Para comemorar seus 10 anos a Strategy+Business, publicação da Booz Allen, fez uma pesquisa para descobrir quais são as idéias mais duradouras do (volátil = muito suscetível a modismos) mundo do 'management'. Além das "10 Mais", o artigo (requer registro - gratuito) mostra quais foram as outras 25 idéias citadas. Vou comentar (brevemente) aquelas que mais falam conosco (TI, ora pois!):
- Execução: não impressiona que a "capacidade de transformar idéias em ação" tenha ficado em 1º lugar com 49,3% dos votos?? Só estou citando esta "idéia" pq ela foi vencedora e pq é estarrecedora. Mas é verdadeira (vide a inexorável paixão corporativa por reuniões estéreis). Assim como deve ser verdadeira a desconfiança de que para 50,7% das empresas o problema é outro: a total falta de idéias! hehe..
- Learning Organization: ou "organização que aprende" ficou em 2º lugar (!), com 46,6% dos votos. O fato é que nossos processos não são desenhados para "amplificar o aprendizado" (para usar um termo Lean). O aprendizado decorrente da execução de um processo de negócio é quase um acidente. Há sim muito o que fazer por aqui.
Uma das melhores oportunidades de promoção do aprendizado é um Projeto. Todo projeto significa, de alguma forma, uma MUDANÇA. Há um certo tempo desenvolvi um trabalho onde eu mostro que nenhum padrão de facto de 'melhores práticas' para a gestão de projetos se preocupa devidamente com a APRENDIZAGEM CORPORATIVA. PM-BoK's e RUP's da vida, quando tocam no assunto, falam só de reuniões "pós-morte" (sic10x) e documentos de "lições aprendidas" (aka Repositórios de Poeira).
Parece que finalmente, após anos de teimosia, vamos aposentar o termo "Gestão de Conhecimento" (KM - Knowledge Management). Não que seja um termo ruim. Acontece que foi surrado demais por conhecimento de menos. E seguimos tentando "aprender a aprender". Mas é bom que a "aprendizagem corporativa" esteja na lista de prioridades de executivos e consultores. Aliás, muito bom! - Pensamento Lean: um conjunto de PRINCÍPIOS que norteiam desde a produção de bens até a produção de software. Vem do "Toyota way" e temo que hoje tenha mais 'advogados' do que praticantes. Mas é um excelente conjunto de PRINCÍPIOS (que ficou em 10º lugar na pesquisa da E+B, com 30,5%) que pode ajudar consideravelmente na realização dos dois itens acima. Este paper é uma boa e leve introdução ao Lean Thinking. E ainda apresenta, de lambuja, uma provocação do tipo: "precisamos aprender a escrever contratos para prestação de serviços de desenvolvimento de software. Precisamos aprender a estruturar contratos que prevejam entregas incrementais", e assim por diante.
- Ativos Intangíveis: colocados na 19ª posição merecem mais atenção da área de TI. Já escrevi por aqui um dia que WYDSIWWKY (What You Don't See Is What Will Kill You) - céus! Gerenciamos muito mal nossos ativos intangíveis, particularmente nosso Conhecimento. E, como os criadores do Balanced Scorecard (Kaplan e Norton) consideram que software também é um "ativo intangível" (um engano que tende a se propagar), emendo aqui: gerenciamos mal e porcamente nossos ativos de software. E não estou falando de gerenciar "licenças", please!! Sem querer ser muito 'auto-marketeiro' (e já sendo), tenho aqui um artigo que fala (um pouquinho) sobre a questão, sugerindo uma das melhores ferramentas para tal (também de Norton e Kaplan), os Mapas Estratégicos.
Amanhã (ou depois) eu concluo a "série".
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