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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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O processo de 'comoditização' de TI é o tema de hoje. Daí o graffiare com uma quase-pré-histórica frase de Karl Marx. Daí o surrupio quase integral de um artigo de ontem da ZDNet.



O epitáfio de Nick Carr (IT Doesn't Matter) foi aceito e assimilado. Mal assimilado, na minha opinião. Do ponto de vista de usuários de TI, a tese do Carr é tão bobinha quanto a decisão daquele cara que um dia quis fechar o departamento de patentes dos EUA com a justificativa de que "não havia mais nada a ser inventado". A hiper-competição é uma realidade. TI, RP, P&D, RH e diversas outras áreas PODEM ser estratégicas. PODEM ser fatores de diferenciação. Depende só da capacidade de seus usuários. De sua capacidade de INOVAÇÃO. E do desejo da organização, obviamente.

Mas os fornecedores de tecnologia e os prestadores de serviços de TI devem aceitar que algo entre 80% e 100% de sua carteira de produtos e serviços virou 'pó', digo 'grão', digo commodity. O retrato do mercado de 'middleware' apresentado no artigo que citei acima é só um exemplo. Os fornecedores estão colando 'caixinhas' no intuito de agregar valor. Em vão. Para o comprador e para o usuário final, qual a diferença entre uma suite Websphere Portal Server e o Sharepoint Portal Server da MS? O comprador se perceberá na mesma situação daquela dona de casa que pára na frente de uma gôndola de supermercado e tenta decidir entre o arroz A, B ou C. Taí. Só um(a) especialista pode destacar algumas diferenças. Mas, em 90% dos casos, o preço (mais baixo) falará mais alto. Por isso as 'ofertas' do universo do Software Livre fazem tanto barulho nos últimos tempos. Não são poucos os que caem no apelo de sua (falsa) 'gratuidade', como se esta fosse sua grande vantagem.

[Break: A presença de 'produtos' Open Source em determinado mercado não pode ser utilizada para rotular este como 'comoditizado'. Como mostrei ontem, alguns 'advogados' do mundo do Software Livre defendem sua utilização em projetos INOVADORES. Eu concordo com eles.]

Voltando ao ponto: fornecedores de tecnologia e provedores de serviços de TI "DEVEM" aceitar a 'comoditização' de seu portfólio, como escrevi ali em cima? Só os conformistas. A IBM sabe, não é de hoje, que grande parte de sua carteira de produtos e serviços é 'normal', 'carne de vaca'. Por isso tá jogando pesado em outra seara, em serviços de "negócios", que até outro dia era mercado cativo de E&Y, PwC, Accenture, Delloite e co-irmãs menos conhecidas. A MS traçou caminho muito semelhante, há uns 5 anos, quando lançou a Avanade (em sociedade com a Andersen) e tentou reforçar seu braço de serviços, a MCS.

Enquanto isso a Sun tenta (desesperadamente) mudar as regras do jogo. Mudou sua política de licenciamento e tenta antecipar a venda de 'utility computing' (que, acho eu, só pega mesmo daqui uns 4 ou 5 anos). A Dell vai tentar vender televisores! A HP debate se separa ou não sua unidade de impressoras. A Oracle segue comprando e desmontando, colando e comprando.

E nós, pobres mortais de Pindorama? Como uma empresa tupiniquim, prestadora de serviços de TI, pode driblar o inevitável processo de comoditização?

É SEXta-feira. São quase 18hs... Semana que vem eu penso no assunto...

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