Continuação deste post que comenta algumas "idéias longevas" apontadas em uma pesquisa realizada pela revista Strategy+Business. Relembrando: estou destacando apenas aquelas que falam mais diretamente com a área de TI. Vamos lá:
- CRM (Costumer Relationship Management): apareceu em 4º lugar (!) na pesquisa, com 40,1% das indicações. Pode parecer estranho, afinal esta STL (sigla de três letras) já fechou o ciclo que marca 99% de nossas STLs, ou seja: Eureka!->Hype->Bubble->Boom (w/o ROI). Se segue na lista de executivos e consultores é pq tem algo a falar, certo? Certo. O que deu errado então?
TI entrou muito cedo no jogo. Priorizamos ferramentas (a maioria fajutas) em detrimento da Estratégia, dos Conceitos e de toda mudança cultural imposta por uma iniciativa de Marketing de Relacionamento. Pq "ferramentas fajutas"? Pq nenhuma delas foi criada a partir de um núcleo CRM de verdade. Ferramentas de automação de força de vendas, help-desk, telemarketing e afins foram simplesmente renomeadas. Como a grande maioria delas era especializada na automação de alguns canais de contato, os projetos CRM começaram "de trás pra frente". Não poderia dar certo mesmo. Mas a idéia perdura. Perdura pq o CLIENTE dos novos tempos demanda atendimento, produtos e serviços personalizados. Perdura pq o cliente quer ser reconhecido como único. E perdura pq as pouquíssimas empresas que realmente se relacionam "1:1" com seus clientes perdem menos. E podem até ganhar mais!
Passada a "bolha CRM", quero crer que já há maturidade suficiente para a realização de bons projetos. Mas se dará mal (de novo!) quem quiser discutir "ferramentas" no 1º ano do projeto. - Tecnologias 'Rompedoras' (Disruptive): Quinta colocada na lista da S+B, com 39,0% dos votos. Nossa! Tá lá no clássico (mal interpretado) "Reengenharia" (1993), de Hammer e Champy: "É o poder rompedor da tecnologica, a sua capacidade de transpor as regras que limitam a condução de nosso trabalho, que a torna fundamental para as empresas à procura da vantagem competitiva". Carr queira ou não. O fato de 4 em 10 empresários e consultores apontarem "Tecnologias Rompedoras" como uma idéia duradoura joga mais algumas pás de cal no (mal escrito/interpretado) trabalho do Nick Carr. Mas quais tecnologias tem um "poder rompedor"?
Esqueça qq elemento de infra (não compre, alugue!), sistema operacional, pacotes, qq coisa sem fio e coisinhas como voz sobre IP. São commodities que, por si só, não movem moinhos. Pense nas "regras que limitam a condução de nosso trabalho". E daí em qual combinação (convergência) de commodities pode facilitar a "transposição" de tais regras. Ouça seu cliente (vide tópico acima) e não as ponderações médias de um 'nicho'.
E contrate gente criativa ao invés de especialistas certificados em "copy+paste"!
Aliás, o 15º item da lista (q tem um total de 35) são as "Incubadoras de Inovação".
E o 26º um tal "Open Source Business" - aquele modelinho que vc adota para tentar incorporar um pouquinho da criatividade alheia (além d'outras coisas, obviamente).
E, por fim, sinta-se provocado pelo Google (publicidade), Apple (música), IBM (chip Cell), Linux/Mozilla Firefox/Wikipédia (desenvolvimento colaborativo), Toyota (lean), Dell (cadeia produtiva), Domenico De Masi ("Criativade e Grupos Criativos") e W.Chan Kim / Renée Mauborgne ("A Estratégia do Oceano Azul").
update: A McKinsey tem um artigo legal sobre os 2 pontos que destaquei aqui. (Requer registro - gratuito).
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