Sobre

Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Criacionistas & Coboleiros

05 fevereiro 2009

Na última empresa que trabalhei, lá nos idos de 2004-05, tinha um estagiário muito gente fina chamado Alan. Divertido e com um vocabulário e sotaque tipicamente paulistano, o cara animava nosso departamento. Aliás, o depto em questão era uma mistura tão curiosa de tipos que merecerá um artigo qualquer dia desses. O papo hoje é só sobre o Alan.

Ele cursava sistemas de informação naquela famosa universidade de extrema-direita que fica ali na região da Consolação. Ao ver nossos papos (Java) e coisa e tal, um dia ele veio choramingar comigo: "Pô mano, lá na Facu estou estudando Cobol!".

Achei curioso, mas pensei que era coisa de um semestre. O papo seguiu e vi que eles não estudavam praticamente nada de orientação a objetos. Eu já tinha visto algo semelhante numa facu-sacolinha-pop que tem vários campi em Sampa. Mas naquela famosa universidade!?! Quase caí de costas. E, fora algumas dicas esparsas, não consegui ajudar muito o Alan.



Faltam 7 dias para comemorarmos os 200 anos de Darwin, um dos cientistas mais importantes da história da humanidade. Por alguns dias veremos um pouquinho da história de nossa história. A Globo News, por exemplo, está apresentando um especial semanal muito legal (quartas, 22:30).

Nos últimos anos o embate "evolucionistas X criacionistas" ganhou um pouco de mídia por causa do Bush. Claro, ele é do segundo time. Claro! E forçou a barra para que escolas estadunidenses adotassem a visão bíblica em aulas de ciência. Era lá em cima, não incomodou muito.

Mas eis que estoura que por aqui também temos escolas que acham que o criacionismo deve ser ensinado em aulas de ciências. Surpreende que uma dessas escolas seja exatamente a mesma que ensina Cobol?

Vivendo e Não Aprendendo

04 fevereiro 2009

Seres humanos, que são quase únicos em sua capacidade de aprender com as experiências dos outros, também se caracterizam por sua resistência em fazê-lo.

- Douglas Adams (autor do "Guia do Mochileiro das Galáxias", dentre outros)
E bastam poucas manchetes dos últimos dias para comprovar o dito do saudoso Douglas. Saca só:
  • A MS anunciou a demissão de 5k pessoas. Mas só (!) cortou 1400 no dia do anúncio. O restante viverá amargurado e em ritmo de hiperprodução (e solução - aumentativo de soluço) pelos próximos 18 meses. Há séculos Maquiavel ensinou: "faça a maldade numa tacada só; e a bondade em pequenas doses". Mas é claro que exigir esse tipo de sabedoria do Ballmer seria demais.
  • Tanto que a MS acaba de anunciar que o Windows Mentiroso (aka Se7en*) terá 6 versões diferentes. Belo drible na concorrência, né Mané?
  • Acabamos de eleger o Sarney para um novo mandato como presidente do Senado Federal. Acabamos? Sim, afinal nós colocamos lá os senadores que o elegeram, certo?
  • E na cola do jurássico bigode já chegaram outras nobres figuras da política tupiniquim, como Renan Calheiros e Fernando Collor. Pindorama é um show de futuro e modernidade. Enquanto uma assessora do Barack Obama, por causa de um cano de US$ 300 no Leão deles, caiu. Nós é que somos modernos.
  • Inventamos até um Tribunal de Contas que não presta contas. Segura os dados do Pan (500% de orçamentos estourados) para não atrapalhar o próximo golpe: as Olimpíadas!
  • Golpe que não sairá, mas ninguém vai ligar muito. Afinal, a Copa do Mundo é Nossa. E a grana que vai levantar elefantes brancos em 12 capitais também. Vamos fazer um Bolão? Ganha quem acertar qual vai ser o estouro do orçamento. 500% não vale! Essa aposta eu já fiz.
  • Somos tão modernos que os tradicionais 300% do Maluf viraram coisa do passado.
  • Aliás, li em algum lugar (provavelmente na última EXAME) que falar que "o Brasil é o país do futuro" é coisa do passado. Pindorama agora é o país do presente.
  • Acho que o cara tava sendo sarcástico. Se não, serei eu: Presentinho pra lá, presentinho pra cá... Oras... o Brasil sempre foi o país do presente. E do assassinato do futuro.
.:.

* Cá nas Minas Gerais sete é conta de mentiroso. Sete é o número favorito de 10 entre 10 gurus e autores de livros de autoajuda. Sete é um número fantástico. Windows Se7en é uma sacada genial! Nunca um número de uma versão falou tanto sobre um software. E como o ser humano não aprende mesmo, o Se7en garantirá sobrevida para a MS e o imortal Ballmer.

Taí. Sete deve ser meu número de sorte. Senão, com a derrocada da empresa da piada pronta, eu teria que converter o Graffiti num blog político. E falar só do país da piada pronta. Esse sim não acaba nunca.

Boa Pergunta

02 fevereiro 2009

A última EXAME (ed. 935 - com o Steve Jobs na capa), tem um artigo sobre o livro "Bilhões de Empreendedores", que a Campus-Elsevier finalmente lança no Brasil. O livro é de Tarun Khanna, indiano professor da universidade de Harvard. O livro é interessante porque quebra uma série de mitos sobre Índia e China. Fica mais agradável por causa do estilão "metralhadora" do Dr. Khanna:

Pela primeira vez desde a ascensão do capitalismo ocidental, empreendedores na China e na Índia podem ignorar Nova York e Londres - e ainda construir empresas que valem bilhões.
Ok. Mas existe uma razão melhor para a dica aparecer aqui no Graffiti. Dr. Khanna escreveu um prefácio exclusivo para a edição tupiniquim do livro. E seguiu metralhando:

Ainda existem muitos segmentos em que as empresas privadas do Brasil não têm se saído tão bem quanto algumas asiáticas. Por exemplo, por que não existe uma companhia de softwares semelhante à Infosys em Campinas, no estado de São Paulo?

Na hora me deu uma vontade danada de responder. Mas, pensando bem, melhor deixar só a questão do Dr. Khanna mesmo.