Comecei de cabeça para baixo. Ontem falei que ia comentar os 7 erros mais comuns nas 'pioneiras' implementações de Arquiteturas Orientadas a Serviços. Vamos ao #7: Coçando a orelha esquerda com a mão direita.
Toda novidade da nossa área é sempre marcada por dois falsos rótulos: 1) é a solução para TODOS os nossos problemas; e 2) é um bicho de sete cabeças. Donde sai tanta mentira: marketing e vendas, oras! Solução para todos os problemas todo mundo quer. A complicação faz parte do jogo de "alocação" de zilhões de "especialistas" caríssimos.
SOA, o conceito, tem tudo para funcionar como o "descomplicador" das estruturas e organizações de TI. Na verdade, há pouquíssima inovação tecnológica por trás do conceito. Nosso maior desafio é desatar os quase infinitos nós de nossas estruturas (pouquíssimas merecem o título "Arquitetura"). Vamos ao básico:
A organização como um todo e TI em particular devem ter uma visão bem clara de sua "Arquitetura". São três conjuntos:
I - Arquitetura de Negócios: Mapa completo de todos os nossos processos de negócios e suas relações com o mundo exterior. Cada atividade deve destacar os recursos necessários para sua execução, tempo de ciclo, custo, valor agregado e outras informações. "Nossa! Mas eu vou levar a vida inteira para ter tal 'mapa'!". Pois é, a eterna desculpa. Já desperdiçamos 'n' oportunidades para começar a tecer tal 'mapa': implementações de ERPs, CRMs e afins; projetos de reengenharia (!) etc etc. O fato é que sem tal visão, como falar de Gestão dos Processos de Negócios (BPM), Indicadores-chave dos Processos (KPIs), Balanced Scorecard etc etc?? É impossível!
Pronto! Tá aqui eu tornando SOA (MUITO) difícil! Acontece que não podemos ter a ilusão de lançar uma iniciativa que cubra TODOS os processos de negócio de uma empresa em uma tacada só. "Toda longa jornada começa com o primeiro passo", ai que gênio... Vamos mapear o primeiro! Como manda o figurino. Vamos tratar o primeiro processo de negócio como Vitrine, Patrocinador, Alavancador (sic) de Aumento! Vamos começar, pôxa!!
III - Arquitetura Tecnológica: (opa! Errei a conta não. Segue lendo que vc vai entender). Taí a parte mais "fácil" da empreitada: Conhecer sua arquitetura tecnológica. Ativos de hardware e software, capacidade, distribuição, taxa média de utilização, planos de atualização etc. Dado o perfil "ativo fixo e muito tangível" da maioria de nossos CIOs, é de se esperar que o domínio da Arquitetura Tecnológica não demande nenhum esforço hercúleo.
II - Arquitetura de Aplicações: por fim a "cola" que une aquela parafernália caríssima (Arquitetura Tecnológica) com nossa razão de existir (Arquitetura de Negócios). É aqui que deve ocorrer o maior impacto de uma implementação SOA. Nossas aplicações, até então vendidas/compradas, distribuídas e utilizadas como 'monolitos' devem passar a oferecer e executar "serviços". Mas que porcaria é esse tal "serviço"? Oras, simplesmente uma Atividade ou Processo de Negócio! A emissão de uma ordem de compras, solicitação de visita do suporte técnico, agendamento de férias, reserva de sala de reuniões, e por aí vai. Qualquer Atividade ou Processo de Negócio pode virar um "Serviço". Mas falaremos mais sobre isso nos próximos capítulos da série "SOA Mistakes".
O importante aqui é não se deixar enganar: uma iniciativa de implementação de uma Arquitetura Orientada a Serviços não pode ser vista como algo simples como "fincar prego no angu". Será MUITO trabalhosa. Mas não se trata de nada complexo. Na verdade, qualquer sinal de complexidade em projetos desta natureza deve ser visto como um sintoma de que algo está errado.
"Feijão com arroz" :: SIMPLICIDADE!
É a primeira 'moral' dessa longa história.
O Graffiti mudou!
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