Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

Agorinha mesmo o presidente do senado, Zé "O Eleito*" Sarney, discursou. Por mais de 30 minutos. Tagarelou e tagarelou, num monótono monólogo, mas não disse quase nada. Claro, soltou tradicionais besteiras sobre seus 50 ou 60 anos de vida pública. E disse que NINGUÉM pode julgá-lo. Pelo que sabemos, nem as urnas do Amapá. E por que eu tô trazendo esse papo chato para o Graffiti? Porque nosso ilustríssimo presidente do senado federal descobriu um culpado para a zona toda que é aquela "alta" casa: NÓS.

Segundo o Zé, o mundo todo vive "uma crise da democracia representativa". Em suas palavras, a MÍDIA ELETRÔNICA, além d'outras cositas, colaboram com tal crise. Traduzindo: nossa facilidade de comunicação coloca em cheque esse secular pilar das sociedades ocidentais: a democracia representativa.

Salvo grave engano, um dia o Bill Gates apareceu sugerindo a inutilidade de vereadores, deputados e senadores em tempos de Internet e suas redes sociais, facebooks, twitters, orkuts e afins. Concordo com ele. Uma pequena casa de "representantes", com a única finalidade de transcrever nossas decisões, é tudo o que uma sociedade moderna precisa. Mas não me iludo... Nunca verei algo do tipo.

Me espanta o fato de ser o segundo político em cargo relevante, em curtíssimo tempo, a atacar indiretamente a Internet. Isso sem contar aquele perigosíssimo projeto do Eduardo Azeredo. Não sou paranóico, mas a gente devia prestar mais atenção no que acontece lá no DF. Afinal, como disse o Zé, somos todos culpados. Ou seja: podemos todos pagar um preço bem caro por isso.

.:.

*Creio que uma parcela bem representativa de minha 1/2 dúzia de leitores ainda não tinha nascido quando Lobão homenageou o Zé com a música "O Eleito", no longínquo 1988. Segue a letra do bom Lobo Mau e Bernardo Vilhena:

Ele é esperto e persistente
Acha que nasceu pra ser respeitado
Ele é incerto e reticente
Acha que nasceu pra ser venerado
O palácio é o refúgio mais que perfeito
Para os seus desejos mais que secretos
Lá ele se imagina o eleito
Sem nenhuma eleição por perto
Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito
Seus ternos são bem cortados
Seus versos são mal escritos
Seus gestos são mal estudados
A sua pose é militarista
Ele se acha o intocável
Senhor de todas as cadeiras
Derruba tudo pra ficar estável
Ele não está aí para brincadeira
E o tempo passa quase parado
E eu aqui sem a menor paciência
Contando as horas como se fossem trocados
Como se fossem contas de uma penitência
E tudo parece estar errado
Mas nesse caso o erro deu certo
Foi o que ele disse ao pé do rádio
Com a honestidade pelo avesso

0 responses to "Somos Todos Culpados"

Leave a Reply