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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

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Por falar nisso, me lembrei da melhor história de migração de L para M que já li. É meio antiga, de ago/02, mas... déjà-vu! Deu (deu!) na Exame:

A ira dos deuses | 10/08/2002

Por que sua empresa não usa serviço de e-mail grátis?
Helio Gurovitz

Os deuses da informática devem andar raivosos com a empresa X. Esta semana seus misteriosos oráculos ordenaram que se trocasse o programa de correio eletrônico do fornecedor L pelo do fornecedor M. Os dois programas recebem mensagens, os dois enviam mensagens, e os dois também têm aquelas utilíssimas funções que respondem e remetem mensagens. Mas, sabe-se lá por que, o programa do fornecedor M se mostrou melhor que o do fornecedor L para todos os quatro escalões hierárquicos aos quais coube tomar a prosaica decisão. Sim, ele foi escolhido pelo departamento encarregado, passou pela respectiva gerência, subordinada à correspondente diretoria, e, finalmente, foi aprovado pela vice-presidência competente.

Aí mandaram imprimir não sei quantos mil manuais para ensinar a todos como mexer no novo programa de e-mail, deram aulas e aulas de treinamento (que a maioria cabulou porque precisava fechar alguma venda ou algum negócio urgente) e designaram um funcionário especialmente para atender às dúvidas - por telefone, é claro. Quanto tudo isso custou ninguém ficou sabendo. Mas a empresa se sentia na vanguarda tecnológica em sistemas de e-mail - seja lá o que isso signifique.

No dia da mudança, quem chegava ao escritório levava um susto. O novo programa nem era tão diferente, mas todos estavam acostumados com o antigo. Principalmente os escalões superiores, ocupados em geral por gente com mais experiência e pouca - ou nenhuma - familiaridade com computador. Pior: com a enorme quantidade de usuários novos, o sistema de e-mail ficou sobrecarregado e não parava de cair. Mensagens antigas sumiram. Listas de endereços foram para o espaço. Os vice-presidentes e diretores até que se viraram, mas o resto da empresa ficou em polvorosa. O ramal indicado para esclarecer as dúvidas ficou horas ocupado. O treinamento não havia previsto o caos e por todo canto se ouvia uma reclamação: onde foi parar o contrato? Cadê aquela proposta? Preciso fechar negócio agora, como faço pra mandar os arquivos?

No início, só se safou quem tinha ouvido um gerente esperto algumas semanas antes. Ele teve uma idéia singela e anunciou a todos na sua seção: "Todos aqui vão abrir uma conta no serviço de e-mail gratuito H. É ela que vocês vão usar pra trabalhar. A outra, a conta da empresa, vocês põem no cartão de visitas, mas podem esquecer no dia-a-dia". Era uma atitude absolutamente contrária às políticas e diretrizes de e-mail da empresa, mas deu certo. Afinal, por que gastar tanto com um programa de correio eletrônico se tem tanta gente oferecendo e-mail de graça por aí? (Ah, sim, um pequeno detalhe: o e-mail gratuito H também era da empresa M.) Aliás, pensava o gerente, todos os navegadores e servidores de Web já trazem sistemas de e-mail embutidos, além de haver programas gratuitos para qualquer um montar o seu sistema de correio eletrônico. Para que gastar com isso? Final da história: a diretoria descobriu e, sob pressão dos quatro escalões envolvidos na compra do novo sistema, demitiu o gerente por insubordinação. Quanto ao e-mail, depois de um mês dando no lombo dos funcionários, as coisas aparentemente voltaram ao normal. Até o próximo episódio da ira dos deuses.



pv: 1 ano de assinatura do Graffiti grátis pra quem adivinhar quem é a tal 'Empresa X', hehe...

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