Há exatos 2 anos eu apresentava, aqui em Sampa, o primeiro evento FAN (Formação de Analistas de Negócios). Tempo Real Eventos, a organizadora, e eu não tínhamos a menor ideia de qual seria o resultado do evento. Para nossa surpresa tivemos lotação esgotada. O mesmo aconteceu nas três turmas seguintes. Confirmamos: havia sim uma grande demanda pelo tema. E pouquíssimas ofertas - nenhuma para turmas abertas. Não é todo dia que aparece oportunidade tão grande e promissora.
Uma das reclamações mais comuns que recebíamos via ficha de avaliação (sim, nós estudamos as avaliações!) foi a falta de exercícios. Na época o FAN era apenas um "palestrão" com 7 horas de duração. Lançamos então uma versão com o dobro da carga horária, com 1 dia para cada disciplina que deve ser dominada por um Analista de Negócios (AN): Modelagem de Negócios e Engenharia de Requisitos. Praticamente 50% do tempo é destinado para exercícios. É pouco, mas ajuda a reforçar conceitos e conhecer um pouco mais a utilidade de cada prática sugerida. O formato é tão bem sucedido que já vamos para a 14ª turma em Sampa.
A última evolução do programa foi o lançamento de uma versão "Mão na Massa". Um evento 100% prático que permite que os participantes simulem praticamente todo o ciclo de trabalho de um AN. É o único que tem um pré-req bem sério: só entra quem participou das oficinas tradicionais. A 2ª turma já está programada.
Em 2 anos, mais de 1.500 pessoas de todo o Brasil já participaram de algum evento FAN. Em 2009 resolvemos levar o programa para outras praças. BH o recebeu em maio. Porto Alegre terá sua primeira turma nos dias 10 e 11 de julho.
Além das turmas abertas, o FAN também é oferecido no formato "in company". Pequenas, médias e grandes empresas já levaram o FAN 'pra casa', o que envolveu o treinamento de mais de 400 profissionais. Por razões óbvias não vou revelar o nome das empresas, mas algumas colocam 50 pessoas na sala de aula!
O objetivo de todas elas, independente do porte, é sempre o mesmo: melhorar a qualidade de seus projetos e do atendimento aos usuários. É incomodamente tradicional em nossa área a existência de um imenso fosso entre usuários e o departamento de TI. Existem traumas, muitas reclamações e a chata percepção de que os problemas de comunicação entre áreas de negócio e TI são insolúveis. Os analistas de negócios representam nossa mais nova tentativa de eliminar ou reduzir consideravelmente essas questões de entendimento e atendimento.
Não se trata de uma profissão nova. As disciplinas que ela deve dominar também são tão antigas quanto as outras que formam aquilo que conhecemos como Engenharia de Software. Algumas das práticas que sugiro têm a minha idade (quase "enta"). E um dos livros que mais cito é de 1975 (The Mythical Man-Month)!
Mas, por estranho ou incrível que pareça (particularmente para gente não-TI), todo o resto é novo. As organizações começam a aceitar a necessidade de um profissional que seja especialista no entendimento do negócio (seus problemas e oportunidades) e de seus usuários.
Alguns já falaram que se trata de uma moda - outra "onda", coisa tão típica em nosso mercado. Pode até ser. Mas tem uma diferença: ao invés de legados indecifráveis e de altíssimo custo de propriedade; ao invés daquele inconfessável arrependimento; quando a "onda" passar, se é que ela vai passar, deixará boas marcas e lembranças.
Paulo,
Parabéns por este projeto.
Sucesso.
Rafael Silva
Rafael Silva
6/18/2009 3:02 PM
Valeu Rafael, muito obrigado!
Abraços,
Paulo
Paulo Vasconcellos
6/18/2009 3:03 PM