Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Graffiare #478

07 junho 2010

Quando a patuleia vê qualidade, paga. Pão dormido, só de graça.

- Elio Gaspari

Na Folha de ontem, ao comentar o iPad e toda a revolução que ele começou a causar no mercado editorial.

Seis Anos!

11 maio 2010

Hoje o Graffiti completa 6 anos de vida. Quase uma eternidade em se tratando de TI. Só é uma pena que ele siga tão abandonado. O trampo e o finito (quem também é trampo), além de uma equilibrada agenda, impedem que eu passe mais tempo por aqui. Desconfio que o Graffiti esteja enfrentando uma séria crise de meia-idade. E de identidade.

Duas alternativas no curto horizonte:

  1. Promover uma fusão dele com o finito.
    Isso reduziria seu "escopo de atuação" ao mesmo tempo que ampliaria um pouco a alça de mira do finito. Também obrigaria uma redação mais contida e serena. Eu filtraria daqui alguns artigos que fazem muito sentido no blog mais profissa. 
  2. Fechar o Graffiti.
    É triste, mas todo blog tem sua hora. 
Claro, ele também pode continuar como está, com posts bastante esporádicos. Mas acho que um safanão faria muito bem neste sexto ano.

Por hoje, para comemorar, que venham dois goles e dois goles.

Bom entendedor se contentou com meio gole, certo?

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O mês ou as novas? Ambos! E o Graffiti merece 1% do meu tempo.

Jobs: Open, Open, Open em Carta Aberta

Como é estranho ver o Steve Jobs falando sobre "padrões abertos". Mas ele diz a pura verdade em sua carta aberta: Flash é tecnologia proprietária, insegura e dos tempos do PC (leia-se teclado+mouse). Antes, fez questão de lembrar o quanto já foi bom o relacionamento da Apple com a Adobe. O fato é um só: a Adobe dormiu no ponto e perdeu o bonde (da mobilidade). RIP Flash! Já vai tarde.


HP salva a Palm ou vice-versa?

Boa a pergunta da ZDNet. Ok, a HP tá longe de precisar de salvação. Mas, há tempos - desde a época da Carli (aquisição da Compaq, lembram-se?) - ela precisa de um safanão. Êta empresa paradona (apesar dos bons produtos). Mas, sei não. Acho que a aquisição da Palm acontece com uns 3 ou 4 anos de atraso.

Ballmer no Brasil...

... Para anunciar um produtinho (Messenger) que estará disponível sabe-se lá quando?!? E com "diferenciais" que estão no Digsby há tempos!?! O povo de Redmond arrumou um jeito de tirar Ballmer do caminho por uns tempos. Só pode ser isso.

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O Rio tá de Bode

17 março 2010

O Rio de Janeiro continua lindo... e cheio de problemas.

O alívio dos incompetentes é um bode expiatório de impopularidade inconteste. O Rio encontrou o seu: a divisão dos royalties do ouro negro proposta numa tal emenda do Ibsen. Agora ficou fácil:

Quanta violência! - culpa da emenda do Ibsen.
Falta escola! - culpa da emenda.
Chove alaga tudo! - culpa da emenda.
O Dodô perdeu 2 pênaltis! - culpa da emenda.
Não tem mais Copa! - culpa da emenda.
Não tem mais Rio 2016!! - culpa da emenda
O Love ama a Rocinha!! - culpa da emenda.

O Steve Jobs falou que não abre loja da Apple no Rio nem sonhando! Culpa da...

Ops! O Jobs tem outro alvo: "as malucas taxas de importação" de nosso querido Brasilzão. Mas não deve faltar gente com o dedo duro apontando para a emenda do Ibsen.

Precisam avisar o Jobs que a coisa vai piorar. A OMC deu ganho de causa para o Brasil no caso dos subsídios pagos pelos EUA para seus produtores de algodão. A primeira parte do pacote de maldades (retaliações) foi meio nonsense: sobretaxar trigo!?!

A segunda parte faz mais sentido: cinema, música e software entram na lista de produtos sobretaxados.

Jobs seguirá distante. Assim como o Rio seguirá lindo... e cheio de problemas.

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Upgrade na Marra

03 março 2010

Se eu fosse marqueteiro de alguma empresa fornecedora de sistemas operacionais e browsers ia sugerir uma 'blitzkrieg' (ataque relâmpago) em várias emissoras de TV. Não para pegar cópias piratas ou algo do tipo. Mas para fazer um upgrade nos sisteminhas utilizados pela maioria delas.

Incomoda ver, particularmente na ESPN Brasil, os caras ainda utilizando XP com IE6. Que lixo! Sei que se trata de um canal fechado. Ou seja, não tem audiência de folhetim das nove nem de porcarias como BBB. Mas tem um público seleto e muitas vezes formador de opinião. Já imaginaram o impacto que teria uma tela modernosa, como os cubos giratórios do Kubuntu/KDE 4? Só no Linha de Passe, por exemplo, a tela é mostrada umas 4 vezes. 4 inserções de mais ou menos 30" num canal com público tão especial? Caramba! Só a exposição já pagaria o investimento. Sim, eu daria as cópias e até os micrinhos para as emissoras.

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Teoria: EXAME #960 (27/jan/2010)

Marcel Telles, um dos controladores da Inbev, lê "Dobre seus Lucros - 78 Maneiras de Reduzir Custos, Aumentar Vendas...", de Bob Fifer, a cada dois anos.  A 'máxima' número 1 destacada no artigo é: "Corte primeiro e pergunte depois... Se você reduzir demais, sempre terá chances de corrigir o erro. Gaste muito e aquele dinheiro terá sido perdido para sempre".

Prática: EXAME #962 (24/fev/2010)

A Inbev é matéria de capa: "Estilo brasileiro na maior cervejaria do mundo". O artigo, de Tiago Lethbridge, tem 10 páginas! Como prometido na chamada de capa, mostra com detalhes "os bastidores da gestão dos brasileiros da InBev na Anheuser-Busch, um ícone dos americanos".

O tal estilo brasileiro, aplicado por Carlos Brito, é resumido num belo gráfico que ocupa as páginas 28 e 29. Principais destaques:

  • Compra da Anheuser-Busch por US$ 52 bi.
    A InBev teve que pegar US$ 45 bi emprestados.
  • Um mês depois da aquisição, em dezembro de 2008, 1400 funcionários são demitidos.
  • Jan/2010: As vendas caem 12,2%.
  • Aumento de 5% no preço das cervejas.
  • Em nov/2009 os custos "cortados" já somavam US$ 875 milhões.
  • Antes, no mesmo ano, vendeu subsidiária coreana e participação numa cervejaria chinesa. Conseguiu algo em torno de US$ 2,4 bi.
O que a matéria mostra com mais detalhes é como foi realizado um "massacre cultural". Desde um parque da cidade, St. Louis, que era mantido com grana da Bud até as cervejinhas que eram distribuídas para funcionários. Tudo foi jogado fora. Mas o item mais caro que foi para o lixo foi o orgulho daquela que era a capital nacional da cerveja.

Uma das metas da alta direção é o corte de US$ 1 bilhão em custos. A recompensa a ser compartilhada por 40 executivos é paga na forma de ações. Alguns analistas acreditam que os executivos podem ganhar até US$ 2 bilhões. Isso mesmo, dois bilhões de dólares. Só Carlos Brito, o principal responsável pela operação, ficaria com US$ 200 milhões.

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A InBev fez inimigos em toda a cidade e em todo o país. Destruiu ícones e costumes como se eles não fossem nada. Depreciou o patrimônio e se desfez de negócios em lugares (China!) tidos como estratégicos para quase todo mundo. E ainda pode pagar 2 dólares para cada dólar economizado. Eu sei, contabilmente são granas diferentes. A ação é, de certa forma, uma grana 'de mentirinha'. Mas que pode ser convertida em grana real em questão de milésimos de segundos, independente da contrapartida.

Eu só não entendi a conclusão do artigo:

A cultura de gestão dos brasileiros da ABInBev nasceu em Wall Street, deu a volta ao mundo e veio parar nos Estados Unidos - mas chegou num momento em que o sucesso está totalmente fora de moda.

Sucesso?!?

Resta torcer para que não seja este realmente o "estilo brasileiro de gestão" que estamos exportando. De brasileiro ele não tem nada. Essa maldade tão século XX tem outras origens, como as matérias citadas bem mostram. Aliás, o princípio #1 citado no início do artigo é equivocado: nem sempre é possível corrigir cortes mal feitos. Aliás, quase nunca é.

Aprenda Brincando

25 fevereiro 2010

Depois de quase 3 anos circulando apenas com o FAN, programa para Formação de Analistas de Negócios, eu não via a hora de mudar um pouco de assunto. Mas, caramba, não é nada trivial a criação de um curso. E no dia em que eu engatar o automático, pegar um assunto da moda e transcrevê-lo em algumas dezenas de slides, definitivamente terá chegado o momento de pendurar chuteiras e mouse.

Desta vez eu coloquei novas restrições: não queria um formato tradicional de oficina (ou workshop, como queira). Tenho vários desejos e ideias quando penso em eventos. Algumas malucas: uma peça de teatro; standup comedy; talk show... Loucas o suficiente para permanecer como um post-it no meu quadro "eureka!".  Ainda não chegou a hora delas.

Quando eu coloco o desafio ele gruda no cérebro como aquelas musiquinhas que a gente faz força para parar de cantarolar. Vira e mexe reaparece, sabe-se lá d'onde. Também não sei dizer de onde aparecem as ideias. Mas, algumas delas quando chegam, parece que já veem mastigadinhas e prontas para uso. Foi o que aconteceu com os 2 novos eventos que acabo de disponibilizar. Ambos compartilham o mesmo formato e nome: O Jogo dos 7 Erros.

Sim, surrupio daquele joguinho infanto-juvenil o formato. Naquele o jogador deve encontrar 7 diferenças entre 2 desenhos. Na oficina homônima os participantes não se limitarão a identificar enganos. Devem trabalhar também na elaboração de uma solução. Foi uma maneira diferente que encontrei para tratar de temas que aporrinham dois profissionais: o Líder de Projetos e o Analista de Negócios. Cada um terá uma oficina só sua.

Eu ainda quebro a regrinha #1 do Hugh MacLeod para a Criatividade: "Ignore Everybody" (não por acaso, título de seu livro). Eu não comecei com uma folha em branco. Não podia ignorar algumas demandas ou reclamações comuns. Por exemplo, muita gente pede pra ver estudos de caso. Gosta de debater situações reais. E de aprender com os erros dos outros, que é uma maneira muito econômica e eficaz de aprendizado. Levei tudo isso em consideração. Mas, por outro lado, não queria fazer um evento 'chatinho' baseado num estudo de caso. (Alguns eventos do tipo são um verdadeiro pé no saco). Não, eu queria algo leve, divertido. Esta era a palavra: divertido. Por isso me veio a ideia do jogo.

Em cada oficina serão apresentados 7 casos reais, devidamente maquiados de forma a não ferir suscetibilidades*. Para cada um será apontado um tema - a figura onde o erro se encontra. Todos os exercícios serão individuais. Mas o encerramento de cada um será marcado por um debate com toda a turma. Cada tema merecerá 60 minutos, que serão distribuídos mais ou menos assim:
  • Apresentação do Caso: 10'
  • Exercício: 20'
  • Debate: 25'
  • Conclusão: 5'
O formato exige que tudo - sala, material didático, slides e instrutor - esteja muito 'redondinho'. Por isso o evento foi lançado com a tarja "BETA" e um precinho especial. Em Sampa, nos dias 12 e 13 de março, acontecerão os primeiros testes. Claro que compartilharei aqui os achados e perdidos. Se você quer saber um pouco mais sobre os eventos, consulte o finito. Ou fale comigo, aqui mesmo, via comentários.

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* Veja um exemplo, "O Assassinato de um Projeto pelo Covarde seu Moreira".

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Quem faz leitor são os pais. Os jovens leitores são filhos de leitores. Dificilmente aparece uma criança ou adolescente que não tenha os pais leitores. A grande campanha que na minha opinião deveria ser feita pelo governo é mais ou menos assim: "Se você não lê, como quer que seu filho leia?"

- Pedro Herz, dono da Livraria Cultura (na Folha de Domingo, 21/fev)

Talento X Comprometimento

11 fevereiro 2010

Depois que até o Mestre Jacobson apelou para metáforas ludopédicas, é claro que não vou furar a bola alçada pela dupla que comanda a seleção canarinho, né? Ao tentar justificar a lista de convocados nesta semana, o auxiliar-técnico Jorginho disse mais ou menos o seguinte:

A técnica apenas não basta. É preciso mostrar comprometimento.

Com certeza é isso que justifica a presença de Felipe Mello, Josué, Júlio Batista, Elano, Gilberto e outros caras que mal conseguem se firmar em seus clubes mas merecem espaço na nossa seleção. E é a mesma desculpa para a ausência de Ronaldinho, Neymar, Hernanes, Elias etc etc etc. Nosso campo é outro, verde em outro sentido. E o que quero propor é um papo sobre o conflito Talento X Comprometimento.

Numa época em que o mercado cobra Inovação e Criatividade, é possível que uma empresa se dê bem apostando no comprometimento em detrimento da técnica, do talento? Basta ver quantas empresas por aí, particularmente de TI, pastam para sobreviver. Seria por falta de comprometimento de seus colaboradores? Na minoria dos casos, posso garantir. Mais do que comprometimento, lhes falta talento. Carecem de pessoas criativas. Ou, principalmente, de não-processos e não-políticas que valorizem os criativos.

O que nossa comissão técnica e muitas das nossas empresas não explicitam é um medo e uma incompetência. Medo: Os caras mais talentosos são mais rebeldes e contestadores. Incompetência: Não sabem gerenciar gente talentosa. O que fazem, então? Não convocam ou não contratam gente que possa representar perigo.

Romário, crucial no Tetra de 94, fugia da concentração para suas gandaias. O que é estranho, no caso da seleção, é que tanto Dunga quanto Jorginho estavam lá. Anjinhos, claro. Mas teriam coragem de "queimar" o Baixinho? Hehe.. eles são bobos mas não são burros.

Agora, por favor, não me interpretem mal. Não estou propondo que as empresas virem o caos absoluto com trilha sonora do samba do nerd mucho-loco. O que estou dizendo é que, enquanto as empresas insistirem nessa coisa limpinha, chata e previsível de seus processos elas seguirão pastando para pagar as contas. Chega de invejar os números de uma Google da vida mas não copiar umazinha de suas boas ideias em gestão de talentos. Basta de mediocridade!

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E a seleção? Já perdi qualquer esperança. Em 94 tínhamos 8 chatos e 3 talentos em campo: Romário, Bebeto e Tafarel. Bastaram para aquele título feio, chato, quadradinho e que só veio nos pênaltis. Hoje só temos um talento de verdade. No gol!?! É pouco. Muito pouco. Como já disse lá nas previsões para a próxima década, nosso Hexa virá em 2014, em casa. E com o Dunga exilado lá na Patagônia, secando os talentos num radinho de pilha.

O lance aí do lado é um dos mais reprisados na história do futebol. O Pelé perdeu o gol. A seleção de 1982 é lembrada e celebrada até hoje nos 4 quantos do mundo. Não ganhou nada. No final das contas, o que fica é o talento. E a história que ele ajudou a criar. O resto é o resto.

Novas Profissões

10 fevereiro 2010

Uma brincadeira que fiz no finito me empurrou para cá - aquela sobre o "Crítico de Oficinas". O tema me incomoda desde que comecei a reparar que uma famosa publicação adora anunciar novas profissões em TI que são um tanto esotéricas e estranhas. Detetive de redes sociais, por exemplo. Não dá pra crer na viabilidade ou longevidade de muitos chutes que aparecem lá e em outras paradas. Assim como é impossível apostar em qualquer profissão que possa ser facilmente trocada por aplicações, como é o caso do "detetive" em questão. Há tempos sabemos que as profissões mais quentes e promissoras, particularmente em TI, são aquelas que dependem demais do intelecto e do talento, da criatividade e da sensibilidade. Características que, até onde sei, ainda estão muito distantes de sistemas, robôs e afins.

Mas é ainda mais gritante o fato de algumas das profissões mais atraentes e necessárias serem sumariamente ignoradas pela grande mídia tupiniquim. Não por acaso, também são aquelas que nunca aparecem em anúncios de vagas. Dúvida tostines aqui: não há oferta porque não aparecem na mídia ou não aparecem na mídia porque não existem ofertas?

Não, não estou falando dos Analistas de Negócios. De certa forma eles apareceram (CIO Maganize, IDGNow etc) e cresceram. Empresas como Bradesco, Embraer, Net, Oi e JBS Friboi, dentre várias outras, já têm seus times de analistas de negócios. Os problemas com esta profissão são outros, e merecerão outro espaço e tempo.

O que não aparece no meu radar mesmo, por exemplo, é um cara que faça design. Não estou falando dos "designers" de interfaces nem de artistas pós-modernos. Penso no criador, no arquiteto de produtos. Nunca na nossa história esse tipo de design foi tão necessário. Falamos de inovação e de criação de produtos e serviços "matadores". Pensamos no iPhone e no Facebook, por exemplo. Nos lembramos também dos carros da Toyota, apesar dos recentes pesares. São todos exemplos de um bem sucedido trabalho de design.

Dos outros não sei quase nada, mas na Toyota cada carro é arquitetado (projetado / desenhado) por um engenheiro-chefe. Na Apple parece claro que há um cara que tem a primeira e a última palavras sobre seus novos produtos e serviços. Cadê os nossos "designers"? Se eles existem, onde são formados? E, se existe procura por eles, onde ela é manifestada?

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Eu ia esticar o papo, tentando ilustrar a relevância desses caras em bancos, seguradoras e empresas de TI. Aguardarei algum feedback antes de prosseguir. Enquanto isso, deixo uma sugestão de leitura que explica bem a relevância do design no século XXI e os desafios deste novo profissional:
  • Subject to Change - Creating Great Products and Services for an Uncertain World
    Peter Merholz, Brandon Schauer, David Verba e Todd Wilkens
    O'Reilly - 2008




Quem Precisa do iPad?

28 janeiro 2010

Ok, não é nada para me orgulhar. Mas em dezembro eu escrevi que "os Tablets serão o netbook dos anos 2010-2011". Lógico que eu dava como fava contada um tablet da Apple. Assim como é óbvio que eu esperava ver o brinquedinho em todos os noticiários, escalada do Jornal da Globo, primeira página da Folha etc. Desconheço outra empresa que consiga tanta publicidade gratuita de seus produtos. Vou dar um chute aqui: ela ganha, no mundo todo, mais de US$ 200 milhões em exposição. E não é qualquer cantinho de página não. Só na Folha de hoje ela ganhou 2/3 de uma página do caderno Dinheiro. Mas eu abri o post para falar de outra coisa: Quem precisa do iPad?

Vi por aí muita gente reclamando que já tem gadgets demais para carregar. Claro, tem gente que exagera, né? Dois celulares, iPod, notebook, eReader... Desconfio que existam mais viciados em brinquedinhos eletrônicos do que em crack. Bom, quem sou eu para julgá-los? Eles com certeza comprarão uma mochila um pouquinho maior (e mais chique) para hospedar seu novo iPad.

Me interessam os usuários "normais". Eles precisam do iPad? Vou aumentar o escopo: eles precisam de um tablet? Há pouco mais de 6 meses convivo com um, da HP. Por enquanto há apenas uma "killer aplication" que me faz tolerar o Vista e utilizar o brinquedinho: o OneNote, da MS. (Pois é, consegui elogiar alguma coisa vinda de Redmond!). Em 80% do tempo eu vou de Ubuntu mesmo - sem as funcionalidades do Tablet. Neste sentido eu acho que poucas pessoas veriam utilidade em um gadget sem os arcaicos teclado e mouse.

Mas a proposta da Apple é muito diferente. É um iPod Touch com tela de quase 10 polegadas. O iPad não brigará com notebooks. Mas desafiará os netbooks (utilizados exclusivamente para navegação na internet), os e-readers (Kindle) e desconfio que até canibalizará um pouco a demanda pelo iPod Touch. Os preços anunciados (de US$ 500 a US$ 1000) reforçam ainda mais minha suspeita.

Houve um tempo em que eu esperava que celulares e iPods oferecessem aplicações parecidas com aquelas que tenho no laptop ou desktop. Ultimamente ando ansioso para ver portados para estas plataformas algumas aplicações que só vejo no iPod Touch, como a incrivelmente boa e bela "Awesome Note". Ou seja, a Apple merece todo o destaque que recebe da mídia. Seguirá merecendo enquanto continuar reinventando a forma como convivemos com tecnologia. O iPad é outro marco. Previsível e simples. Mas um marco.

Caixa Preta... e Suja

26 janeiro 2010

Quem é de fora quase sempre classifica TI como uma "caixa preta". Uma imensa e cara "caixa preta". Já tem um bom tempo que muita gente séria trabalha para reduzir a distância que existe entre uma organização e seu braço de tecnologia da informação. Infelizmente, o lado obscuro e exotérico prevalece.

Se em empresas privadas essa densa cortina causa danos óbvios, é na administração pública que fica escancarado o quanto TI pode ser mal utilizada. Colocando de outra maneira: fica claro como TI pode ser utilizada para outros fin$.

Para ficar só em casos recentes: no caso do mensalão do DEM no DF fala-se em R$ 400 milhões gastos em um "moderno sistema de informatização". Põe no bolso, literalmente, os fabulosos US$ 90 milhões gastos por uma ex-estatal na implantação de seu ERP; o "Cartão do SUS", um projeto de um imenso banco de dados criado em 2001, já consumiu cerca de R$ 500 milhões e ainda não "deu as caras". Segundo Elio Gaspari, na Folha do dia 20/jan, de 1937 máquinas utilizadas em um projeto piloto, apenas 7 estão funcionando.

É sabido que projetos de TI fracassam com frequência vergonhosa. Mas os exemplos acima nos fazem suspeitar de alguma coisa além de nossa tradicional incompetência. No popular: tem gente mamando!

Prestadores de serviços de TI dependem demais de um único ativo: confiança. Quando se metem em gambiarras de (des)governos devem estar cientes do tanto que comprometerão sua posição no mercado. Empresas sérias não gostam de se envolver com gente enrolada.

graffiare #476

15 janeiro 2010

A sociedade organizada pode ser protagonista da sua transformação.

- Zilda Arns