When many companies struggle to make 25% to 30% gross margins in their core businesses, it becomes increasingly difficult for software procurement specialists to claim to be doing an excellent job.
- William Snyder (Analista do Gartner, na ZDNet)
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Não sou fã do Gartner - muita varada n'água - mas admito que de quando em vez a varada é certeira. E ouvida. Afinal, tem gente que não começa a trabalhar enquanto não lê um clipping dos caras, hehe. Em algumas questões, como o mercado de software tratado no artigo citado, eles chegam com uns 5 anos de atraso. Mas chegam! E são ouvidos. Preguiça de clicar no link?
Resumo: Oracle, MS e SAP - mastodontes do mercado de software corporativo - verão "suas margens erodir". No mundo não há mais espaço para empresas que apresentam lucros brutos de 80% e líquidos de 35%. Apesar da superficialidade (a grana do Gartner vem da profundidade que poucos podem pagar. Btw, qual será a margem líquida do Gartner?), Snyder acerta nos fatores que farão os preços do software corporativo despencarem:
- BPO, ou terceirização de processos de negócio: coisa tão velha quanto andar pra frente. Lá nos anos 80 tínhamos os "birôs" de contabilidade e recursos humanos. No novo século a coisa ficou mais maluca: tem louco que terceiriza até processo primário (ex: Atendimento de Clientes)!
Não importa, o fato é que cada processo terceirizado pode significar até uns 3 módulos d'um ERP desativados. - SOA, ou arquiteturas orientadas a serviços: modularidade mata quem adora monolitos. SOA's bem implementadas destacam a quantidade de itens supérfluos um ERP carrega. Pena que a coisa toda seja tão lenta.
Não importa, as SOA's mudarão radicalmente a forma como as empresas compram, customizam e utilizam ERP's e afin$. - SaaS, ou software como serviço: Gartner na cola de Nick Carr - cola com 5 anos de atraso. A aquisição deste tipo de serviço é tão lógica, tão óbvia, que fica difícil explicar pq não pega logo.
Não importa, cedo ou tarde o modelo vai pegar. E causar uma tsunami sem precedentes no mercado de software corporativo. Um movimento bem novinho comprova a tese: Google e SalesForce uniram forças. Detalhe muito relevante: SaaS faz mais sentido para quem tem uma SOA com sentido (e não um 'bando' de web services). - Open Source: para Snyder, é uma questão de tempo, de maturidade. Para Larry Dignan, da ZDNet, este é o "fator mais plausível" da tese de Snyder. Talvez, mas de todos os fatores este é o mais lento. Causa: as empresas não sabem contribuir! Mania de achar que o "free" é só grátis e pronto.
Não importa, já temos excelentes alternativas no universo do software livre. A maturação vem, principalmente, de pequenas e médias empresas. Como este é o "próximo mercado" dos grandes fornecedores de software, a concorrência forçará uma brutal queda de preços. - Mercados Emergentes: como a mama-MS (mon amour!), todo fornecedor de software (e gravadora e produtora e...) acha que pode praticar nas esquinas do 3º mundo os mesmos preços que praticam no 1º. Não mais. Além do terceiro mundo já ter alternativas interessantes (particularmente ERP's), as PME's não globais simplesmente não têm grana para bancar as margens das gulosas.
IMHO, este é o principal fator que fará com que as preços caiam consideravelmente. O único lugar que os mastodontes encontrarão grana nova é no chamado "mercado emergente". Sem uma revisão séria de suas estratégias de preços, verão navios (barquinhos e voadeiras, veleiros não).
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