Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

Saca só:

You will see a move towards cloud computing and software coming from the web, where there will only be the service cost, rather than paying an IT team. There will also be more interest in adopting open-source software.


São palavras de Carla Rapoport, "managing editor for technology with analysts the Economist Intelligence Unit", que surrupiei daqui.

Parece coisa de Tita, ex-dublê-de-técnico do vasquinho, que resolveu colocar Edmundo em campo só depois que a vaca-vascaína tinha ido para o brejo (ontem, contra o Palmeiras). Então SaaS (Software as a Service, ou computação na nuvem - para usar a nova moda) e software livre só fazem sentido quando o orçamento encolhe?

CIO que apelar para tais alternativas agora deveria ser mandado embora por justa causa. Afinal, estará reconhecendo que durante anos jogou dinheiro no ralo - pagando licenças e infra que, no final das contas, não configuravam as melhores alternativas (para o negócio).

Ah TI, tu seria outra se a percepção de crise fosse constante.
Ou se não fosse tão lotada de gente que só pega no tranco!

É com grande tristeza que vemos que os palpiteiros estão quebrando.

Presidente Lula


Lula foi polido. Na mesma declaração, falando sobre a quebradeira que ocorre no lado de cima do Equador, ele lembrou que quem está quebrando são os mesmos bancos e instituições que viviam falando "põe dinheiro lá, tira dali, não confia naquele país bananeiro acolá". O mundo gira como uma roleta de cassino. Jogadores-especuladores não ganham sempre. Pelo contrário, a lógica diz que na maior parte do tempo o jogador perde. Como macro-economia parece não ter lógica, teve gente ganhando (muito) por (muito) tempo. Basta! Mas vamos ao que interessa por aqui.

Em 21/dez do ano passado eu já falava da crise estadunidense. E antecipava duas conclusões: ela é péssima para a MS (particularmente para o Vista) e pouco impactante para a Google. Relatórios do próximo quarter comprovarão se eu estava certo.

Obs: Relendo meus chutes, particularmente para o mercado global, fiquei chocado. Até agora, só um erro gritante: O Ballmer não cai nem com reza brava... azar da MS.

Ah, o palpiteiro aqui ainda não quebrou... hehe



Ao comentar o lançamento do Google Chrome cometi o velho engano das metáforas misteriosas: jogo, tabuleiro, regras?!? Pra que tanto enigma, não é mesmo?

"Organizar todas as informações do mundo" é a missão da Google. O "todas", que um dia imaginamos que seriam apenas (!) aquelas disponíveis nos zilhões de web sites, ficou maior de uns tempos pra cá. Agora engloba também nossos vídeos, textos, planilhas eletrônicas, fotos, amigos, colaboradores, espirros & puns... Uma baita nuvem. E, de repente, "organizar as informações" deixou de ser suficiente. Ou, colocando de outra forma, a organização não faz sentido se não facilito o acesso a elas. Entra o Chrome. O browser que terá uma íntima relação com todos os serviços da Google - coisa que ela não conseguiria com nenhum outro.

Serei meio redundante, mas preciso reproduzir as palavras de Jason Perlow (ZDNet):
Instead of taking Internet standards and making their own proprietary extensions to try to control a platform, Google is going to do with Chrome what Microsoft is doing with .NET and Silverlight — create a web-based application deployment platform that is fully optimized for use with Google’s online services, such as their core search engine, their Google Office suite, GMail, Google Maps, Google Base, and Google Everything Else. In effect, Chrome will become the new computing platform to compete with Windows, the Mac and even iPhone. So in essence, they are “Extending” their own online platform to a browser platform which they can have full control over and optimize for use with their own online properties — such as with the built-in Gears functionality. The ultimate expression of eating your own dog food.
Não fui o único a apontar que o Chrome não mira apenas a MS. Acerta a Apple também. Aliás, acerta todo mundo. E deve ter um efeito colateral indesejado (por este que vos escreve e, talvez, pela própria Google): ele roubará share do Firefox. É inevitável. Quem usa o Firefox já experimentou outros browsers. E vai experimentar o Chrome. Aqueles que usam e abusam dos outros serviços Google não sentirão saudades de ninguém. E ficarão com o Chrome. Em definitivo! Chute meu: O Chrome terá, no mínimo, 10% de share em menos de 6 meses!
Hmm... chutei baixo. Mas considerei que o Firefox tem só (!) 20%.. e a versão 3 é animal.

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Comentei ontem a reescrita da VM Javascript. Alguns comparativos já foram publicados:


Só uma construção do zero permite tamanho ganho de performance. E velocidade é uma característica da Google desde seus dias de bebê. Me lembro bem da cara de espanto de alguns colegas da B&F, em 98, quando lhes mostrei o mecanismo de buscas Google. A diferença de performance, comparando com Yahoo, Altavista e Exciter, devia ser a mesma que o gráfico acima ilustra (entre Chrome e IE7). E, lembrem-se: trata-se de uma versão beta!

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Ok, foi um post "entusiasmado". Começando pelo título. É claro que a Google não é a nuvem. Mas que deseja sê-la, disso não tenho dúvidas. Conseguirá? Só o tempo dirá... O fato é que a Google é a única empresa que demonstra entender bem seu tempo e seu horizonte.

ps: Surrupiar Gilliard é imperdoável!

Sorte que o mecanismo de buscas aqui do Graffiti funciona direitinho. Tá lá em 25 de janeiro de 2005 um dos meus primeiros posts sobre o aguardado (?) browser da Google. Agora, 44 meses depois, não se trata mais de boato. Rolou até história em quadrinhos para justificar a empreitada. Mas duas questões permanecem sem respostas: i) Faz sentido (o lançamento de um novo browser)?; e ii) Se sim, porque a Google demorou tanto?

A Google, nesse meio tempo, virou uma das principais 'distribuidoras' e patrocinadoras do Firefox. Em troca do favorecimento de seu mecanismo de buscas naquele paginador web, a empresa de Brin & Page colocou uma bela grana na Mozilla, organização que o desenvolve. O contrato entre elas só caduca em 2011. Desde o início da parceria a participação do Firefox praticamente dobrou, batendo em 20% de market share. É um crescimento expressivo. Mas, ao que parece, não o bastante para a turma da Google.

Browser é plataforma. Até o Bill Gates percebeu isso, em 2006. Para o modelo de negócios da Google, é a única plataforma (cliente) que interessa. Claro, desde que ele rode em micros (com qualquer sistema operacional), celulares, TV's, carros e secadores de cabelos. Sua independência de plataforma deve ser real - sem gambiarras. Por isso uma característica do Chrome chama tanto a atenção: a Google reescreveu (do zero) a VM Javascript. A Google joga praticamente todas as fichas em aplicações que rodem exclusivamente no browser. Porisso uma VM performática (e estável) é fator crítico de sucesso.

Mas a questão é: faz sentido que ela tenha um browser? A Mozilla não lhe entregaria tudo que ela precisa? O "Não" para a segunda questão justifica o "Sim" da primeira. Apesar do Firefox 3 ser um belo produto, ele está longe de atender todos os requisitos da Google.

O que nos leva para a segunda pergunta lá do 1º parágrafo: por que demorou tanto? Como meu primeiro link lá em cima mostra, em 2005 a Google já contratava especialistas em browsers. Eles não demoraram 44 meses para desenvolver um, né? Acreditando que não, só posso chutar que a demora ocorreu por um excesso de confiança na parceira Mozilla. Esgotada a paciência, agora a Google tem em mãos todas as peças básicas (incluindo o Android).

O desespero que bate em outras praças (de Redmond e Cupertino), quando não motivado pela falta das peças, é fruto do total desconhecimento sobre a localização do tabuleiro, as regras do jogo... enfim, qual é o nome do jogo?

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Atualização (03/set): Scott Berkun, que trabalhou no IE entre as versões 1 e 5 e há tempos é um fiel usuário do Firefox, já fez uma breve avaliação do Chrome. Resumo: destacou algumas bobeirinhas mas, no geral, gostou do que viu. O Chrome é leve e apresenta algumas inovações interessantes.

Como o beta só foi liberado para Windows, fico devendo meus pitacos.

Desde o último dia 21 este artigo da ZDNet tá aqui no meu 'Read it Later'*. Título "contumbante", como diria o sumido corinthiano Sérrrrgio: 5 Assuntos 'top' que sua Equipe de TI precisa tratar mas tem medo de te contar. O artigo é curto e direto. E, claro, não gerou o 'bafafá' que deveria. É o tipo de coisa que ninguém quer ver ou debater. Se tem uma coisa que funciona bem em todos os departamentos de TI é seu tapete: escalável, sempre disponível e 100% garantido contra invasões. E dá-lhe "issues" varridas para baixo dele! As 5 listadas pelo Jeremy Chone são as seguintes:

  1. Não há história no código
  2. Não sabemos exatamente quantas aplicações nós temos ou como elas trabalham em conjunto
  3. Estamos ativamente procurando novos 'desafios' (ou empregos)
  4. Você não consegue mostrar o ROI
  5. Você precisa compartilhar sua visão
Lista eclética, não?

História no código! Ele quer dizer que não há documentação. Em 22 anos de carreira, nunca vi uma empresa com seus sistemas documentados. Quando alguma documentação existe, está pra lá de defasada. É uma questão tão cabeluda que merecerá melhor trato em outra oportunidade. No finito, porque é lá que corto cabelos.

O segundo ponto é, em certa medida, consequência do primeiro. Questão que só será resolvida quando as empresas entenderem que um Ativo de Software é um Ativo como qualquer outro. Suas cadeirinhas de R$ 50 merecem uma "plaquetinha de patrimônio", por exemplo. Ativos de software, que representam só o CONHECIMENTO da empresa, nunca mereceram o mesmo tratamento. Atenção: não estou falando de gerenciamento de licenças, ok? Dá um tempo!

Estranhei o terceiro item. Pensava que esse turn-over dinâmico-insano era uma peculiaridade tupiniquim. Ok, o Jeremy fala que lá na América do Bush (countdown: 3 meses) a taxa é de 22%. E acha ruim!?! Por aqui, onde não há medições formais, chuto que beiramos os 50%. Por baixo! Em algumas casas vendedoras de corpos (legais), a taxa ultrapassa os 70%. Problema delas e de seus clientes, certo? Ah, você é cliente ou vendedor de corpos (legais)? Hmm... Para onde irão as taxas agora que o mercado está superaquecido, hem?

Neste ponto o Jeremy destaca outra questão importante: as novas gerações não gostam de tecnologias 'jurássicas'. E a 1ª geração (de verdade) está em vias de se aposentar... Bom, isso deve preocupar menos por aqui. Afinal, temos Universidade "top de linha" que ainda ensina COBOL.

As questões 4 e 5, imho, estão supervalorizadas na lista. ROI é matemática. Ah... e a compreensão do valor que será gerado (ou custo que será economizado) pelo negócio. Acho que aqui é mais uma questão de entender o negócio do que de fazer conta. E esse papo de "compartilhar visão" é paroletion. TI precisa entender o negócio que a banca. Sem isso, não há "visão" que se sustente.

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* O "Read it Later" é a melhor extensão do Firefox dos últimos tempos. Não gaste mais seu "Favoritos" com coisas temporárias. Como ninguém pensou nisso antes?

Urtigão ou neo-neo-ludita... qualquer coisa do tipo. Não conheces o Urtigão, meu caro? Na América do Bush ele é conhecido como Hard Haid Moe. Um tipinho ultra-reacionário que detesta tudo que esteja fora de sua rocinha. Lembra também o Unabomber, mas é mais simpático e menos belicoso. Pois é, ultimamente não sei se temo ou desejo me transformar num tipinho assim, que aqui nas Minas sem-pré-sal a gente chama de "bicho do mato".

A motivação pr'aquele desabafo de ontem não tem nada a ver com o resultado final. Ia lamentar meu último upgrade. Mas aí desatei a falar das teles e reparei que meu(s) problema(s) é(são) pititico(s). Mas vale(m) um chororô. Saca só:

A Motorola me obriga a utilizar o Windows Media! Sim, se eu quiser transferir algum sonzinho para meu celularzinho, só com o Windows Media Player 11. Na caixa esse 'detalhe' não aparece como pré-requisito - parece ser só uma 'feature'. Mas não: é pré-req!?!

Meu heróico modelo anterior, um V300, relacionava-se bem com o Kubuntu. Existe aqui um tal Moto4Lin que me permite fazer tudo com o aparelhinho. Confiei nesta informação (não formalizada por ninguém em lugar nenhum) na hora que optei por um novo Motorola. Nokia já estava fora da lista porque ela não esconde que usa e abusa de 'features' DRM. A Nokia é mais honesta que a Motorola.

Ok, esqueça o meu caso (break: temo que o Graffiti acabe se tornando um Procon-Apócrifo! haha).
Pense só na lógica!

A Motorola usa e abusa do Linux em seus aparelhinhos. Faz boa grana com eles. E um relativo bom serviço. Então o que explica o aprisionamento ao Windows Media? Eles pensaram nos clientes? Claro que não. Pensaram apenas em não desagradar os papas da grande mídia. E trancaram seus aparelhinhos no único media player que não desagrada estúdios e gravadoras: aquela coisinha da MS que perde feio para Amarok, WinAmp, iTunes, MonkeyqqCoisa e um monte de etc.

Só fiz o upgrade porque meu V300, em mais de 3 anos, deu o que tinha que dar. Mas ele me permitia o gerenciamento de contatos no micro. Transferência de fotos, personalização de toques etc etc. Com o upgrade eu andei pra trás... Aliás, como várias coisas no mundo TIC... Andamos pra trás! Porisso é que ando com uma vontade danada de virar um Urtigão. Criador de galinhas e plantador de ervas (medicinais).

O Céu das Teles é Aqui

01 setembro 2008

Nossa liberdade virou moda. Que todos os celulares sejam desbloqueados! Hoje, em alguns lugares (DDD's) de 7 estados, "estréia" a portabilidade de nossas identidades telefônicas. E a maioria das operadoras, com mantos samaritanos, prometeu a isenção da simbólica taxa de R$ 4 a que elas teriam direito a cada 'deserção'. As campanhas publicitárias de algumas teles não deixam dúvidas: elas já reservaram seu lugarzinho no céu. Santas, suas auras são imensas, inversamente proporcionais à aura de suas redes 3G.

Claro!, devem torcer para que o porteiro do céu, assim como os pobres mortais, não tenham o costume de ler as notinhas minúsculas dos rodapés de seus contratos. Rezam para que ninguém repare nas cláusulas de lock-in e na submissão cega da Anatel. Rogam aos céus para que nenhum representante ou juiz tenha a infeliz idéia de vincular o 'aprisionamento' à qualidade do serviço prestado. E, Oi!, seguem crentes de que a EXAME nunca considerará o número de reclamações no Procon na hora de selecionar as primeiras na fila para o céu, as 500 Melhores & Maiores.


Vivas ao Freguês, Vivo ou morto. Mas, uma vez aprisionado, resta-lhe o inferno dos telemarketings e das chamadas e mensagens não solicitadas. Tem Telefonica no inferno? Parcial... só um monte de orelhão a cartão com seus leitores devidamente danificados por chiclés de enxofre. Ah.. mas tem internet. Speedoza na Veloxidade d'um cágado com cãibras. E estável como um personagem feminino do Almodovar. Certa como uma declaração do Caetano. (Ou não). Oras.. nada que impeça o ingresso no paraíso. Afinal, em solo tupiniquim, internet não é serviço essencial. O senado tava muito preocupado em vigiá-la, não em torná-la essencial. O céu das teles é aqui.