Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Nossa história, a história de TI, começou no século passado, na década de 40. Muitos se lembrarão de experimentos anteriores, dos ábacos e afins, mas nossa história, de fato, começa com aquela máquina que deveria decrifrar códigos nazistas. Uma história que começa com projetos atrasados, bugs... tudo que nos caracteriza até hoje. Mas é uma história tão contada, e tão nova, que não carece de novas narrativas. Pelo menos, não de minha parte.

Mas temos uma pré-história. Antecedentes de nossa história que, como a História (com H maiúsculo), pode ser dividida em fases. Lá na História temos os períodos eolítico, paleolítico, mesolítico, neolítico e a era dos metais. Um dia dirão, revendo nossa história, que vivemos hoje a era dos metais. E dá-lhe ferros e caixinhas. Vivas aos guardiões dos templos que, não tem muito tempo, chamavam-se CPD's. Viva! Mas eis que voltei para a história, na busca por um gancho que me leve um pouco antes no tempo.

O trecho de nossa pré-história que me interessa (agora) tem início no final do século XIX. Merece um nome, e talvez o mais indicado seja NEOlítico. Começa longe dos pólos informatas. Aliás, ainda não existiam informatas e muito menos pólos como o Vale do Silício, Recife, Blumenau. Esse curto período de nossa pré-história é parido em Palermo, capital da Sicília - aquela grande ilha do Mediterrâneo que parece "chutada" pela bota Itália. Sim, na mesma época e no mesmo local a família Corleone se preparava para gerar seu filho mais famoso. Mas essa é outra história.

A nossa começa em 1884, com a fundação do "Círculo Matemático de Palermo". Seu idealizador, fundador e principal patrocinador foi Giovan Battista Guccia, Doutor em Matemática pela Universidade de Roma. Tão logo obteve seu doutorado, Guccia voltou para a terra natal, Palermo, e transformou um dos imóveis da (abastada) família em um Círculo. Estranha associação para uma cidade que ainda não tinha nem mesmo uma faculdade de Matemática.

Guccia ignorou as limitações e uma certa antipatia de seus conterrâneos. Firme, em 1888 publicou o estatuto do Círculo explicando se tratar de "uma sociedade científica que tem por objetivo o incremento e a difusão das ciências matemáticas na Itália". Um trecho curioso deste estatuto mostra sua única cláusula escrita em pedra: a sede é Palermo e ponto. Nunca ninguém a questionou.

O Círculo se caracterizava por duas grandes iniciativas, distintas mas totalmente interligadas. As Assembléias, que ocorriam quinzenalmente e onde não se admitia "qualquer comunicação ou discussão sobre assuntos estranhos à índole científica e ao objetivo da sociedade".Os participantes eram locais, mas vários encontros contaram com a presença de ilustres matemáticos de todo o mundo. Na realidade, para muitos deles, o Círculo era o único motivo para a passagem pela Sicília.

Não havia quem não ficasse maravilhado com a Biblioteca que Guccia montara na sede do Círculo. Mas era um outro cômodo que chamava a atenção: o quarto onde Guccia construiu uma tipografia. Uma gráfica totalmente especializada em escritos matemáticos e científicos.


A pré-história continua...
... e lá revelarei minhas fontes e referências bibliográficas.

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