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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Não há nada como a perspectiva histórica, já dizia o Braga. Escrevi a parte I desta 'série', há uma semana, numa tacada só. Hoje, relendo aquele imenso post, confesso que fiquei um tanto perdido. Até o título perdeu um pouco do sentido. Afinal, eu só queria dar uns palpites sobre como e onde pode nascer um 'Google Tupiniquim'. Mas ando obcecado pelo tema 'exportação de software'. Joguei tudo na mesma cumbuca e acabei caindo na arapuca do exagero. Há muito a ser escrito sobre o(s) tema(s). Tentarei hoje (e, de novo, numa tacada só) encerrar a parte 'coletiva' do problema. Para depois, na 3a e última parte, falar especificamente de estruturas e processos que favorecem a Inovação e a Criatividade.




Encerrei a primeira parte dizendo que "precisamos renovar urgentemente nosso portfólio de soluções. E, para tanto, não basta apenas descobrir/inventar um 'Google tupiniquim'. Precisamos de mais, muito mais. Mas como empresas e entidades autônomas e separadas (física e virtualmente) podem construir uma 'identidade'? Compartilhando alguns princípios e objetivos. Em um cenário ideal, compartilham também alguns recursos e esforços."

Oras, nossos SOFTEX e BRASSCOM não existem exatamente para isso? De certa forma, sim. Mas parece que a carroça tá lá na frente enquanto os bois, com sua incurável mansidão, pastam aqui atrás. Nem vou falar dos sacanas vínculos empregatícios, da falta de representatividade da classe e do sofrível nível da maior parte de nossas instituições de ensino. Vamos fazer de conta, como querem alguns colegas, que é uma questão de tempo para um tal 'mercado' sanar nossas estúpidas mazelas. Mas, mesmo tirando isso tudo, a carroça segue lá na frente. E querendo acelerar. Como já dizia o poeta, para baixo (e com subsídios), todo santo ajuda. Mas e quando chegar o próximo morro? O que será da carroça?


Identidade - O Boi da Cara Preta

Podemos resumir nossos esforços nos últimos 10 anos em 3 frases (fases):

  • Vamos VENDER
  • Vamos nos QUALIFICAR
  • Vamos VENDER
A frase do meio só pintou na história pq é uma exigência do mercado global de serviços. Assim, com mais de uma década de atraso, a sigla CMM aportou em Pindorama. Acabei de recuperar um artigo que publiquei na DevMag de fev/99, falando sobre o tema: "A indústria de hardware não teve muita chance quando soou o gongo do fim da reserva de mercado. Sua co-irmã na área de sistemas tem alguns rounds a mais, desde que comece a brigar. E não vamos confundir briga com blefe". De certa forma nós começamos a brigar. Incentivados (empurrados) pela Índia e pelo medo de ter o mesmo fim das Prológicas, Digiredes e Unitrons da vida.

De resto, "vender" e "vender". Vender o quê?

Quando olhamos especificamente para a área de serviços nos deparamos com algumas verdades irrefutáveis (numa comparação com Índia, China e outros felinos asiáticos):

  1. Perdemos na capacidade de escala;
  2. Perdemos no preço;
  3. Perdemos no 'domínio' da língua;
  4. Perdemos na qualidade dos profissionais.
Como só vale a pena atacar ativamente o 4º item da lista, concluímos que teremos que nos contentar com a carne de pescoço, orelhas e pés. Como somos craques em feijoadas, não há de ser assim tão ruim. Para não parecer tão ruim basta parar de colocar umas metas pra lá de ridículas que tudo bem. Aos teimosos: esqueçam 'call-centers' e afins. Se querem insistir, que tal uma olhadela nas demandas de BPO dos bancos e seguradoras transnacionais? Talvez ali sobre alguma peça de picanha, um filezinho.

Mas eu quero mesmo é falar de PRODUTOS!

A turma já deve tá meio cansada de ver urnas e nossa maravilhosa tecnologia bancária. Falamos de exportação de software e vivemos querendo empurrar uns 'ferros' no pacote. Deriva daquele mind-set dos pioneiros nos anos 80: "compra o micro e leva um maravilhoso sisteminha de contabilidade inteiramente grátis!". Céus...

As urnas são um ovo de Colombo. Só. Quem conhece minimamente o interior de nossos bancos, aquela salada de aplicações mal integradas, sabe que não tem muita coisa ali que mereça posição de destaque numa vitrine. Outro poeta: "mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira".

Se a gente tivesse a humildade de aceitar que nosso portfólio de produtos é muito fraquinho já seria um grande passo. A última coisa de que precisamos é daquele tanto de 'galvão bueno' da nossa 'imprensa especializada' que vive vendo beleza, empreendorismo e avanços onde eles não existem. Acho que acabei de ser meio injusto com o Galvão.




Break: Céus.. é impossível ser construtivo qdo bate um espírito de Mainardi, digo, de porco. Ops.. acabei de cometer uma injustiça com os suínos.

Melhor parar por aqui. Quem sabe semana que vem pinta inspiração pra falar do boi da cara preta. Sem cometer mais injustiças.




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