Teresa Amabile (que nome!, ela é de Harvard e especialista em criatividade) descobriu através de pesquisas (muito sérias) o que todo mundo já sabe de alguma forma: a principal característica de um ambiente que promove a criatividade é a LIBERDADE. Tempo gozado esse nosso: as mesmas empresas que cobram 'criatividade' são aquelas que bloqueiam a Internet, vasculham emails, elaboram os mais sádicos e ridículos procedimentos (padrões de vestimentas e afins), cobram horário e inventam coisas draconianas como 'fábricas de software'... Tristes tempos gozados.
Empresas realmente criativas não vivem cobrando que seus colaboradores e parceiros sejam criativos. A criatividade é praticamente uma rotina para elas. Uma coisa natural. Uma conseqüência de seu jeito de ser e de viver o mercado. [pausa: Taí uma ficha que caiu (exatamente agora) legal: um mercado não se ganha nem se perde, se vive! hehe.. que viajem].
Mas tem um monte de gente que acha que criatividade é coisa só para alguns malucos criativos. Pr'aquele tipo um tanto estranho que de vez em quando grita: Eureka! Nossa indústria (TI - sempre é bom lembrar) é cheia de ícones - gênios inventores: Jobs, Joy, Cerf, Berners-Lee, Torvalds, Negroponte, Page&Brin, Ballmer... ops! Ballmer?!? Oras, quem vc acha que inventou a dança do macaco?
Para nossa infelicidade, vivemos esquecendo que o trabalho desse tanto de gente legal não seria nada se não fossem as equipes maravilhosas que eles conseguem montar e conduzir. Criatividade é a "síntese de fantasia e concretude", nos ensina o mestre Domenico De Masi. Uma idéia não realizada é só isso, uma idéia. Apenas a capacidade de realizá-la pode nos tornar realmente criativos.
Pena que essa tal capacidade, na mão d'um monte de guru, vire só papo de motivação, atitude, 'think outside the box!', treinamentos de brainstorming, libretos de auto-ajuda e afin$.
Para o saudoso mestre Peter Drucker, inovação é "uma disciplina sistemática, organizada e rigorosa". Algo que pode (deve) ser dominado e aplicado, disseminado e ensinado.
Não é de hoje que sou fissurado pelo tema. Nos últimos anos, com o já 'n' vezes citado apoio do Braga, comecei a estudar 'inovação & criatividade' d'uma forma mais estruturada. Visando, principalmente, sua aplicação em projetos para desenvolvimento de software. Há pouco mais de uma semana tomei coragem para compilar meus achados na forma de um artigo. Acabei de publicar no Finito a primeira parte do rebento. Serão 8 partes, uma por semana. No final, como sempre, compilo tudo num PDF. Mas desta vez quero ir além...
Já tenho uma versão 'beta' de uma palestra e de um workshop. Quem quiser servir de cobaia, por favor, fale comigo. Instituições de ensino ou sem fin$ podem levar os eventos sem $. Empresas amigas e colegas terão descontos especiais.. hehe. Mas, espere, não é só isso... (vish)...
Quero implementar os processos e métodos sugeridos em meu trabalho no EPF (Eclipse Process Framework). Quem quiser compartilhar o trampo será muito bem vindo. Quem quiser tentar o mesmo no novo MSF (Microsoft Solutions Framework), tudo bem tbém. Acho que é uma oportunidade de aprendizado bem legal. Vou atacar principalmente:
- Arquitetura de Soluções
Um processo para a descoberta, seleção e desenho de uma solução. Quem leu "De Brooks a Berkun" sabe do que estou falando. - Gerencimento do Trabalho Criativo (óbvio)
Com a implementação de uma versão customizada (e tropicalizada) do Scrum. Sem o papo meio nonsense sobre porcos e galinhas. - Engenharia de Requisitos
Sigo insistindo na estruturação dos requisitos numa base de conhecimentos que seja realmente inteligente e totalmente rastreável. Tô de saco cheio dos espetos de pau, das 'user storinhas' e dos cartõezinhos coloridos.
(John Keats)
O resto é com a gente. E aí, vai encarar?
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