Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Na última sexta fui tomar um choppinhos com um velho e querido colega. Cara que conheço praticamente desde que vim pra Sampa. Profissional sério, um dos melhores Engenheiros que conheço. Engenheiro de Software, pra ser mais claro. O cara trampou em alguns dos maiores projetos que já rolaram em Pindorama. Do planalto central pra baixo. Antenado e (quase) nada religioso, trafega com facilidade nas duas plataformas tecnológicas dominantes (MS e Java). Tá acima do debate religioso pq trabalha em outro nível de abstração. É inteligente pacas e aprende rápido. (Caramba... agora o cara me deve mais uns 10 chopps, hehe).

Pois bem: o cara tá ameaçando deixar a área. Cansado dos nossos (criativos) modelos de relacionamento "capital X trabalho", que insistem em tratá-lo como uma "pessoa jurídica" quando os fin$ são financeiro$. E como uma "pessoa" que deve ser bem "física" quando os fins são os cronogramas sem fim. Mas não é só isso, a forma de contratação, que o cansa. É também a grande irresponsabilidade com que os projetos de desenvolvimento são tratados. Desde a negociação até sua conclusão (isso quando há uma conclusão!). Se eu contasse aqui metade das histórias de horror que o cara já viveu (participei de algumas) todos dariam razão pra ele. Mas não quero transformá-lo num mártir ou coisa do tipo: sei que 90% de nossos colegas sofrem tanto quanto. Chororô?

Não! Desde 98 nosso maravilhoso "mercado" trabalha com os mesmos "preços de referência". Os projetos ficaram mais complexos, críticos. Mas ainda operamos seguindo os mesmos modelos. Acreditando nas mesmas mágicas! Concordo com o cara: isso cansa! E olha que nem falei dos processos seletivos, das bem intencionadas coleguinhas do RH ("Vc conhece Windows?") e outros fatores... menores. Menores?!?!

Tô pra completar 20 anos na área. Há tempos perdi a conta de quantos colegas ficaram pelo caminho, desde o curso técnico. Gente muito boa desistiu pq a relação "custo X benefício" em nossa área é "coisa de maluco". É sério! Normalmente fica aqui (correndo o risco de ficar maluco) só quem gosta muito. Praticamente todos que eu conheço guardam com carinho um "plano B" (70% de botecos; 20% de restaurantes (botecos finos); 5% lavando prato bem longe de Pindorama, no restaurante (boteco) dos outros; 4% no agrobusine$$ e 1% campeão mundial de vela... ).

Acho sadios os "planos B". Acho que todo mundo, em determinada altura da vida, deveria buscar ares BEM diferentes. De preferência antíteses de nosso cotidiano (daí que acho meio paradoxal a predominância de 'botecos' na pequena enquete acima, hehe).

Mas o cara, apesar da ficha corrida, ainda é novo. E tem uma experiência que seria valiosa em muitos projetos. Nossa área perderia bastante. Pelo jeito, perde todos os dias. Se os suspeitos (as razões do desânimo) são os mesmos, não tá na hora do tal "mercado" atentar para o "brain drain" que tá causando/sofrendo?


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FAQ (just the Answers):

1. Não posso contratar o cara.
2. Não tenho vocação para "sindicalista".
3. Sei que nunca teremos "turn-over de garçom".*
4. Sei que a CLT é draconiana. Mas tem q ser 8 ou 80?
5. Sei q só um "idiota" responde uma FAQ com outra pergunta.
6. É a mãe...
7. Vai vc primeiro!


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* Vc vai em algum boteco com certa frequência?
Reparou que alguns garçons duram até 50 anos?!?!? Então...

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