Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Não sei porque insisto em publicar minhas "previsões" todo final de ano. Previsões com aspas porque a grande maioria é mais uma lista de desejos do que qualquer outra coisa. Cansei de "prever" a queda do Ballmer e a aquisição da Adobe pela Apple. Cansei de pedir um movimento de consolidação das distros Linux. Cansei de imaginar a aquisição do Yahoo pela MS. Ou seja, cansei de dar varada n'água. Se acertei um chute no final de 2007 foi apenas a crise financeira. Meio acerto, porque achava que só o hemisfério norte sofreria com a recessão nos EUA. A crise é bem maior do que eu esperava. E ela muda muita coisa.

Analistas estão falando que TI, apesar de tudo, crescerá no mundo todo. Algo em torno do dobro do PIB de cada nação. Não sei se são irônicos ou bobinhos: quanto é o dobro de zero? Porque zero será o crescimento médio do primeiro mundo, EUA e UE.

O PIB de Pindorama, apesar do Meirelles, deve ficar mesmo entre 3% e 4%. Então nossa turma de TI pode trabalhar com números entre 6% e 8% de crescimento. Pode? Não acredito.

O perfil da maioria de nossas médias e grandes empresas, quando o assunto é TI, é muito conservador. Em tempos de crise então, espere racionamento até no "feijão com arroz". Esqueça upgrades e projetos big bang. 90% do orçamento de TI irá exclusivamente para manutenção. E os 10% restantes formarão uma "poupancinha"... grana que só será gasta lá no final de 2009, se tudo estiver "sob controle".

Pouquíssimos fornecedores têm chance de ganhar alguma coisa neste tipo de cenário. Só 5 letrinhas pintaram na memória: IBM e HP, necessariamente nesta ordem. MS, Dell, Lenovo, Sun e afins são aquelas que mais perdem. Sem upgrades a vista (sem trocadilhos), é de se esperar quedas em receitas de até 50%. Tô brincando não.

Tanto que até me animei a um novo chute do tipo "quem come quem": a Cisco, para quem a crise parece ser só marolinha, pode se reposicionar. Parece besteira, mas quem tem US$ 26bi em caixa pode pensar em uma bela aquisição. De uma Sun, por exemplo. Monopólio cansa, e a Cisco deve estar louquinha por oxigênio e dólares novos. E a Sun tá uma pechincha. Acho que tem tudo a ver. Aliás, Apple e Adobe também tem tudo a ver e não dá em nada... Então, deixa pra lá.

Por falar em Apple: 2009 deve ser um ano difícil para a empresa de Cupertino. Não só nas vendas que devem cair, mas parece inevitável que a Apple comece a tratar do problema chamado "Jobs". A Apple precisa provar que a sua criatividade não se limita ao departamento de design.

Encerro a parte internacional com a maior barbada de 2009: a Google seguirá sendo a Google. Com as sementes (Docs e Android, principalmente) devidamente plantadas, chega a hora da colheita. Momento melhor impossível. Se em Redmond, nem uma caixa inteira de Lexotan me daria 15 minutos de sono...

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E o mercadinho de Pindorama, como ficará em 2009? Monótono, como sempre. Se dependermos só dos malvados chatos de plantão para dar uma bela mexida, seguiremos como nerds em raves - uns postes.

Ok, preciso mirar melhor meu azedume: na redação do parágrafo acima pensei exclusivamente nas nossas "grandes" empresas de TI, ok? Depois de tanto tempo descendo a lenha nelas, deveria gastar meu tempo com um único veredicto: deviam baixar as portas, vender suas carteiras de clientes para papões de fora e jogar sua carteirinha de produtos em algum aterro sanitário. Geração perdida é isso aí!

Ar novo tá no interior. Está também em pequenas e médias empresas que bravamente sobrevivem. E heroicamente resistem ao canto de sereias malvadas. Mas elas não ganham um mísero espaço em nossa prensa especializada. Não merecem sacos de bondades dos governos de plantão. Mas não é hora de bancar as "coitadinhas".

É hora de um pouco mais de ousadia. É hora de parar de olhar para nossas grandes empresas de TI como se elas servissem de modelo. Não servem. Esqueçam PMI, CMMI, MPS.br e besteiras afins. É fácil: basta lembrar que Google, Apple e outras do mesmo naipe não dão a mínima para essas coisinhas.

É hora de criar um mercado totalmente novo. Temos uma nuvem tupiniquim totalmente virgem por aí. Não sei se repararam, mas a "nuvem" muda tudo. E quem tá correndo atrás? Nossas "grandonas" mal conseguiram portar seus produtinhos para um ambiente SaaS. Produto fraco e antigo seguirá fraco e antigo, mesmo com uma roupinha nova.

Resumindo: há um imenso oceano azul de oportunidades aí fora. Não vê quem não quer. Não aproveita quem tá esperando bóias sinalizadoras e coletes salva-vidas.

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