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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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O projeto Rendiconti foi um dos 8 selecionados, entre mais de 30, para participar do Start-up Lab que aconteceu ontem (23/jun), em Sampa. O evento foi (muito bem) organizado e promovido pela Artemisia e pelo The Hub. E sua proposta era bem simples: possibilitar a avaliação de projetos por 8 especialistas das mais diversas áreas. Cada participante teve 5 minutos para expor suas ideas, sem nenhum tipo de suporte (whiteboard, ppt etc), e mereceu 5 minutos de avaliação. Esse tipo de "blitzkrieg" (ataque relâmpago) tem o singelo pseudônimo "Pitch". Na verdade, a coisa aconteceu em 2 turnos: 2 salas com 4 avaliadores cada. O público pode se inscrever e, salvo grave erro de estimativa, havia cerca de 30 pessoas em cada sala. Via Twitter eu fui mostrando a temperatura da minha barriga... que tava gelada!


Recebi com antecedência um roteiro que mostrava o perfil de cada avaliador. Com o objetivo de não desviar minha apresentação para este ou aquele perfil/avaliador, optei por sumariamente ignorá-los. Funcionou... mas é uma estratégia de altíssimo risco. Quando vi a primeira bancada montada ali, a tremedeira aumentou consideravelmente. Saca só a lista de avaliadores: Kelly Michel (fundadora e presidente da Artemisia), Daniel Izzo (Vox Capital), Daniel Garcia Correa (SENAC - Núcleo de Empreendedorismo), Marcos Souza Aranha, Luis Eduardo Dias, Gilberto Alves Júnior (Amanaiê) e... Normann Kestenbaum, da Baumon. Sim, o autor de "Obrigado pela Informação que Você NÃO me deu!", livro que já recomendei por aqui e que consta da "bibliografia básica" para Analistas de Negócios. Sim... eu deveria ter me preparado melhor. Vivo superestimando minha capacidade de improviso. Mas, quer saber, eu consegui o que queria quando submeti o Rendiconti ao Start-up Lab. Tremendo, mas consegui.

Eu queria, na verdade precisava que o projeto ganhasse novos pontos de vista. Ele só é conhecido pela minha 1/6 dúzia de leitores e por parte dos participantes do FAN. Claro, além dos manos que tocam a Opção Artes Gráficas e alguns chegados. É pouco. Pouco para um projeto que pretende criar uma editora/livraria que seja aberta, livre, antenada e... bem sucedida. 10 minutos de pontos de vista novos são suficientes? Você não sabe quanto!

Temo ter irritado um pouco o Marcos Souza Aranha, quando revelei que meu principal objetivo ali era reforçar o modelo de negócios e obter apoio para começar a tratar dois fatores críticos: i) conseguir autores; e ii) elaborar o modelo financeiro do negócio. Marcos, em sua avaliação, disse que o que eu fiz não foi um "Pitch". E o Normann disse que eu havia transferido para eles uma responsabilidade que era minha. Rimos...

Na segunda bateria, no momento de falar sobre o "quanto" [1], abri para os novos avaliadores as críticas que havia recebido na avaliação anterior. Claro, eu queria críticas novas. E as recebi.

Resumindo todas:
  • Não devo ter problemas com a obtenção de escritores;
  • Mas tenho que pensar seriamente sobre distribuição;
  • Se o projeto nasceu porque não concordo com as regras atuais do mercado editorial, eu devo colocar as novas regras;
  • E, principalmente, devo estudar e elaborar o modelo do negócio.
Depois, em papos mais privados, outras dicas apareceram, inclusive de não-avaliadores. Mas veio de um avaliador uma inesperada: eu não teria demonstrado muita motivação com o projeto. Sorte que consegui explicar para ele que o Rendiconti é um "truco". Claro, tive que mostrar o metamodelo de negócios que adotei desde que iniciei carreira solo, o "Lucro + Troco + Truco"[2]. E a conclusão dele foi igualmente surpreendente: use o "troco" também como "truco"!

Agora é tempo de pensar e condensar tudo. Avaliar e reavaliar opções. E acelerar a implementação do projeto, quando devidamente amparado por um bom plano. O Start-up Lab me ajudou a desenhar os próximos passos. E devo agradecer aqui aos avaliadores e ao pessoal da Artemisia e do The Hub pela cara e rara oportunidade. Lhes devo uma!

.:.

Notas:
  1. Montei a apresentação na sequência 6W's proposta por Dan Roam em "The Back of the Napkin". A saber: Who/What, How Much, Where, When, How e Why. Na primeira bateria eu intencionalmente pulei a "how much". Na segunda falei de US$ 400 bi que giram no mercado editorial mundial e dos R$ 3 bi que rolam por aqui. E disse que 1% desse mercadinho representaria um faturamento anual de R$ 30 milhões. Surtiu o efeito desejado.
  2. Já falei por aqui da tríade "Lucro + Troco + Truco", uma tropicalização do modelo que a Google utiliza com seus colaboradores (70-20-10). Chega a hora de falar um pouco mais sobre o metamodelo, agora que tenho exemplos práticos (em meu bolso). Logo disponibilizarei um post só sobre isso, ok?

3 responses to "Rendiconti no Start-up Lab"

  1. Olá Paulo!

    Tava procurando informações sobre o The Hub SP e lembrei desse seu post...indo direto ao ponto: chegou a "refinar" o seu modelo de negócios?

    Conhece o "Business Model Generation" (http://www.businessmodelgeneration.com/)? Acredito que ele possa te ajudar. Tem leituras práticas sobre Modelo de Negócios que você recomenda?

    Obrigado,

    []s

    Shigueru.

    Shigueru

  2. Fala Shigueru!

    Conheço não. Vou dar uma olhada. Sobre o modelo: segue na mesmíssima. Não tive como evoluir nem a ideia nem a aplicação. :(

    Sobre as leituras, recuperei duas dicas que eu tinha colocado lá no nosso grupo:

    Subject to Change - Creating great products and services for an uncertain world

    É de 4 autores, Peter Merholz, Brandon Schauer, David Verba e Todd Wilkens, e saiu pela O'Reilly (2008).É repleto de casos e exemplos. E o melhor: é provocativo pracas!

    Para algo mais prático e pragmático, inclusive com modelos de planos de negócio, eu sugiro o livro "O Empreendedor", de Ronald Jean Degen (Pearson Prentice-Hall - 2009), disponível em PT-br.

    Abraços! Obrigado pela participação.

    Paulo

    Paulo Vasconcellos

  3. Paulo,

    "Conheço não. Vou dar uma olhada. Sobre o modelo: segue na mesmíssima. Não tive como evoluir nem a ideia nem a aplicação. :("

    Confesso que fiquei desapontado heehhe ... pensei que ele nasceria junto com o seu livro.

    Dei uma olhada no "Subject to Change" pelo Google Preview e na proposta do "O Empreendedor". Parecem ser complementares. Com certeza serão úteis =).

    Obrigado novamente!

    []s

    Shigueru.

    []s

    Shigueru.

    Shigueru

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