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Graffiti \Graf*fi"ti\, s.m.
desenhos ou palavras feitos
em locais públicos. 
Aqui eles têm a intenção de 
provocar papos sobre TI e afins.

O Graffiti mudou!

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Depois que até o Mestre Jacobson apelou para metáforas ludopédicas, é claro que não vou furar a bola alçada pela dupla que comanda a seleção canarinho, né? Ao tentar justificar a lista de convocados nesta semana, o auxiliar-técnico Jorginho disse mais ou menos o seguinte:

A técnica apenas não basta. É preciso mostrar comprometimento.

Com certeza é isso que justifica a presença de Felipe Mello, Josué, Júlio Batista, Elano, Gilberto e outros caras que mal conseguem se firmar em seus clubes mas merecem espaço na nossa seleção. E é a mesma desculpa para a ausência de Ronaldinho, Neymar, Hernanes, Elias etc etc etc. Nosso campo é outro, verde em outro sentido. E o que quero propor é um papo sobre o conflito Talento X Comprometimento.

Numa época em que o mercado cobra Inovação e Criatividade, é possível que uma empresa se dê bem apostando no comprometimento em detrimento da técnica, do talento? Basta ver quantas empresas por aí, particularmente de TI, pastam para sobreviver. Seria por falta de comprometimento de seus colaboradores? Na minoria dos casos, posso garantir. Mais do que comprometimento, lhes falta talento. Carecem de pessoas criativas. Ou, principalmente, de não-processos e não-políticas que valorizem os criativos.

O que nossa comissão técnica e muitas das nossas empresas não explicitam é um medo e uma incompetência. Medo: Os caras mais talentosos são mais rebeldes e contestadores. Incompetência: Não sabem gerenciar gente talentosa. O que fazem, então? Não convocam ou não contratam gente que possa representar perigo.

Romário, crucial no Tetra de 94, fugia da concentração para suas gandaias. O que é estranho, no caso da seleção, é que tanto Dunga quanto Jorginho estavam lá. Anjinhos, claro. Mas teriam coragem de "queimar" o Baixinho? Hehe.. eles são bobos mas não são burros.

Agora, por favor, não me interpretem mal. Não estou propondo que as empresas virem o caos absoluto com trilha sonora do samba do nerd mucho-loco. O que estou dizendo é que, enquanto as empresas insistirem nessa coisa limpinha, chata e previsível de seus processos elas seguirão pastando para pagar as contas. Chega de invejar os números de uma Google da vida mas não copiar umazinha de suas boas ideias em gestão de talentos. Basta de mediocridade!

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E a seleção? Já perdi qualquer esperança. Em 94 tínhamos 8 chatos e 3 talentos em campo: Romário, Bebeto e Tafarel. Bastaram para aquele título feio, chato, quadradinho e que só veio nos pênaltis. Hoje só temos um talento de verdade. No gol!?! É pouco. Muito pouco. Como já disse lá nas previsões para a próxima década, nosso Hexa virá em 2014, em casa. E com o Dunga exilado lá na Patagônia, secando os talentos num radinho de pilha.

O lance aí do lado é um dos mais reprisados na história do futebol. O Pelé perdeu o gol. A seleção de 1982 é lembrada e celebrada até hoje nos 4 quantos do mundo. Não ganhou nada. No final das contas, o que fica é o talento. E a história que ele ajudou a criar. O resto é o resto.

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