do mercado ou passar a trabalhar para alguma empresa indiana ou coisa semelhante."

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Mas o papo não é só amargura, ansiedade e preocupação não. Ontem mesmo foi postada no grupo uma matéria do Computerworld sobre a actminds. Trata-se de uma espécie de "cooperativa" que reúne 10 empresas da região de Campinas. Os caras já estão faturando mais de R$20 milhões com desenvolvimento de sistemas para gringos.

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Gringos que, de forma bastante criativa (!?), também estão se mexendo. Saca só:

Sweat Ship: offshore coding operation planned in San Diego



Three San Diego entrepreneurs plan to start a cut-rate outsourcing plant for software development three miles off the coast of Los Angeles aboard a used cruise ship moored in international waters.

Wired with a fat T3 pipe fed by microwave, SeaCode would employ 600 developers - the bulk of them non-U.S. citizens - who could crank out code around the clock at a lower cost and higher rate of efficiency than their American counterparts. The beauty part (at least according to the proponents) is that business would be booming, the headquarters could change sail wherever business took it, and RnR would be just a half-hour water-taxi ride away. In your neighborhood.



(surrupiado do BoingBoing)
(Pintura de Evelyn Dayman (?))

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Enquanto isso, a Tata (Índia) anuncia um faturamento de US$2 bi. (Lembrete: exatamente nossa meta (do Brasil) para 2007).

"What really matters is what you do with what you have."
- H.G. Wells

Biz Plan II :: ARAXÁ

19 abril 2005

Nasce o primeiro irmão da LAURÉ, publicada em 07/abr:

Codinome: ARAXÁ - tupi: lugar alto onde primeiro se avista o sol.



Sumário Executivo

Há tempos as empresas procuram uma forma de ter uma "Visão Única" de seus clientes. Mas, diariamente, elas seguem criando novos 'silos' de informação. Tem pouco mais de 5 anos a onda "CRM" (Customer Relationship Management). Infelizmente vários oportunistas rebatizaram suas ofertas de aplicações para automação de canais (help desk, força de vendas, call center etc) tentando torná-las 'modernas'. De certa forma a única coisa que conseguiram, além de alguns poucos e insatisfeitos clientes, foi desgastar o conceito do Marketing de Relacionamento (também conhecido como "Marketing 1:1").

Em seu desenho original o marketing de relacionamento deve ser visto como uma estratégia de negócios que coloca o Cliente como FIM de todos os seus processos. Toda a organização deve ter uma VISÃO ÚNICA do Cliente, independente do tipo de interação, canal de contato, perfil e outras diversas variáveis. A empresa deve entender que cada transação/interação com o Cliente é uma oportunidade única de aquisição de conhecimentos. Há um hiato enorme entre tal proposição e a maioria das ofertas dos fornecedores de sistemas CRM.

O ARAXÁ é uma solução de integração de dados, sistemas e processos especializada em Relacionamentos com Clientes. Baseado nos conceitos de uma Arquitetura Orientada a Serviços (SOA - Service-Oriented Architecture), o ARAXÁ cria uma visão única de todos os clientes de uma empresa. Além de aproveitar todas as interações com os clientes para alimentar sua base de conhecimentos, o ARAXÁ pode orientar, de maneira pró-ativa, o funcionamento de todos os canais de contato. Trata-se de uma solução de baixo custo que pode também gerar considerável economia através da sobrevida que dará aos sistemas legados.

Produto


[Clique para ver um diagrama mais legível. sorry]

O ARAXÁ é um produto de software composto por 5 grandes elementos (na cor cinza no diagrama acima). Os elementos foram distribuídos em 5 camadas, descritas abaixo:

1. Retaguarda: Sistemas de gestão (ERP e afins) e demais aplicações de retaguarda.

2. Camada de Integração: Componentes específicos para integração com sistemas de retaguarda. O 'Catálogo de Metadados' possibilita a criação de um vocabulário comum, essencial nas diversas conversões e também para a realização de buscas inteligentes.

3. Camada de Persistência: Bases de dados próprias do ARAXÁ. O diagrama apresenta uma base transacional (OLTP) e outra analítica (OLAP). É factível o uso de uma terceira, CMS, para armazenamento de dados não estruturados.

4. Camada de Realização: Possui dois grandes grupos: i) Componentes de Operações (ou SERVIÇOS), que representam os processos de negócios; e ii) Componentes de Interações, que sabem lidar com todos os canais oferecidos pela empresa.

5. Canais: Sistemas que atuam na linha de frente, como sites, tele-marketing, PDVs, etc.


O ARAXÁ pode ser um sistema totalmente invisível para os usuários finais. Em seu desenho ideal ele expõe uma API (Aplication Programming Interface) que é consumida por outras aplicações, principalmente aquelas na "linha de frente" no contato com Clientes. Uma aplicação de automação de força de vendas, por exemplo, conseguiria obter através do ARAXÁ uma ficha completa de determinado Cliente, com sugestões de ações e ofertas, questões pendentes, lucratividade por transação, perfil detalhado de consumo e assim por diante.

As informações oferecidas pelo ARAXÁ serão sempre sensíveis ao contexto (tipo de processo de negócio/transação em andamento), ao canal utilizado e ao perfil do cliente em questão.

Por outro lado, cada interação/transação de um Cliente deverá gerar informações para o ARAXÁ. Uma reclamação no SAC, por exemplo, deve ser minuciosamente descrita para o ARAXÁ, novamente através da chamada de APIs.

O ARAXÁ pode ser totalmente construído no padrão J2EE (Java 2 Enterprise Edition) e tirar proveito de uma arquitetura totalmente construída com Software Livre, como por exemplo MySQL, OpenCMS, JBoss, Apache, Tomcat e afins.

Marketing e Vendas

O perfil "invisível" do ARAXÁ e a criticidade dos dados com os quais ele lida impedem que ele possa ser comercializado como um Serviço "puro". Ou seja, trata-se de um produto que deve ser vendido dentro dos moldes (de certa forma arcaicos) do mercado atual. Além do licenciamento, há considerável receita gerada através de serviços de customização (inevitáveis e únicos para cada empresa). A transferência de conhecimentos é também outra oportunidade de geração de receitas.

A licença pode ser precificada por número de funcionários, canais ou clientes. Creio que valores que chamariam a atenção do mercado girariam em algo como R$1/cliente; R$50/funcionário; ou R$30k/canal - por ano, em um modelo de "locação".

Mercado

O ARAXÁ, assim como todos os outros 'Biz Plans' aqui publicados, miram exclusivamente o mercado PME (pequenas e médias empresas). Podemos dizer que 99,987% delas carecem de uma solução DE VERDADE para implantação de uma estratégia de marketing "1:1". É verdade que 99,879% das grandes empresas sofrem do mesmo mal. Mas vender para elas é mais chato e menos rentável. Não vale a pena.

Organização

O ARAXÁ demandará duas estruturas totalmente distintas:

a) Desenvolvimento: a equipe que desenvolverá o produto. Deve ter entre 4 e 10 profissionais, entre programadores, arquitetos e testers.

b) Delivery: time especializado na implantação e customização do produto. Dependendo do projeto, cada time de 'delivery' terá algo entre 2 e 5 profissionais.

Investimentos

O desenvolvimento de uma primeira versão do ARAXÁ deve custar algo em torno de R$100k e R$300k. De certa forma, descumpro minha promessa de publicar planos, digamos, mais "viáveis" (no sentido de "baratos" mesmo). Sorry...


Versão para Download e impressão (DOC).


CC Developing Nations

Trabalho liberado sob licença Creative Commons para Nações em Desenvolvimento.



Observação

A primeira versão do ARAXÁ chamava-se id360. Foi lançada em nov/2000 sem muito sucesso. O Sr Fábio Torre tem créditos em sua elaboração inicial, assim como Luis Felipe Braga, Nelson Ponce e Carlos Caselli. O plano original estará disponível nas futuras instalações do Museu Graffiti. Aguardem... (rs)

Há tempos não voltava ao assunto, apesar das promessas. O "pacotinho" do título não tem nada a ver com algum produto mágico, please! (SOA não depende de "pacotinhos" e afins.)



É que vou surrupiar os "melhores momentos" de dois artigos novos sobre o tema. O primeiro é do Peter Coffee (whataname!), do eWeek:

* SOA construction is increasingly being driven by financial rather than technical imperatives, resulting in broader and more vigorous management support for the direct and indirect costs of such a transformation.
- Finalmente! Um tipo de projeto de TI que não é guiado por 'imperativos técnicos'. Mas que também não é uma 'tesoura de custos' por si só.

* Web services adopters are less inclined to walk around the technology seeking excuses -- such as gaps in multivendor standards -- to postpone trying it out. They're more likely to see the standards glass as nine-tenths full rather than one-tenth empty, and to build what they can with what they have today.
- Para desespero de todos que querem vender 'pacotinhos'.

* The advent of a genuine services platform in an organization paves the way for a service-based organization that has the leverage to break down silos of data and code and start building more efficient and strategic systems.
- Mais promessa que realidade ainda. Ainda...


Mudando um pouco de foco: o ZapThink apresenta artigo com os 4 pilares do desenvolvimento SOA:

Pillar #1: Iterative development -- we're representing each sphere of development with a pair of arrows to indicate the fundamentally iterative nature of SO development. Business analysts must work iteratively with business users, both to satisfy the original requirements as well as to maintain agility as those requirements change. Likewise, component developers must continually iterate their code to satisfy ongoing changes to the Service contracts.
- Um tanto óbvio, não? Ou será que alguém ainda acredita que pode desenvolver 'sistemas ágeis' com métodos-queda-d'água-jurássicos?

Pillar #2: User involvement -- unlike the waterfall model, where users specify requirements at the beginning of a project only, business users continually drive SO development. The meta-requirement is for a system that responds well to change, and as a result, the "requirements definition phase" of any SO project is actually a set of ongoing activities.
- Engenharia de requerimentos é uma 'fase' (sic) sem fim. E não apenas em projetos SOA. (Ah, projetos terminam? E seus produtos?)

Pillar #3: Contract-first development -- Business analysts work with users to distill requirements into contracts that then act as the marching orders for component developers. Such metadata both represents the requirements as well as the test plans that analysts can execute to guarantee that Services meet their requirements. In other words, contract-first development is an example of test-first development, and both approaches are examples of metadata-driven application development.
- Prática excepcional que segue ignorada na maioria dos projetos e 'processos'.

Pillar #4: Refactoring -- The Services layer of abstraction affords IT the luxury of a curtain that hides the inner workings of the technology from the business. Rather than an excuse to maintain a poor infrastructure, this abstraction layer actually gives IT more leeway to make continual improvements to the technology. Refactoring is thus the underpinning of reuse, as IT may now work to streamline technology across platforms to meet the needs of the business.
- Será que realmente utilizaremos tal 'cortina' bem? Nossa 'cultura atual' é mais de 'varrer para trás da cortina' do que de 'melhoria contínua'. De qq forma, taí o 4o e último pilar.

Casemod tá na moda, certo? Acho que definitivamente nos livramos da ditadura daquelas caixas retangulares e monocromáticas ridículas que escondem CPU's e outras parafernálias 'inside'.



Mas tem gente exagerando, né? Mais na Spiegel OnLine (em alemão).

"Self-plagiarism is style."
- Alfred Hitchcock

Batata Frita!

18 abril 2005



Em janeiro arrisquei alguns palpites e depois detalhei o que chamei de "Lógica da Frigideira". Era um ensaio sobre quem come quem (no mau sentido mesmo - mas não aquele q vc pensou neste exato instante) no mercadão global de TI. Apesar de acertar o nome de alguns peixes, errei feio ao avaliar o tamanho de seus estômagos. A Macromedia é na verdade só uma batata, não comeu a Bea (como eu esperava) e nem foi parar na boca da IBM (como eu chutei): a ADOBE acaba de anunciar a digestão. Um negócio de US$ 3,4 bi. Pechincha, até pq seguirei teimando que o portfolio da Macromedia é mais promissor que o da Adobe (mesmo contando o tanto de Photoshop que as revistas masculinas utilizam).

Ainda na "Lógica da Frigideira" eu registrei que a Adobe poderia ser abocanhada pela MS. O prato pode ter ficado mais suculento (não só para a MS, mas também Apple e IBM) e mais digerível. Mais acessível...

"We are what we repeatedly do. Excellence, then, is not an act, but a habit."
- Aristóteles

O Linux e o Chaos

15 abril 2005

Chaos, a Linux distribution developed by Australian Ian Latter, harnesses the unused processing power of networked PCs, creating a distributed supercomputer that can crack passwords at lightning speed.

The program remotely boots Linux on a PC without touching the hard drive, leaving the "slave" PC's operating system and data secure and untouched. Thirty PCs connected as a cluster create enough processing power to complete complex mathematical equations or high-level security tasks like password cracking that no individual PC could handle alone.

Da Wired.

O processo de 'comoditização' de TI é o tema de hoje. Daí o graffiare com uma quase-pré-histórica frase de Karl Marx. Daí o surrupio quase integral de um artigo de ontem da ZDNet.



O epitáfio de Nick Carr (IT Doesn't Matter) foi aceito e assimilado. Mal assimilado, na minha opinião. Do ponto de vista de usuários de TI, a tese do Carr é tão bobinha quanto a decisão daquele cara que um dia quis fechar o departamento de patentes dos EUA com a justificativa de que "não havia mais nada a ser inventado". A hiper-competição é uma realidade. TI, RP, P&D, RH e diversas outras áreas PODEM ser estratégicas. PODEM ser fatores de diferenciação. Depende só da capacidade de seus usuários. De sua capacidade de INOVAÇÃO. E do desejo da organização, obviamente.

Mas os fornecedores de tecnologia e os prestadores de serviços de TI devem aceitar que algo entre 80% e 100% de sua carteira de produtos e serviços virou 'pó', digo 'grão', digo commodity. O retrato do mercado de 'middleware' apresentado no artigo que citei acima é só um exemplo. Os fornecedores estão colando 'caixinhas' no intuito de agregar valor. Em vão. Para o comprador e para o usuário final, qual a diferença entre uma suite Websphere Portal Server e o Sharepoint Portal Server da MS? O comprador se perceberá na mesma situação daquela dona de casa que pára na frente de uma gôndola de supermercado e tenta decidir entre o arroz A, B ou C. Taí. Só um(a) especialista pode destacar algumas diferenças. Mas, em 90% dos casos, o preço (mais baixo) falará mais alto. Por isso as 'ofertas' do universo do Software Livre fazem tanto barulho nos últimos tempos. Não são poucos os que caem no apelo de sua (falsa) 'gratuidade', como se esta fosse sua grande vantagem.

[Break: A presença de 'produtos' Open Source em determinado mercado não pode ser utilizada para rotular este como 'comoditizado'. Como mostrei ontem, alguns 'advogados' do mundo do Software Livre defendem sua utilização em projetos INOVADORES. Eu concordo com eles.]

Voltando ao ponto: fornecedores de tecnologia e provedores de serviços de TI "DEVEM" aceitar a 'comoditização' de seu portfólio, como escrevi ali em cima? Só os conformistas. A IBM sabe, não é de hoje, que grande parte de sua carteira de produtos e serviços é 'normal', 'carne de vaca'. Por isso tá jogando pesado em outra seara, em serviços de "negócios", que até outro dia era mercado cativo de E&Y, PwC, Accenture, Delloite e co-irmãs menos conhecidas. A MS traçou caminho muito semelhante, há uns 5 anos, quando lançou a Avanade (em sociedade com a Andersen) e tentou reforçar seu braço de serviços, a MCS.

Enquanto isso a Sun tenta (desesperadamente) mudar as regras do jogo. Mudou sua política de licenciamento e tenta antecipar a venda de 'utility computing' (que, acho eu, só pega mesmo daqui uns 4 ou 5 anos). A Dell vai tentar vender televisores! A HP debate se separa ou não sua unidade de impressoras. A Oracle segue comprando e desmontando, colando e comprando.

E nós, pobres mortais de Pindorama? Como uma empresa tupiniquim, prestadora de serviços de TI, pode driblar o inevitável processo de comoditização?

É SEXta-feira. São quase 18hs... Semana que vem eu penso no assunto...

The market for big-ticket server software is going the way pork bellies and other commodities once did: Prices are going down.

The overall market for infrastructure software needed to run business applications grew in 2004 by nearly 6 percent compared with the previous year, to $6.7 billon, according to market research company Gartner, which released its results Tuesday.

Gartner analyst Joanne Correia forecast that the segment will continue to grow at a "slow but positive" pace--in the low single digits--for the coming years, as corporate customers invest in integrating their existing systems or building new applications.

But despite the uptick in spending, providers of infrastructure software are facing more price pressure in an already highly competitive market. The culprits are discounts on product bundles by larger vendors and the effect of open-source products.

"There's more activity, there are more projects going on, but the price somebody is paying for this, compared to three years ago, is 15, 20, 30 percent less," Correia said. "And the value of what's in an application server today versus 2000 is huge."

The Gartner study tallied new license sales of server software worldwide, including Web portals, application servers and integration software, but did not include corporate databases.

This back-end "middleware" is expected to be one of the most contentious battlegrounds in the coming years as corporate customers spend on upgrading their infrastructure to be more flexible and cost-effective.

Instead of offering individual components, such as application servers, software makers have assembled suites that include tools to tie together existing systems and serve up Web pages to end users. "This is the real battleground moving forward," Correia said.

...

Results from 2004 indicate that IBM and Microsoft both made middleware market share gains, according to Gartner.

Oracle also saw its market share grow, while BEA--once the market leader in application servers--saw its share slip for the second straight year.

In the category of application platform suites, IBM has the lead with 26.8 percent, up from 23.5 percent in 2003. The figures for all providers include sales on both mainframe servers as well as other operating systems.

BEA retains the second-place title in the segment with 12.4 percent, the same as 2003. BEA, which suffered declining license sales in 2004, along with the departure of some of its top technical executives, saw its new license revenue shrink 3 percent.

Oracle had 8.3 percent share, besting its 2003 showing of 7.3 percent.

Revenue for Microsoft's application platform suites--which represents sales of its SharePoint portal server and BizTalk integration product--more than doubled to $176 million, or 5 percent share.


Por Martin LaMonica, da ZDNet.

"The battle of competition is fought by the cheapening of commodities"
- Karl Marx (Fonte: O Capital, Parte II Cap. 10)

Primeiro foi o Google. Agora é a IBM que está correndo atrás de programadores que participaram do desenvolvimento das primeiras versões do Firefox.



Mas a intenção da Big Blue não é desenvolver um novo browser (como parece ser a do Google). A IBM quer que o filhote mais famoso do Mozilla seja mais "íntimo" de seus produtos de middleware, particularmente do Workplace. A extensibilidade oferecida pelo Firefox dá espaço para muita idéia legal.

A ZDNet publicou hoje uma entrevista com Philip Greenspun, professor do MIT e "serial entrepreneur". Ele tem alguns insights legais sobre negócios com Software Livre:

Greenspun: Customers don't want to be left as orphans. So, in other words, open source is great for unsolved problems that people don't understand very well. An open source word processor is not very interesting because the word processor was invented in the 60s by IBM and pretty much most people now agree on what a word processor should have. The newer the business problem, the more imperative it is that the solution be open-sourced so that the customer can tweak and extend that system. Open source is good for the customer when you have relatively novel or poorly solved problem.

At the same time, the customer will always have a few differences from your main source code and to the extent that those features aren't rolled back into the main release, they're always going to be orphans. They're always going to have this stuff on the side that they're going to have to own and maintain, which they really don't want to do. Their business isn't software development. They don't want to have ownership. They'd much rather pay you, the software developer of that code, to make the changes and put those features that are not core to their features into the main distribution of the software so that if they ever want to upgrade to a new version, they won't have to undertake the project of recustomizing that for their special needs. So, basically, if you are in control of a piece of software, you really have the ability to charge a lot more than an ordinary IT services business to make modifications. You have the power to roll that into the next release. So that's one thing that is good about open source.

The thing that's bad about open source is its very unforgiving if your costs and your time goes up. For example, in the early days of ArsDigita, we did a lot of things sort of MIT grad school style. We took fairly young people who wanted to build their careers and professional reputations and we'd have two of them to a project. So two programmers were totally responsible for the project and they met directly with the customer to find out what was needed. They wrote the specs. They wrote the docs. They wrote the code. They tested it with the customer. They made the enhancements as requested. They showed the profit when it was done.

One of the things that the venture capital folks did was they noticed, hey, this is very conventional. You don't want to have programmers selling a project, or doing project management or keeping a customer happy. So, they hired a sales person to do the selling, project managers to keep the schedule, client services people (but I never did figure out what they were supposed to do). Keep the customer happy. So you ended up with seven or eight people on a project where formerly you had two. That inevitably means that more things have to be written down.

That you need more meetings and things just go slower, the cost goes up of course. So, basically, in the closed source world, this may not be a problem. You can get your freshman microeconomics student to tell you "well, if your price goes up this much and your delivery time goes up this much, your demand goes down that much, here's where the market will clear." The problem with open source is that the only good customers are the Fortune 500 companies that all have an internal IT department. If you are a dollar cheaper and a day faster than their internal IT department of these various companies, you have a potential market in the billions of dollars. If your costs go up to the customer by $2 so that you're now a dollar more expensive and your delivery time goes up by two days so that you're now a day later than they can get it done internally, your potential market goes to zero. You go from potentially billions of dollars if they can save a little money and a little time -- there's a lot of big companies out there -- to a product that nobody wants.


Kaye: But that's true of whether it's open source or not.

Greenspun: No, because if it's closed source, they can't just download the TAR file and have their IT people make the needed changes. They have to go to you to make the customizations. So that's something that investors in an open source company have to be aware of -- that it's a more brittle business and inefficiencies that cascade and pile up on each other can devastate your business in a question of months. So, where I had been making a profit every month, the venture capitalists managed to go through nearly $50 million in cash in about a year before they flamed out. So, that's a word to the wise. If you're going to be an investor in one of these companies, really watch to make sure they don't put in any costly or slow management structures.


Lógico que não concordo que o mercado esteja restrito a lista Fortune 500. No meu ponto de vista as soluções de Software Livre fazem todo o sentido do mundo no mercado PME (Pequenas e Médias Empresas), como defendi no 1o Plano de Negócios que publiquei semana passada. Mas concordo que os 'Problemas Novos' sejam mais atrativos e viáveis. Agora, o que provoca mesmo no papo do cara é aquela história de 2 programadores lidando com TODAS as questões de um projeto. Dá frio na barriga... hehe

"If everything seems under control, you're not going fast enough."
- Mario Andretti

Profissões do Futuro

13 abril 2005

Há 20 anos escuto o mesmo papo: "informática é o futuro". Nunca duvidei, tanto que tô aqui e devo continuar. Perfis e responsabilidades mudaram bastante nas últimas 2 décadas, e continuarão mudando. O que me atrai (e segura) é justamente a "Instabilidade". Mas devemos saber antecipar alguns movimentos. (Estou trabalhando no tema e logo devo publicar algumas 'novas' idéias no Finito).

O Instituto do Trabalho dos EUA acabou de publicar um estudo sobre "carreiras mais promissoras" dos próximos 10 anos. Sete das 20 profissões listadas estão relacionadas com TI. Saca só o Top 8 (entre parênteses a Perspectiva de Crescimento):

.1o - Engenheiro Ambiental (54%)
.2o - Analista de Sistemas e Informações (42%)
.3o - Conselheiro de Finanças Pessoais (36%) !!
.4o - Administradores de Bancos de Dados (33%) ??
.5o - Engenheiro de Software (28%)
.6o - Engenheiro Biomédico (28%)
.7o - Relações Públicas (28%)
.8o - Administrador de Infossistema (26%) ?!?

Surrupiei da última Exame.

"The whole notion of a software license – and with it maintenance and service – will be under attack as soon as service-oriented architectures and composite applications start dominating the market. Say you’re a vendor that has just split CRM applications into dozens of individual Web services: What do you sell to the customer? One-off services? A collection of services tied to a unifying business process? Can you still sell a monolithic application called CRM? How do you charge? Is it a license, a subscription or a service? Do you price it by business process? Number of users? Business value? Can you charge maintenance on a service that isn’t necessarily running inside the customers’ firewall?"

Quanta "?", né? As perguntas são de Joshua Greenbaum, da Enterprise Applications Consulting. Mais "?s" na ZDNet.

... boa parte das inovações realmente relevantes para nossa área (TI) continuarão surgindo das pequenas ('Boas') empresas. A brincadeirinha com as 'Boas, Más e Feias' já tá meio desbotada. E as 'Más' seguem liderando o ranking de patentes registradas.

Mas eis que surge uma empresa relativamente pequenininha com um 'ovo de Bruneschelli*' daqueles: a Azul Systems lançará na próxima semana um NAP (Network Attached Processing) específico para aplicações J2EE (Java 2 Enterprise Edition). Ok, acho que a sigla NAP nem surgiu ainda. Artigo da JavaWorld evitou utilizá-la para apresentar o novo conceito.

Conceito que é semelhante ao do NAS (Network Attached Storage). Trata-se da 'virtualização' (no meu ponto de vista radical) da camada de aplicações. O uso de processadores 'especialistas' em Java promete ganhos de performance bastante representativos. Mas o grande apelo é o uso mais racional dos recursos de processamento.



A Azul deve entregar versões para IBM Websphere, Bea WebLogic e JBoss logo na primeira geração do produto. A IBM Global Services se apressou em fazer uma 'parceria estratégica' com os caras.

E a Sun, que é "dona" do Java, fabricante de chips e servidores e doida pra vender 'utility computing' não pensou nisso?


* Questão de Justiça: segundo Domenico de Masi, foi o arquiteto/engenheiro italiano Bruneschelli quem colocou o ovo em pé. Colombo surrupiou a idéia, não pagou direitos autorais e ainda levou toda a fama.

Procurando Emprego?

12 abril 2005

Segundo o Alê, o programador que divulgou o currículo assim conseguiu, em 2 semanas, 26 ofertas de emprego, 183 e-mails de fãs e 35 mil acessos à página (se isso é verdade ou não ...)

Tks Alejandro.

Acho que todo mundo já conhece a fábula do elefante e dos cegos. Aquela onde cada cego convidado a apalpar o elefante descreve um animal totalmente diferente. Lou Gestner assumiu o apelido para a IBM quando lançou o livro "Quem Disse que os Elefantes não Dançam?". Pois bem, na dança acelerada que a IBM anda promovendo por trás do rótulo "on demand" ela está reeditando a fábula: afinal, que bicho é esse? Qual é o negócio da IBM?



. O lançamento do 'Cell', a venda da divisão de PCs, as três mil e tantas patentes registradas em 2004 e a evolução dos chips 'Power' indicam que ela continua jogando pesado no campo "tecnológico"; mas...

. Ela aceita a 'comoditização' do mercado de TI. Tanto que está usando o mundo do Software Livre como ninguém. Usando e também retribuindo, diga-se de passagem; porém...

. A IBM segue investindo como ninguém na evolução de seu portfolio de software. Vide os últimos lançamentos das linhas Lotus (WorkPlace), DB2 e Websphere; no entanto...

. O perfil de profissional que a IBM mais contratou nos últimos 2 anos foi de "gente de negócio". Eram 3.500 em meados de 2002 e agora são mais de 50.000!


Excelente artigo da BusinessWeek, "Beyond Blue", elucida bem a real estratégia da IBM: "Instead of battling in cutthroat markets, he takes advantage of all the low-cost technology by packaging it, augmenting it with sophisticated hardware and software, and selling it to customers in a slew of what he calls business transformation services. That way IBM rides atop the commodity wave -- and avoids drowning in it."

Ou seja, "Over the past two years, Palmisano has built these concepts into a strategy that would be laughable -- if it weren't so serious. His goal is to free IBM from the confines of the $1.2 trillion computer industry, which is growing at just 6% a year."

"Market researcher IDC estimates that in IBM's target markets, nearly half a trillion dollars are already flowing to outsourcers in everything from HR to industrial design. It expects the field to grow by 8% to 11% per year. Merrill Lynch's Milunovich figures that this new business could heat up annual growth in IBM Global Services from less than 5% a year over the next few years to as much as 9%, excluding currency effects. Business services promise to pretty up profits, too. Analysts haven't made estimates yet, but IBM's senior vice-president for strategy, J. Bruce Harreld, says the company will be able to achieve 20% operating-profit margins -- double the margins in traditional tech services."


A estratégia (creditada ao Palmisano mas que na realidade é uma continuação do movimento proposto por Gestner) será bem sucedida? O tempo dirá. Só tenho uma certeza: gente grande como HP e Sun parece estar dançando o "Swing do Elefante" com dois pés esquerdos.

A MS deve anunciar amanhã, aqui no Brasil, o lançamento da versão 'Starter Edition' do Windows XP. O modelo deve ser o mesmíssimo já utilizado na Malásia, Tailândia e arredores. Ou seja:

.O XPé só será vendido em OEM (o alvo dos caras é o programa 'PC Conectado' do governo federal);

.o XPé só deixará que 3 aplicações sejam utilizadas simultaneamente (!).



Sei não, mas acho que o resultado será o mesmo que ela colheu no sudoeste asiático. Ou seja, pequenininho. Mais sobre o assunto no ZDNet.

A Business 2.0 publicou um artigo especial sobre a Apple, "What's Next for Apple". (Infelizmente o conteúdo é fechado, daí a ausência do link).

Mas... consegui pegar a parte mais legal do artigo. A revista contratou a empresa de design Pentagram para 'ilustrar' algumas idéias. Saca só:



O reloginho aí é um iPod(Watch) que oferece conexões wireless e o escambau. Jóia né? E na onda da "convergência" inteligente, um celular iPod ficaria assim:

"Se o conhecimento cria problemas, não será através da ignorância que iremos resolvê-los."
- Isaac Asimov

Sintomas e Sintomas

11 abril 2005

No último 31/mar publiquei no Finito algumas 'reclamações' (sintomas?) sobre a forma como montamos equipes de TI. 80% de nosso mercado "empregador" se baseia no modelo "Body(sweat)-shop". A CLT seria a grande culpada. Não creio. É o tipo de crime que ninguém comete sozinho. Mas não vou gastar o seu (e meu) tempo insistindo que em tal modelo todo mundo perde, principalmente o "empregador".



Estava fazendo uma breve pesquisa sobre salários e me deparei com outra bizarrice daquelas. Achei que era erro de digitação mas depois que vi outra ocorrência do erro na mesma página conclui que se trata de mais uma mágica que só nossa área consegue realizar. Saiu no caderno de 'Empregos' da Folha:

Analista Pleno: Menor Salário=2.575 / Maior Salário=6.194
Analista Sênior: Menor Salário=1.954 / Maior Salário=10.682

Discrepância semelhante acontece com "Operadores de Computador" também. Já tô ouvindo: "Nossa, que bobeira Paulo..." - "coisa miúda..."

Hã! A "demanda" por analistas de nível Sênior é muito maior que a demanda por "plenos". No mercado 'body-shop', é desavergonhadamente comum a venda de "gatos" (profissionais de nível júnior - o pseudônimo aqui é o mesmo utilizado no futebol, só que lá eles costumam "rejuvenescer" os caras) por "lebres" (sêniores). Taí a única mágica que faz com que um "alocador" de mão-de-obra aumente suas margens de lucro. Ou pior, que consiga praticar preços "abaixo da média de mercado"... hehe.

Nada de kung-fu nem acrobacias em florestas de bambu. O 1o ministro chinês disse, na Índia, que o lado 'software' desta (O Tigre - Índia) somado ao lado 'hardware' de seu país (O Dragão - China) fará deles a maior potência de TI do mundo. Seria o nascimento do "Século da Ásia".



Sei não, mas acho que já começou tem um tempinho. No post anterior chamo a atenção para o fato de metade da lista dos 10 maiores 'registradores de patentes' em solo estadunidense ter o 'olhinho puxado'.

Ou seja: não estamos falando só de caixinhas ("xing-ling" pode deixar de ser um termo pejorativo) e programadores baratos. Como seria legal ver um papagaio pegando carona com seus co-irmãos mais truculentos, né?

Mais sobre a 'joint-venture' na Wired.

ATUALIZAÇÃO (em 12/abr): A McKinsey também publicou artigo especial sobre a parceria estratégia entre Índia e China.

Da Info OnLine:

Todas as dez empresas que mais registraram patentes dos Estados Unidos no ano passado atuam na área de TI, segundo uma lista do governo americano. A empresa com maior número de registros foi a IBM, com 3.248 patentes.

Na seqüência, vêm Matsushita (1.934), Canon (1.805), HP (1.775), Micron (1.760), Samsung (1.604), Intel (1.601), Hitachi (1.514), Toshiba (1.310) e Sony (1.305).



Enquanto isso, em Pindorama, esperamos que o BNDES banque todos os nossos investimentos em P&D. Ele já banca até fusão, não é mesmo? Ou então que a gente possa, no mínimo, abater no IR toda a grana "desperdiçada" em pesquisas. Salvo engano, registramos umas 300 patentes em 2004. Aposto que nem 10% delas teve origem no "avançadíssimo" mercado tupiniquim de TI.

Detalhe interessante: repare que metade da lista acima tem olhinho puxado. Que modelo nós copiamos mesmo?

Outro detalhe interessante: onde estão MS e Oracle? Gastando muito com advogado e pouco em P&D? Logo elas que baseiam seus modelos em "patentes"? Ah, é fácil: basta comprar quem inventa.

"Everyone has talent. What is rare is the courage to follow that talent to dark place where it leads."
- Erica Jong

"I am a puny, independent law professor. If you are depending on me [to fight the war] you are hopeless and lost".

"Microsoft believes a form of property [patents] to be their saving grace. There is a huge sucking sound as Microsoft fills its arsenal with lawyers."




O OSBC (Open Source Business Conference) não podia acontecer sem particição de Lawrence Lessig, criador do 'Creative Commons' e defensor do mundo do Software Livre. Surrupiei apenas 3 trechos de sua apresentação. A ZDNet tem artigo completo sobre.

"Believe nothing, no matter where you read it, or who said it, no matter if I have said it, unless it agrees with your own reason and your own common sense."
- Gautama Buddha

Biz Plan I :: LAURÉ

07 abril 2005

Apresento aqui o primeiro 'Biz Plan' de um total de 5 ou 6 que serão publicados quinzenalmente neste (pouco) nobre espaço, conforme prometido.

Codinome: LAURÉ - tupi (pauetê-nanbiquara): arara vermelha


Sumário Executivo

A presença de Software Livre nas empresas nacionais ainda é inversamente proporcional ao espaço que tal revolução tem recebido na mídia. Se olharmos especificamente para o mercado de Pequenas e Médias Empresas (PME) perceberemos uma oportunidade ainda maior. Muitos dos que se dizem adeptos, quando muito, utilizam uma combinação GNU/Linux e Apache em servidores Web. Mas é fato que o mundo do Software Livre é hoje muito mais que um sistema operacional. Existem hoje mais de 70 mil projetos de Software Livre em desenvolvimento no mundo todo. Uma empresa especializada na COMBINAÇÃO, DESENVOLVIMENTO e SUPORTE deste tipo de software, voltada para o mercado PME, tem enormes chances de sucesso.

Produtos

É tarefa humanamente impossível a especialização em uma centena de sistemas. A LAURÉ deve buscar a COMBINAÇÃO de alguns poucos produtos, se quiser ser realmente percebida como especialista. Chamamos tais combinações de STACKS (pilhas, no português). Três ou quatro Combinações (combos) podem formar um excelente portfólio (ou carteira de produtos, como queira). Abaixo são apresentados alguns exemplos de 'combos':

Combo 1: Servidor Web + Portal Corporativo
GNU/Linux (qq distribuição, como a Mandriva)
Apache (servidor Web)
Tomcat (container para execução de Servlets Java)
JBoss (servidor de aplicações J2EE)
OpenCMS (gerenciador de conteúdo - em português).
MySQL (gerenciador de bancos de dados)
OpenLDAP (serviço de diretório - autenticação)
Liferay (servidor do portal, tipo MyYahoo!)
Este combo tem um total de 8 elementos. Sub-conjuntos podem ser gerados, inclusive em versões que permitam a convivência com produtos comerciais, como Windows, Oracle, Websphere e afins.

Combo 2: PBX + Skipe + IM + e-Mail ...
Asterisk (Linux PBX c/ VoIP e mais...)
eGroupWare (Serviços integrados de e-mail, calendário, contatos, ...)
Skipe (Software + Serviço de telefonia via Web)
Kopete (ou outro software livre p/ troca de mensagens instantâneas (IM))
Leucotron (Empresa mineira (uai - de Sta Rita do Sapucaí!) que desenvolveu o 1o PBX da América Latina com suporte nativo ao Skipe)
A palavra-chave aqui é CONVERGÊNCIA. O combo aí oferece para uma corporação integração total dos meios de comunicação. Se inserirmos Wi-Fi, SMS e afins teremos um combo 'estado da arte' em termos de comunicação. Uma parceria com a Leucotron (citada acima, mas que não é um software no combo) tornaria a oferta ainda mais completa e irresistível.

Serviços

As receitas da LAURÉ serão geradas exclusivamente através da prestação de serviços. Os produtos (combos) são abertos e gratuitos e assim devem permanecer, mesmo que o serviço de COMBINAÇÃO seja de domínio 'teoricamente' exclusivo da empresa. A LAURÉ deve oferecer dois tipos distintos de serviços:

a) Suporte: que pode ser comercializado na forma de pacotes (com volume de horas de atendimento por mês - telefônico, virtual e 'in loco'; assinatura de 'canais' de um repositório de soluções acessado via internet; serviços de start-up nas fases iniciais do contrato; etc) ou em chamados avulsos. Os pacotes devem ser vistos como a fonte de receitas fixas da empresa, sua "vaca leiteira".

b) Desenvolvimento: os combos de Software Livre, como aquele do exemplo apresentado acima, quase sempre formarão apenas uma infraestrutura tecnológica para a solução de determinado problema de negócio. Ou seja, cada cliente de um combo é potencial comprador de serviços de desenvolvimento. O mercado PME nunca mereceu muita atenção dos vendedores de 'portais corporativos', por exemplo. O desenvolvimento de um 'portal' requer muito esforço de desenvolvimento, particularmente de pontes de integração com sistemas de gestão. A demanda por projetos de desenvolvimento é bastante irregular. No entanto, as margens de lucro são muito maiores do que aquelas obtidas na prestação de serviços de suporte.

Mercado

Grandes 'jogadores' mundiais do mercado de tecnologia da informação estão abrançando de forma definitiva o mundo do Software Livre. IBM, HP, Novell e Sun são alguns dos exemplos mais visíveis. Porém o alvo principal de tais empresas ainda é a grande corporação. Nenhuma delas possui estrutura suficiente para atender o imenso mercado PME, ainda mais aqui no Brasil. No interior, principalmente nas médias cidades do estado de São Paulo, já começaram a aparecer empresas com perfil semelhante ao sugerido aqui. Só que a grande maioria é especializada em Linux. Ou seja, ainda desconsidera todas as camadas que aproximaram, definitivamente, o Software Livre do mundo dos negócios.

Se uma PME optar por pacotes comerciais para montar um portal corporativo ela gastará, no mínimo, cerca de R$40 mil apenas em licenças de software. Considerando o 'mito' de R$ 2 gastos em serviços (por baixo) para cada R$ 1 pago em licenças, temos um investimento total de R$ 120 mil. O apelo da economia proporcionada pela utilização de software livre é inquestionável.

A relativa complexidade técnica dos combos é hoje o maior risco deste modelo de negócios. O principal requisito para ser reconhecido como um bom prestador de serviços é CONFIANÇA. Falhas nas montagens dos combos (que não são simples) ou no atendimento aos clientes podem comprometer de maneira letal o empreendimento. Extenso planejamento e exaustivas baterias de testes devem garantir qualidade dos combos. Treinamento e políticas honestas de RH garantirão técnicos capacitados a prestar o atendimento esperado pela exigente clientela.

Marketing & Vendas


O maior vendedor da LAURÉ será seu site, que deve oferecer todos os combos para download gratuito. A apelo do combo é a relativa dificuldade que existe para se "colar" e fazer funcionar determinada quantidade de sistemas livres (que são desenvolvidos como projetos isolados). A contra-partida ao download gratuito deve ser apenas o preenchimento de uma pequena ficha com dados básicos do possível cliente. O site deve ser enriquecido com FAQs, artigos técnicos, casos de sucesso (mundiais), calendário de eventos e atendimento em tempo real (via chat). O site deve ser construído utilizando-se a mesma infraestrutura descrita no exemplo acima, obviamente.

Valores de contratos, hora técnica e projetos (que deveriam ser comercializados utilizando-se a modalidade de 'aquisição progressiva'*) podem ser fixados em até 25% acima da média do mercado em questão.

Organização


A LAURÉ exige a formação de duas equipes técnicas bastante distintas:

a) Suporte: profissionais de 'help-desk' para atendimento remoto ou 'in loco'. Os líderes desta equipe serão os responsáveis pelas COMBINAÇÕES e respectivas atualizações;

b) Desenvolvimento: equipe de coordenadores de projetos, analistas, arquitetos e desenvolvedores Java que serão alocadas por projeto. Os líderes devem conseguir mobilidade suficiente para apoiar todos os projetos em execução.

Um item importantíssimo na estrutura da LAURÉ é o "Repositório" citado anteriormente. Trata-se de um ou mais servidores que hospedam todas as versões dos combos, add-ons, documentação técnica e todos os serviços que podem ser utilizados por clientes. Além do Repositório (que é acessado via internet) a LAURÉ deve dispor de ambientes de "Desenvolvimento" e de "Testes e Homologação".

Investimentos

Quer gastar quanto? Os planos de negócios aqui publicados tentarão ser coerentes com nossa realidade terceiro-mundista. Não vivem elogiando nosso 'jeitinho'? Bom, acredito que a LAURÉ possa ter início com um homem só, com duas máquinas apenas. O porte ideal deve ser exatamente o tamanho de sua capacidade de investimento. 'Sonhador' demais? Coerente com o que você acaba de ler. Boa sorte!


Versão para Download e impressão (DOC).



CC Developing Nations

Trabalho liberado sob licença Creative Commons para Nações em Desenvolvimento.



Iniciarei hoje uma nova série no Graffiti, a "Biz Plan". Quinzenalmente publicarei uma versão resumida de um Plano de Negócios, com idéias (sérias) para quem quiser abrir um novo negócio ou dar uma sacudida no atual. Todos os modelos apresentados estarão relacionados, obviamente, com o mercado TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações). Os modelos devem seguir as seguintes regrinhas básicas:

. Incentivar INOVAÇÃO;
. Explorar MERCADOS NOVOS;
. Exigir BAIXOS INVESTIMENTOS;
. Utilizar SOFTWARE LIVRE; e
. Promover COLABORAÇÃO.


Espero publicar um total de 5 ou 6 idéias que desenvolvi (e/ou surrupiei / remixei / adaptei) nos últimos 5 anos. Por uma série de motivos elas não viraram um NEGÓCIO. Não é por isso que precisam ficar mofando em blocos de rascunho. Porisso utilizarei o Graffiti para divulgá-las. Quem sabe alguma vinga, não é mesmo?

Obs Importante: não estou procurando investidores, angels, sócios ou algo do tipo. É muito pouco provável que eu consiga participar diretamente de qq iniciativa gerada por tais idéias. Trata-se apenas da publicação de alguns modelos de negócios, assim como a INFO fez na edição deste mês (abril). Ou seja, não espero nenhum tipo de remuneração, compensação, crédito por direito autoral ou algo do tipo.

Para evitar qq tipo de problema legal, os Planos de Negócios publicados aqui terão uma licença diferente daquela que utilizo como padrão do Graffiti .

Utilizarei uma licença CC (CreativeCommons) desenvolvida especificamente para nações em desenvolvimento.

Se eu puder ajudar de alguma forma, tirando dúvidas por exemplo, me avise.

AKA "Bad Blood"



Excelente post do David Berlind (ZDNet), comentando a união de IBM, Nokia, Oracle, Real Networks e Red Hat contra a MS. Particularmente o duelo IBM (Clint Eastwood) X MS (Lee Van Cleef). Saca só:


Both InfoWorld and eWeek are reporting on how five companies are backing the European Union's crackdown on Microsoft. It's not surprising to see Microsoft arch enemies such as Nokia, Oracle, Real Networks and Red Hat publicly coming out against the Redmond, WA-based company. But to see ex-bedfellow IBM as one of the supporters is a pretty good sign that whatever cooperative spirit once existed between the two companies during the birth of Web services (the infamous alliance scared the daylights out of plenty of vendors) is now officially converted into bad blood. Something apparently got underneath IBM's skin. Could it be last year's watershed kiss-and-makeup deal between Microsoft and Sun? Dating back to the days when Microsoft and IBM were so strongly allied, I repeatedly contended that the two companies' we're after the same thing: to interoperate with each other and then steal each others customers. In a story that's now a little more than two years old, I likened the soap opera to a Clint Eastwood spaghetti Western:

"Picture Clint Eastwood (IBM) and Lee Van Cleef (Microsoft) in one of those spaghetti westerns where each sees an opportunity to hit pay dirt, but they have to work together if either is going to have a chance at the booty....Not only that, they'll have to trick the rest of the West's most notorious gunslingers (BEA, Oracle, Sun, etc.) into helping them. Ultimately, though, Eastwood and Van Cleef have no intention of splitting the loot--not with the other bad guys and certainly not with each other. Both know that they'll have to kill the bandeleros once they've served their purpose (industry-wide support for XML, SOAP, WSDL, UDDI and other Web services specifications). Then they'll have a death match of their own."

Businesses that fail to adapt to open source innovation won't be around five years from now, warns Irving Wladawsky-Berger. Speaking at the Open Source Business Conference yesterday, IBM's vice president of technology and strategy for servers said, "The problems facing us are far bigger than any one company. One of the most interesting revolutions in businesses is how to bring together the best and brightest to collaborate." That collaboration means working with the open source community and finding a balance between proprietary and open source software. IBM has been the most aggressive of the big companies turning open source development into an asset--and a competitive weapon against Microsoft and Sun.



Surrupiado da ZDNet.

"O difícil não é fácil."

"Quem está na chuva é para se queimar."

"De gole em gole, a galinha enche o papo."

- Vicente Matheus




ps: graffiare speciale para comemorar o melhor jogo do Timão nos últimos anos.

VB EOLed

06 abril 2005

Microsoft looks to quell VB uprising while Real Software and Sun try to woo it by ZDNet's David Berlind -- According to a report by Mary Jo Foley at Microsoft Watch, Microsoft has launched its VBRun Web site in hopes of that it can calm down outraged "VB Classic" users by helping them to transition to VB.NET. On the site's front door is a message from Microsoft's Visual Basic Product Manager Jay Roxe that, amongst other things, says (in the spirit of migration) "VB Fusion provides some specific examples of using VB 6 and VB .NET together. Stay the Path provides information and free training for VB 6 developers who are looking to explore Visual Basic .NET." Microsoft "EOLed" (end-of-lifed) free support for older versions of Visual Basic. The move sparked a petition by ...

A Dice publicou em fevereiro uma pesquisa salarial realizada nos EUA. Chororô total: o salário médio (em TI) deles caiu de US$ 69,600 em 2003 para míseros US$ 67,800 em 2004, algo em torno de R$ 176.280,00 por ano (dólar=R$2,60)! Ou R$ 14.690,00 por mês!! R$ 91,81 por hora!!! Salário médio!!!!

Não precisa me informar dos 'ses' e 'poréns'. Conheço-os. Mesmo assim, com todos na balança, ainda acho um disparate. Um colega meu, um dos mais feras que conheço, conseguiu se colocar em um projeto por R$ 42/hora! Como pessoa jurírica!! Com benefícios que mal totalizam R$400/mês!!!

E nem assim nossos geniosos e geniais empresários conseguem vender 'outsourcing offshore'. Pq será, hem?

Achou o nome do evento meio contraditório? Por mais que muitos ainda não acreditem, o mundo do Software Livre está cada vez mais ligado ao mundo dos Negócios. E vice-versa. E o OSBC, que começou ontem em San Francisco, é só mais um precioso sinal.

Mereceu certo destaque o 'keynote speak' do Schwartz (Sun): "somos 'muy amigos" do mundo do Software Livre"; "vamos ajudar as nações em desenvolvimento"; "GPL e a licença Mozilla são enganosas"; etc etc. Dan Farber, da ZDNet, manda bem: afinal, como flutuará a balsa da Sun?

Mais legal, objetiva e provocadora foi a apresentação de Larry Augustin, CEO da Medsphere (quem?). Ele disse, em outras palavras, que chegou a hora do mundo do Software Livre subir um degrau: elementos de infra-estrutura já estão, de certa forma, consolidados; inicia-se então a era das Aplicações Comerciais. Além do OpenVista, produto da Medsphere para a área médica, Larry citou como exemplos o Compiere (ERP+CRM que já está recebendo esforços de tropicalização); SugarCRM; e o Asterisk (sistema de controle de PBX moderninho que já sabe lidar com VoIP e afins).

Larry reconhece que são os primeiros passos de uma longa jornada. Mas, didático, ensina 6 regrinhas que devem facilitar a identificação de oportunidades no mundo do Software Livre:

(1) Look at heavy applications that are traditionally a big expense and take years to implement. These include, CRM, ERP, PBX, and EHR (electronic health records);
(2) The presence of big proprietary traditional competitors with big upfront software licensing fees that make it hard to get started;
(3) A large, enthusiastic free user base so you don't have to spend a lot of time educating them and the market about what you are doing, giving you sales leverage;
(4) An enthusiastic developer ecosystem--you have a community of people that participate in some way;
(5) There is a big enterprise market opportunity: for healthcare, the market is to grow to $25B IT market by 2007;
(6) You have a big under-penetrated SMB market opportunity.


Mais um trecho, surrupiado da ZDNet:

Augustin then gave two drivers for the next wave of open source. The first is developer interest. He said that applications give fodder for the next generation of developers looking for a new challenge. "They're not going to build Linux again," he said. The second reason is that the traditional enterprise software model is broken (long sales cycles, expensive, inaccessible to SMBs, etc.). He said that 76% of new license revenue today goes to sales marketing, pointing out the irony that vendors are charging customers to convince them to buy their software.

O graffiare de hoje tem a ver com o grande tema do dia: Mentiras. Eu sei, já é dia 06/abr. Post tardio. Mas, espero, não falho.

Ainda hoje, no quadro 'Comunidade' da CBN, o Gilberto Dimenstein batia um pouco nos BANCOS, mas qualificava-os como "setor mais sofisticado de nossa economia". A 'aura' de modernidade impregna todos eles, do pequenininho falido ao grandão que adora posar de 'socialmente responsável'. A 'aura' foi construída em cima de dois pilares apenas:

1. Marketing e publicidade (agressivos, demagogos (de vez em quando) e bonitinhos (sempre));

2. Investimentos em TI (muitas vezes estúpidos, mas 'volumosos' o suficiente para alçar nossos BANCOS ao mentiroso patamar 'world class').


Queria ver aquele CIO que adora aparecer na Info Corporate para mostrar como é grandão seu orçamento enfrentar algumas tardes apenas em uma de suas agências. Como correntista. Passando por uma situação mais ou menos assim:

Seg, 28/mar: Desloca-se até a agência para atualizar seu endereço. Você pode transferir milhares de reais via internet, mas não pode mudar seu endereço. "Normas" de segurança "normalmente" desenvolvidas por "gênios". Aguarda uns 40 minutos numa fila que tem de tudo, menos cliente satisfeito. Trata-se da fila para um balcão de 'serviços gerais' que se propõe a fazer tudo que as maquininhas (world class) não fazem. Tem 3 estagiários com cara de assustados do outro lado do balcão.
Você também vai solicitar um novo cartão, já que o seu está apresentando erro de leitura. É informado pela atenciosa e assustada estagiária que só poderá solicitar o cartão no dia seguinte, para que ele seja entregue no endereço correto (que acabou de ser alterado: "É que o sistema só atualiza no dia seguinte"). Você opta em manter a senha atual para evitar um novo deslocamento para a agência. A atenciosa funcionária anota um número de telefone e pede que você ligue no dia seguinte, para lembrá-la de solicitar o cartão.

Ter, 29/Mar: Você liga para a funcionária que, atenciosamente, diz já ter solicitado a nova via de seu cartão. Você deve aguardar algo entre 5 e 10 dias úteis (!) para receber o novo cartão. Você não está em Quixeramobim-CE.

Seg, 04/Abr: O cartão ainda não chegou. Tudo bem, você pode usar a internet. Se registra e inicia uma operação de transferência. Na última tela recebe uma informação muito esclarecedora: "Cartão Cancelado". Você não pode usar a internet para nenhuma movimentação. É tarde e você resolve deixar o problema para o dia seguinte, quando estiver mais calmo.

Ter, 05/Abr: Você liga para a versão telefônica do banco e recebe a mesmíssima informação da versão internet: "Cartão Cancelado". Com algum esforço o atendente lhe informa o telefone da agência ("é o último que eu tenho, não sei se já foi alterado") e explica que apenas lá você conseguiria maiores informações.
Você liga e fala com aquela atenciosa estagiária que diz não conseguir explicar o que está ocorrendo. É transferido para o atencioso gerente que também não sabe dizer o que está ocorrendo: "Mas seu cartão só foi solicitado ontem! E o senhor deve vir até a agência digitar a nova senha".
O interesse parece ser só seu. Você se desloca uns 10km para chegar até a agência (lotadíssima). O gerente está em horário de almoço (são 15h30). Outra atenciosa gerente o atende. Lógico, você precisa contar a historinha toda de novo. Ela não sabe dizer o que aconteceu. Ela acessa o sistema (aliás, a tela texto fica moderníssima nos monitores tela plana) e "PROVA": "mas seu cartão está ATIVO, foi solicitado ONTEM e será entregue, pelo CORREIO em 5 dias úteis, mais ou menos".
Então você entra numa fila com umas 70 pessoas mais ou menos (são 6 caixas trabalhando). Aproveita que já está ali mesmo, que já perdeu parte da tarde, para pagar algumas continhas. Sem cartão e sem internet, é a alternativa que lhe resta.
Uma hora depois (com apenas 3 caixas trabalhando - são 17h30) você se prepara para sair e observa que aquele primeiro gerente já voltou do almoço. "Quem sabe ele possa me explicar o que ocorreu. E, principalmente, o que vai acontecer".
Finalmente, algumas revelações: "A estagiária se esqueceu de solicitar seu cartão". "É uma situação complicada". "Vamos solicitar um novo cartão amanhã?".
Você não entende. Ele tenta explicar: "É que estamos absorvendo novas agências e o SISTEMA anda meio confuso. Pode ser que o senhor não consiga ativar seu novo cartão que será entregue em sua residência entre 5 e 10 dias úteis...".

Desnecessário dizer que a novela aí ainda vai demorar um cadinho para terminar.

Mas tudo que eu queria ver, realmente, era o CIO do orçamento de "bilhões" passando por tal situação. Onde ele coloca tanta grana, hem? "Integração", "on-line", "gestão de mudanças", "segurança", "cliente em primeiro lugar"... quanta mentira!!
E a coisa fica mais vergonhosa ainda quando você vê o tamanho dos lucros dos caras.

Nossos BANCOS são, em sua grande maioria, "3rd World Class". Daí o temor de uma concorrência de verdade. Não há mídia e jabá nesse mundo que sustente essa 'aura' mentirosa por muito tempo. Aliás, já tá durando tempo demais! (culpa da mídia, dos jabás, e de nossa "mansidão bovina" (tks Clovis Rossi)).