Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

Coisinha MUITO significante que esqueci de mencionar no post de ontem sobre os 10 anos do Java: sua inquestionável ubiqüidade. Na última estatística que vi Java estaria, em alguma forma ou sabor, instalado em mais de 2 bilhões de equipamentos. Entre micros e celulares, passando por equipamentos especialistas. Dentre eles um robozinho (bem Asimov) que tá passeando em Marte.



Agora, no JavaOne, anunciaram que Java será a plataforma padrão em todos os drivers de DVD baseados na nova especificação Blu-Ray. Ou seja, em dois ou três anos, podemos somar mais uns 500 milhões no número que citei ali em cima. O "write once" (ainda) é um pouco questionável. Mas o "run everywhere" é cada dia mais verdadeiro.

"It's only after we've lost everything that we're free to do anything."
- Tyler Durden (Fight Club)

Very Strange Bed Fellows

28 junho 2005

Vamos lá: JavaOne!

IBM e Sun estão aparando várias arestas. A IBM suportará sim o Solaris 10 em equipamentos Sparc e AMD. Ponto pra Sun. A IBM anunciou a renovação do contrato de licenciamento do Java por mais 10 anos. 10 pontos pra Sun. Isso não quer dizer que a IBM tenha perdido alguma coisa. Muito pelo contrário. E, das arestas relevantes, só faltou jogar o NetBeans no balaio do Eclipse... só?

Depende do ponto de vista e do provocador. Tem uma figurinha carimbada no TalkBack da ZDNet que é uma peça. Assina com o singelo pseudônimo 'No_Ax_to_Grind'. Saca só alguns de seus comentários acerca do coadjuvante ilustre do JavaOne (o Solaris):

I have yet to find a *nix user anywhere that didn't sing the technical praises of Solaris. Simply put it may be the best version of Unix in the market and is several steps ahead of Linux in core areas. (Scalability, Stability, and Extensibility)

IBM has pledged itslf to open source for obvious reasons, it's free and gets a ton of free labor put in it. But with the release of Solaris under an open source license, it would be nuts for IBM to not look at it. I believe when they are done looking they will see a free OS, tons of free labor going in to it, and a better OS from day one.

The three way battle between IBM, Microsoft, and Sun may once again morph to a new battle ground. Can you imagine a day when IBM and Microsoft argue who supports Solaris best? Don't laugh, it could just happen...


Quando questionado por tão apresentar tal teoria 'a la Cringely', ele respondeu:

Hmmm, MS does support Unix (BSD) on the Mac with MS Office and IE. Given the relationship between Sun and MS I can see it happening, especially when MS has already agreed to work with Sun on StarOffice compatibility. Politics makes very strange bed fellows....

...no outro lado do mundo:: Mr Ballmer refugia-se na Austrália (bem longe de Frisco), e segue a desembuchar suas famosas pérolas. Saca só:

Asked about the future of its .Net strategy, Ballmer admitted the platform "had stalled in the last 12 months" but that there would be a renewed push.
q: Será que a MS sabe que ele pensa assim?

"We can't support open source but we can support interoperability."
q: Será que ele tá sabendo do uso da licença CC pela MS?

Another partner complained of SQL Server's lack of spatial storage capabilities, saying the database was being beaten by Oracle. This may be addressed in the next release (of SQL Server) in 18 months, Ballmer said, but conceded he "really didn't know."
q: Não sabe? Tudo bem, ele não tem obrigação de saber tudo, principalmente questões técnicas. Mas não tinha um 'staffzinho' ali pra soprar uma resposta?

A question on location-based services saw Ballmer plug Microsoft's "heavy investment" in mapping. But when a participant asked why MapPoint had not expanded to Southeast Asia so such services could be built, Ballmer was stumped.
"I didn't know we weren't doing well there," he said. "I'll address that with the team vigorously."

q: Também não sabia? E o time, tremerá com tamanho "vigor"?

E, por último, o melhor da festa:

"What you're saying is, 'You're so far behind, why bother'?" he said, when pressed to reaffirm Microsoft's commitment to search technology as it struggles to catch up with Google.

"Well, if anyone thinks innovation is done in search, you're wrong. Does anyone here really believe search is going to look like it does now in 10 years?" he asked attendees.

He claimed Microsoft's long-term view was already making ground on Google.

"In the next six months, we'll catch Google in terms of relevancy," he said.


q: Céus! Ele ficou sabendo do Google Factory Tour? Será que ele acompanha todos os 'boatos' que rondam a empresa de mídia mais valorizada do mundo?

Ballmer, Ballmer...



Há 8 anos, ainda com residência fixa em Vga, participei do Java World Tour que aconteceu no Renassence (Sampa). Estavam lá Sun, IBM, Netscape, Novell e uns 300 curiosos. O curioso aqui tinha então seu 1o contato com Java. Na época ele ainda era TUDO e não entregava NADA: linguagem, sistema operacional, plataforma, máquina de café... Se muito, Java já era uma linguagem muito legal para brincar com OO. Não mais que isso. Eis que, com 1 década de vida, Java é a mais robusta e melhor estruturada plataforma tecnológica para desenvolvimento de aplicações. Tem uma comunidade ativa e apaixonada. Só no Brasil são mais de 10k desenvolvedores, dezenas de grupos de discussão e duas publicações de ótima qualidade e alcance nacional. Java, nos seus mais diversos sabores (Bea Weblogic, IBM Websphere, Oracle iAS, JBoss, Jonas etc), suporta aplicações imensas e de missão crítica de clientes como Bradesco, Fedex, Visa ...

Um dos principais desafios da tecnologia Java hoje é se apresentar como a plataforma mais indicada para a construção dos Buses (e artefatos correlatos) de uma SOA (Arquitetura Orientada a Serviços). Além de brigar com um concorrente de peso, o MS .NET, Java deve driblar também o discurso "agnóstico" dos SOA-puristas. O grande desafio de 2 anos atrás, a curva de aprendizado e produtividade do desenvolvedor, foi muito bem travada (tá quase vencida), principalmente por Eclipse e NetBeans.

Apesar das politicagens, derrapadas (kd o Jini?); Apesar da Sun e de nossas instituições de ensino, Java tem muito a comemorar. E, olhando a década que passou dá pra ter uma vaga idéia do que vem por aí. Será quente, aliás, como todo Café tem que ser.

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Como a foto ali de cima mostra, estão aproveitando o JavaOne para comemorar o aniversário. Os próximos posts destacarão as principais novidades apresentadas no mega-evento.

Uma do JavaOne: a IBM anunciou a renovação de se contrato de licenciamento do Java. Agora ele vale pelos próximos 10 anos.

"Estamos usando nosso cérebro de maneira excessivamente disciplinada, pensando só o que é preciso pensar, o que se nos permite pensar."
- José Saramago

Berrante Comunista?

27 junho 2005

Notícias dentro de uma noticiazinha. O artigo da ComputerWeekly trata da incorporação da tecnologia RSS no Berrante (MS Longhorn). Parece bobeirinha, não? Não!

1) RSS é a mais moderna implementação do modelo de comunicação "publish-subscribe". Quem tá aqui há mais de 6 anos sabe que a MS tentou forçar algo muito parecido no lançamento do IE3 (ou 4), uma tal tecnologia "push". Não pegou na época. Mas RSS já tem pinta de padrão de facto. Muitos acham que se trata só de uma forma modernosa e pouco intrusiva de ler notícias. Desconfio que se trata de um modelo que pode ser muito útil em sistemas de informação*. De qq forma, seu posicionamento "nativo" no Berrante é uma boa notícia, sem dúvida.

2) Só pra variar, a MS implementou algumas "extensões" na versão 2.0 do RSS. Mas desta vez ela não brigará com o padrão!!! As "extensões" desenvolvidas serão disponibilizadas com licença Creative Commons!!! Amazing...



Laçada ou só um soluço "comunista-moderno"? O tempo dirá.

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* Falo mais sobre em alguns dias.

Update: David Berlind, da ZDNet, comenta um pouco mais o (grande) tema.

Bruce: I've failed. I couldn't save Gotham.
Alfred: Why do we fall, Master Wayne? To learn to pick ourselves up.
- Batman Begins

graffiare #120

24 junho 2005

"There's no problem so big you can't run away from it."
- Linus van Pelt (personagem de Charles M. Schulz)

IT doesn't Matter?

23 junho 2005

Muitos caíram no papinho (modinha) do Nick Carr(asco), que, pelo jeito, tomou um merecido chá de sumiço. Nick se deslumbrou com seus 15min e caiu no suicida ciclo da auto-repetição. Funciona com jiu-jitsu, mas aqui o papo é outro.

Pena que um Philip Evans(do BCG - Boston Consulting Group) não mereça a mesma exposição em nossa atordoada "mídia especializada". Saca só um trechinho dos conceitos que ele apresentou no Supernova 2005:

Technology needs to be simple and pervasive: For example, Linux is written using e-mail and list servers. Wikis and blogs enable rapid development of dialog and communities. Fundamentally, humans won't use tools that are complex and unwieldy unless the reward is sufficiently attractive, and even then the "transaction" cost is very high. Evans noted that many companies are looking to replace traditional, sophisticated knowledge management systems with wikis.

Common intellectual property: Certain kinds of intellectual property can be shared, such as via the GPL and other open source licensing schemes. Toyota protects its unique automotive technology, but its process knowledge is treated as common property, Evans said. Just as companies have to figure out what business processes to maintain in house and what to outsource, they need to determine how the ecosystem can be enabled by shared knowledge.

Scientific discipline: Focus on trial and error. The key is having a disciplined approach and reporting the results of experimentation so that the lessons can be applied in successive iterations of the project or product.

Granular diffusion of information: For example, use blogs and wikis, not corporate PowerPoint presentations, to enable small, frequent granular communications. Because of the dialog, a rich semantic–the shorthand signature of a rich and productive community–can develop. It encourages transparency, visibility, trust and a higher frequency of transaction, Evans said.



De novo: boa parte da TI que importa, que faz diferença, também incomoda. Compartilhar conhecimentos? Wikis, blogs, IMs... A "gratuidade" e "simplicidade" de algumas idéias costumam travar neurônios cafeinados adoradores de um bom jogo de xadrêz, do som do King Crinsom e de tudo o mais que pareça "complexo", "para poucos", coisa de "elite".


Update: Foi falar no Carr(asco) que a guilhotina apareceu. Me alertaram agora no almoço que ele arrumou um bico na Computerworld (onde mais?). Novidades? Nenhuma: IT será comercializada da mesma forma que energia elétrica; o depto de IT acabou; lero-lero blá blá...

Da Info Corporate:

"Pesquisa anual do IBGE revela que apenas 9,9% das 139 mil indústrias do país investem em tecnologia e inovação. O estudo refere-se ao ano de 2003. Entre as empresas que investem em tecnologia e inovação, as verbas para pesquisa e desenvolvimento ficaram entre 0,96% e 2,72% da sua receita líquida. As que mais gastam são as indústrias de bens de capital e de consumo durável, que investiram três vezes mais em tecnologia do que a média da indústria nacional. O investimento em cada companhia foi, na média, de 1,47 milhão de reais, contra 447 mil da média do país."



É o mind set que faz de Pindorama um eterno "país em desenvolvimento", "terceiro-mundista" ou "sub-desenvolvido". Aliás, foi um mind set complementar, politicamente correto, que censurou este último adjetivo, mais verdadeiro e auto-explicativo. Detesto generalizar e pré-julgar, mas como seríamos se toda a inteligência utilizada para "enrolations" (tipo "driblar fisco") fosse canalizada para algo realmente produtivo, inovador. Como seríamos?

"Computer Science is no more about computers than astronomy is about telescopes."
- Edsger Dijkstra

Jason Matusow é o estrategista chefe da MS para assuntos "Open Source". Ele mostra que há sim Vida Inteligente entre o "Ser" (participar ativamente da comunidade de Software Livre) e o "Não Ser" (insistir na exclusiva comercialização de 'caixinhas de patentes'). Saca só um trechinho de uma entrevista dele para a ZDNet:

There's a move to the middle that's been underway for the past four years and I think that the strongest pressure behind that is the commercialization of open source that's driving that move the middle. What do I mean by move to the middle? I mean that if you look at the strategies being applied by companies - take semantics out of it for a second - whether its called open or not or called shared or not — Apple didn't want to build an entire new operating system so they take a bunch of the FreeBSD technology, they layer on top if it their proprietary elements. Those elements that they've been working for UI for years and they make a very rapid move into the 32-bit operating system space. Real Networks with the Helix project: did they give away the core codecs - the things that make their business possible that's the genuine unique value that they offer? No. But they did release a lot of the other source code under an open source license that allowed them to try and get more developer momentum. CA with Ingres. SAP with OpenDB. IBM with Eclipse and their Linux donations. All of these companies are clearly taking a look at what open source is going to mean for them and their business strategy and they're applying that.

Belíssima percepção. E aí? O que a MS pretende fazer?

Ontem comentei alguns passos e tropeços da MS rumo ao novo cenário que se desenha no mercado global de Software. Anteontem perguntei se era "enrolation" as vagas pistas que Schwartz (Sun) deixou em seu blog quando tratou do mesmo tema. Sad, sad, sad... Era "enrolation" das brabas. O tal Glassfish que a Sun liberou, meio na surdina, é o que costumo chamar de "pura varada n'água". Ou seja, só espantará os "peixes"...



Explico: a licença JRL (Java Research License), na prática, te permite VER o código fonte - Só! Vc não pode alterá-lo, distribuí-lo e nem mesmo utilizá-lo em produção. Falar que isso é "participar da Comunidade de Software Livre" é subestimar nossa inteligência e testar nossa paciência... Enquanto isso a Sun só consegue angariar mais antipatia. Que a MS não siga exemplo tão ridículo. Não tem nada a ver.

Haverá vida inteligente entre o "Ser" e o "Não Ser"?
[Update: Veja o post seguinte]

E Marc Fleury, do JBoss Group, joga uma pá de cal: Sun Open Sources XYZ, who cares?

"For me, music and life are all about style."
- Miles Davis

Ser ou Não Ser

21 junho 2005

Em meu post sobre o JavaOne mostrei que o Schwartz, da Sun, entende que quem briga contra o mundo do Software Livre briga contra a "lei da gravidade". Concordo que o movimento está consolidado. Mas os modelos de negócio derivados de tal movimento ainda estão em sua infância. Uma empresa 100% baseada na comercialização de "caixinhas de patentes" encontra-se numa encruzilhada nebulosa, mal sinalizada e tão esburacada quanto a Fernão Dias.



O que dizer então da Microsoft? Nos últimos 30 dias o Ballmer se reuniu com Michael Tiemman, presidente da OSI (Open Software Foundation) e Matthew Szulick, da Red Hat. Contratou Daniel Robbins, fundador da Gentoo. E anunciou para quem quis ouvir que está disparando várias iniciativas "Open". A mais barulhenta trata da "libertação" dos formatos de arquivos do MS Office, baseados em XML. Este artigo da eWeek mostra que a "carta de alforria" apresenta decepcionantes restrições. Como o uso dos formatos do Office em produtos que utilizam a licença GPL, por exemplo. Pior é que parece que a MS "protege" tais ativos atrás de patentes alegando que outros fariam o mesmo em seu lugar. Desculpa esfarrapada: abre de verdade (com GPL, por exemplo) que tal risco deixa de existir. Inclusive o risco de perder tais patentes, que seriam "mentirosas".

Entendo a angústia da MS. Pq e como mudar o modelo de negócio que em 25 anos tornou-a um império bilionário? Acho que "quando mudar" deixou de ser relevante. Os movimentos da MS (citados no parágrafo anterior) mostram acertado senso de urgência: é AGORA! Pq? Pq o mundo mudou, e quem gosta de dominá-lo não aceitará de boca fechada que 20% do market share de qq coisa esteja em outro bolso que não o seu. Ou seja, o título deste post já está devidamente respondido.

Resta saber "COMO" a MS entrará neste novo mundo. Por enquanto ela só tropeçou nos buracos da encruzilhada. Mas tá em movimento, o que já é grande coisa.

"Wanted: Expert Java programmers, 5+ years experience."
- Publicado em 1998 (A 1a versão do Java é de 95)

Semana que vem começa a edição 2005 do JavaOne, em San Francisco. Como no ano passado, muito bafafá e blablablá antecedem o maior evento da comunidade. A Bea, no lançamento do "Aqualogic", sinalizou a possibilidade de "libertar" alguns de seus produtos. Se ocorrer, não há palco melhor que o JavaOne. Tornar o WebLogic um Software Livre seria uma grande jogada, um xeque na IBM. Mas recolocaria a Bea como empresa de um software só. Desta vez o Aqualogic, inédito, exclusivo, mas com 0% de market share. Afinal, trata-se de um mercado totalmente virgem (o mercado de plataformas "puramente" SOA).



Outro que jogou um pouco de lenha na fogueira foi o Schwartz, da Sun, em seu post mais recente. Saca só um trechinho:

"Sharing is good for our business. Free software is good for our business. Anyone who believes in preserving the old model of software distribution is, at a certain level, fighting gravity….the most popular operating systems will be, in the long run, the Free ones"

Estaria o Schwartz sugerindo a "libertação" definitiva do Java? Semana que vem promete ser quente. Trará boas notícias? Ou será só enrolation pra ganhar espaço em blogs alheios?

"Os provérbios são sempre chavões até você experimentar a verdade contida neles."
- Aldus Huxley

graffiare #115

17 junho 2005

"...you can't connect the dots looking forward; you can only connect them looking backwards. So you have to trust that the dots will somehow connect in your future. You have to trust in something - your gut, destiny, life, karma, whatever. This approach has never let me down, and it has made all the difference in my life."
- Steve Jobs



ps: Na verdade deu vontade de publicar toda a transcrição desta palestra que Jobs fez em Stanford, e postar o maior graffiare de todos os tempos.

graffiare #114

16 junho 2005

(desinformação+modismo(panacéia))**$$=de$ilusão
- PV

SOA :: Fala Sério!

15 junho 2005

Ontem 'gastei' meu tempo de novo detonando a fraquíssima revista 'Info Corporate' da Editora Abril. Não consigo segurar a raiva e o enjôo sempre que eles se metem em algum tema que tenho como 'xodó'. SOA (Services Oriented Architecture) foi a última vítima. Acredito até na boa vontade dos jornalistas escalados para as matérias. Mas o xilindró vive lotado de bons samaritanos. Gente: se propor a executar algo para o qual vc não está devidamente preparado é antiético!! Falam de 'Ética' o tempo todo e se esquecem do 'mandamento' n. 1! Mas vamos lá. Sejamos construtivos!



Temo que 70% dos CIOs e 99% dos CEOs não fazem a menor idéia do que realmente seja uma Arquitetura Orientada a Serviços. E quando publicações que deveriam explicar só complicam, iniciamos o nefasto ciclo vicioso representado pela seguinte equação: (desinformação+modismo(panacéia))**$$=de$ilusão.

Trata-se do mesmíssimo ciclo que vitimou ondas como OOD, CBD, CRM, WAP, EIS et outras STLs. Mas é bom atentar para o fato de que SOA é mais importante e abrangente que todas as outras juntas! Concordo com Jeff Schneider quando ele diz que SOA causará mais demissões de CIOs do que os ERPs. Uai?

"O principal objetivo de uma implementação SOA é prover Serviços que tenham significado concreto no nível do Negócio. Por causa deste mapeamento um-para-um entre entidades do Negócio e de Tecnologia, SOA oferece uma oportunidade única e inédita na história de TI de criar artefatos que tenham alto e duradouro valor tanto para o Negócio quanto para a organização de TI."*

"SOA é uma revisão completa da forma como sistemas são analisados, projetados, construídos, integrados e gerenciados. E não são apenas alguns sistemas - são todos os sistemas, inclusive pacotes como ERP."**

"SOA tira o foco de entidades muito específicas, orientadas a tecnologia, como tabelas em bancos de dados ou objetos Java, e o coloca em Serviços orientados ao Negócio."*

SOA não é nem uma tecnologia nem um novo padrão de tecnologia. É um CONCEITO. Neste post apresentei algumas definições legais.

Tudo bem: SOA ainda é uma novidade. E, como toda novidade em nossa área, será paparicada, exagerada e mal interpretada pra caramba. Meu temor é que ela atinja o ponto de ser execrada. Perderemos uma excepcional oportunidade de "dar uma geral" em nossas organizações de TI, em nossos padrões, métodos e sistemas. Será uma pena.

Mas não será um deslize (mais um!) da Info Corporate que enterrará SOA na mesma tumba onde jazem Reengenharia, CRM e o Sinca Chambord. Um bom ponto de partida (para todo mundo) é perceber que SOA já pode ser resposta para boa parte daquele backlog teimoso e asqueroso. Nosso "Senso de Urgência" pode ser calibrado para aceitar aquele "para ontem" sem lançar mão de "workarounds-overtime-everyweekend".

Falando sério: Se meu alerta não é o suficiente (pq seria cara-pálida neo-bobo?), tente este post do Schneider (" CIO's Aren't Taking SOA Serious"). Pelo menos serve de consolo, já que mostra que os CIOs do 1o mundo encontram-se na mesmíssima situação de seus pares tupiniquins. E tão perdidos (mal orientados) quanto.


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* Enterprise SOA (Krafzig, Banke, Slama) - Prentice Hall
** Service Oriented Enterprise (Jeff Schneider)

"Ours is the first generation that can look disease and extreme poverty in the eye...and say, we do not have to stand for this."
- Bono

BullShitInfo Corporate

14 junho 2005

Não é má vontade. Até que tento entender pq uma revista direcionada para um público especializado não tem uma Equipe Especializada. Tento e dou desconto pq o tal 'Público Especializado' parece adorar o que Vê (e, de vez em quando, Lê).



Detonei a matéria sobre 'Como Vender Projetos' há uns 2 meses. Um carinha (público especializado) falou que ia alertar a direção da revista. Falei pra ele que não ia adiantar. O bug é mais embaixo. Saca só uma pequena coletânea de pérolas da última edição:

"SOA. Essa palavrinha é recente e surpreende a rapidez com que se transformou na sigla da moda em TI. Traduzida de forma simples, a coisa faz muito sentido: arquitetura orientada a serviços. Soa bem. Claro, ninguém vai discutir a conveniência do enfoque em serviços para qualquer negócio que se relacione com essa área em grande expansão no mundo todo. E desse enfoque a TI não pode ficar de fora. Até aí, tudo bem, mas há um aspecto importante a ser considerado: a prestação de serviços é uma área produtiva fortemente dependente de pessoas."

Pronto. Parei... Gente, q será que o Gandour fumou? Se ele traduzisse "de forma complexa" então o q sairia? Se não entendeu nem o que é SERVIÇO em SOA, pq se meteu a escrever? Lamentável, pra dizer o mínimo.

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SOA é a matéria de capa. Imagina... Logo na página de abertura (sempre muito bonita, cara e bem ilustrada) vc se depara com o seguinte:

..."Por mais irônico que possa parecer, uma nova tecnologia desponta como o elo que faltava entre os interesses do departamento de TI e os objetivos financeiros das empresas. Ela atende pelo nome de SOA, sigla em inglês para Service Oriented Architecture, ou arquitetura orientada a serviços. O termo não se refere a uma tecnologia, mas a uma filosofia (ou metodologia) de desenvolvimento que é uma evolução natural da tradicional arquitetura voltada a objetos".

Ou seja, SOA=SCD (Samba do Crioulo Doido)!! Só faltou explicar melhor os "interesses do depto de TI"...

O artigo é uma coletânea de citações e entrevistas curtas (aquilo que chamo "estilinho computerworld de ser"). Então vc tira algumas informações legais, como nas intervenções de Marcos Pupo, da Bea, Bruno Nowak, da MS e Gustavo Trivelli, da SAP. Mas é muito pouco para as 12 páginas consumidas pelo artigo. 12 páginas e não conseguiram explicar, afinal, o que é SOA... Sofrível, para dizer o mínimo.

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Mas eis que o "Dossiê" deste mês se propõe a nos ajudar - ops, a ajudar CIOs - a escolher entre .Net e Java. O 'duelo de banjos' do Gosling com o BillG (ilustração do NIK) foi bem sacado. Devo reconhecer que a autora, Ana Lúcia Moura Fé, até que tentou ser imparcial. Mas...

...de repente o J2SE (Java 2 Standard Edition) é "usado para escrever ou gravar aplicações de servidores ou de clientes". Aí o Marcos Pinedo, diretor de estratégia .Net da MS, diz que "no Brasil, estamos mais ou menos meio a meio no mercado corporativo". Para ele, "um dos principais fatores por trás desse crescimento é o fato de a tecnologia .Net ter sido feita para funcionar com uma arquitetura voltada a objetos, a SOA."

De novo? Se continuar assim SOA vai derrubar todo mundo... literalmente.

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Como respeito o estômago de quem lê este blog, vou parar por aqui. Mas antes uma questão: Segundo a BullshitCorporate já temos 120k desenvolvedores .Net no Brasil!!! E 70k desenvolvedores Java!!! Se contarmos os Coboleiros, LAMPeiros, Delpheiros, Clippeiros e afins então somos quase 1 milhão de programadores!!! A seguir assim temos escala pra brigar com a Índia sim!! hehe... Papel aceita tudo mesmo...


Microsoft has bowed to Beijing's political censors and has banned the use of the words "freedom" and "democracy" on some areas of its Chinese internet portal, along with a host of other politically sensitive words such as "Taiwan independence" and "demonstration".



Surrupiado do The Register.

MS e SAP estão mais ligadas que nunca. Apesar da 'fusão' não ter acontecido de facto, ambas anunciaram há pouco o Mendocino, uma cola do ERP glutão com o MS Office e outros elementos MS.

Oracle+Peoplesoft(JD Edwards), Siebel, SAP+MS, Datasul, Microsiga+(Logocenter+APSoft) que tanto falam em atacar o mercado PME (Pequenas e Médias Empresas) deveriam prestar mais atenção ao futuro bicho papão do mercado de ERPs+CRMs: o Compiere.

Deu na Info OnLine:

Daniel Robbins é a mais nova aquisição da Microsoft Corporation. A contratação passaria despercebida se ele não fosse defensor de Linux. O executivo é fundador da Gentoo, distribuidora de sistemas de código aberto.



A contratação de Robbins pela Microsoft está estampada no site da Gentoo, onde o executivo informa à comunidade de Linux que aceitou proposta para trabalhar com Bill Gates.

Ele explica que está se transferindo para Redmond (EUA) para ajudar a Microsoft a entender como é o funcionamento dos projetos baseados em código aberto.



Segundo meu amigo Braga, o Gentoo é a melhor distribuição Linux dos últimos tempos. Seu ponto forte seria um mecanismo de atualização automática bem inteligente e prático. Como Robbins parece ser o mentor intelectual do Gentoo, o prejú pode ser considerável. Para a comunidade. E o que a MS ganha?

Aprender/entender "como é o funcionamento dos projetos baseados em código aberto"? Assim? Pq não aprender fazendo? A participação em projetos de Software Livre é uma das melhores formas de aprendizado dos últimos tempos. Pq Mr Bill não libera alguns de seus programadores para participar de um projeto qq. Nem precisa abrir código próprio. Basta liberá-los para ajudar no desenvolvimento de uma distro Linux qq, ou do Compiere (o maior concorrente da SAP*). Hehe.. se havia disposição e $$ pra contratar um cara só para tal fim, que contratassem o Stallman...

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* Veja post seguinte

Um arranhão um pouquinho diferente hoje - o mais dramático e comovente 'shutdown' de um computador já executado:

HAL: I'm afraid. I'm afraid, Dave. Dave, my mind is going. I can feel it. I can feel it. My mind is going. There is no question about it. I can feel it. I can feel it. I can feel it. I'm a... fraid. Good afternoon, gentlemen. I am a HAL 9000 computer. I became operational at the H.A.L. plant in Urbana, Illinois on the 12th of January 1992. My instructor was Mr. Langley, and he taught me to sing a song. If you'd like to hear it I can sing it for you.
Dave Bowman: Yes, I'd like to hear it, HAL. Sing it for me.
HAL: It's called "Daisy."
[Sings while slowing down]
HAL: Daisy, Daisy, give me your answer do. I'm half crazy all for the love of you. It won't be a stylish marriage, I can't afford a carriage. But you'll look sweet upon the seat of a bicycle built for two.




Nunca existiu uma mulher como Gilda.
Haverá um computador como HAL?

The Kids of Porto Alegre

13 junho 2005

Lawrence 'Lorenço' Lessig esteve em PoA, no início do ano, para participar do Fórum Social. Publicou há pouco o artigo "The People Own Ideas!", onde descreve o ambiente e o clima que encontrou. Aproveita a chance para reapresentar suas idéias, principalmente seu conceito de Remix Culture.



Saca só um trechinho (pra dar vontade de ler o artigo completo):

Consider how the kids in Porto Alegre think about remixing. They remix culture with words, certainly. But they want to build the capacity to remix more than words. They hope to use computers to remix culture. For most of us, computers are a way to type fast. But for most of them, computers will be a way to speak, using sounds and images, synchronized or remixed, to make art or remake politics.

...

When most people trip upon these free movements, their initial reaction is that both are implausibly utopian. They read "free" to be a rejection of basic economic principles.

But the economy of free software is still an economy. It produces wealth; it inspires growth; it spreads services broadly within a society. It functions differently than the economy of proprietary software--different scarcities are traded--but it is still an economy. And literally billions of dollars have been invested to make it flourish.

The same is true of free culture. Many read "free culture" to mean that artists don't get paid. But here, too, the difference is not that one approach (proprietary culture) builds an economy while the other (free culture) does not. In the way that I've use the term, free culture describes the economy that governed creative industries for at least the first 186 years of the American republic. More importantly, proprietary culture has never yet governed any creative economy, anywhere. No society has ever imposed the level of control that the proprietary culture of digital technologies and DRM would enable.

The kids in Porto Alegre were resisting economic shifts away from the old balance that has defined the Western tradition. The economy that they would build doesn't deny the importance of copyright (indeed, the licenses necessary to build free software and free culture depend upon copyright). But it revises copyright to fit a digital age more effectively. It structures the law in light of technology, to produce the greatest opportunity for creativity and growth that the technology might offer.

These are improvements in efficiency. They aim at increased wealth. But there is a growing politics supporting both movements that has little to do with efficiency or wealth. This is payback politics, tied less to ideas than to an increasing global frustration with the United States.

The cause is not hard to see: according to the United States, Brazil, for example, is a pirate nation. The International Intellectual Property Alliance (which, its name notwithstanding, represents U.S. copyright interests) estimates that this piracy cost United States copyright industries close to $1 billion last year. Consequently, the U.S. has begun to put pressure on Brazil. That pressure has produced an unsurprising reaction against the stuff that makes it possible for Brazil to be a pirate nation--proprietary code and proprietary culture.

For there's another way to reckon the cost of the proprietary. According to the Brazilian government, for example, Brazil sends close to $1 billion to the north each year just to pay for software licenses. So as the Brazilians see it, tongue firmly in cheek, this proprietary stuff is a bad thing all around--costing the U.S. $1 billion, and Brazil $1 billion as well.

The obvious solution is to dump the proprietary stuff. So the Brazilian government is pushing itself and the nation to substitute free software for proprietary software. As one member of the government said during a speech at the World Social Forum, "We're against software piracy. We believe Microsoft's rights should be respected. And the simplest way to respect their rights is for Brazilians everywhere to switch to free software."



E, em tempos bicudos e elameados, é particularmente IMPORTANTE a última página do artigo, quando Lorenço narra um debate (não programado) do Gilberto Gil com alguns ativistas. Lorenço diz que aquele 'debate aberto' de um ministro de estado com o "POVO" seria algo impensável nos EUA. Gil responde:

"Yes, I know," he said, smiling. America, he explained, has "important" people. "Here, we are just citizens."

Tem hora que parece que é só uma questão da gente decidir o q quer ser, né? Pacato Cidadão (letárgico anestesiado - acometido da febre da 'mansidão bovina' - tks Clovis Rossi) ou um CIDADÃO DE VERDADE.



O Google tá montando sua estrutura brasileira. Na página de oportunidades há um texto curioso: "Se estiver à procura de um emprego que seja pura adrenalina, o Google é o lugar ideal para você!"

A maioria das vagas disponíveis é para vendas e relacionamento. Se é teu caso, e vc curte esportes radicais (praticados com vestimentas formais), corre .

Ouvi dizer que a Amazon tb estaria (FINALMENTE) estruturando uma subsidiária tupiniquim. E que os altos cargos do Google já foram populados por ex-UOL profs.

"Talent perceives differences, Genius unity."
- William Butler Yeats

Intel Inside Part IV

10 junho 2005

Tá rendendo. Mas a teoria é boa o suficiente para justificar esta 4a parte: a Intel tá p*** com a MS não é de hoje. Levou cano no projeto Itanium, chifre da AMD e IBM (Xbox360), e ainda tem que aguentar os frequentes atrasos do Berrante, que afetam diretamente a demanda por hardware mais potente e performático. A paciência da Intel se esgotou:: Ela compra a Apple, libera o Mac e o MacOS em todos contratos OEM que mantém (inclusive com HP, Dell, Lenovo etc) e dá uma bela mordida no mercado da MS. Na verdade, a Intel retoma o domínio do mercado de PCs que um dia deixou escapar para as mãos da MS.



Pirei?? Quase. Mas a teoria aí é do Robert X. Cringely. Se der preguiça de ler seu longo post, saca pelo menos os 'melhores momentos':

"I simply have to conclude that technology has nothing at all to do with this decision. This is simply about business -- BIG business."

"Microsoft comes into this because Intel hates Microsoft. It hasn't always been that way, but in recent years Microsoft has abused its relationship with Intel and used AMD as a cudgel against Intel. Even worse, from Intel's standpoint Microsoft doesn't work hard enough to challenge its hardware. For Intel to keep growing, people have to replace their PCs more often and Microsoft's bloatware strategy just isn't making that happen, especially if they keep delaying Longhorn.

Enter Apple. This isn't a story about Intel gaining another three percent market share at the expense of IBM, it is about Intel taking back control of the desktop from Microsoft.

Intel is fed up with Microsoft. Microsoft has no innovation that drives what Intel must have, which is a use for more processing power. And when they did have one with the Xbox, they went elsewhere.

So Intel buys Apple and works with their OEMs to get products out in the market. The OEMs would love to be able to offer a higher margin product with better reliability than Microsoft. Intel/Apple enters the market just as Microsoft announces yet another delay in their next generation OS. By the way, the new Apple OS for the Intel Architecture has a compatibility mode with Windows (I'm just guessing on this one)."


"This scenario works well for everyone except Microsoft. If Intel was able to own the Mac OS and make it available to all the OEMs, it could break the back of Microsoft. And if they tuned the OS to take advantage of unique features that only Intel had, they would put AMD back in the box, too. Apple could return Intel to its traditional role of being where all the value was in the PC world. And Apple/Intel could easily extend this to the consumer electronics world. How much would it cost Intel to buy Apple? Not much. And if they paid in stock it would cost nothing at all since investors would drive shares through the roof on a huge swell of user enthusiasm.

That's the story as I see it unfolding. Steve Jobs finally beats Bill Gates. And with the sale of Apple to Intel, Steve accepts the position of CEO of the Pixar/Disney/Sony Media Company.

Remember, you read it here first."



E aqui, depois.
Depois dos meus chutes I, II e III.


A Bea anunciou ontem (09/jun) sua nova carteira de produtos. Aproveitou o momento e tomou um pequeno banho de loja também. Passou a usar a assinatura "Think Liquid". Estranho? Coerente com o nome adotado para a nova família de produtos, "AquaLogic". Sua peça central é o tal Free Flow que apresentei em post do dia 31/mai.

O 'agenda-less' ali do título foi citado por Bill Roth, VP de mkt, em entrevista para a ZDNet. Saca só um trechinho:

We think of ourselves as the uncompromised, or agenda-less, software company. In many ways, I think it's our goal to be the Switzerland of software. Some of our competitors, in their particular offerings, bring along an agenda, whether it’s an applications agenda, a services agenda, or a hardware agenda. We want to solve the problem of making enterprises work better. Making enterprise IT more simple and more better and faster at lower total cost — that’s our only agenda. It has nothing to do with hardware, services, or applications, so I think we can be an honest broker to get all the vendors to work together. It’s no longer about BEA or IBM. Or BEA or Microsoft. It’s becoming a world of BEA and IBM, BEA and Microsoft.

Ou seja, a Bea ficou agnóstica; não tem 'rabo preso' com ninguém. É um discurso bom, neste mundão heterogêneo. Só deve cuidar para não ser confundida com uma estratégia 'tucana' (em cima do muro). IBM e MS jogam muito pesado. Querendo parecer queridinha e amiguinha de todos, a Bea pode deixar a boa oportunidade* escorrer pelo ralo.


* A Bea foi a 1a a ter um servidor de aplicações J2EE realmente profissional. Agora é a 1a a se posicionar ATIVAMENTE no mercado de infra SOA. Porisso acredito que a oportunidade é boa. Aliás, muito boa! (melhor que a brincadeirinha com 'liquid' acima).

"Don't do anything by half. If you love someone, love them with all your soul. When you go to work, work your ass off. When you hate someone, hate them until it hurts."
- Henry Rollins

Intel Inside Part III

09 junho 2005


Concluí a 1a parte desta série não planejada dizendo que Mr Bill Gates deveria ficar preocupado com o movimento da Apple.

De cara não gostei da troca do PowerPC por chips Intel. Mas, como mostra David Kirkpatrick em artigo para a Fortune, se tem alguém que pode ajudar na concretização da minha previsão mais alucinada*, este alguém é Mr Jobs.

* Explico: em janeiro publiquei algumas provocações (previsões) para o biênio 2005/2006. A mais crazynerdjunkiething delas (tópico 7 deste verborrágico post) diz que a MS perderá 15% do mercado desktop. E que, dependendo da agressividade da Apple, tal número saltaria para 20%. Segue sendo "prosocopéia sci-fi porr@loc@".
Sigo apostando R$1 em sua realização.

"Boas idéias, e as pessoas que as propõem, são paradoxalmente fortes e vulneráveis. Por essa razão, elas precisam encontrar gestores sensíveis, capazes de reconhecer ambas as características."
- David Obstfeld


Em entrevista publicada na GV executivo (mai/jul 2005)

Graffiare Excepcionale

08 junho 2005



Clique para ampliar.




Surrupiado do somethingawful.com

Intel Inside Part II

07 junho 2005

Há muito tempo a mídia especializada e a blogosphere não tinham um assunto tão quente em mãos! Já tratei o tema no post anterior, mas vale o complemento.



Primeiro um ponto que não tratei (explicitamente) no post anterior: a Apple pode ter caído no colo da Intel contra sua vontade. Ah, mas tinha a opção AMD, vc pode pensar. Tinha? Até que ponto a AMD tem (reais) condições de brigar com a próxima geração PowerPC/Cell? Acho que a AMD ainda está concentrada em roubar fatias de um bolo existente (real) que é o bolo X86. Cell é um mercado futuro, indefinido apesar de promissor. A AMD não tem bala para tanto.

Paul Murphy, em blog da ZDNet, considera o movimento da Apple uma bela "varada n'água". Escreve como um fã da Maçã desconsolado com a perda da 'aura' de exclusividade (elitismo?) que sempre marcou os produtos da Apple. A exclusividade projetada é um tanto estranha: vc poderá rodar Windows no Mactel (MacX86), mas o MacOS não rodará em outras máquinas X86. Vejo aqui outro grande erro do Jobs: pq não brigar pelo mercado de software também? Se o desktop Linux vive soluçando (e não despontando), pq não tentar roubar um pouquinho do mercado do XPé e do futuro Berrante (Longhorn)?

Já David Berlind, também da ZDNet, acredita que a Apple tenha realizado o que seria um 'próximo passo lógico'. E ampara sua crença em argumentos bastante plausíveis:

1. A Apple é popular de novo (graças ao par iPod + iTunes). Intel escala (no sentido 'produção' mesmo);

2. Com melhor estrutura de custos, usabilidade incontestável e maior segurança, pq não usar Macs em médias e grandes empresas? Pq a Apple ficaria eternamente agarrada ao tal mercado SOHO (Small Office, Home Office)?

Bons argumentos. Assim como os de Jonathan Schwartz, da Sun, em convite aberto para o Jobs. O problema do Schwartz é que ultimamente ele pega carona em tudo quanto é notícia. Já escreveu carta aberta ao Lula também. Vamos trabalhar gente!



O Jobs não faz birra. Ele trabalha. E é ágil. Percebendo-se meio sacaneado pela IBM ele parece não ter pensado duas vezes: vai trocar o PowerPC por chips Intel. Na minha opinião, podemos testemunhar um "Exemplo de Erro Estratégico" do porte daqueles documentados em edição recente da EXAME.

Razões da Tolerância Zero do Jobs:

1. A IBM desrespeitou alguns Níveis de Serviço acordados com a Apple para fornecimento do PowerPC. Em momentos críticos, como no lançamento do Mac Mini, o estrago pode ser grande.

2. A IBM deu um 'drible da vaca' na dupla Wintel (vendendo a unidade de PCs para a Lenovo); aplicou um 'chapéu' na MS (licenciando um PowerPC parrudinho para esta); e fez um golaço tabelando com Toshiba e Sony para criar o novo chip Cell. Onde fica a Apple neste jogo? Tava na 'geral'. Pagou barato pra ver a IBM jogar. Acontece que a Sony é sua maior concorrente (tanto no mercado iPod quanto no mercado SOHO). Aliás, no provável mercado de 'Media Centers Caseiros', MS e Sony (lembrem-se, equipadas com chips PowerPC/Cell) podem fazer muito estrago na pequena (mas cobiçada) fatia da Apple.

Jobs detestou o novo desenho do mercado. Ficou sem um diferencial tecnológico que sempre notabilizou os equipamentos da Apple. Restaram-lhe Intel e AMD. Optou pela primeira. Pq acho que é uma jogada de altíssimo risco: pq a Intel anda patinando feio. O Itanium é uma bomba relógio e a AMD tem mostrado mais "Visão". Para se ter uma idéia, o Cell promete uma performance 10x superior ao Xeon mais parrudo. Não é pouca coisa.

Resta saber que linha de produtos Intel irá equipar os futuros Macs e co-irmãos. Se for qq variação das linhas atuais, a Apple corre o risco de 'chover no molhado' mercado de PCs. O MacOS rodará em qq PC? Então pq alguém pagaria o famoso 'overhead' Apple? Uai... mas aí quem deve ficar incomodado é o Mr Bill Gates, não?

Que salada saborosa! Com maçã, uva passa e cenoura, que faz bem pra vista.

Bem no comecinho da década de 1970 o time holandês Ajax virou sinônimo de Futebol Total. O Técnico Rinus Michels inventou e implementou um esquema tático que assombrou o mundo. A Holanda de 74/78 ficou conhecida como "Laranja Mecânica" por adotar o esquema que, traduzido para os dias de hoje, pode ser chamado de "4-2-4". Mas era muito mais que isso. O "Carrossel Holandês" significava dinâmica, interatividade de todos com todos e muita inteligência. Cruyff é o maior ícone do alto QI futebolístico.
Hehe... que viagem...

Tudo isso pq um post ("Desejo de Matar") está rendendo. Lá provoquei os desenvolvedores, particularmente aqueles que sempre detonaram o tal Javascript. Motivado pela "Interface Total" dos novos serviços do Google, sugeri que haveria uma certa "preguiça" de nossos desenvolvedores de interfaces. Descobri depois que aquela maravilha toda só foi possível pq há uma nova figurinha no pedaço, um tal AJAX. O Braga acabou de enviar uma colaboração bastante didática. Tks Braguinha.



E aí? Gol de quem?

BRRRRRAAAAZZIIIILLLL

06 junho 2005

O "PC Conectado" e outras iniciativas de inclusão digital do governo brasileiro estão rendendo belo espaço na mídia. Ontem, na Folha, Elio Gaspari comentou o impacto que o laptop de US$100 pode causar ao projeto "PC Conectado". O laptop baratíssimo é um projeto do MIT encabeçado pelo guru Nicholas Negroponte. Decisão difícil: aguardar a viabilização do notebook ou lançar logo o "PC Conectado" com micros custando cerca de R$1.400? Salomão colocaria 200k micros na rua*, até para compensar o atraso de quase 6 meses no programa. E prestaria muita atenção nas palavras de Negroponte, que desembarca por aqui no próximo dia 28.

O BoingBoing aproveitou o tema e requentou o 'fora' que Bill Gates levou em Davos. Saca só a introdução do post de Cory Doctorow:

Brazil is wiring up its favelas (shantytowns) using free software and recycled hardware, turning GNU/Linux into a serious force for sustainable development. Bill Gates is so freaked out by this that he's tried, unsuccessfully, to book a meeting with the President of Brazil, who turned him down. BRRRRRAAAAZZIIIILLLL!

Cory comentava notícia publicada pela BBC.



NQS(M)C** :: Pq será que toda foto que ilustra este tipo de notícia é sempre igual? E pq a camisa do Mengo é quase unânime?



* O plano original fala de 1 milhão de micros!
** Não Querendo Ser (Muito) Chato

"A time is marked not so much by ideas that are argued about as by ideas that are taken for granted. The character of an era hangs upon what needs no defense. Power runs with ideas that only the crazy would draw into doubt. The "taken for granted" is the test of sanity... In these times, the hardest task for social or political activists is to find a way to get people to wonder again about what we all believe is true. The challenge is to sow doubt."
- Lawrence Lessig

graffiare #106

03 junho 2005

"How does a project get to be a year behind schedule? One day at a time."
- Fred Brooks

Sem Comentários

02 junho 2005

É um tanto estranho que uma campanha publicitária da IBM, divulgada na EXAME e afins, esteja "vendendo" Middleware. Se fosse há uns 5 anos eu até entenderia. Mas hoje? Porisso (e outros fatores que comento oportunamente) acho que a Bea vai conseguir um belo posicionamento com o lançamento do Free Flow.

Saca só um trechinho de um artigo do ZapThink, falando do tal 'middleware':

The bigger problem, however, is that companies now think of distributed computing entirely in terms of connecting systems. Rather than focusing on the creation of business logic that meets business needs, companies now create layers of middleware. Companies now have to deal with the problem of integrating their disparate middleware implementations throughout their enterprise – middleware for their middleware, if you will. They must now spend millions more to manage and integrate the middleware that they have glued in place so well that it is virtually impossible to change or remove.

It simply makes no sense for companies to spend money to get their middleware to work well with other middleware. Why should companies have layers upon layers of middleware, each dealing with a specific tightly-coupled integration problem? Using middleware to solve acute, localized integration issues is one thing, using it to solve chronic problems that relate to business agility and ongoing flexibility is another! Companies don’t need more or better middleware to make their systems more agile. Instead, they need to step back and think through how to build, run, and manage distributed computing infrastructures that are inherently flexible and agile. What they need is architecture, in particular, Service-Oriented Architecture (SOA).

O Subversion (famosa ferramente open-source de Gerência de Configuração - SCM) ganhou o prêmio Jolt 2005 (promovido há 15 anos pela revista Software Development) na categoria "CHANGE AND CONFIGURATION MANAGEMENT TOOLS", confiram:

http://www.sdmagazine.com/documents/s=9785/sdm0506b/0506b4.html

Reparem no final do texto da matéria: "All these goodies add up to the best version-control product on the market today. The fact that it's free and open-source is just a bonus."

Surrupiei o post aí do Ivo Michalick, do grupo CMM-Brasil.


E os céticos vão ficando cada vez mais sem argumentos.

"Dreams are extremely important. You can't do it unless you imagine it."
- George Lucas

graffiare #104

01 junho 2005

"The creation continues incessantly through the media of man. But man does not create...he discovers. Those who look for the laws of Nature as a support for their new works collaborate with the creator. Copiers do not collaborate. Because of this, originality consists in returning to the origin."
- Antonio Gaudi