"Quando chegam as novidades, mesmo se percebidas de forma imediata como vantajosas, o nosso cérebro não está em condições de se reprogramar em tempo real para acolhê-las e assumi-las como critérios operacionais: é preciso tempo, muitas gerações, para que cada indivíduo e a sociedade no seu conjunto se reformulem, absorvendo as novidades e transformando-as em hábitos. Durante essa fase, freqüentemente muito longa, os indivíduos e a sociedade continuam a administrar os novos tempos com base nos seus velhos modelos cognitivos e comportamentais. Trata-se do fenômeno que os antropólogos chamam de cultural gap: o mesmo fenômeno que, repetindo-se nas diversas épocas, levou também os primeiros homens sedentários a se comportarem com base nos hábitos adquiridos no curso dos milênios de vida nômade; obrigou os habitantes das primeiras cidades a permanecerem agindo sob a influência dos hábitos campestres; forçou os primeiros operários a manterem valores camponeses e, por fim, constrangeu os atuais knowledge workers, os trabalhadores do conhecimento, a se organizarem segundo os velhos princípios industriais."
- Domenico de Masi (em "Criatividade e Grupos Criativos")
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