Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

Visite a nova versão em pfvasconcellos.net

Coisa de Gente Grande

30 julho 2004

Pensei que o papo de Linux no desktop ainda ia demorar um pouco prá pegar. Que bom que me enganei. Saca só que puta avanço (pro mundo corporativo), chamado Xandros:

The OS is an evolution of Corel Corp.'s Debian-based distribution, acquired in August 2001, and the company is one of the few Linux distributors with the desktop as their primary focus. Unlike the consumer-oriented Linspire (formerly Lindows), the Xandros Desktop OS is made to work with Windows networks, supporting Windows network file sharing, network authentication on Windows NT Primary Domain Controllers and Active Directory networks, NT log-on scripts, SAP and Citrix thin clients and IBM Terminal Emulators.

Version 2.5 adds the month-old CrossOver Office 3.0.1, which allows it to run Windows applications by integrating parts of the Windows API directly into Linux. Supported applications include Lotus Notes 6.5.1, Microsoft Project 2000/2002, and Microsoft Outlook XP, Xandros said.

Current Xandros users can upgrade over the company's update system. For additional Windows compatibility, the software includes a trial version of NetTravere's Win4Lin 5.0, which runs Windows 98SE or Windows ME as a virtual machine in Linux.

The new OS is based on Linux kernel 2.4.24 and includes version 1.6 of the Mozilla communications suite, as well as Sun's StarOffice 7 office suite, including support. StarOffice is compatible with Microsoft file formats.

Xandros is targeting desktop-centric businesses such as financial or insurance firms, though industry observers say the software may be best suited for smaller businesses, because of the greater technical support resources of larger competitors such as Red Hat Inc. and Novell Inc. "The Xandros Desktop OS excels in seamless network integration and cross-platform compatibility," said Xandros chairman and CTO Dr. Frederick H. Berenstein. "Xandros has transformed the Linux desktop from a visionary future to a prudent reality for corporate IT planners."


O artigo é da Infoworld.

Cento e tantos posts e sempre evitei usar o $ no nome da M$. Mas o Ballmer me obrigou:

"How much should we grow? $2 billion? $3 billion? $10 billion? $15 billion?" Ballmer asked the crowd attending the company's meeting here with financial analysts. "A very good job would say we might be able to grow a whole Nokia, a whole Siemens, potentially a whole Intel."

E tem mais:

Ballmer also promised that Microsoft would be a fierce competitor at the same time it respects its role as a leader. He pointed to a list of companies that the company has in its sights, including Sony, Oracle, Apple Computer, Sun Microsystems, Google, SAP and IBM.

Só elas Mr Ballmer? R u sure?

Todo dia somos informados, mesmo sem pedir, sobre o índice de inflação, taxa de juros, BOVESPA, IDHU, ICPM, IGPM, ETC...

Agora o governo divulga um indicador mais relevante prá nossa percepção (ficha q deveria bater um pouco na cabeça do Roberto Jaguaribe, do ministério do desenvolvimento, principalmente qdo ele quiser falar de exportação de software):

Das 178 mil escolas públicas existentes no Brasil, apenas 35,6 mil possuem computadores e 17,8 mil possuem conexão com a internet, revelou Marcos Dantas, secretário da Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação (Seed/MEC).

Mais aqui.

ps: ICPM = Índice de Canalhice do Paulo Maluf

Não é Jabá

29 julho 2004

Tenho uma conta no Yahoo! desde 07/Nov/2000. A estabilidade do serviço era a única justificativa prá minha fidelidade. Nunca gastei 1cent em nada no Yahoo! ou com seus anunciantes.

Montei meu portal (MyYahoo) e alguns grupos. Também uso calendário, fotos, briefcase. Engraçado, mas só não costumo usar a ferramenta de busca (o Google ainda é único). O serviço de e-mail recebeu um upgrade depois da ameaça GMail (leia-se Google). De 6 pulou prá 100mb.

Há pouco tempo passei a usar também o IM (Instant Messenger). Na versão atual, consigo acessar todos os recursos (anteriormente disponíveis no MyYahoo e n'uma toolbar que pode ser instalada no Mozilla e no IE). É um show: eventos, previsão do tempo (inclusive em Vga!), a lista de contatos. Tá tudo no IM tbém. Um evento configurado no calendário pode ser disparado para meu celular, tbém a custo zero! Ou seja, trata-se d'uma bela suite de administração pessoal (a melhor que conheço).

O Yahoo! não vende software, não tem pacotinho office ou afins. Não sei como eles pagam tudo isso, mas tomara que não acabe...

A frase aí em cima é da Stacy Drake, porta-voz da Microsoft. Ela tava tentando justificar o fato da MS tá usando uns 1000 caras na Índia em trabalhos relativos ao Berrante, futuro OS big-bang (prometido prá 2006, 2007...).

Teste não é trabalho de desenvolvimento?
Explica muita coisa sobre a qualidade dos produtos da MS, não?

Há tempos sou fã da Apple, e particularmente do Steve Jobs. Mas nunca entendi o egoísmo burro deles. Lá nos primórdios da micro-informática, eles lutaram com unhas, dentes e advogados para evitar o nascimento de clones do Macintosh.

De certa forma foi essa 1a guerra que me apresentou meu 1o guru: o João. Ele era membro da equipe da finada Unitron que desenhou aqui em Sampa um clone do Mac. Com o cancelamento do projeto, ele pegou o borná e voltou prá Vga, prá vender maquininhas 8 bits e software prá empresas caipiras. Foi o cara que me ensinou um pouco de Assembler, um pouco de banco de dados, um pouco de Basic. Ou seja, ele é um dos culpados.

Voltando prá Apple: agora os caras querem impedir que a RealNetworks use um software que traduz suas músicas para o formato aceito pelo iPod. É burrice! Na verdade qq formato proprietário prá música ou filmes será uma burrice. A Apple vem se dando bem (como se deu bem nos primórdios da microinformática). Devia ficar quietinha e só jogar o jogo... Tapetão não!

Mídia Irresponsável

27 julho 2004

Um exemplo:

"Talvez seja o livro de negócios mais bem escrito e mais bem fundamentado para as lideranças gerenciais desde Vencendo a Crise." Business Week


Essa aí foi a crítica da BW sobre o livro 'Reengenharia', que tratei no post anterior.
'Vencendo a Crise' foi o livro que apresentou Tom Peters pro mundo. Anos depois o próprio Peters reconheceu que mentiu no livro...

Ele pediu desculpas? Não. E segue influenciando a mesma mídia irresponsável. Tem até revista com nome d'uma tese dele, a tal "Você S/A"...

No início dos anos 90 Michael Hammer e James Champy lançaram o livro 'Reengenharia - Revolucionando a Empresa'. Na época, a mídia irresponsável chegou à seguinte conclusão:

Reengenharia = Downsizing = Cortar Custos (Pessoas)

A desastrada aplicação da fórmula resultou numa nova fórmula:

Reengenharia = Fracasso (antipatia, burrice, ...)

O q o livro tem de forte foi muito mal trabalhado: a visão de Processos!
As empresas insistem em operar, se organizar e contabilizar centros de custos, departamentos. Grande parte delas ainda ignora que elas funcionam de uma maneira totalmente horizontal (os tais Processos de Negócios).



Se não, responde aí:

1) Quanto custa uma Venda? (não tô falando do custo das mercadorias vendidas, mas do processo de venda propriamente dito. O 'ticket' pode ser de 1 centavo ou de R$ 1 milhão, há um custo fixo do processo. Qual é?)
2) Quais os componentes deste custo?
3) Qual o tempo médio de ciclo do processo de venda?
4) Quais as métricas relevantes para se medir a qualidade do processo?

BPM, ESB e, antes, ERP, SCM, CRM e praticamente todas as nossas 'modas' requerem a execução de tal 'reality-check/shock'. Pelo visto, seguimos ignorando-o.

E Mr. Hammer pede desculpas até hoje... indevidamente.

Quando falamos de 'Integração de Sistemas', tratamos de 2 problemas diferentes:

1. Integração da parte 'estática', da Arquitetura de Informações; e
2. Integração da parte 'dinâmica', das Aplicações, Serviços e Processos de Negócio

A parte 'estática', teoricamente, é mais simples de se resolver. Teoricamente...
Pq fazemos muita 'firula'. (E, dizem as más línguas, DBA's detestam compartilhar bancos...). A solução de tecnologia mais legal que vi nos últimos tempos é o tal banco 'virtual': uma base de dados que é uma grande 'view', totalmente integrada, de todos os outros bancos existentes. O programador conheceria apenas este grande banco 'virtual'. No papel é legal, mas ainda não vi nenhum caso prático.

Mas o problema aqui é muito mais cultural do que tecnológico. Vamos no básico: quantos cadastros de 'clientes' uma empresa de médio ou grande porte tem? E de 'fornecedores'? E o que acontece quando ambos são a mesma pessoa? Quantos fatos sobre tal 'pessoa' são conhecidos? Há uma visão única deles?
(A onda 'CRM', que deveria ter sido um remédio pr'esse tipo de problema, virou apenas mais um 'cadastro de clientes' em grande parte das empresas).


A parte 'dinâmica' do problema chamado 'integração' é mais complexa. Até pq falamos aqui de vários tipos de integração:

a) Integração de Aplicações (um programinha falando com outro)
b) Integração de Processos de Negócio (um programinha falando com outro, na hora certa, monitorado, pró-ativo e mensurado - mas antes disso tudo alguém desenhou os tais processos de negócio sob o prisma da 'integração' - trata-se d'uma reengenharia mesmo. Aqui há um problema cultural seríssimo. Tão sério q vai merecer a pt 3 do tema)
c) Integração B2B (programinhas e processos funcionando de maneira harmônica fora das fronteiras da empresa).

Pior é que tem gente que vende (e gente que compra) o 3o tipo (integração B2B), sem dar a mínima prá colcha de retalhos que existe na empresa. Não sei se se trata de incompetência, má fé ou as duas coisas juntas.

Por tudo isso é que acho difícil o ESB vingar.
(Como solução, pq como moda tem tudo prá pegar. Afinal, já tem um tempinho que o mercado não 'trabalha' uma STL nova, não é mesmo? Os CIO's já tavam ficando sem assunto. ERP até voltou a ser tema de capa de revistinha especializada...)

Integração de sistemas tá no Top 10 das prioridades dos CIO's há muito tempo.
Cinco anos atrás nasceu a STL (sigla com 3 letras)EAI (Enterprise Application Integration). A confusão em torno da definição da nova (?) disciplina (!) foi tão grande, com fornecedores vendendo tanta bullshitagem, que, ao que tudo indica, ela deixa o mundo sem dizer a que veio.

O q o mundo da TI faz quando uma STL não 'pega'? Cria outra STL, oras...

E eis que nasce o ESB (Enterprise Service Bus). Nome bonito.
De tecnologia mesmo, nada de novo: O tal 'Bus' é uma especialização/derivação do SOA (Services Oriented Architecture), e deve ser construído usando padrões para Web Services (SOAP e XML). Sacou?

Com a IBM se posicionando quase como a 'mãe' da nova STL, devemos nos preparar para uma enxurrada de 'white-papers' requentados, eventos, demos, etc etc

Explico meu ceticismo: não há mágica! Nunca existirá uma solução 'one size fits all' para o problema 'integração'. A cada dia entregamos 'software' que não nasceu preparado para 'integração' (para um tipo de integração que desconhece o interlocutor! - não tô falando de 'integração hard-core/coded!). Ou seja, a cada dia que passa estamos aumentando o problema chamado 'integração'.

To be continued...

Jabaculê Angelical

23 julho 2004

Se vc pegar algumas revistas da área de alguns anos atrás, vai ver algumas figurinhas estranhas alçadas ao pódio de "feras" do mercado de TI nacional.

Tem lá gente que vendeu projeto grande e nunca entregou. Gente que tem um produtinho bem '1/4' de boca mas é chamado de gênio. Tem de tudo.

Aí, nas edições mais recentes, nada deles. Uai, q q aconteceu?

Simples: jabá de anjo anda raro. Quem vendeu, vendeu. Quem comprou, se finou-se.

(Jabá de gravadora podia ter o mesmo fim, né?)

A onda de grampos e memos não assola só Pindorama não.
Foi divulgado essa semana um 'memo' d'um executivo da HP, alertando colegas que a MS atacaria o mundo do 'software livre' através de batalhas judiciais.

Como o memo é de 2002, jogaram água fria, dizendo que é história requentada.
Requentada?? Quem financiou a SCO e sua batalha judicial contra o mundo Linux?

Orkut

19 julho 2004

Há 2 horas li o convite que recebi para fazer parte da rede de contatos d'um amigo.
Já conhecia o LinkedIn e o horroso Plaxo. Portanto, fui meio cético prá parada, chamada Orkut.

Caramba, que show! Ontem a Folha tratou do tema, mas no velho estilo Folha. Ou seja, não fiquei nada interessado. Mas que surpresa! Já ingressei numas 10 comunidades. Coisas como Java-BR tem milhares de participantes. Vasculhei mais um cadinho e me tornei o 60o integrante da comunidade Cowboy Junkies (que é brasileira!). Nunca mais vou falar que somos só meia dúzia de fãs, hehe.

Mais sobre o Orkut em breve.

US$ 5 bi era a verba da MS para pesquisa e desenvolvimento em 2002. Peguei um dado antigo pq, pesquisa e desenvolvimento é algo naturalmente lento.

A MS lançou uma demonstração de algumas iniciativas dos laboratórios da MS.

Drag&Pop? Parei. Você conclui.

Overflow

16 julho 2004

Como se a MS não tivesse tantos problemas (blogados anteriormente)!
 
O Ballmer tá prometendo que a próxima geração do XBox vai bater a Sony:
 
 "We may still be losing money, but we have gone from nowhere to a significant player with a whole different approach. I bet we can take Sony next generation."
 
Bão, eles vão ter que cumprir o cronograma, prá início de conversa. Em maio do ano que vem a Sony deve apresentar o sucessor do PS2. Ou a MS chega junto ou come poeira de novo.
 
$$ é um recurso finito. Até quando vai o papo "we may still be losing money"?

Me Engana que eu Gosto

15 julho 2004

O Sr Roberto Jaguaribe, secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento (da República Federativa do Brasil!), deu uma entrevista prá última edição da Stefanini News. Perguntado sobre as motivações do governo federal para elevar a indústria de 'software' ao status de 'iniciativa estratégica', soltou a seguinte pérola:

"... o Brasil já tem uma indústria madura, sofisticada, com grande capacidade."

Hã... Vamos aos fatos:

1) Madura?
Quando tenta convencer um comprador americano ou europeu que PMI (?) vale mais que certificação CMM?
Quando apenas 15 de um universo de 3.500 empresas de software possuem certificação CMM?
Quando o modelo vigente para projetos de desenvolvimento de software é o batido 'body shop'?

2) Sofisticada?
Quando inventa a roda (frameworks, bibliotecas)?
Pq fez as tais 'urnas eletrônicas'?
Pq tem um gênio precoce em Curitiba que sabe tudo de Linux?

3) Grande Capacidade?
De q cara pálida?
Somos de 20.000 a 30.000 desenvolvedores no Brasil inteiro.
Quantos desenvolvedores a Índia desova no mercado todo ano?
Capacidade de enrolação (vide os pés-de-cana blogados abaixo)? Nem isso...

Ou começamos a falar sério, a tratar com seriedade e sinceridade tamanha oportunidade (e o tamanho de nossos problemas) ou perdemos outra chance de ouro.

The current debate about offshoring focuses upon its impact on US jobs. But it is important to take a broad and long-term view of what best serves the interests of the United States, which also stands to gain by promoting a healthy and stable world economy, particularly in emerging markets. Research over the past 12 years at the McKinsey Global Institute has shown that the real alleviation of poverty comes from the growth of the private sector. And foreign direct investment by multinational companies is one of the best ways to promote private-sector growth.

Consider how India has benefited from foreign direct investment. Outsourcing IT and business processes generates more than $10 billion a year for the country and gives employment to half a million workers. Suppliers to the companies that provide outsourced services employ another half million people. With wages in the sector 50 to 100 percent higher on average than those for other white-collar occupations, a new middle class of educated workers is being formed. Foreign direct investment played a key role in the creation of these industries: the fast-growing Indian companies that now dominate the global sector got started only after multinational companies pioneered the approach, showed the world that India was a viable outsourcing destination, and trained a critical mass of local employees. (The CEO of Wipro Spectramind, for instance, started out at GE, and the CEO of Daksh came from Motorola.) Today foreign companies continue to provide healthy competition that forces Indian companies to improve their operations continually.

But the success of outsourcing in India is only one example of how foreign direct investment can benefit emerging markets. In 2003, the McKinsey Global Institute conducted a study of the impact of foreign investment on local service and manufacturing industries in Brazil, China, India, and Mexico.1 MGI found a positive impact in 13 of the 14 industries examined (and a neutral impact in the remaining industry). Foreign direct investment boosted productivity and output in the sectors involved, raising national income while lowering prices and improving both quality and choice for consumers. Overseas companies honed the efficiency and productivity of the local industries by bringing in new capital, technology, and management skills. Equally important, they increased the level of competition, forcing less efficient domestic companies to improve or go out of business.

Much as specific groups of workers in the United States might lose out from offshoring, foreign direct investment in emerging markets does pose a threat to some incumbent companies that stand to lose market share. But the cost to specific local producers is outweighed by the benefits to a much larger group: consumers. In case after case, they enjoyed far lower prices, and often more choice and better goods, after markets were opened to foreign investment.

The price of passenger cars in China, for instance, fell by more than 30 percent from 1995 to 2001, years when Ford Motor, General Motors, and Honda Motor entered the market. In Mexico, the "everyday low prices" of Wal-Mart Stores ended a long history of hefty margins for leading domestic retailers and reined in fast-rising food prices so much that some analysts credit the company with helping to reduce the country's inflation rate. In India, the price of air conditioners, television sets, and washing machines fell by roughly 10 percent in 2001 alone after foreign companies entered the market. Similarly, prices for cars declined by 8 to 10 percent a year during the 1990s after the government opened the door, and the number of models available has now risen from a handful to more than 30. Lower prices have unleashed demand, and India's auto sector has grown by 15 percent a year.

Unfortunately, too many emerging markets remain skeptical of openness and therefore close off large parts of their economies to foreign companies. These nations are missing out on a tremendous growth opportunity that would benefit them as well as the broader global economy. In return for asking developed countries to go on allowing free trade in services, emerging markets would do well to go on liberalizing and opening the full range of their own domestic markets.


Não tá diretamente ligado ao meu chororô sobre 'outsourcing offshore', blogado abaixo. Mas é o mesmo tema. Acho excepcional quando uma entidade do porte da McKinsey mostra tanta clareza e lucidez. Quase um ovo de Bruneschelli! Mas muito benvindo.

Um breve histórico:

.Início dos anos 90: De forma bastante acertada, a MS implementa seu modelo de parcerias. Entende que, de seus produtos, derivam 'n' serviços: treinamento, desenvolvimento, suporte, etc. É quase um modelo de franquias: a empresa certifica alguns funcionários, paga uma bagatela por ano (US$2k), e se torna um MCP (Microsoft Certified Partner). O crescimento do número de parceiros é proporcional ao crescimento da base instalada de produtos MS. Um belíssimo caso de sucesso.

.Final dos anos 90: De forma bastante desastrada, a MS divulga sua sociedade com a Andersen, a Avanade. Ballmer diz, "amamos nossos parceiros, mas a Andersen é a ANDERSEN!". A comunidade de parceiros leva um belo susto. A Avanade nasce como empresa mundial. Até sede no Brasil eles tinham.

.Início do novo século: De forma ainda atabalhoada, a MS tenta fortalecer seu braço de serviços, a MCS (Microsoft Consulting Services). A Avanade (seus preços) não colou(aram). Não sei se foi estratégia mundial ou algo específico da MS-Brasil. Um consultor MS custa mais ou menos 3x mais caro que um profissional d'um parceiro. A comunidade continua confusa. Particularmente no Brasil há uma grande mudança no quadro de parceiros. Alguns tradicionais são praticamente pulverizados. Novos players surgem, aproveitando o imenso nicho que se sente órfão ou explorado.

.2003 - 2004: De forma bastante acertada, a MS reconhece que dependerá de seus parceiros para atravessar o momento difícil que se aproxima (ou já chegou, veja o post 'Hard Times'). No evento anual com parceiros, o VP Orlando Ayala diz que os parceiros MS são muito generalistas. A MS apresenta assim sua estratégia para formar uma rede de parceiros realmente Especialistas. O range de especializações é imenso: 11! Desde infra-estrutura até serviços envolvendo soluções de BI, além da relativamente nova carteira de soluções de negócio (ERP/CRM). Trata-se de outro grande desafio no portfólio de grandes desafios que a MS apresenta no momento (Berrante, open source, falhas de segurança, etc etc). A nova mensagem, traduzida, fica mais ou menos assim: "Não basta saber abrir caixinhas. Não basta mais dar treinamento de manipulação de 'wizards'. Os parceiros devem saber agregar mais valor aos nossos produtos!. Já!!".

É cedo prá saber se é tarde demais.

...e demonstrar domínio sobre o seu negócio. Saca só um trecho de um entrevista do Ballmer:

Q:Is it reasonable think that it also might predate Longhorn in release?
A:It could or it might not. I'm not going to make any specific comment about Longhorn's schedule.

A questão tratava da ligação da futura versão do Office ao Berrante (Longhorn). Bela armadilha. Terrível decisão a ser tomada. Já comentei antes que o 'gap', o flanco que a MS abre com os contantes adiamentos do Berrante, é seu maior inimigo de todos os tempos. Ballmer diz que, inicialmente, imaginavam uma forte amarração do Office com o Berrante. (Faz todo sentido na lógica deles). Mas aguardar o amadurecimento do Berrante prá fechar o novo pacote Office seria abrir outro 'gap' monstruoso! Windows e Office são as grandes 'vacas leiteiras' da MS. Ballmer indica que o Office não vai esperar o toque do Berrante. Decisão acertada. Agora, tecnicamente falando, talvez o Office não seja 50% do q eles (digo, Bill), gostaria que fosse.

A entrevista é muito boa e estranhamente esclarecedora (como na resposta que destaquei acima). Vale uma lida.

Há tempos quero comentar a história. Prá não arrumar muita briga (ando muito "paz e amor" ultimamente), vou me inspirar num tal Jose, que tinha uma coluna muito legal na PC-Mundo (?), na 2a metade da década de 80. Segue o causo:


Brasil, início da colonização, 1500 e pedrinha. Uns caras largados no nordeste ouvem falar d'uma tal "cana da Índia", "cana-de-açúcar", "sugarcane". Dá açúcar, dá pinga. Dá prá fazer um dinheirão com esse produto no 1o mundo! A Índia tá ficando rica com isso!!

Cinco ou seis 'largados' se reúnem então: "Vamos escrever um business plan!". Na verdade escrevem press-releases legais, vaidosos. Folders coloridos. Como eles mesmos disseram, um belíssimo "kit de marketing". Próximo passo?

Seguem os cinco ou seis 'largados' pro 1o mundo, oras! Reunião especial na corte!! A classe operária vai ao paraíso! Detalhe: não levaram um só grama de açúcar. Prá que? O "kit de marketing" era maravilhoso!!!

As reuniões especiais na corte são cheias de pompa e regalias. Muitos discursos chatos também. A expectativa dos 5 ou 6 'largados' é pela sessão de negócios, último evento depois dos nhen-nhen-nhen, comes-e-bebes e afins.

"Vamos fechar contratos de milhões!! Ainda não temos a porra da idéia de como se planta esse troço, mas no Brasil, basta plantar!!! Vamos exportar toneladas de açúcar, rapadura, pinga, bagaço... Vamos vender tecnologia!!!"

Começa a aguardada sessão de negócios. 5 ou 6 largados em total desespero. Tava tudo invertido: Os representantes da corte lhes ofereciam tecnologia, ferramentas especiais, adubos - tudo q eles precisariam prá plantar cana. Nem queriam saber da cana brasileira. A da Índia já os atendia com sobras. Com qualidade! Cana Maturity Model (CMM) nível 5 importa sim!
Rabinho entre as pernas, voltam ao Brasil sem um contrato. "Q será q deu de errado?"



Bão. O causo aí é ficção! Afinal nós plantamos cana!
Agora quem vai avisar o povo aqui, que para exportar software é necessário formar programadores? Quem vai avisar que a formação de desenvolvedores não se dá em cursinhos de 40 horas? Quem vai gritar que a maioria dos cursos superiores não prepara corretamente os desenvolvedores? Quem vai avisar pr'umas publicações aí que elas só estão alimentando e divulgando mentiras? Quem vai avisar que parte dos 5 ou 6 'largados' ali de cima não tem um único pé-de-cana, digo, programador?

A oportunidade é muito boa! O problema é que começamos muito mal...

Libertas quae sera tamem

13 julho 2004

Trecho d'um artigo curioso da ZDNet:

The Microsoft mindset comes in part from its almost cult-like self-belief and hermetic self-containment: it only recruits people who it knows will sign up to the Way, and it puts them on campuses where there's no need to leave. Individual and organizational goals are identical. This leads to personal identification with the company and a fundamentalist attitude to outside criticism: if it's against the company, it's against me and ipso facto wrong.

Cultic thinking rarely survives prolonged contact with the real world--remember Microsoft's 'difficulties in managing remote R&D'? But that contact is increasing exponentially; there are hundreds of MS employees at all levels engaged in blogging, More start each day. That means feedback, and contact with outside perceptions where before there was almost none. Instinctively, the company is nervous about this--there have been some rather public slappings--but equally instinctively it knows that it cannot control it.

The big leaks--the Constellation memos--may be the headline grabbers. The small leaks are more important, because they go both ways. Each new MS blogger is introducing one small dollop of reality back into the company, setting the groundwork for the inevitable revolution. Microsoft is its people, and its people are learning to be free.


Só não consigo imaginar o produto de tal revolução, sinceramente não.

Engraçado como nosso mercado, vendedor 'on-demand', só opera na base de solavancos, briefings e press-releases. Nossa mídia 'especializada' (em massagens de egos, prioritariamente), tem boa parcela de culpa.

"IT Doesn't Matter", o artigo-bomba do Nicholas Carr, taí faz tempo. Fez a vida do cara.

Paul Strassmann (que definitivamente não segue a bíblia circense de Tom Peters, como Carr), escreveu em 1997 o grande "The Squandered Computer". De certa forma já tava tudo lá. De forma menos 'marketeira' e circense, obviamente. Tá preocupado com os custos de TI? Com a correta utilização de seus recursos computacionais? Então deixa as colunas do Carr um pouco de lado e dá uma lida no livro aí.

The bagle worm has wriggled its way into the open sauce community with the latest versions of the worm carrying unencrypted source code for anyone to play with. Two versions, Bagle.ad and Bagle.ae, were rolled out over the weekend, and both are similar to earlier variants, except that they have the source code provided with them. Security analysts reckon this is a two pronged plan because if the writers are arrested with the code on their PC they can claim that they were victims just like everyone else.

The other advantage of the open source tactic is that less-sophisticated hackers can do some damage without having to do all the work, so the worm outlives its creator.


Parece que 'abrir o código' realmente é vantagem prá todo mundo, né mesmo?

'This year, we are targeting nearly $1 billion in efficiency improvement and cost reduction across the company, primarily by rethinking how we do things.'

A frase aí é do Ballmer, CEO da MS. N'um e-mail pros 57k funcionários, marcando o início de um novo ano fiscal, a grande meta: cortar US$1bi em custos. "...rethinking how we do things"?

Bom começo...

Post anônimo no Slashdot.org:

"About a year ago I hired a developer in India to do my job. I pay him $12,000 to do the job I get paid $67,000 for. He's happy to have the work. I'm happy that I only have to work 90 minutes a day, talking code. My employer thinks I'm telecommuting. Now I'm considering getting a second job and doing the same thing."

Blz. Onde a gente pode anunciar que faz o mesmo por US$ 11.612,90??
Aí, sub-contratamos uns caras legais em Alfenas, São Carlos ou Varginha por R$10/hora.

É ou não é um belo modelo de negócios?

Bola de Neve

02 julho 2004

Eu já postei tal sugestão. Dada a criticidade do tema, vale o reforço (extraído do International Herald Tribune):

...
But there is an antidote to a lot of the other Internet security risks out there, including the Web site infections described above (no artigo, ele tá falando do 'Trombadinha' e outros furos), and that is to stop using Microsoft's Internet Explorer software. That's right: Switch from the Web browser that is used by 95 percent of Internet surfers.

I'm not the first to suggest it. This week, the U.S. Computer Emergency Readiness Team, part of the Department of Homeland Security, advised Internet users to "consider" using a different Web browser as a possible solution until Microsoft fixes the flaw that allows Explorer to be exploited.
....
Since the hole that allows the Web site penetrations are found only in Windows systems, CERT could also have easily added, "Use a different operating system." Microsoft's Internet Explorer for the Macintosh, for example, is not affected. But a U.S. government agency waving people off of Windows might be seen as a step too far.

Certainly not all of the 95 percent of people using Explorer will be compromised, and certainly Microsoft is working on a permanent solution, to this and other holes that hackers find. The monopoly software company should not be held responsible for the evil intentions of a rogue band of Russian programmers.

But that doesn't mean we should forgive Microsoft or allow ourselves to be vulnerable. If my alarm clock secretly recorded my bedroom conversations - or even if I thought it could - I would replace it. Perhaps this is the kick many people need to try another browser (Netscape, Opera and Mozilla, for starters), or - dare I say it? - even another operating system.


Ops... não cheguei assim tão longe!

Foi assim que James Gosling, criador do Java, se referiu ao Linux em um debate sobre Java como 'software livre', que aconteceu ontem no JavaOne.

Não era uma crítica direta ao Linux, mas sim ao fato de existirem trocentas versões diferentes do sistema, fato que comprometeria sua identidade, compatibilidade e padrão.

Segundo mostra notícia da Wired, a maioria dos presentes (desenvolvedores Java, obviamente) não vê com bons olhos a abertura do Java. E a grande questão foi colocada por Rob Gingell, chairman do JCP:

"If open source is the answer, then please tell me the problem."


Parece uma daquelas frases de porta-copos da Braumeister: "Cerveja é a resposta. Qual a pergunta mesmo?". Mas faz pensar.

Eu votaria pela abertura prá imprimir mais agilidade ao processo criativo. Prá ampliar a teia de colaboração. Mas os riscos existem sim. Como disse num post anterior: taí o desafio!

O Boston Consulting Group, importante empresa de consultoria de negócios norte-americana, publicou um estudo dizendo não entender pq as empresas americanas não enviam mais trabalhos para outros países. Chega a dizer que trata-se de uma questão de sobrevivência. E destaca, em um determinando trecho, que não é só o fato de um trabalhador na China, por exemplo, custar US$1 enquanto o equivalente yankee vale (custa) 30x mais. Eles dizem que, em curto espaço de tempo, a qualidade do trabalho do chinês tbém é superior!

Que pena que nós, tupiniquins, não sabemos aproveitar um mínimo dessa demanda.

Mais detalhes em reportagem do Washington Post.

Inveja do Java

01 julho 2004

Infelizmente a mídia tá dando muito destaque prá aspectos "políticos" do JavaOne, em detrimento da tonelada de conteúdo técnico que deve tá circulando por lá. O grande debate gira em torno da 'abertura' do Java.

Além da IBM, agora a BEA se junta ao coro (que ainda tem Stallman e co-irmãos) que insiste que a Sun deveria entregar o Java para o mundo do 'software livre', para o bem da comunidade.

McNealy insiste que a Sun tem sido um bom 'steward' do Java, e que o JCP é o supra-sumo do desenvolvimento colaborativo. Disse, na última terça, que a IBM tem 'Java envy', por não tê-la inventado.

Bom, o JCP é um mal necessário. Inovação, por si, normalmente ocorre de forma mais natural e rápida quando não existem amarras e burocracias. O JCP é, por necessidade, um processo burocrático.

Acho que o grande desafio que toda a comunidade tem pela frente é desenhar um processo que aproveite tudo de bom do mundo 'open source' (do processo de desenvolvimento dele), e tudo de bom do JCP. Acho que há um meio termo.