Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Na próxima segunda, 1º de maio - dia do Trabalho, completo exatamente 20 anos de vida profissional. Eu sei, era feriado, mas eu estava na sede da velha Mecatec (revendedora Olivetti) em Varginha ajudando meu velho a fechar a contabilidade de uma empresa. Joãozinho, ex-Unitron e recém chegado em Vga pra montar a unidade 'Informática' da Mecatec, me convidou para trabalhar com ele. Estágio! Eu mal havia começado o curso de Técnico em Processamento de Dados. E topei na hora, por um salário mínimo por mês.

Estudando, trabalhando e virando dublê de DJ nos finais de semana, mal via o tempo passar. Meu primeiro 'projetão' foi um sistema de contabilidade, que desenvolvi a quatro mãos com o Anderson 'Testa' Pontes em 87. Aposta legal: 30 dias pra entregar o sistema ou nada de grana. Muito boa para a época: 20 salários mínimos. Eu tinha então 1 ano de vida profissional. E o projeto, desenvolvido em dBase II numa máquina Sisco com SO CP/M (8 bits), foi um sucesso.

O tipo de sucesso que pode ser muito danoso para um moleque de 17 anos. Dali caí no primeiro 'empregão': programador júnior na CBC Indústrias Pesadas, uma subsidiária da Mitsubishi. Em Vga e cheia de japas. Tive que aprender como representar um sistema inteiro em apenas uma página A3. Mergulhei na disciplina 'banco de dados' e me apaixonei pelo finado ZIM. Era um fã incondicional de Chris Gane, particularmente do livro "Desenvolvimento Rápido de Sistemas". Outro sucesso mal interpretado que me tornou, aos 18 anos, um moleque-empresário. Abri minha primeira empresa e os primeiros contratos foram com a própria CBC e o Moinho Sul Mineiro. Primeiros e últimos. O 'empresário-sócio-capitalista' tinha pressa.

Idas e vindas, outra empresa falida. O número de fracassos já ultrapassava o número de sucessos. Era hora de estacionar. Mergulhar num projeto realmente grande. Quando meus colegas de trampo e estudos migraram para Sampa, Rio e BH eu fui pra Mutuca. Elói Mendes, 15km de Vga. 15k habitantes. Um sonho. E um sonho de projeto. Fiquei lá por três anos fazendo de tudo. Modelando, programando, testando, instalando redes e negociando com fornecedores. Meus gerentes de então, Gabriel Meirelles e Oscar Porto, especializadíssimos em LEITE, me ensinaram mais que muitos especialistas em TI e projetos. A Cooperativa Regional do Sul de Minas tinha o primeiro PowerPC instalado de Minas. Um dos 5 primeiros do Brasil. Os outros estavam na Petrobras. Legado em COBOL, sistema novo em ZIM. URV's, Plano Real e uma empresa que tinha, além da captação e distribuição de leite, postos de gasolina, supermercados e revendas de produtos agropecuários. Desnecessário dizer que é o projeto do qual mais me orgulho, até hoje.

Pouco depois fiz, quase brincando e apoiado por um cara que hoje é piloto da TAM(!), o grande Ricardinho Pereira, um projeto para a Livraria do Estudante. Tá no ar até hoje. E foi meu último trabalho de programação. Em VB4+Access!!! Nussa...

Mas o mundo não pára. Manutenção e operação não são comigo. E a vida me empurrou para Sampa. Cheguei lá em 98, com uma cara de pau e meia dúzia de livros. Primeiro tiro e lá estou em Mauá/Sto André, na Pirelli Cabos. Conheci ali meu primeiro 'bro' de Sampa: Fábio 'Towerson' Torres. Peça rara. Projetinho besta. Duas ricocheteadas e a Brás & Figueiredo pintou na minha frente, quando eu já ameaçava um retorno pra Minas. Todos que trabalharam lá nesta época são unânimes: foi uma experiência inigualável. Em todos os aspectos. Mas principalmente nos bons. A turma era boa demais. E, correndo o risco de cometer injustiças, preciso listar a parte mais próxima: Luis Felipe 'Brotas' Braga; Nelson 'assim não dá' Ponce de Leon; Fábio 'mengo' Pan; Patty Carneiro; Simone Souza; Márcio Ciamponi; Carlos Caselli; Priscila Tarsitano; Luiz 'dá?' Gimenez; Victor 'Vitão' Zamora; Alexandre 'compostela' Calderaro; Marcelo Azuma; Marcelo 'Toko' Tokunaga; Claudinha Nogueira; Washington 'Baiano'; Alberto Grossman; Luiz Renato 'escalada esportiva' de Souza; Marcelino 'TinTin' Bersch; Alejandro 'astrólogo' Gonzales; Fernando 'papão' Branco; Hamilton 'Mr Bean' Dias; Hamilton 'extreme' Veríssimo; Luis Felipe Albuquerque; Ricardo Mendes; Gilberto Gaigalas; Antonio Carlos 'Carlão' de Jesus; Wandelkolk 'Wander?' Tinoco; Dante Melo; Marcelo 'r.augusta' Levantesi; Marcelo 'vou tb' Felinto; Letícia 'Itanhandu'; Alex 'alexo' Oliveira; Carlos 'Boca' Teixeira; Rogério 'esse ano vai' Mavali; Gustavo Bilinski; Zé Antonio 'blur' das Neves; Luis 'Pastor' Albero; Pedro 'sinissstro' Luna; Sérgio 'bodyguard' Flor; 'japo'Neusa; Luis Fernando 'Hagar'; Célia; as irmãs Norte; Graziella; Simone Silva; Suzi; Quel; Angela; Débora; Eurico Brás; 'seu' Cido e Leda Figueiredo. Éramos umas 300 pessoas. O ambiente externo, com a febre 'web' e uma certa 'exuberância irracional', era quentíssimo. O interno, com as tradicionais guerras de egos e conflitos de visão, era mais quente ainda. Outra comprovação da "síndrome de Galois", que segundo Domenico de Masi é uma "situação de febril operosidade criativa". Quem soube tirar proveito daquele momento aprendeu muita coisa.

Entrei no novo século ingressando na D2P, que depois assumiria o nome da empresa-mãe: Cimcorp. Fui contratado por Roberto Marinelli Jr para 'montar' uma nova empresa. Ou seja, era uma nova chance de começar algo praticamente do zero. Foram poucos e bons projetos em 4 anos de relacionamento. Melhor foi todo o barulho que fizemos, em concorrências, reuniões internas e bares. Levei alguns colegas de B&F para a empreitada. E tive a chance de conhecer mais gente muito boa. Lá vou eu de novo: Flávio 'Crispa' Crispim; Gabriel 'tosco' Ribeiro; Edson 'vovô' Prexedes; Adilson 'diver down' Somensari; Marcelo 'mer-mão' Valente; Jonas 'crânio' Fagundes; Ariane Garé; Tatty Godoy; Ronan Cunali; Ricardo 'bambi' Apud; Sérgio 'serginho' Leonel; Roberto 'chico beto' Sousa; Nelson 'Sr Ioshi' Shimada; Celso 'Delegado'; Joeldson; Luis Fernando Geballi; Jorge Tanaka; Adriano; Daniel 'bilu' Santos; Sérgio Fonte; Gisella Magni; Lívia Penna; Geraldo Matta Machado; Walter Fasterra; Rogério 'campanha' Dias; Chico 'Chiconho'; Gabriel Guimarães; Pedro 'silvio luiz' Dutra; Allan 'estag' Dutra; 'seu' Adalberto; Antonio Limongi; Zé Roberto 'bauru'; João 'Stank'; Yuri Saukas; Antonio Fonte e Tadeu Fucci. Minha última fase como 'empregado' foi meu recorde: 4 anos na mesma empresa. Outra experiência inesquecível.

Tanto quanto aquelas dos idos de 86, quando Zacharias 'Zacha' Alvim, Cristiano 'Payce' Salve, Anderson 'Testa' Pontes e eu nos reuníamos, após as aulas, para debater o 'futuro da informática'.

Eu sigo, aqui e nos encontros, tentando projetar e adivinhar 'futuros'. Acho que essa mania não tem cura. Mas não é ruim. E essa breve olhada no retrovisor também foi divertida. Talvez eu me anime a contar aqui algumas boas histórias (sendo mais discreto, obviamente) dessas duas décadas de trampo. É bom lembrar, "observar com perspectiva histórica" como diria o Braga. De ruim mesmo só aquela pontinha de saudades que bateu. Não do 'momento' ou dos projetos, mas daquele tanto de gente boa que pintou nesse longo caminho.

Hehe.. não vejo a hora de começar os próximos 20 anos! Até terça!
Bom feriado para todos.


Tags:graffiti

1 response to "20 Anos em um post"

  1. Paulo, Paulo !!!! cê tá ficando véio meu camarada !!!! hehehehehehe



    Primeiro gostaria de parabenizá-lo por esta data.... mais do que completar 20 anos dedicado a uma profissão é poder olhar para trás e ver que a curva de aprendizado e desenvolvimento profissional e pessoal foi ascendente, tipo uma curva que represente uma função f(x)=cos h(x) (ou melhor, cosseno hiperbólico de X......conversa de engenheiro he he !!!).



    Conforme você comentou no 8º. Parágrafo o único que “desgarrou” deste ramo fui eu. Escolhi outro caminho, preferi seguir para o lado das “bombas !!!” , ou melhor, desmonte primário com uso de explosivos. Mas o que posso dizer é que aquela época foi singular, um marco para para cada um de nós (Zacha, Testa, você e eu). Isto porque enquanto muitos discutiam sobre o fim da novela roque santeiro, sobre o novo programa da xuxa, sobre a apresentação do trio Los Angeles no chacrinha dentre outros, nós estávamos discutindo como alterar a configuração do MS-DOS para aparecer nossos dizeres, ou como montar a estrutura de um banco de dados, ou os atalhos do basic do 6502 (eu adorava apple !!! meu inesquecível Exato-Pró MC 4000 da CCE...... parecia até profissional !).



    O destino guiou cada um de nós para um lado distinto, o zacha foi para o paraná, rio, são paulo, e etc, etc, etc,, o Anderson montou uma pequena empresa na própria casa dele, depois foi para Alfenas, depois sampa, e vc foi para a CBC, depois Elói Mendes, depois varginha, depois sampa, e eu BH e agora Brasília, agora ???? já tem 6 anos.... já sou até gerente ! imagine !!!



    Acho que o grande lance disso tudo foi o “INPUT” que foi dado em cada um de nós para buscar seus objetivos, éramos muito modernos para aquela época e acho que foi isso que fez com que tenhamos hoje um nível profissional capaz de encarar desafios cada vez maiores.... sem dúvida foi uma base sólida construída com o melhor cimento que poderia existir naquela época (provavelmente da Votorantim !!!! he hehehe).



    E o melhor de tudo era que o “desenvolvimento mental avançado” era equilibrado por coisas extremamente de adolescentes tipo pixar os muros de varginha, chopp no grill, bate papo na praça da fonte, boate castelo, escutar música no porão do rock, colecionar revistas das bandas de rock, roubar o carro do pai do ricardinho para ir para Alfenas, Mutuca, 3 pontas, etc etc etc...



    Lá se vão 20 anos, mas parece que foi ontem que tudo aconteceu.... apesar de estármos 20 anos mais velhos é bom olhar para trás e “ver” essas lembranças boas cuja essência era a da descoberta, do empreendedorismo e o mais importante do respeito ao próximo, da admiração ao próximo e do aprender com o próximo.



    Para mostrar que não estou enferrujado segue uma lembrança:



    10 rem ESTE PROGRAMA É SOMENTE PARA MATAR AS SAUDADES!

    20 Print “Qual é o seu nome ? “;

    30 Input A$;

    40 Print “Qual sua idade ? ”;

    50 Input B;

    60 Print “ De que cidade você é ? “

    70 Input C$;

    60 If b=36 and C$=” Varginha “ then print A$;

    70 Print “ Já sabia, você conhece o tijolinho, não conhece ?

    80 if b<>36 then print “ Xiiii !!!! sinto muito mas vc é de uma geração atrasada !!!! “

    90 end



    Desculpe alguma falha !



    Abraços

    Eng. Cristiano de Proença Costa Salve



    Ou melhor,



    Payce mesmo.

    Anônimo

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