Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Tão logo a Totvs encarnou um espírito tupiniquim do Larry Ellison eu manifestei aqui minhas críticas: estavam comprando 'market share', e não empresas, produtos, culturas ou idéias.

O tempo passou e aquelas adições se comprovaram estranhas. RM e Logocenter mantém uma certa autonomia. Ou seja, três produtos principais continuaram chovendo no mesmo espaço molhado. Estratégia inovadora - que pode ser batizada "salve-se quem puder"? Ou absoluta falta de estratégia?

Não importa. O fato é que a gula aumentou, e atingiu seu ápice na última semana, com o anúncio da aquisição da Datasul pela Totvs. Sei que nado contra a maré. Afinal, nossa mídia só sabe usar o "chapéu amarelo*":

Como sempre, me sobra o "boné preto*". Vamos lá:
  • A fusão facilitará a entrada de um estrangeiro, e não o contrário. É mais fácil e mais barato comprar uma única empresa do que comprar 3 ou 4. Se o Brasil se confirmar um mercado 'crucial' (e é!), nada impedirá que SAP ou Oracle papem a Totvs numa só mordida. Estaríamos falando de quanto, R$ 1 bi? Segundo a última edição da EXAME Melhores & Maiores, a Totvs tem um patrimônio líquido (ajustado) de US$ 201 milhões. Ou seja: peixe pequeno para uma estrangeira gulosa.
    Pequeno e desajeitado: que empresa de software do mundo consegue uma margem líquida de apenas 2,5%? O que significa um lucro líquido de apenas US$ 5,8 milhões?

  • Cada um escolhe o ranking que mais lhe apetece, certo? O que é a 9ª maior produtora de sistemas de gestão do mundo? A concentradora, a Totvs, é apenas a 47ª maior (em vendas) do ranking EXAME para o mundo digital. Ou a 742ª da lista das 1000 Melhores & Maiores. Ou seja: é "pititinha".

  • O ganho dos investidores é imediato. Imediatista. Não há nada no longo prazo que me fizesse colocar R$ 0,01 em uma ação deste grupo.
    O que ninguém fala é sobre o outro lado da ação. O principal ativo de uma empresa de software são seus profissionais. Enquanto (poucos) investidores salivam, uma baita "deprê" baixou entre os colaboradores da empresa adquirida. Até um "feriado" não programado aconteceu. Milhares de currículos foram atualizados e publicados nos últimos dias.
Também vale dizer que o CADE, administrado seriamente, nunca deveria aceitar esta fusão. A concorrência estrangeira não deve servir como desculpa para a criação de um monopólio em Pindorama. Clientes e usuários seriam muito prejudicados. Se na situação atual não vemos nada de inovação, imaginem como será na forma de um monopólio.

Resumindo: apenas 1/2 dúzia sai ganhando com a fusão da Totvs com a Datasul. Alguém deveria se preocupar com isso.

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* Para entender os "chapéus" e "bonés": estou estudando o livro "Os Seis Chapéus do Pensamento", de Edward de Bono (Sextante, 2008). O "chapéu" amarelo representa o pensamento positivo (no nosso caso, o 'baba-ovo' da nossa prensa 'especialista'). O "boné" preto representa o lado negativo.

Se não é pela ZDNet eu não ficaria sabendo: o Hamilton "Hammett" Veríssimo finalmente entrou na MS. Corro o risco de ser mal interpretado nesta "carona", inclusive pelo próprio Hamilton, mas não ia deixar de comentar a nova.

Conheci o Hamilton em 99, quando o contratamos na B&F (Brás & Figueiredo). Entrou direto num projeto coordenado por mim. Vitão e Nelson Ponce eram do mesmo time. Foi um projeto legal para uma grande rede varejista que ainda merecerá um "causo" narrado aqui. Convivência curta - logo depois do projeto o cara pulou para a Vesta (que na época levava talentos a peso de ouro. Para quem não se lembra, era a era da "Exuberância Irracional". Em solo tupiniquim era "Irracional ++").

Tempos depois tive a chance de levá-lo para um projeto "estranho". Explico: ele tinha acabado de publicar um livro sobre "ASP.net". E consegui alocá-lo em um projeto J2EE (era assim que se escrevia na época). Tenho certeza que este projeto tem um peso especial em sua cria prima, o Castle. A briga era a mesma e o Hamilton soube muito bem misturar as coisas boas dos universos Java e .Net.

Mais recentemente tentei apoiá-lo na consolidação da Castle Stronghold, abrindo contatos comerciais. Não deu muito certo, e sua ida para a MS deve confirmar o aborto de uma idéia que, tenho certeza, era bastante promissora (mas não encontrava público em Pindorama. Tanto que todos os seus clientes estavam fora do Brasil).

O namoro da MS não é novo. Há pouco mais de 2 anos rola uma paquera. A última investida foi interrompida por uma questão de "diploma" (tsc, tsc). Não sei como driblaram a coisa agora. E confesso que quando li a manchete fiquei um pouco preocupado. Até ler o post do Hamilton:

You probably remember the many times that I’ve made public my disagreement with MS, the .Net team, the ASP.Net team and even the virtualization team. I’m still carrying these disagreements, my beliefs haven’t shifted a bit. The difference is that from now on I will have a chance to make a difference, to tell people what - in my view - is wrong and how it could be fixed, directly.
Sei o quanto o Hamilton é capaz de fazer barulho em uma organização. Apenas torço para que a MS tenha bons ouvidos. Pindorama não teve, e perde outro grande talento.

Como afio minha pena para brigar contra outros monopólios? Me divertindo com a empreZona de Redmond, claro!

Divirta-se comigo: você tem um negócio com 4 produtos. Um dá um lucro absurdo. Absurdérrimo! Outro empata. E dois empacam mais que mula velha. Aliás, são um tipo especial de mula que só tem uma marcha: ré. O que você faria? Quero crer que, por $ que tenha no banco (paradisíaco ou nem tanto), você se livraria dos produtos deprimentes, certo?

Só a MS não entende isso. Aliás, até entende. Mas teima. Teima como uma mula que empacou de uma forma inédita:


Aos números
:

  • A divisão de "serviços online" registrou um prejú de US$ 0.5 bi no último trimestre. Culpa da teimosia pelo Yahoo!? Explicação simplista demais...
  • A divisão "divertida" (XBox e Zune) jogou US$ 1.2 bi no ralo.
Pergunta: até quando a vaquinha leiteira (Win + Office) vai sustentar as derrapadas do Ballmer (e empacadas das mulas)?

Larry Dignan (ZDNet) pergunta se a guerra da MS contra a Google é um tipo de "Vietnã". Sua colega Mary "Jo Jo Gunne" Foley revela o plano da MS para sua divisão "online": gastar, gastar, gastar...

Pergunta II: o cartão de crédito deles não tem limite?

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Mudando de assunto, mas não de alvo. A Folha do último domingo trouxe a seguinte manchete: "SP está mais cara que NY para classe média". Um "infográfico" mostra vários produtos e serviços, comparando preços (em Reais). De um barbeador Gillette Mach 3 (9,99 em SP, 5,16 em NY) até um Honda Civic LXS (65k em SP, 30k em NY). Sabem qual é a maior diferença? O MS Office Standard 2007. 480% de diferença!?! Enquanto em NY se paga R$ 172,18 pelo pacotinho, o desavido de Sampa queima R$ 999,00 pelo mesmíssimo produto!!

A culpa é do tal "custo Brasil"? Haha... me engana que eu gosto. Aliás, gosto não. Sou um satisfeito usuário do OpenOffice, que me custou a fortuna de R$ 0,00! Mas a questão não é essa. A questão é: a MS perdeu a noção? Um dia teve?

Que vergonha: sua vaquinha leiteira, a exemplo daquelas reais em pastos estadunidenses, pasta por aqui. Aproveita o capim do terceiro mundo para subsidiar usuários do tal 1º mundo. Que vergonha!...

A "Melhores & Maiores", edição anual da EXAME, completa seu 35º ano de vida. Publicação chique, compilação necessária. Existem similares tupiniquins, mas nenhum atingiu o mesmo nível. Fiel retrato do mundo dos negócios (formais) de Pindorama, a "Melhores & Maiores" tropeça exatamente onde nossas empresas tropeçam. Nas mesmíssimas pedras.

A própria EXAME, na edição quinzenal, já dedicou capas e diversas páginas ao tema *Inovação*. Sabe que no século XXI este é um dos principais fatores de sucesso. De empresas e países. Mas seu guia com as "500 maiores empresas do país" simplesmente ignora o tema. Não deveria.

Ela já criou "bônus" para premiar Sustentabilidade e as melhores empresas para 'você' trabalhar. Deveria também inventar uma pontuação extra baseada em indicadores de inovação. Nada complicado: número de patentes registradas; participação de novos produtos no faturamento; coisas assim.

Apesar da fama de criativos, não temos tradição nenhuma de Inovação Empresarial. Quero crer que um primeiro passo já demos: reconhecemos a importância da inovação. O passo seguinte é buscar sua implementação.

Outra 'pedra' que compromete a acuracidade do retrato elaborado pela "Maiores & Melhores" é outro dado que escapa de sua análise contábil: a gestão de clientes. Aqui, mais que bônus, seria mais prática a adoção de uma penalização: quantas reclamações a empresa tem no Procon ou em agência reguladora? Quantos processos judiciais movidos por clientes a empresa responde? Campeãs do não-atendimento deveriam ter sua pontuação reduzida.

São critérios simples, de fácil verificação. Sua adoção pela "Melhores & Maiores" tornaria aquela publicação mais simpática. E, com certeza, mais real e útil.

Desde ontem, quando minha conexão com a Internet simplesmente sumiu, destilo veneno elaborando este post. Se você é muito sensível ou anda muito satisfeito com sua prestadora de serviços de comunicações, poupe seu tempo.

Eu estava em São Paulo, mais precisamente em Pinda, quando aconteceu o "apagão" da Telefonica. Me afetou pouco já que, quando em trânsito, normalmente fico totalmente offline. Mas fiz questão de guardar todas as notícias publicadas sobre aquela imensa cagada da empresa espanhola. Esperava ter um tempinho para publicar meus comentários. O tempinho não apareceu até ontem, quando a Oi (Telemar) resolveu mostrar que é tão incompetente e pouco respeitosa quanto a Telefonica.

Não, (ainda) não aconteceu um "apagão" da Oi. Ou melhor: seu "apagão" se dá aos poucos - quase que seletivamente. Serei breve na cronologia dos fatos:

  • Na noite de sábado, quando retornei de Sampa, minha conexão se mostrou instável e relativamente lenta;
  • Na manhã de domingo não existia mais conexão;
  • A Oi oferece três números de telefone para atendimento. O 0800 do suporte nunca atende. Então você aprende que deve ligar para o 10331 e pedir a transferência.
  • Com um detalhe: peça para a moça aguardar que o pessoal de suporte atenda. Senão o suporte não atende e a ligação cai.
  • Em suma: são necessárias umas 7 ligações para você ser atendido de fato, e não por uma "simpática" atendente virtual;
  • Tentativa #1: desconecta os cabos;
  • Tentativa #2: idem, reinicia o computador;
  • Tentativa #3: idem, idem e enfim um porém: "senhor, acabo de verificar que há um trabalho de manutenção na sua região. Ele começou no dia 5/jun e a previsão de encerramento é para o dia 31 de julho".
  • Detalhe: cada tentativa significava uma nova ligação, um novo atendente.
  • Ao último atendente tentei explicar que na minha região, na minha rua (!), apenas eu estava sem conexão. A gráfica dos meus irmãos fica na mesma rua, 2 quadras de distância. E a conexão lá (aqui, onde sou obrigado a trabalhar hoje) estava perfeita. Meu mano caçula mora na outra direção, também na mesma região. Também com uma conexão sem problemas. Adiantava explicar isso para o atendente? Lógico que não.
  • Olha que legal: ele perdeu a paciência e desligou o telefone na minha cara! Só porque solicitei suporte no local (um atendimento que é pago, diga-se de passagem).
  • Liguei para a Anatel: ela só atende de 2ª a 6ª! Não é fantástico?
  • Segunda de manhã: nada de conexão. Litros de suco de maracujá foram consumidos para garantir que eu estaria calmíssimo no momento do primeiro contato com a Oi. Pedi que a 1ª atendente me "acompanhasse" até que o pessoal de suporte atendesse. Ela disse que este é o procedimento. Alguém deveria ensinar isso para os atendentes do domingo.
  • A doce Monique, ao contrário do cavalo dominical, foi super anteciosa. E prontamente abriu um chamado para atendimento in loco. Foi agendado para amanhã.
  • Mesmo assim não deixei de formalizar minha reclamação na Anatel. Protocolo 678781.2008. A Oi tem um prazo de 5 dias úteis para me atender...
Pois é... é tudo o que nós, consumidores, recebemos. Monopólios e "agências reguladoras". A privatização das teles nos deu isso tudo aí. [Vish.. q post mais chato. Tentarei ser mais "construtivo"].

Só aprendi depois do "apagão" da Telefonica que o provimento de serviços Internet não tem o mesmo "status" dos serviços telefônicos "tradicionais". Eles não são tratados como essenciais em nossa legislação. Por isso Telefonica, Oi e porcarias afins são tão relaxadas.

O infeliz mineiro senador da República, Sr Eduardo Azeredo, antes de se preocupar com o policiamento do uso da Internet, deveria garantir que tenhamos acesso. Senão daqui uns dias ele não terá quem vigiar! A cagada é do partido dele: é da época de Serjão e Mendonção, dois ministros das comunicações que não anteviram, em meados dos anos 90, que a Internet teria essa importância toda. Caro (e põe caro nisso!) Eduardo: serviços de conexão com a Internet devem ter o mesmíssimo "status" dos outros: sua indisponibilidade deve ser considerada uma "calamidade pública".

Aliás, será que alguém se lembra que a Internet foi inventada, há 4 décadas, exatamente para ser um serviço de comunicação sempre disponível - até no caso de uma hecatombe nuclear?

O que aconteceu em São Paulo, está acontecendo aqui em MG e vai acontecer em todo o Brasil: as teles estão vendendo mais do que conseguem entregar. Sua infra é capenga e eles estão sendo desonestos com todo mundo. É caso sim de abertura de processos judiciais. Oi, Telefonica e afins estão, literalmente, NOS ROUBANDO.

Não esperavam que se vendesse tanto micro no Brasil? Não esperavam tamanho crescimento? Ema ema... cada um com seus "pobrema".

O nosso é o seguinte: permitimos a criação de monopólios. Mansos como vaquinhas no pasto. Tá na recém-publicada "Melhores e Maiores" da EXAME: Telefonica e Oi faturaram US$ 12 bi em 2007. US$ 12 bi cada uma! O lucro líquido (ajustado) de cada uma foi de US$ 1,3 bi!! São as "maiores" de Pindorama na área de serviços. Sabe de onde vem cada centavo do lucro líquido delas? Da economia na prestação de serviços. Da péssima qualidade dos serviços prestados. Do terrível estado de seus sistemas de informação. Etc etc... Como já disse Seth Godin:

Monopólios trabalham para manter uma coisa que eles não teriam se a gente tivesse a chance de começar tudo de novo.

Bem, a gente não tem a chance de começar de novo. O estrago tá feito. E será bem mais feio se:
  1. Os interesseiros e outros eiros com muitas eiras e beiras permitirem a fusão da Oi com a BrT;
  2. Arthur Badin não for escolhido para a presidência do CADE (um cara que, tenho certeza, brigaria muito contra a fusão acima);
  3. A legislação não for alterada para garantir o mínimo do mínimo para os consumidores;
  4. Continuarmos mansos como vaquinhas no pasto.

.:.

Atualização: quem não chora não conecta, certo? Pois bem, no final da tarde de hoje minha conexão foi reestabelecida. Explicaram que se tratava de um "problema na central". Desconfio que a iniciativa foi motivada pela reclamação formalizada na Anatel. Não importa. E fiquei curioso: será que o sisteminha deles cancelará o atendimento in loco solicitado? Amanhã eu conto procês, hehe..

Mas a "solução" não me fará retirar uma vírgula do que escrevi acima. Pelo contrário, mal comecei minha saga contra Oi e afin$.

Atualização (22/jul): Bom, pelo menos o técnico não perdeu seu tempo vindo até aqui. Não sei se se tratava da mesma pessoa que ligou ontem, informando a misteriosa solução do enigmático problema.

E por falar em enigmas: não conta para a Oi não, mas minha conexão está apresentando o dobro da velocidade que apresentava antes do 'apagão'. Será que ganhei um upgrade? Ou eles estão criando condições de quebrar a ridícula norma que diz que eles só têm obrigação de me entregar 10% da banda nominal contratada?

4 iPhones por Segundo

14 julho 2008

Tá em tudo quanto é canto: a Apple vendeu 1 milhão de iPhones 3G em 3 dias. Quebre os números para ficar ainda mais impressionado: são quase 14k aparelhos por hora; 232 por minuto; 4 por segundo!



Me lembro de alguns fenômenos parecidos: o lançamento do Win95 (blergh!) e do "Use your Illusion" (2x blergh!), do Guns 'n' Roses. Aliás, o nome daquela megalomania do Axl Rose combina bem com os outros fenômenos: Use sua Ilusão (e seus dólares, é claro).

Ok, cada um faz o que quer com sua grana. Mas eu queria entender melhor os tais 'early adopters'. Particularmente aqueles dos produtos da Apple. Eles foram muito mal tratados com o 1º iPhone. Seth Godin mostra que, de certa forma, um certo descaso da Apple com seus fiéis pioneiros prossegue. Eles ligam? Só se for com o iPhone.

Our culture does not think of movie directors, executive chefs, astronauts, brain surgeons, or rock stars as project managers, despite the fact that much of what these cool, high profile occupations do is manage projects. The difference is these individuals would never describe themselves primarily as project managers. They’d describe themselves as directors, architects or rock stars first, and as a projects manager or team leaders second. They are committed first to the output, not the process. And the perspective many PMs have is the opposite: they are committed first to the process, and their status in the process, not the output.

- Scott Berkun (pra variar, em outro fantástico artigo.)

Asterix

02 julho 2008



Era um 'tiozinho' que convivia sem problemas com a molecada. Nenhum choque cultural. Além do espírito jovem, compartilhava os mesmos gostos e o mesmíssimo espírito 'nerd'. Seu tesão por tecnologia e sua sede de aprender sempre foram exemplares. O apelido era óbvio. O bigodão e a pequena estatura faziam dele um Asterix bem mais fiel que aquele do cinema. Um Asterix bem tupiniquim e baiano, que trocava as misturas mágicas do Druida por um belo e gelado copo de chope. Em casos assim, quando um amigo parte dessa pra uma melhor, gosto só de recuperar boas lembranças.

Aquele projeto era um 'inferninho' só: Freguês mala; tecnologia nova; prazos 'imexíveis' etc etc etc. Já era noite quando uma nova versão (ou algo do tipo) recebia retoques finais. Como algo tinha que dar errado, claro que um servidor despencou sem dó nem piedade. Asterix, sem pensar duas vezes, disparou pelo corredor. Elevador para 2 andares. Imagino sua cara ao perceber que aquela subidinha de 2 andares, naquele caso, durou uma eternidade. A porta mal abriu e ele saiu em disparada. Esborrachou o narigão (Asterix+Depardieu) na porta de vidro. Machucou tanto que foi parar no hospital. Claro, não antes de colocar no ar aquele desgraçado servidor.

Folclórico, Asterix ganhou uma estranha homenagem. No dia seguinte a porta mereceu belas pinturas, em cores bem vivas. Nunca mais ninguém quebraria o nariz ali. Por crítico que fosse o projeto, por desgraçados que fossem os servidores.

Descansa Washington. E vê se não gasta toda a banda disponibilizada por aí, ok?