“Ao nosso ver, o que determinou o sucesso prático da iniciativa reside na genialidade precursora da sua organização – requintadamente pós-industrial, vista sob a nossa ótica, hoje -, baseada na idéia de rede e na utilização do voluntariado.
“O Círculo constitui, na estratégia de Guccia, um centro nevrálgico do qual partem os fluxos informativos e ao qual retorna os oportunos feedbacks, em uma rede flexível de pontos de referência científica deslocados por todo o planeta, de Paris a Göttingen, de Nova York a Tóquio. Esta rede jamais privilegia as relações formais com respeito às informais: limita-se a garantir algumas certezas, como a continuidade da organização, a qualidade dos produtos e serviços, a persistência dos critérios com os quais os membros são avaliados, os valores de referência, a transparência da situação financeira.
“A modernidade toda pós-industrial desta rede está não apenas na sua estrutura, estranha ao burocratismo e ao formalismo das academias pululantes naquela época, não apenas na centralidade absoluta da sua dimensão científica que ultrapassava qualquer outra possível dimensão (amigável, política, nacionalista etc) quase sempre presente em outras sociedades análogas italianas e estrangeiras. A originalidade, a modernidade e a genialidade organizativa do Círculo estão no cunho que Guccia soube lhe dar, garantindo-o por 30 anos em termos de interdisciplinaridade, internacionalismo, interclassismo e gosto estético.”
Prá entender: trata-se de um trecho do livro "A Emoção e a Regra", de Domenico de Masi. Do capítulo que trata do 'Círculo Matemático de Palermo', criado por Giovann Battista Guccia na segunda metade do século XIX!! Detalhe: o livro é de 89!!! Ou seja, ainda não existia o movimento 'software livre'... Não é curiosa a similaridade, prá dizer o mínimo?
O Graffiti mudou!
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