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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Ontem comentei que Bill Gates reluta muito em reconhecer que o mundo do Software Livre desafia sua definição de "inovação". Deve ser um tanto constrangedor perceber que um modelo que não dispõe de fábula$ em verbas de P&D está se provando mais eficaz em uma série de frentes. Mas enquanto o Gates insistir na desqualificação rasteira (saca só um trechinho de sua última entrevista para a ZDNet: "There are some zealots that think there should be no software jobs, that we should all, like, cut hair during the day and write code at night") ele não sairá do lugar.

Scott Berkun* trabalhou para o Gates por 10 anos. Saiu em 2003. Coordenou e ajudou a projetar o Internet Explorer, da versão 1 até a 5. Ou seja, sempre teve o IE como uma cria. Um relacionamento (apego) que só quem projeta algo sabe explicar direito (já tive sérios problemas com tal 'passionalidade/paternalismo', hehe).



Pois bem, o Berkun explicou em seu blog pq mudou para o Firefox. Saca só alguns 'highlights':

IE is a ghetto. There are specs I wrote for UI features in 1998 that are unchanged today, 7 years later, in a world where browser usage has changed dramatically. I’ve watched bugs that I fought to have fixed in 5.0 become regressions, appearing in 5.01 and surviving in 6.0. Even though it’s the product I was proudest of, using it now makes me sad.

Firefox feels to me like what IE 6.0 should have been (or what i expected it to be after I left the team in ‘99). It picked a few spots to build new features (tabs), focused on quality and refinement, and paid attention to making the things used most, work best. The core UI design is very similiar to IE5: History/Favorites bars, progress UI, toolbars, but its all smooth, reliable and clean.

One of the big challenges in designing software is balancing the requests of earlier adopters in the community, with the needs of the majority of more mainstream users. After playing with mozilla on and off I was afraid firefox would be a built for programmers by programmers type experience. It’s not. I don’t know who in the firefox org was the gatekeeper on features and UI, but I’d like to meet him/her/them (seriously). They did a great job of keeping the user experience focused on the core tasks. If you’re reading please say hi.

Berkun parece diferente, né? A humildade que ele mostra neste último parágrafo (lembre-se: ele era o 'gatekeeper' do IE) não é muito comum em nossa área. Principalmente nos escalões de cima.

Reparem que ele dá uma bela dica para o Gates (direcionar melhor aquelas fortuna$ torrada$ em P&D): "They did a great job of keeping the user experience focused..." Engraçado que Berkun 'ensine' em seu livro* como equilibrar Requerimentos Funcionais, Tecnológicos e do 'mercado'.

Cientistas-Pesquisadores (e vários técnicos/usuários) da MS costumam ficar muito vislumbrados com algumas soluções técnicas que, no final das contas, não significam absolutamente nada para quem realmente importa: o usuário.

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* Scott Berkun lançou há pouco tempo o livro "The Art of Project Management". De forma lenta (cuidadosa e estudada) estou finalizando a leitura. Oportunamente comentarei mais detalhes sobre o livro aqui. Por hora só posso dizer que é muito bom. Não é todo dia que vc pode aprender com um cara que coordenou projetos para o Bill Gates por 10 anos...

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