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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
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O Graffiti mudou!

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Tenho uma verba diária de tempo para participação em espaços virtuais. Quando o número de posts daqui do graffiti é pequeno, saibam, estou em outras bandas.

Na última semana colocaram no grupo CMM-BR (Yahoo Groups) um artigo que tratava de exportação de software. E da nossa (brasileira) 'lentidão' para pegar um pedacinho desse apetitoso novo mercado global. Na tarde de sexta (sexta!feira!!), me aborreci um pouco com algumas mensagens que transferiam toda a culpa (e responsabilidade) para as costas do governo. Então publiquei lá a seguinte mensagem:


Que balanço complicado, não? Há mais de uma década somos bombardeados por uma chamada 'ditadura neo-liberal' que prega que o tal Mercado tem resposta para tudo. Ou quase tudo. Mas, percebemos aqui, que o Mercado não se faz - não acontece - sem um "empurrãozinho" do tal Governo.

"Dê-nos mão de obra qualificada, ó perdulário governo. Nós vamos contratá-los (como PJ, obviamente) e, de vez em quando, investiremos em sua evolução. Queremos incentivos para investir em P&D, ó desgraçado governo. A fundo perdido, obviamente. E queremos uma marca que nos identifique lá fora."

Desculpe-me, pessoal, mas acho que estamos transferindo responsabilidades demais. Para as costas de uma entidade que já tem dívidas demais. Desnecessário nomeá-las. Já sabemos decor.

Eu queria entender pq a nossa área é uma das que menos assina carteira profissional. A carga tributária não é igualmente alta e asfixiante em todas as outras?

Creio que somos recordistas mundiais em exportação de biquinis e sandálias. Várias marcas atuam lá fora, tirando proveito, de certa forma, de sua identificação com sua pátria-mãe - um tipo de "Super Marca". Pergunto: que tipo de apoio eles mereceram do governo? O mercado deles foi criado por alguma iniciativa governamental? Creio que não. Mercado não se cria por decreto.

É fácil fazer a identificação de um biquini ou de uma sandália com o Brasil. Tão natural quanto a associação ao futebol.

Por outro lado, não há nada que nos vincule a software, tecnologia. Nossa indústria não tem uma 'personalidade'. Nenhuma. "Índia" e "China" nos remete a abundância de mão-de-obra e, falando especificamente do primeiro, qualidade.

Quando falamos "software Brasileiro" o que nos vem à mente?

Se não temos uma 'identidade' é pq nosso mercado ainda é imaturo. Fato. Não é demérito. Achar que podemos passar a "carroça na frente dos bois" é que é um erro grave. Gente, nossa profissão nem regulamentada é. CREAs e CRAs brigam para nos abrigar. 70% (no mínimo) de quem trabalha com TI nos grandes centros é PJ. Algumas de nossas maiores 'empregadoras' parecem mais empresas de RH, não de TI. Em um cenário assim, quem coloca aquelas absurdas metas de exportação só pode estar brincando. A Índia não virou a ÍNDIA da noite para o dia.

Concluindo: não acredito que um governo, qq governo, tenha condições de nos 'criar' um mercado. Não concordo que o governo federal desperdice grana tentando fomentar algo do tipo. Já torramos milhões na SOFTEX e o retorno é ridículo. Essa grana faz muito mais sentido, e gera resultados mais sólidos e duradouros, se aplicada em Educação e pesquisa pura. E, se já temos este tipo de discussão (e um grupo de
discussão para tal!), talvez tenha chegado a hora de fazermos nossos deveres de casa.


Desde o final de semana até ontem a discussão foi meio 'acalorada'. Pena que pegaram muito no ponto "regulamentação da profissão". "É inconstitucional", "É reserva de mercado", "é intervencionismo"... Deu de tudo um pouco. Expliquei que só queria um mínimo de 'reconhecimento'. Acho que não 'pegou'.

E, no final das contas, detesto (quase) admitir que cada um tem o mercado que merece.




Pero, a todos que se interessam pelo tema 'exportação de software' e um monte de derivados (CMMI, PMI, Qualidade, Processos etc etc), considero o Grupo CMM-BR o melhor do Brasil. Disparado. Nada de 'orkuts da mãe joana' que caracterizam (infelizmente) boa parte de nossas 'listas de discussão'.


Tags:graffiti

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