Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

Pois é, vou começar uma pequena série (sem um número pré-definido de capítulos) para compartilhar minhas experiências como "home worker" (ou "do lar", como queiram... hehe). Há tempos ensaio este ensaio, mas a provocação definitiva veio d'um grupo 1/2 mala, falando da viabilidade da profissão de "consultor". Em uma ou outra mensagem, se bem entendi (li com uma má vontade daquelas), o pessoal estava desencorajando um cara com feições de "?". Tipo: "só se se tornar consultor for a sua última alternativa"! Então vou falar do trampo de "consultor independente", posicionamento, preços, como é o trabalho "do lar", facilidades e dificuldades, investimentos, montagem do escritório etc etc.



Independente?

Nada mais mentiroso, como já comentei aqui. Quando você abre mão de um patrão e de toda a estrutura que uma empresa oferece, você fica ainda mais dependente. Dependente de uma boa rede de contatos, de bons parceiros comerciais. Mas, antes de mais nada, você depende de uma cristalina posição:

  • o que você quer levar para o mercado?
  • por que sua proposição é melhor do que aquelas que são oferecidas por empresas?
  • para quem ela é melhor?
Insisto na criticidade desta definição porque sofri e ainda sofro muito com ela. Alguns serviços que ofereço no finito são um tanto nebulosos para muita gente: "Administração de Ativos (de software)"?!? Sou teimoso (e a teimosia é um defeito necessário), e manterei estranhas ofertas ainda por um bom tempo. Mas seria suicídio manter um portfólio integralmente "estranho". Ofertas "populares" - fáceis de explicar e vender - são fundamentais.

Acredito que um portfólio "perfeito" de produtos e/ou serviços exibe claramente três categorias:
  • Troco: produtos de baixo preço ou serviços de curta duração. O nome diz tudo: eles geram o "troco", aquela graninha pequena bem útil para pagar as contas básicas e fixas. 20% do tempo (e qq outro recurso) é dedicado para esta categoria.

  • Lucro: para ficar "chique", este é o seu "core business" - o conjunto de seus produtos e/ou serviços principais. É daqui que vem a grana boa, o "lucro" real. 70% dos recursos (inclusive o tempo) é consumido aqui.

  • Truco: saca aquele jogo de cartas? Então, esta categoria é sua aposta. Aquela idéia ou projeto que pode "mudar a sua vida". Como é de alto risco e quase sempre complexo, não merece a dedicação de mais do que 10% dos seus recursos.
Se eu fosse um verdadeiro cara-de-pau eu patentearia o modelo acima. Se... Na realidade é uma evolução do mítico-modelito da Google (20% do tempo de seus colaboradores é dedicado a "projetos paralelos e pessoais"). Proponho a divisão 70-20-10. Seu perfil é mais "agressivo" e seu caixa tá legal? Então jogue mais truco. És muito conservador? Brigue pelo troco. As variações vão do gosto ou situação de cada um. Só não aconselho o abandono de uma das categorias - nunca! A menos que você tenha se tornado milionário. Neste caso, não se esqueça dos amigos, ok?


Viável?

Voltemos ao ponto-estopim desta série: vale a pena ser consultor "independente"? Não vou cair naquele velho e monótono papo sobre a irregularidade das receitas, a insegurança e coisa e tal. A questão é: vale a pena?

Uma coleção de "dependes":
  • você bateu no "teto" da vida corporativa? ou
  • simplesmente não tem mais saco para enfrentar o dia-a-dia de uma empresa?
  • enxerga uma série de oportunidades (ou uma muito grande) que não é percebida pelo seu empregador?
  • acredita que pode ser mais produtivo em carreira solo?
  • acredita que pode ser mais lucrativo em carreira solo?
Se respondeu "sim" a qualquer questão acima é um bom começo. Mas, por favor, não faça como o louco aqui que entrou (caiu) de cabeça sem um mínimo de planejamento. Acabei de completar 2 anos em carreira solo, e só agora vejo algum resultado. Tenho certeza de que, com um pouquinho de planejamento, o caminho teria sido bem mais fácil. E onde começa o planejamento? Oras, na definição de um bom portfólio (seguindo ou não as dicas que dei no tópico anterior).

Para encerrar este primeiro capítulo um alerta: se você tem filhos (não os tenho) ou responsabilidades afin$; dívidas (ou responsabilidades afin$); ou qualquer outra coisa que dependa muito de uma remuneração fixa, pense 100 vezes antes de fazer o movimento. E o faça aos poucos, desenvolvendo um site e material de apoio; construindo uma rede de contatos diretamente ligada às suas ofertas; fazendo pesquisas e testes; enfim, conversando muito.

Vou repetir uma dica que dei tratando d'outro assunto: Relacionamentos -> Conversas -> Transações.

Crie Relacionamentos. A melhor forma que conheço é com geração de conteúdo. És especialista em alguma área? Gosta dela? Então crie conteúdo sobre ela (artigos, eventos etc). E gere relacionamentos a partir dela. Deles virão as Conversas. O mercado ficará melhor delineado. As oportunidades serão mais evidentes. Consequentemente, suas chances de gerar Transações serão consideravelmente maiores. Fácil? Se fosse, todos fariam. Não se iluda: é trampo pesadíssimo.

.:.

No próximo capítulo vou falar exclusivamente sobre Preços e Estratégias de Precificação. Se tem uma coisa medonha em nossa área é esse papo de "homem/hora". Dá pra ser melhor, né?

.:.

A imagem utilizada neste artigo fica na minha cara todo dia. É um quadrão com mais de 2 metros de comprimento. Um imenso "cut+paste" de átomos que fiz lá nos tempos de Pearl Jam, Nirvana e Luana Piovani. Bons tempos!

0 responses to "Trabalhando em Casa - Parte I"

Leave a Reply