Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Win-Win?

30 junho 2004

Há uns meses a IBM propôs que a Sun tornasse o Java um 'software livre'.
A Sun tá pensando seriamente no assunto. Agora foi a vez do McNealy dar o troco. Em sua fala no JavaOne, provocou a IBM. Disse que ela tem que colaborar mais com a comunidade Java, 'abrindo' mais sua 'Propriedade Intelectual'(sic). Saca só:

"We want IBM to start donating its own IP to the community. Stop writing open letters to the No. 1 one donator of open technology in the world. Spare me."

A Sun Ganha. A IBM Ganha. A gente ganha 2 vezes!

Trata-se do único livro que realmente documenta toda a história da indústria mundial do software. "From Airline Reservations to Sonic the Hedgehog - A History of the Software Industry", é um grande livro, escrito por Martin Campbell-Kelly.



Fica um pouco chato quando o autor debulha números e mais números da indústria. Mas são dados relevantes, dependendo da necessidade (ou da curiosidade). Outro porém é o fato do 'historiador' interromper a história em 1995. Ou seja, ele faz um 'corte' exatamente no ponto de maior mudança da indústria nos últimos 10 anos. (A 1a edição do livro é de 2003).

Mas é uma compilação única, indispensável prá todos que se relacionam de alguma forma com essa indústria infantil, meio doida e apaixonante.

Tá em destaque na matéria de capa da Info Corporate n.9 (mai-jun/2004):

A CSN gastou US$ 90 milhões para implantar o SAP R/3.

Lógico, não foi numa tacada só. Foram 3 grandes fases, sendo que a 1a começou em 1999. Mas prá se ter uma idéia do tamanho da coisa, vamos sacar outro grande projeto SAP:

A Pacific Gas & Electric, empresa americana, gastou US$ 70 milhões (o dobro do valor estimado originalmente). Isso representa 7 vezes o custo do software, ou seja, foram US$ 63 milhões em serviços! O projeto 'envolveu' 5.000 estações de trabalho distribuídas em 300 escritórios.

Outro comparativo: o desenvolvimento do R/3 teria custado algo em torno de US$ 920 milhões prá SAP.

Ou seja, a CSN gastou o equivalente a 10% do custo total de desenvolvimento do produto. Detalhe: em 1998 existiam no mundo todo 20.000 instalações de R/3.

Não estou fazendo julgamento de valor (e que valor!), mas imagino o projeto que pode ser desenvolvido com tamanha grana.

Mas legal mesmo é extrair algumas frases de consultores, na mesma matéria da Info Corporate:

"Não tem como não errar com o ERP. Ele é comprado sem análise de negócios e assim as empresas acabam utilizando o mínimo que a solução oferece"
-Daniel Domeneghetti - eConsulting

"As corporações usam de 10% a 15% das funcionalidades do sistema, quando muito."
-Sérgio Rodrigues - Bearing Point


Os dados sobre a Pacific Gas & Electric eu extraí do livro "From Airline Reservations to Sonic the Hedgehog". Mais sobre ele no post seguinte.

Use o Firefox, Mozilla ou Opera, qq browser que não seja e não se baseie no IE.
Simples assim.

É isso que a Sun tá fazendo com o resto do seu portfolio de produtos e serviços. De certa forma, pega carona na linha de raciocínio repetida 'n' vezes pelo Nicholas Carr (o cara do "IT doesn't Matter").

Praticamente todo o portfolio da Sun (hardware, software e serviços) passa a ser oferecido em 'combos', uma radicalização do conceito 'plug and play'. Engraçado que se trata de uma seara pouco aproveitada pelos distribuidores, revendedores e prestadores de serviço em geral. Daí que o espaço existe e deve ser devidamente ocupado pela Sun. A precificação também é diferente: totalmente baseada em 'assinaturas'.

Pode não ser suficiente prá Sun voltar a ser o que era, mas deve mexer muito com o mercado, particularmente com as empresas que se baseiam exclusivamente na venda de licenças e upgrades de software.

Mais detalhes no ZDNet.

* The availability of Java 2 Platform Standard Edition (J2SE) 5.0, which it called “the most significant enhancement to the Java platform in the technology’s nine-year history.” J2SE 5.0, which is available to developers via the Java Developer Kit and due for release this fall, features code enhancements to speed development, simplify debugging and improve programmer productivity.

* The Sun Developer Network, aimed at simplifying Java development, was announced, and the company said new members to the group will receive a three-year Java Studio Enterprise software subscription for $1,500 per year and a free Sun AMD Opteron processor-based workstation.

* Sun also announced Project Looking Glass, a 3D desktop environment and Java 3D technology for the open source community.

* The Sun Java Studio Creator, a visual development tool for generating Java code, is now commercially available. The tool is free with the purchase of a Sun Developer Network Standard subscription, which costs $99 per developer per year.

* Sun released the NetBeans 4.0 platform for preview. The solution features a new Java technology performance profiler.

While Microsoft battles boardroom blues and those quaint European notions of how to do business, it also is pondering the results of one of the most unusual focus groups ever assembled: "The meeting attended Friday afternoon by Microsoft Corp. Group Vice President Jeff Raikes was, in some ways, like many others. A group from outside the company presented Raikes and his team of executives with a series of suggestions, including one for a new product, and promised to follow up with a formal proposal outlining how they might work together in the future," the Seattle Post-Intelligencer reported. "But this was no ordinary meeting. The people making the presentation were 15 university students from around the world, brought by Microsoft to the Redmond campus for a week. Microsoft assembled the group, dubbed the Information Worker Board of the Future, to help it get a better sense for how the workplace might evolve during the next decade -- and how the company's products might need to evolve during the same time frame, as people now in their late teens and early 20s enter the professional work force."

The students came from 14 countries. One was this contrarian from Norway, who apparently got into quite a debate with Raikes: "I think the mindset that you're showing now is exactly what is the problem," Oyvind Kildal Stangnes, a 24-year-old business student told Raikes, the PI reported. "We don't need more features; we don't need more tools. We just need them to work. We just need to be able to operate them. And we need everyone to be able to do that." Here's betting that Oyvind's chutzpah gets him a few job offers from the Linux community..

Sou do tempo em que vc comprava uma maquinona (na época), tipo um 286, e levava um monte de software de lambuja.

Pois bem, agora quem assinar por três anos o programa 'Sun Java Studio Enterprise', leva de grátis (as in beer), uma workstation Opteron! Mais detalhes aqui.

Microsoft is starting its new fiscal year with a resounding "ouch," the Seattle Times reported today. The company's executives are on the record saying Microsoft will not increase expenses and that yearly sales will grow less than 10 percent for the first time. So now the company "is taking out its budget scissors, looking to save $1 billion in an across-the-company drive to cut costs. It is cutting spending on travel and entertainment, and reducing some worker benefits, such as the discount at which employees can buy stock. It has eliminated some positions and is closely analyzing its marketing and sales expenses. Even catering costs have not escaped scrutiny. And in an effort to boost sales, it is offering a number of rebates and discounts on its products."

It's more than business; there's a lifestyle on the block as well. "Microsoft used to be a penny-pinching company. Chairman Bill Gates flew coach for years after making his first millions. But in more recent times, Lenny Kravitz performs at product launches and the Xbox team parties with Paris Hilton in a rented house in the Hollywood Hills. Many workers get free memberships to a posh Eastside gym, and employee meetings are at Safeco Field, where it was so cold last year that blankets were distributed." Somehow it's hard to feel sorry for a company with more than $40 billion in cash in the bank...


Extraído (não subtraído) do Seattle Times.

ps: Eles podiam começar parando de fabricar/comprar esses brindezinhos inúteis. Hj mesmo chegou um porta-cd feio prá burro e que não funciona (sério: uma vez aberta, a portinha não fecha mais. Detalhe curioso: o treco é 'blue'!).

Taí, centésimo primeiro post!!!

12.652 palavras em quase 2 meses de blogação.
Uma média de 14 posts por semana, quase 3 por dia útil.
Prá cada 2 posts no Graffiti (tratando de TI e afins), há um no BlueNoir (cultura inútil em gotas...)

Antes eu enchia o saco da moçada com meus vários e-mails.
Agora, quem quiser ver, vê.
(Meus 2cents pela redução do tráfego inútil e não solicitado na rede).

Se algum post se tornar uma provocação útil prá uma pessoa já me dou por satisfeito.
(O q não significa, obviamente, que eu vou parar de escrever, né?)

Chato precisa de espaço...
Tempo, chato sempre tem! Já repararam?

Saca só uma manchete no site da Sun hoje: "Watch out, Windows!". Tá ficando arisca a Sun...

Bom, começa hoje o JavaOne. Ao contrário da Comdex (vide último post), trata-se de um evento que só faz crescer. Deve ser 25% maior esse ano, em número de participantes (cerca de 15 mil).

Vivendo o pior momento de sua história, a Sun deposita na tecnologia Java praticamente todas as suas fichas. Daqui uns 2 ou 3 anos talvez a gente leia um livro do tipo "Quem disse que os elefantes não dançam?", desta vez escrito pelo McNealy ou pelo Schwartz. Título sugerido: "Quem disse que café causa gastrite?", hehe.

O fato é que os números do Java espantam. Saca só:

* 1.75 bilhões de devices no mundo inteiro carregam alguma versão do Java
(computadores, celulares, carros, liquidificadores e afins)
* São realizados 8 milhões de downloads do J2SE por mês
* Há 200 tipos de devices móveis com tecnologia Java
(contra 15 com tecnologia MS)

Difícil será explicar pq a Sun ficou tanto tempo tratando Java como mais um item em seu portfólio. De qq forma, a gente pode testemunhar mais uma grande história de reviravolta no mundo dos negócios. Uma história cheia de coisa nova prá aprender, afinal a Sun tá anunciando que Java, Solaris e agora o Looking Glass serão convertidos em software livre.

Eu não pago mas quero ver.

A maior feira do mundo da informática, a Comdex americana, foi cancelada. Engraçado que na mesma semana foi anunciado o cancelamento do maior festival de rock americano, o Lollapalooza (como eu já comentei no BlueNoir).

Sinal de que a economia americana não tá lá essas coisas como dizem.
Sinaliza também que os modelos (da feira e do festival) estão fora de sintonia com o mundo atual.

Há tempos culpam a Internet pela falência das feiras de informática aqui no Brasil. Balela: pq o mesmo efeito não foi sentido em feiras de automóveis, couro, pinicos e afins? Acho que é só mais um sintoma da falta de sincronicidade entre o mundo de TI e o mundo do $$. Dizem que quebrarão paradigmas prá ressuscitar a Comdex. Tomara que comecem pelo básico, ou seja, ouvindo a comunidade. Pago prá ver quem vai elogiar aquela pirotecnia que caracterizou o evento nos áureos, perdulários e exuberantes anos 90.

Uma grande empresa do ramo de tele-fumaça contrata algumas empresas prá desenvolver um projeto de smog-eletrônico. Aproveitar o 'expertise' de cada uma seria a grande justificativa.

Há um 3 meses a consultoria 'I' repassa o modelo de banco de dados prá consultoria 'A'.
O Gerente da 'A' reclama deveras da qualidade do trabalho.
Agora, há poucos dias da entrega, iniciam-se os testes de integração.
Prá surpresa de todos, a consultoria 'I' mudou o banco, acatando as sugestões da 'A'.
A consultoria 'A' implementou sua parte usando a 1a versão do banco enviada pela 'I'.

Deixo a conclusão pro saudoso Chacrinha:

"Quem não se comunica, se f#$% minha filha"...

ops... mas o cliente não é do ramo de comunicação?!?!?!
Não vende emissor de fumaça?!?! fumaça-celular e afins?!?!?!
O projeto não é prá vender emissores !?!!?!?!
Bão: pelo jeito achô 2 clientes novos...

Não podemos esquecer que o Brasil é um país de 50 milhões de miseráveis e o Governo tem por obrigação, ao menos, atenuar essa lamentável condição. Se Amadeu tiver sucesso em reduzir as significativas despesas públicas com licenciamento de software proprietário, que se estima na ordem de R$ 100 milhões ao ano, substituindo-o, aonde for possível e viável, por software livre, certamente esses valores hoje investidos em licenciamento poderão ser direcionados ao atendimento de programas sociais de educação e saúde, entre outros, o que é vantagem para todos, inclusive para a Microsoft que verá seu mercado crescer e que não vive só de licenciamento, pois do montante de suas receitas oriundas da área pública as licenças de uso devem representar no máximo 10% do total, mas também de consultoria e implementação de soluções tecnológicas de inegável qualidade técnica.

Se usei o título da música “Vai dar namoro...” para introduzir o assunto da polêmica MS X ITI, e o fiz com exclusivo “animus jocandi”, é porque identifico claramente nas ações de Amadeu uma efetiva convergência com a afirmação feita por Bill Gates, quando escreveu em 1976 sua “An Open Letter to Hobbyists by William Henry Gates III”, que: “Hardware must be paid for, but software is something to share.” (disponível em http://www.blinkenlights.com/classiccmp/gateswhine.html).


Trecho do artigo de Reinaldo de Almeida Fernandes, advogado e analista de sistemas em Santa Catarina, publicado no NewEconomy.

Eles nunca tiveram interesse em se estabelecer por aqui. Rolava tudo muito bem, particularmente do Distrito Federal. O governo comprava toneladas de licenças de software, muito US$ voltava pro's EUA legalmente... tava todo mundo feliz.

Mas foi o Brasil olhar com simpatia para o mundo do Software Livre que os caras arrepiaram. Tá sendo inaugurada no Brasil uma filial d'uma associação lobbysta norte-americana: a CompTIA.

Lógico que eles vão apresentar uma motivação defensável: impedir que nossas leis favoreçam um ou outro modelo (software livre x software proprietário). Mas eles existem há umas 2 décadas. Pq só agora o interesse pela nossa comunidade? Pela justiça e equilíbrio nas compras governamentais?

É muita cara de pau, tia! De qq forma, seja benvinda. Que o debate seja justo.

ps: Vcs podiam começar pedindo prá MS desistir daquele processo besta.

Nota de Esclarecimento

21 junho 2004

Uma interpretação incorreta de todos os 'posts' deste blog é que sou a favor da pirataria, ou, pior ainda, que sou contra 'propriedade' (um comunista!).

Apesar de uma confessa simpatia pelo lado vermelho da história, acredito em 'propriedade'.

Mas acho ridículo o posicionamento de alguns representantes das indústrias de software e entretenimento. Acho estúpida sua definição de 'propriedade intelectual'. Se eu compro um CD, ele é meu e pronto! Se desejo transformá-lo em arquivos MP3, e retorná-lo ao formato CD (nas diversas coletâneas que adoro fazer), é um direito meu, legítimo e legal.

Dias desses vi em algum lugar a dona Paula Toller falando que tiraria umas férias legais se seu CD 'acústico' tivesse vendido 200 mil cópias. Ela disse que vendeu 100 mil formalmente, e 100 mil em bancas de camelô.
Não tenho bases prá acreditar ou duvidar de nenhum dos números. Mas qq criança de 12 anos sabe fazer conta:

100k x R$30 = R$ 3.000.000
100k x R$ 8 = R$ 800.000
Total: R$3.800.000

200k x R$20 = R$ 4.000.000

Tá! Eu tô supondo que os 100k 'pobres' que compraram o CD da Abelha no camelô por 8 conto o comprariam 'de boa' se ele fosse 10 conto mais barato. Mas de qq forma, se não fosse o valor exorbitante (e muito mal explicado) do CD legal, com certeza ela teria vendido mais (e poderia tirar suas merecidas férias).

A culpa é da Abelha? Não, e sim de um esquema/colméia que tá lutando de todas as maneiras prá evitar o inevitável: sua falência. Vide o caso 'Teimarillion' no BlueNoir.

ps: Outro dado que não tenho como confirmar mas vem de fonte segura: o artista não recebe nem 50 centavos em cada CD vendido. Muito barulho por quase nada, não acham? Pr'onde vai tanto dinheiro?

Se a lógica definida para o mercado de DVD's fosse aplicada aos livros, você não poderia ler em Varginha um livro adquirido em Miami.

Mas a escalada da estupidez parece não ter fim. A MS vem trabalhando (ou seja, despejando milhõe$) em uma iniciativa chamada DRM (Digital Rights Management).

Veja aqui pq:


1. O DRM não funciona
2. DRM é ruim para a sociedade
3. DRM é ruim para os negócios
4. DRM é ruim para os artistas
5. DRM será péssimo para a MS

MS apelando feio!

18 junho 2004

Acabei de receber essa do blog do Lorenço. Dá frio na barriga...


the local ordinance we call the first amendment

This comes to me from a reliable source, though I would very much like it if it were mistaken.

Apparently Microsoft has taken the first steps to filing a criminal defamation action against a Brazilian government official who was quoted criticizing Microsoft in a magazine article. Sergio Amadeu, head of the agency responsible for spreading free software within the Brazilian government, is reported to have accused “the company of a ‘drug-dealer practice’ for offering the operational system Windows to some governments and cities for digital inclusion programs. ‘This is a trojan horse, a form of securing critical mass to continue constraining the country’.”

He’s also quoted characterizing Microsoft’s strategy as a “strategy of fear, uncertainty and doubt.”

These statements have apparently earned Mr. Amadeu the right to defend himself in a defamation action. Microsoft characterizes Amadeu’s statements as “beyond being absurd and criminal” and as evincing an “excess in freedom of speech and freedom of thought.” “Freedom of speech and freedom of thought” is, Microsoft apparently believes, properly prosecuted in Brazil, and so it has brought this first step to prosecute the “felony of defamation” evinced by Amadeu’s words.

Such words could not rise to the level of defamation in the United States; I would be surprised if they were defamation in any sane state. But whether they are defamatory in Brazil or not, it is wrong for this company to use the law to silence a critic. In the American tradition, we meet bad speech with more speech, not with more lawyers. We should all teach Microsoft something of our tradition, by meeting its bad speech — a defamation action against a critic — with lots more speech criticizing it.

Uma grande entidade que representa grandes, importantes e lucrativas empresas nacionais de um grande ramo 'tal' precisa informatizar praticamente todos os seus grandes processos (só existe o tradicional planilhódromo).

Aí eles contratam um grande prestador de serviços nacional.
Tem que usar RUP blá blá blá... vai ser .NET blum blum blum... e a coisa começa.

14 meses depois, rompe-se o contrato. O grande projeto não andava.
Abre-se uma nova concorrência. Natural que os candidatos peçam: pô, abre aí o q aquela grande empresa fez até agora.

Primeiro, não, não pode. É sigiloso, blá blá blá.

Depois, com a apresentação de grandes e caras propostas eles resolveram abrir a grande documentação prá reduzir as grandes dúvidas que pairavam.

Surpresa: a grande documentação (gerada em 14 meses por uma equipe média d'umas 4 ou 5 pessoas) seria facilmente elaborada por um estagiário em 1 mês. Ficaria melhor.

Mas já que a paciência, a fé e o bolso são grandes, inicia-se um novo grande projeto.
Com um novo grande fornecedor. Grande metodologia. Grande tecnologia.
Que os céus os protejam...

Apesar da visita pessoal de Mr Ballmer e da promessa de preços mais 'justos', a prefeitura de Munique está iniciando a maior transição Win 2 Linux do mundo! São 14 mil PC's que passam a funcionar com o SO aberto e com a suite OpenOffice. Bergen, na Noruega, deve fazer o mesmo.

Só queria entender pq o ritmo da transição nas prefeituras e governos estaduais aqui no Brasil é tão lento. O $$ tá sobrando? Gasta com educação, c@r@lho!

Projeto: um grande sistema 'logístico' que deve lidar com vários tipos de produtos (inclusive combinando-os), e um esquema de transporte e distribuição bastante complexo. Até a carga dos produtos precisa ser minuciosamente planejada.

Cenário: trata-se de uma mudança no modelo de negócios de uma grande empresa nacional. O projeto todo está estimado em centenas de milhões de dólares.

Prazo: para o software, especificamente, é de aproximadamente 12 meses.

Tecnologia: .NET ou J2EE

RFP: 7 páginas...

Algumas pérolas dos caras que fazem nossa indústria andar. (Segurei mas não resisti).
Saca só essa pérola inaugural:

"Para evitar problemas maiores, nesse momento em que o controle ainda não é o ideal, montamos um cluster que funciona com Windows e Linux. Assim, se o Windows for atacado, o sistema passa a rodar em Linux. Além de o número de ameaças ser menor no ambiente livre, ganhamos agilidade para tomar medidas de contingência se a casa cair."

C$#%#@, a casa já caiu! Essa aí é do Sr Washington Faria Salles, gerente executivo de TI da Petrobras.
[Info Corporate No. 7, Jan-Fev/2004]

A U.K. firm claims to own several patents related to the process of downloading software and virus-protection updates over the Internet, and it wants a number of companies, reportedly including Microsoft, to pay royalties. Meanwhile, a Los Angeles-based patent-holding company claims patent rights in virtually all Internet streaming media services and is suing the major cable and satellite TV companies. ZDNet reader Tim Patterson summed it up nicely:


"Everytime I see these various companies engage in this extortion, it only serves to remind how corrupt these companies are and how broken our system is. Current patent law is nothing but destructive. Abusing patents seems to be the preferred option for companies who have failed to compete."

...bastou o Google anunciar o GMail (gratuito com 1gb por conta!) que o Yahoo! tratou de se mexer. Recebi hoje a bela notícia que minha velha continha (4 anos de fidelidade!!) aumentou de 6 para 100mb!!! Sem que eu tenha solicitado e principalmente, sem me custar um mísero cent... Tks Google, ops, Yahoo!...

3. Apple Computer (new)
THE NEW FACE OF CONSUMER ELECTRONICS
They laughed in 2001 when Steve Jobs introduced the iPod, Apple's $400 MP3 player. They laughed in 2003 when he opened the iTunes Music Store, selling songs for 99 cents when millions of consumers were downloading tracks for free. But Jobs is having the last laugh, while creating the kind of platform-and-content synergy that gadget makers dream of. Having sold 5 million iPods, Apple owns 55 percent of the music player market. Meanwhile, iTunes has coaxed the Big Five record labels into a single online store and persuaded fans to download - legally - more than 60 million songs, about 70 percent of commercial downloads. And beyond consumers of digital media, Apple is empowering a new generation of content creators with superior music production (GarageBand) and video editing (iMovie). Put them on the blazing Power Mac G5 and you have the platform of the creative class.
Done: The iPod Mini, released in February, is already taking market share from makers of smaller, cheaper music players.
To do: With iTunes for Windows and the HP-branded iPod, Apple is finally playing well with others. If only it would find more playmates.


Copiei o trecho aí de cima da lista Wired 40, que lista as empresas mais inovadoras do mundo, e blá blá blá. O 'new' lá de cima indica que nos anos anteriores a Apple não foi relacionada. Então o Jobs tá rindo da Wired tbém, né? Pq o iPod é de 2001 e o iTunes de 2003. A Wired, que se posiciona como a bíblia do mundo hi-tec, tbém ignorou os passos da velha maçã. tsc tsc...

ou... "Quer pagar quanto?"

Artigo da ZDNet cita até as Casas Bahia.

Agora, erro, erro mesmo vem da seguinte visão:

"IBM's endorsement of Linux has added credibility and an illusion of support and accountability," Ballmer continued, "although the reality is there is no 'center of gravity,' or central body, investing in the health and growth of noncommercial software or innovating in critical areas like engineering, manageability, compatibility and security."

Será que ainda não deu prá perceber que a força de um software livre está exatamente na distribuição do tal 'centro de gravidade'... que a força do movimento vem exatamente de sua característica plural, multi-classista, internacional - baseado em meritocracia e democracia?

Será que ele não vê que o "endosso da IBM" (e da HP, Novell, Oracle, etc) é só uma parte do todo?

Erros, erros demais prá alguém tão importante. Até a qualificação 'não-comercial' usada no memo é sintoma d'uma miopia bastante grave.

"Some other vendors sell against integration," he wrote. "We see and deliver unique customer value because of integration."

oops... MS = integração?

Ballmer said Microsoft needs to focus on "strengthening the customer value in our end-to-end technology platform--client and server operating systems, client and server applications, and programming tools--which all integrate seamlessly and scale from the enterprise to the desktop to wireless mobile devices. These systems are better for users, developers and IT people because of the common architecture for development tools, management, application schema, interoperability, identity, data, etc."

ah bom! integração deles com eles...

Ballmer also touted Longhorn, the much-anticipated successor to Windows XP that will dramatically change file management and other basic aspects of PC operation.

"Longhorn is our big bet on galvanizing the next big breakthrough--even bigger, perhaps, than the first generation Windows release," he wrote. "Virtually everything we're doing from a product standpoint will accrue to the Longhorn wave. In addition to the Longhorn client, there will be a Longhorn version of Office, Longhorn server enhancements, Longhorn development tools, and a Longhorn version of MSN."

xi... já virou panacéia e marca universal 2 anos antes de seu nascimento. Quem viu toda a confusão que fizeram com o brand .NET sabe do que eu tô falando. Lá vem mais confusão e explicações surreais...

Há uns 5 anos, trabalhando para um MSPartner, assisti a estratégia de então para uma nova ameaça, um tal de Linux. A estratégia era: o Linux não é um concorrente.

Agora, Mr Ballmer envia um memo para todos os funcionários da MS com os seguintes dizeres:

"Noncommercial software products in general, and Linux in particular, present a competitive challenge for us and for our entire industry, and they require our concentrated focus and attention".


Quem já leu Sun Tzu (A Arte da Guerra) deve ter uma 'máxima' prá qualificar o erro estratégico da MS. Eu não li, mas sei que em qq circustância, se iludir, mentir prá si mesmo sobre o potencial de uma ameaça é um belíssimo (e estúpido) gol contra.

Agora, tentando correr atrás do prejuízo, vemos histórias de gente que tá forçando a MS a rever sua política de preços. A chamada do artigo na ZDNet é: "Looking for a deal from Microsoft? Say 'Linux'". hehehe... Para o mercado não há nada melhor e mais saudável que uma boa concorrência.

O título aí eu roubei d'um artigo da ZDNet. Seguinte: revelaram ontem que entre o final do ano passado e o início de 2004 a MS cogitou (seriamente) uma fusão com a SAP. Dentre os principais 'drivers' de tal iniciativa estariam:

.A tentativa de aquisição da Peoplesoft pela Oracle
.Uma certa ansiedade em entrar no mercado das grandes corporações pela porta da frente

Infelizmente parece que é só uma questão de tempo para nosso mercado ser dominado por apenas 2 ou 3 mega-hiper-ultra provedores de tecnologias e serviços.

Agora, prá responder a pergunta lá de cima: quando a MS não se confundiu com suas próprias estratégias?

Wired: GarageBand.com Leaves Door Open
http://www.wired.com/news/digiwood/0,1412,63720,00.html?tw=rss.TOP

Musicians who post their music on GarageBand.com can now opt to license their songs using Creative Commons. Music fans can trade and share songs as much as they like without fearing the RIAA's wrath.

Frase de Emilio Umeoka, presidente da MS Brasil, publicada no Washington Post de sexta:

"Se o país se fechar novamente, daqui a dez anos vai acordar e ser dominante em algo insignificante. Meu chefe disse um dia: A irrelevância é o começo do fim."

O "fechar novamente" é uma referência ao período da reserva de mercado.
O "chefe" dele é o Bill Gates.

Adotar software livre é se fechar? Ele tá falando sério?
Até que ponto o Medo, Incerteza, Dúvida (FUD) que ele tá querendo disseminar é uma resistência a reduzir a vergonhosa margem operacional de 81% de lucro no Windows e 76% no Office?

"A covardia é o fim do fim."
"A ganância é o fim do fim do fim."
"A burrice é o fim da picada!"

Há muito tempo não perdia meu tempo lendo a coluninha do sujeito na Info. Mas como o título deste mês é "Quem tem medo do Linux e do MP3?", lógico, não resisti.

Seguinte: Linux só é o que é pq a Microsoft fez muito barulho em torno dele. Segundo Dvorak o Linux não representa nenhuma ameaça. O mesmo vale para MP3. Se não fosse o barulhão da RIAA ninguém saberia o que é MP3. Pode?

Em que mundo esse p&$#@ vive? Será que ele nunca ouviu falar no iTunes, no iPod, na grana que o Wall Mart tá fazendo com MP3? Será que ele não sabe que até o ano 2000 a MS fez o que ele fala que ela deveria fazer agora (ignorar o Linux)? Até a Forbes (artigo 'Kill Bill') mostra o tamanho do negócio, destacando os US$ bilhões que empresas como a IBM estão colocando no negócio chamado Linux...

Perdi meu tempo? Ahá, como sou muito benevolente ainda tive a coragem de ler a 'entrevista exclusiva' com o Sr Ballmer. Só uma pérola vale a entrevista: o Windows é superior ao Linux em 99% dos casos. Lógico que a Info nem menciona o Fórum Internacional de Software Livre que ocorreu em Porto Alegre na semana passada... Tenho que parar com essa mania de ler qualquer coisa. A vida é curta.

David Berlind, em sua coluna de ontem no ZDNet, diz que a comunidade Java, com suas desavenças, está trabalhando em favor da Microsoft e de seu framework .NET (dividindo a comunidade).

No centro de sua tese está o Beehive, o 'WebLogic Workshop Application Framework' transformado em projeto 'Open Source' pela BEA. Apesar de nomes como Red Hat, Borland, Business Objects, Compuware, Computer Associates, Amazon, eBay, E.piphany, Federal Express, Google, PayPal, Salesforce.com e UPS sinalizarem com suporte para a iniciativa, o fato dos 3 reis magos (Sun, IBM e Oracle) ignorarem ou criticarem a iniciativa é visto como algo negativo para a comunidade.

A 'comunidade' está acostumada a evoluir o Java através do JCP (Java Community Process). De forma 'democrática' seriam definidas as inovações da plataforma. O problema é a burocracia (e consequente lentidão) deste processo. No caso do .NET, a Microsoft é muito mais ágil na definição de padrões e atualizações.

A BEA justifica sua iniciativa dizendo que no mundo 'open-source' as evoluções ocorrem de uma maneira mais rápida. Eu diria que mais rápida e mais democrática. Há o risco de algumas idéias comprometerem o mantra 'write once, run everywhere'? Sim. Mas quem não arrisca não petisca. Não acredito que a 'comunidade' dá um tiro no pé assim tão facilmente.

Acho que o mundo 'open-source' é uma evolução natural do JCP. Se a Sun entender desta forma ela vai acelerar a liberação do Java. É uma questão de lógica (nesse mercado incoerentemente ilógico).

Enfim Livre?

04 junho 2004

"We haven't worked out how to open-source Java--but at some point, it will happen," Srinivas said. "It might be today, tomorrow or two years down the road."

Raghavan Srinivas é evangelista da tecnologia Java (aka, funcionário da Sun).

O grande temor da Sun é a quebra do mantra 'write once, run everywhere'. Mas, sinceramente, acho que já estamos maduros o suficiente prá não fazer merda com 'nosso' grande padrão, né?

Na data da liberação (libertação), o chopps é por minha conta.

E a família aumenta

02 junho 2004

Há duas semanas a Bea com seu Beehive. Semana passada foi a vez da CA liberar seu SGBD Ingres para o mundo 'software livre'. E agora a Sun anuncia que o Solaris também virará 'open source'. A Intel também anunciou sua entrada nesse barco (arca de Noé?)...